A UNICIDADE DE DEUS

By David K. Bernard, J.D.

Series in Pentecostal Theology, Volume 1

Todas as referências Bíblicas neste livro são da Versão King James; que foram adptadas para o português nas versões que utilizamos em nosso país.  

Impresso nos Estados Unidos da América - Traduzido no Brasil pelo Pr. José Carlos C.P.B.

Prefácio

Nestas páginas a compreensão é mirada. Jesus conheceu a linguagem Aramaica comum. Às vezes Ele falava hebraico, um idioma que só os estudiosos usavam naquela época. Jesus poderia conversar em grego, a língua do homem educado. A quem quer que seja a pessoa com a qual Jesus falou, Seu alvo foi para ser compreendido. O maior professor de todas as épocas falou em condições que podiam ser compreendidos.

                Profundidade e simplicidade ao mesmo tempo. Que paradoxo! O autor deste livro tem conseguido fazer o que parece ser impossível. Ele tem transmitido profundidade intelectual enquanto preservando a simplicidade. É um milagre teológico. Freqüentemente o realmente profundo é mais simples, e o simples o mais verdadeiramente profundo. O tratamento da Unicidade de Deus neste livro é projetado para ser simples; mas as verdades são profundas, estudiosos, inestimáveis, e essenciais ao povo de Deus e o mundo perdido.

               Um livro precisa alcançar pelo menos dois critérios principais para ser um livro muito vendido (best-seller). Deve ser escrito de forma interessante e deve preencher uma necessidade. O autor consegue ambos.

               Conhecer o autor e a sua visão é entender mais acerca do livro. Eu espero que você possa o encontrar e o conhecê-lo como eu o conheço. David Bernard é um exemplo humano de princípios Cristãos. Que estas páginas possam se tornar um clássico entre nós e um guia para o mundo minucioso que busca enquanto eles descobrem o único, vivo e verdadeiro Deus. Agora eu recomendo o autor e livro para você e toda a posteridade.

T. L. Craft

Jackson, Mississippi

Traduzido, corrigido e revisado pelo Pr. José Carlos – S. PAULO.


Índice de Conteúdo

Apresentação

Prefácio do Autor

Capítulo 1 - MONOTEISMO CRISTÃO

Definição de Monoteísmo: O Antigo Testamento  Ensina Que Há Somente Um Deus; O Novo Testamento Ensina Que Há Apenas Um Deus; Conclusão

Capítulo 2 - A NATUREZA DE DEUS

Deus É Espírito; Deus É Invisível; Deus é Onipresente (Presente em todos os lugares); Deus Tem Corpo?; Deus é Onisciente (Conhece Tudo); Deus é Onipresente (Todo Poderoso); Deus é Eterno; Deus é Imutável (Não Muda); Deus Tem Individualidade, Personalidade, e Racionalidade; Os Atributos Morais de Deus; Teofanías; O Anjo do SENHOR; Melquesedeque; O Quarto Homem No Fogo; Há Teofanías No Novo Testamento?; Conclusão

Capítulo 3 - OS NOMES E OS TÍTULOS DE DEUS

O Significado de Um Nome; Nomes ou Títulos de Deus No Velho Testamento; Combinação dos Nomes de Jeová; A Revelação Progressiva Do Nome; O Nome de Jesus.

Capítulo 4 - JESUS É DEUS

O Velho Testamento Testifica Que Jesus é Deus; O Novo Testamento Proclama Que Jesus é Deus; Deus se Manifestou na Carne como Jesus; O Verbo; Jesus Era Deus Desde o Princípio de Sua Vida; O Mistério da Piedade; Jesus é o Pai; Jesus é Jeová; Os Judeus entenderam Que Jesus Afirmava Ser Deus; Jesus é o Único no Trono; A Revelação de Jesus Cristo; Jesus Tem Todos os Atributos e Prerrogativas de Deus; Jesus Tem a Natureza Moral de Deus Conclusão

Capítulo 5 – O FILHO DE DEUS

O Significado de Jesus e Cristo; A Dualidade da Natureza de Cristo; Doutrinas Históricas a respeito de Cristo; Jesus Tinha uma Natureza humana Completa, Mas Sem pecado. Jesus podia Pecar? O Filho na Terminologia Bíblica; o Filho De Deus; o Filho do Homem; O Verbo; Filho Gerado Ou Filho Eterno?; O Começo do Filho; O Término da Filiação; Os Propósitos do Filho; O Filho e a Criação; O Primogênito; Hebreus 1:8-9; Conclusão.

Capítulo 6 - PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO

O Pai; O Filho; O Espírito Santo; O Pai é o Espírito Santo; A Divindade de Jesus Cristo é o Pai; A Divindade de Jesus Cristo é o Espírito Santo; Pai, Filho, e Espírito Santo; Mateus 28:19; I João 5:7; Deus Está Limitado a Três Manifestações? Conclusão

Capítulo 7 - EXPLICAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO

Elohim; Gêneses 1:26; Outros Pronomes no Plural; O Significado de Um (hebraico Echad); Teofanias; O Aparecimento a Abraão; O Anjo do SENHOR; O Filho e Outras Referências ao Messias; O Verbo de Deus; A Sabedoria de Deus; Santo, Santo, Santo; Repetições de Deus ou SENHOR; O Espírito do SENHOR; O SENHOR Deus e Seu Espírito; O Ancião de Dias E o Filho do Homem; Companheiro de Jeová; Conclusão.

Capítulo 8 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS

Quatro Importantes Auxílios ao Entendimento; O Batismo De Cristo; A Voz Do Céu; As Orações De Cristo; “Deus meu, Deus meu, Por que me desamparaste?”; Comunicação De Conhecimento Entre as Pessoas da Divindade? Mateus 28:19; A Preexistência De Jesus; O Filho Enviado pelo Pai; Amor Entre as Pessoas da Divindade? Outras Distinções Entre o Pai E Filho; as Passagens que usam com; Dois Testemunhos; O Uso de Plural; Conversas Entre Pessoas na Divindade? Um Outro Consolador; Jesus E O Pai São um apenas em propósito; Conclusão.

Capítulo 9 –  EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE

A Mão direita De Deus; As Saudações nas Epístolas"; A Bênção Apostólica"; Outras Tríplices Referências nas Epístolas e no Apocalipse; A plenitude De Deus; Filipenses 2:6-8; Colossenses 1:15-17; Hebreus 1; I João 5:7; Apocalipse 1:1; Os Sete Espíritos De Deus; O Cordeiro Em Apocalipse 5; Por que Permite Deus que existam versículos das Escrituras sujeitos à “Confusão? Conclusão.

Capítulo 10 – OS QUE ACREDITAM NA UNICIDADE E A HISTÓRIA DA IGREJA

A era pós-apostólica; Unicidade a crença Dominante No Segundo e no Terceiro Séculos; Monarquianismo Modalístico; os Crentes da Unicidade desde o Quarto Século até o Presente; MONARQUIANISMO MODALISTICO: A UNICIDADE NA HISTÓRIA da IGREJA PRIMITIVA.

Capitulo  11  - TRINITARIANISMO:  DEFINIÇÃO  E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

Definição da doutrina da Trindade. Problemas com o triteísmo. Problemas com o subordinacionismo. Terminilogia não bíblica. Desenvolvimento histórico do triteísmo. Origens pagãns. Desenvolvimento pós-apostólico. Tertuliano _ o pai do trinitarianismo cristão. Outros primitivos trinitarianistas. O Concílio de Nicéia. Após Nicéia. O Credo do Atanasiano. O Credo Apostólico. Conclusão.

Capítulo 12  -  TRINITARIANISMO: UMA AVALIAÇÃO

Terminologia não bíblica; Pessoa e pessoa; Três. Triteísmo. Mistério. A Divindade de Jesus Cristo. Contradições. Avaliação do trinitarianismo. A doutrina da trindade em contraste com a Unicidade. No que acredita a média dos crentes da igreja? Conclusão.

Capítulo 13 - CONCLUSÃO 

Bibliografia

 Índice de Assunto

Glossário

Nota de rodapé  


Índice

Tabela 1:  A Natureza Moral de Deus

Tabela 2:  Nomes de Deus no Antigo Testamento

Tabela 3:  Nomes Compostos de Jeová

Tabele 4:  Jesus é Jeová (I)

Tabela 5: Jesus é Jeová (II)

Tabela 6: Jesus no livro de Apocalipse

Tabela 7: Jesus Tem a Natureza Moral de Deus

Tabela 8:  A Dupla Natureza de Jesus Cristo

Tabela 9: O Uso do Kai

Tabela 10: A Plenitude da Divindade de Jesus Afirmada em Colossenses

Tabela 11: Trinitarianismo e Unicidade Comparados

 Prefácio do Autor

Este livro é Volume Um de uma série em teologia Pentecostal. Há uma necessidade genuína para um completo, compreensivo estudo e explanação das verdades bíblicas fundamentais que cremos piamente, e esta série é designada para ajudar preencher aquela necessidade. O presente volume tenta trazer junto num só livro uma discussão completa da Divindade. Ele afirma a unicidade de Deus e a deidade absoluta de Jesus Cristo. Enquanto vos escrevo este, Volume Dois, intitulado O Novo Nascimento ainda está no estágio de planejamento e pesquisa. Volume Três, intitulado Em Busca de Santidade. Foi escrito juntamente com a minha mãe, Loretta A. Bernard, e foi publicado em 1981.

O alvo deste livro não é ensinar meramente um dogma de uma denominação, mas para ensinar a Palavra Deus. É esperança do autor que cada pessoa estudará a matéria com oração, comparando as visões expressas com a Bíblia. Muitas referências escriturais são dados no livro para ajudar o leitor na sua busca por verdade bíblica. Ao mesmo tempo, o autor reconhece que todos nós devemos pedir a Deus para ungir nossas mentes e iluminar Sua Palavra, se estamos para compreender propriamente Sua revelação para nós. A letra sozinha matará, mas o Espírito dá vida (II Coríntios 3:6). O Espírito de Deus nos ensinará e nos guiará em toda a verdade (João 14:26; 16:13).  Finalmente Deus deve dar revelação de quem Jesus Cristo realmente é (Mateus 16:15-17).

A Unidade de Deus é baseado em vários anos de estudos e pesquisas bem como a experiência no ensinar de teologia sistemática e história da igreja no Jackson College of Ministries em Jackson, Mississippi. Eu agradeço especialmente a minha mãe por ter lido o manuscrito e prover numerosas sugestões para o melhoramento, muito dos quais adotei.   Sou grato também a minha esposa, Connie, por prover ajuda digitando e a meu pai, Reverendo Elton D. Bernard, por ajudar inspirar, publicar, e promover esta série.

Capítulos 1, 2, 3 e 4 apresentam a doutrina positiva de monoteísmo Cristão como ensinado pela Bíblia, a doutrina comumente conhecida hoje como a Unicidade. Capítulos 7, 8 e 9 discutem numerosos versículos específicos das Escrituras com a vista a responder as objeções e refutar interpretações contrárias. Capítulo 10 recorda o resultado de muitas pesquisas da história de Unicidade na época pós-apostólica até o presente. Capítulos 11 e 12 explicam a doutrina do trinitarianismo, sua origem histórica e desenvolvimento, e as maneiras pelas quais divergem na crença Unicista. Finalmente, Capítulo 13 oferece um resumo breve e conclusão.

Para poder documentar fontes não bíblicas de informações e ainda preservar uma leitura agradável, foram colocadas notas de rodapé ao término de cada capítulo. [Nesta cópia de Internet footnotes as notas de rodapé foram colocadas em um apêndice. - O editor de Internet bibliography A bibliografia registra todas as fontes usadas como também um número significativo de outros livros relacionados com a Unicidade. Também, o glossárioglossary contém definições de termos teológicos importantes usado no livro.

A não ser de outra maneira indicado, as definições de  palavras em Grego e Hebraico são de Strnog's Exhaustive Concordance of the Bible. As abreviações a seguir de várias traduções da Bíblia são usadas ao longo do livro: KJV for King James Version, RSV for Revised Standard Version, NIV for New International Version, and TAB for The Amplified Bible. Todas as citações bíblicas são da KJV a não ser que sejam de outra maneira identificada.

O propósito deste livro é para ter alguma parte no estabelecimento das verdades da Palavra de Deus nesta geração. Seu alvo é afirmar monoteísmo Cristão - ensinamento bíblico de um só Deus. Fazendo assim eu pretendo magnificar Jesus Cristo acima de tudo. Eu creio que  Jesus é Deus manifestado em carne que toda a plenitude da Divindade habita nEle, e que somos completos nEle (Colossenses 2:9-10).

 Capítulo 1. MONOTEÍSMO CRISTÃO


"Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR" (Deuteronômio 6:4).


"Deus é um" (Gálatas 3:20).

Há um Deus. Há só um Deus. Esta doutrina é o cento da mensagem Bíblica, e tanto o Velho quanto o  Novo Testamento a ensinam  claro e enfaticamente. Apesar da simplicidade desta mensagem e da clareza com que a Bíblia a apresenta, muitos que acreditam na existência de Deus não entenderam isto. Até mesmo dentro do Cristianismo, muitas pessoas, inclusive teólogos, não tem entendido esta mensagem bonita e essencial. Nosso propósito é focalizar esta questão, afirmar e explicar a doutrina bíblica da unicidade de Deus.

Definição de Monoteísmo

A crença em um único Deus é chamada de monoteísmo que deriva de duas palavras gregas: monos, significando só, singular, um; e theos, significando Deus. Aqueles que não aceitam o monoteísmo pode ser classificado em uma das seguintes categorias: ateísta - que nega a existência de Deus; agnóstico  - que afirma ser a existência de Deus desconhecida e provavelmente incognoscível; panteísta  - que compara Deus com a natureza ou as forças do universo; ou um politeísta - que acredita em mais de um Deus. Diteismo, a crença em dois deuses, é uma forma de politeísmo, assim como o triteismo, a crença em três deuses. Entre as principais religiões do mundo, três são monoteísticas: o Judaísmo, o Islamismo, e o Cristianismo.

Há, entretanto, dentro das fileiras dos que se denominam cristãos pontos de vistas divergentes em relação à natureza da Divindade. Uma dessas correntes, chamada trinitarianismo, afirma que há três pessoas distintas na Divindade  - Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito  Santo - mas ainda um só Deus. (Veja o Capítulo 11 -TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

Dentro dos graus do trinitarianismo, podemos distinguir duas tendências extremas. Por um lado, alguns trinitarianos enfatizam a unidade de Deus sem ter desenvolvido uma compreensão cuidadosa do significado das três pessoas distintas da Divindade. Por outro lado, outros trinitarianos dão ênfase a triplicidade da trindade a ponto de acreditarem em três seres auto-concientes, e o seu ponto de vista é essencialmente triteistico.

Além do trinitarianismo, há a doutrina de binitarianismo que não classifica o Espírito Santo como uma pessoa separada, mas afirma crer em duas pessoas na Divindade.

Muitos monoteístas têm destacado que tanto o trinitarianismo quanto o binitarianismo debilitam o monoteísmo rígido ensinado pela Bíblia. Eles insistem que a Divindade não pode ser dividido em pessoas e que Deus é absolutamente uno.

Os que acreditam no monoteísmo rígido se dividem em duas classes. Uma classe afirma que há só um Deus, e assim fazendo, nega, de uma maneira ou de outra, a perfeita divindade de Jesus Cristo. Este ponto de vista foi representada na história da igreja primitiva pelos dinâmicos monarquistas, como Paulo de Samosata, e pelos Arenistas, liderados por Arius. Estes grupos relegavam Jesus à posição de um deus criado, deus subordinado, deus filho, ou semideus.

A segunda classe dos verdadeiros monoteísta acredita em um Deus, mas, além disso, acredita que a plenitude da Divindade é manifestada em Jesus Cristo. Eles acreditam que o Pai, Filho, e Espírito Santo são manifestações, modos, funções, ou relacionamentos que o Deus único tem exibido ao homem. Os historiadores da igreja têm usado os termos moralismo e monarcianismo modalistico para descrever esse ponto de vista, sustentado na igreja primitiva por líderes como Noetus, Praxeas, e Sabellius. (Veja Capítulo 10 – CRENTES UNICISTAS NA HISTÓRIA DA IGREJA.) No século vinte, aqueles que acreditam tanto na indivisível unicidade  de Deus, quanto na perfeita divindade de Jesus Cristo, freqüentemente usam a termo Unicidade para descrever aquilo em que crêem. Eles também usam os termos “Um Deus” e “Nome de Jesus”como adjetivos para se auto-denominarem, enquanto os oponentes às vezes usam expressões errôneas e desacreditas como " Só Jesus" e" Assunto Novo." (O rótulo" Só Jesus " é errôneo porque os trinitarianos insinua uma negação do Pai e do Espírito Santo. Porém, os que acreditam na Unicidade não negam o Pai e Espírito, mas antes vêem o Pai e o Espírito como papéis diferentes do Deus único que é o Espírito de Jesus.)

Em resumo, o Cristianismo apresentam quatro pontos de vista básicas a respeito da Divindade: (1) trinitarianismo, (2) binitarianismo, (3)  monoteísmo estrito, com a negação da perfeita divindade de Jesus Cristo, e (4)  monoteísmo estrito com a afirmação da completa deidade de Jesus Cristo, a Unicidade.

Tendo examinado de modo geral o conjunto das crenças humanas sobre a Divindade, vamos olhar o que a Palavra de Deus  - a Bíblia  - tem a dizer sobre o assunto.

O Velho Testamento Ensina Que Não Há Senão Um Deus

A expressão clássica da doutrina de um só Deus se encontra  em Deuteronômio 6:4. "Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." Este verso da Bíblia se tornou a declaração mais distintiva e importante de fé para os judeus. Eles chamam isto o Shema, de acordo com a primeira palavra da frase em hebraico, e eles citam freqüentemente isto em inglês como" Ouve, O Israel, o SENHOR é nosso Deus, o SENHOR é único". (Também veja o NIV.) Tradicionalmente, um judeu devoto sempre tentou fazer esta confissão de fé antes de morrer.

Em Deuteronômio 6:5, Deus continuou o anúncio do versículo precedente com uma ordem que requer crença total  e amor por Ele como  um  só e único Deus: "Amarás pois  o SENHOR teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com toda a tua força ". Devemos notar a importância que Deus atribui a Deuteronômio 6:4-5. Ele ordena que estes versos sejam colocados no coração (verso 6), ensinados às crianças ao longo do dia (verso 7), atado à mão e à testa (verso 8), e escrito nos umbrais e nas portas das casas (verso 9).  Os Judeus ortodoxos obedecem literalmente essa ordem ainda hoje amarrando o tefillin (phylacteries) nos seus antebraços esquerdos e nas testas quando oram, e colocando mezuzzah em suas portas e portões. (Teffilin são pequenas caixas amarradas ao corpo através de correias de couro, e mezuzzah são pequenos recipientes  contendo pequenos rolos das escrituras.) Dentro dos dois tipos de recipientes estão versículos das Escrituras manuscrito em tinta preta por um homem piedoso que observou certos rituais de purificação dentro de ambos. Os versos da Bíblia geralmente são Deuteronômio 6:4-9,11: 18-21, Êxodo 13:8-10, e 13:14-16.

Durante uma viagem para Jerusalém onde nós colhemos a informação anterior, [1] tentamos comprar o tefillin. O comerciante judeu Ortodoxo disse que ele não vendia tefillin a cristãos porque eles não acreditam nele e nem têm a devida reverência a esses versos das Escrituras. Quando nós citamos Deuteronômio 6:4 e explicamos nossa total concordância a isto, os olhos dele iluminaram e ele prometeu vender a nós com a condição de que nós tratássemos o tefillin com cuidado e respeito. A preocupação dele mostra a reverência extrema e profundidade de convicção que os judeus têm para o conceito de um único Deus. Também revela que uma razão principal para a rejeição judia do Cristianismo ao longo de história é a distorção percebida da mensagem de monoteística.

Muitos outros versos da Bíblia no Velho Testamento afirmam enfaticamente o monoteísmo estrito. Os Dez Mandamentos começam com, “Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3; Deuteronômio 5:7). Deus enfatizou este comando declarando que Ele é um Deus zeloso (Êxodo 20:5). Em Deuteronômio 32:39, Deus disse que não há nenhum outro deus com ele. Não há nenhum deus semelhante ao SENHOR e não há nenhum Deus ao lado d’Ele (II Samuel 7:22; I Crônicas 17:20). só Ele é Deus (Salmo 86:10). Há enfáticas declarações de Deus em Isaias.


"Antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu, sou o SENHOR; e fora de mim não há salvador" (Isaias 43:10-11).

 "Eu sou o primeiro, e eu sou o último; e ao lado de mim não há nenhum Deus" (Isaias 44:6).

"Há outro Deus além de mim? Não, não há outra rocha que eu conheça" (Isaias 44:8).

"Eu sou o SENHOR que faço todas as coisas; que sozinho estendi os céus; e sozinho espraiei  a terra " (Isaias 44:24).

Além  de mim não há outro. Eu sou o SENHOR e não há nenhum outro" (Isaias 45:6).

Não há outro Deus senão eu; um Deus justo e Salvador; não há além de mim. Olhai para mim, e sede salvos, vós todos os termos da terra: porque eu sou Deus, e não há nenhum outro" (Isaias 45:21-22).

"Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; porque eu sou Deus, e não há nenhum outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim" (Isaias 46:9).

"Eu não darei minha glória a outrem" (Isaias 48:11; veja também Isaias 42:8).

“Ó SENHOR dos exércitos, Deus de Israel que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra, tu só fizestes os céus e a terra (Isaias 37:16)”.

Há somente um Deus que é o Criador e Pai da humanidade (Malaquias 2:10). Durante o Reinado do Milênio, haverá um só SENHOR com um só nome (Zacarias 14:9).

Em resumo, o Velho Testamento fala de Deus como sendo único. Muitas vezes a Bíblia chama Deus de o Santo de  Israel (Salmo 71:22; 78:41; Isaias 1:4; 5:19; 5:24), mas nunca de " santo dois, santo três," ou " muitos santos."

Uma observação comum feita por alguns  trinitarianos sobre a doutrina do Velha Testamento da unicidade de Deus é que Deus teria apenas pretendido dá ênfase à sua unicidade em oposição aos deuses pagãos, embora  Ele ainda existisse como uma pluralidade. Porém, se esta conjetura fosse verdade, por que Deus não fez isto claro? Por que os judeus não entenderam uma teologia de " pessoas" mas insistiu em um monoteísmo absoluto? Nos deixe olhar para isto do ponto de vista de Deus. Suponha  que Ele quis excluir qualquer crença na pluralidade da  Divindade. Como Ele poderia fazer usando terminologia então-existente assim? Que palavras Ele poderia usar, fortes bastante, para comunicar sua mensagem ao seu povo? Pensando sobre isso, nós perceberemos que Ele usou a linguagem mais forte possível capaz de descrever a unicidade absoluta. Nos versos antes citados em Isaias, nós notamos o uso de palavras e frases como" nenhum, não há outro, nenhum semelhante, nenhum ao lado de mim, só, sozinho," e" um só." Seguramente, Deus não pôde fazer isto mais claro que não existe nenhuma pluralidade na Divindade. Em resumo, o Velho Testamento afirma que Deus é absolutamente um, em número.

O Novo Testamento Ensina Que Não Há Senão Um Deus

Jesus ensinou enfaticamente Deuteronômio 6:4, chamando-o de primeiro de todos os mandamentos (Marcos 12:29-30). O Novo Testamento pressupõe o que ensina o Velho Testamento de que há um só Deus e explicitamente repete esta mensagem muitas vezes.


"Visto que Deus é um só o qual justificará" (Romanos 3:30).


“Não há senão um só Deus” (I Corintios 8:4).

"Para nós há um só Deus, o Pai" (I Corintios 8:6).

"Mas Deus é um" (Gálatas 3:20).

"Um só Deus e Pai de todos" (Efésios 4:6).

"Porquanto há um só Deus" (I Timóteo 2:5).

"Tu crês que há um só Deus; fazes bem: os demônios também acreditam, e tremem" (Tiago 2:19).

Novamente, a Bíblia chama Deus de o Santo (I John 2:20). Há um trono no céu e apenas um senta nele (Apocalipse 4:2).

Em capítulos subseqüentes nós exploraremos em maior profundidade, o monoteísmo do Novo Testamento, mas os anteriores versos da Bíblia são suficientes para estabelecer que o Novo Testamento ensina que Deus é um.

Conclusão

Como nós vimos, a Bíblia inteira ensina um monoteísmo estrito. O povo de Deus sempre foi identificado com a mensagem de um - único Deus. Deus escolheu Abraão por sua disposição de abandonar os deuses de sua nação e do seu pai e adorar o único Deus verdadeiro (Gênese 12:1-8). Deus castigou Israel todas as vezes que o povo começou a adorar outros deuses, e adoração politeísta foi uma das principais razões para que Deus finalmente os enviasse para o cativeiro (Atos 7:43). O Salvador veio ao mundo através de uma nação (Israel) e através de uma religião (o Judaísmo) cujo povo tinha se libertado finalmente do politeísmo. Eles eram completamente monoteístas.

Hoje, Deus ainda exige para Ele uma adoração monoteísta. Nós na igreja somos os herdeiros de Abraão pela fé, e essa posição de honra exige que tenhamos a mesma fé monoteísta no Deus de Abraão (Romanos 4:13-17). Como cristãos no mundo jamais temos que deixar de exaltar e proclamar a mensagem de que há apenas um único e verdadeiro Deus vivo.

A Unicidade de Deus

 Capítulo 2. A NATUREZA DE DEUS


"Deus é Espírito: e importa que os seus  adoradores o adorarem em espírito e em verdade" (João 4:24).


Para continuarmos nosso estudo sobre a unicidade de Deus, é essencial que saibamos mais sobre a natureza de Deus. Claro que, nossas mentes humanas são limitadas e não podem naturalmente descobrir ou compreender tudo que há para ser conhecido com relação a Deus, mas a Bíblia descreve com clareza muitas características importantes e atributos que Deus possui. Neste capítulo nós discutiremos alguns dos atributos de Deus que os fazem Deus  - esses que formam uma parte essencial e substancial de sua natureza. Nós também estudaremos alguns dos modos nos quais Deus revelou a sua natureza à humanidade, particularmente por manifestações visíveis.

Deus É Espírito

Jesus proclamou esta verdade em João 4:24. A Bíblia revela se maneira consistente, desde Gênese 1:2 (" E o Espírito de Deus movia sobre a face das águas") até Apocalipse 22:17 (" E o Espírito e a noiva dizem, Vem"). Hebreus 12:9 chama Deus de Pai dos espíritos.

O que é um espírito? O Dicionário de Webster inclui em sua definição da palavra o seguinte": UM ser sobrenatural, um ser incorpóreo, racional.geralmente invisível aos seres humanos mas que tem o poder para ficar visível segundo  à sua vontade. um ser que tem uma natureza incorpórea" ou imaterial. [2] a palavra hebraica traduzida como espírito é ruwach, e pode significar vento, respiração, vida, raiva, sopro, sem substancialidade, região do céu, ou espírito de um ser racional. A palavra grega traduzida por espírito, pneuma, pode significar uma corrente de ar, respiração, sopro, explosão, vento, brisa, espírito, alma, princípio vital, disposição, anjo, demônio, ou Deus. [3] todas essas definições enfatizam que um espírito não tem carne e ossos (Lucas 24:39). Semelhantemente, Jesus indicou que o Espírito de Deus não tem carne e sangue (Mateus 16:17). Assim, quando a Bíblia diz que Deus é Espírito, significa que Ele não pode ser visto ou pode ser tocado fisicamente por seres humanos. Como um Espírito, ele é um Ser inteligente, sobrenatural que não tem um corpo físico.

Deus É Invisível

Considerando que Deus é um Espírito, Ele é invisível a menos que Ele escolha se manifestar em alguma forma visível para homem. Deus falou para Moises, “Tu não poderás ver a minha face: porquanto nenhum homem verá a minha face, e viverá" (Êxodo 33:20). "Ninguém jamais viu a Deus” (João 1:18; I João 4:12). Não apenas ninguém jamais viu a Deus, como algum homem é capaz de ver Deus (I Timóteo 6:16). Várias vezes a Bíblia descreve Deus como invisível (Colossenses 1:15; I Timóteo 1:17, Hebreus 11:27). Embora o homem possa ver Deus quando Ele aparece em várias formas, nenhum homem pode ver o Espírito invisível de Deus diretamente.

Deus É Onipresente (Presente Em todos Os lugares)

Porque Deus é um Espírito Ele pode estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele é o único Espírito que é verdadeiramente onipresente; para todos os outros espíritos como demônios, anjos e o próprio Satanás podem ser limitados, a locais específicos (Marcos 5:10; Judas 6; Apocalipse 20:1-3).

Embora Deus seja onipresente, nós não O podemos comparar com a natureza, substância, ou forças do mundo (o que seria panteísmo), porque Ele tem individualidade, personalidade, e inteligência reais.

Salomão reconheceu a onipresença de Deus quando orou na dedicação do Templo, dizendo: “Veja, o céu e até o céu dos céus não podem conter” (I Reis 8:27; veja II Crônicas 2:6; 6:18). Deus declarou sua onipresença dizendo: “O céu é meu trono, e a terra é o estrado dos meus pés" (Isaias 66:1; veja também Atos 7:49). Paulo pregou que o Senhor não está “longe de cada um de nós: Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (Atos 17:27-28). Talvez a mais bela descrição da onipresença de Deus encontramos no Salmo 139:7-13: “Para onde ausentarei do teu espírito? Para onde eu fugirei de tua presença? Se eu subo aos céus, tu lá estás: se eu arrumar minha cama no mais profundo do abismo, veja, tu lá estás também. Se tomar às asas da alvorada, e me detenho nos confins dos mares; Ainda lá me conduzirá, e a tua mão direita me segurará. Se eu disser, Seguramente a escuridão me cobrirá; até mesmo a noite estará clara sobre mim. Até as próprias trevas não te serão escuras: a escuridão e a luz são ambos semelhante para ti. Pois tu formaste o meu interior: tu me teceste no” útero de minha mãe.

Se Deus é onipresente, por que a Bíblia O descreve como estando no céu? Há  várias razões. (1) Esse fato ensina que Deus é transcendental. Em outras palavras, Ele está além da compreensão humana e Ele não está limitado a esta terra. (2) Essa descrição se refere ao centro do raciocínio e atividade de Deus  - sua própria matriz, por assim dizer. (3) Ele se refere à presença imediata de Deus; quer dizer, a totalidade da glória e do poder Deus a que nenhum homem mortal pode ver e ainda pode continuar vivo (Êxodo 33:20). (4) , pode se referir também à manifestação visível de Deus aos anjos nos céus. Não significando isso, no entanto que Deus não esteja onipresente, não que esteja limitado a um lugar, ou é limitado a um corpo.

Semelhantemente, quando a Bíblia diz que Deus veio para terra ou se apareceu a um homem, ele não nega a sua onipresença. Ela simplesmente significa que o foco da sua atividade se deslocou para a terra pelo menos no que se refere a determinado indivíduo ou uma certa situação. Quando Deus vem à terra, o céu não se torna vazio. Ele continua no céu como sempre. Ele pode agir simultaneamente no céu e na terra, ou em vários locais em terra. É muito importante que reconheçamos a magnitude da onipresença de Deus e não a limitemos à nossa experiência humana.

Deus Tem Corpo?

Sendo Deus um Espírito invisível e onipresente, Ele certamente não tem um corpo do modo como entendemos que um corpo seja. Ele realmente assumiu várias formas e manifestações temporárias ao longo do Velho Testamento de forma que o homem pudesse vê-lo. (Veja a seção depois em teofanías neste capítulo.) Porém, a Bíblia não registra qualquer manifestação corpórea permanente de Deus até o nascimento de Jesus Cristo. Claro que, em Cristo, Deus teve um corpo humano e agora tem um glorificou, corpo humano imortal.

Fora das manifestações temporárias de Deus e fora da revelação de Deus em Cristo no Novo Testamento, acreditamos que as referências bíblicas encontradas aos olhos, mãos, braços, pés, coração, e outras partes do corpo de Deus sejam exemplos de linguagem figurativa ou antropomorfismos (interpretações de algo não humano em termos humanos de forma que homem possa entender).

Em outras palavras, a Bíblia descreve o Deus infinito em termos humanos finitas, para que nós O possamos compreender melhor. Por exemplo, o coração de Deus denota seu intelecto e as suas emoções, não um órgão bombeador  do sangue- (Gênesis 6:6; 8:21). Quando Deus disse que o céu era o seu trono e terra era estrado de seus pés, Ele descreveu a sua onipresença, não um par de pés literalmente sustentados sobre o globo (Isaias 66:1). Quando Deus disse que a sua mão direita estendeu os céus, Ele descreveu o seu grande poder e não uma grande mão desdobrando os céus (Isaias 48:13). "Os olhos do SENHOR estão em todo lugar" não signifique que Deus tem olhos físicos em todos os locais, mas indica sua onipresença e onisciência (Provérbios 15:3). Quando Jesus expulsou demônio pelo dedo de Deus, Ele não baixou um dedo gigantesco vindo dos céus, mas Ele exercitou o poder de Deus (Lucas 11:20). O refolgar das narinas de Deus não era partículas literais emitidas por narinas divinas gigantescas, mas o vento oriental forte enviado por Deus para separar o Mar Vermelho (Êxodo 15:8; 14:21). Na realidade, a interpretação literal de todas as visões e descrições físicas de Deus nos levariam a acreditar que Deus tem asas (Salmo 91:4) ou rodas (Daniel 7:9). Em resumo, nós acreditamos em Deus como um Espírito não tem corpo a menos que Ele escolha se manifestar em uma forma corpórea como Ele o fez na pessoa de Jesus Cristo. (Veja Capítulo  4 - JESUS É DEUS.)

Alguns dizem que no Testamento Velho Deus tinha um corpo espiritual visível aos outros seres espirituais como os anjos. Eles levantam esta hipótese porque os espíritos humanos parecem ter uma forma capaz de ser reconhecida pelos outros espíritos (Lucas 16:22-31) e porque algumas passagens indicam que os anjos e Satanás presenciaram uma manifestação visível de Deus no Velho Testamento (I Reis 22:19-22; Jó 1:6). Porém, Deus não precisava de um corpo espiritual para fazer isto porque Ele perderia ter se manifestado por várias vezes a outros espíritos da mesma maneira como se manifestou ao homem. Um verso fundamental da Bíblia insinua que comumente Deus não é mesmo visível aos seres espirituais a menos que Ele escolha se manifestar de algum modo": Deus foi manifesto na carne. "contemplado por anjos (I Timóteo 3:16). Finalmente, se Deus tivesse mesmo algum tipo de corpo espiritual Ele certamente não estaria limitado a isto como outros seres espirituais estão confinados a seus corpos; para então Ele não seria verdadeiramente onipresente. Por exemplo, a onipresença de Deus significa que Ele poderia ter aparecido simultaneamente aos homens na terra e aos anjos nos céu. Precisamos ter em mente, Também, que nos tempos do Novo Testamento Deus escolheu se revelar completamente através de Jesus Cristo (Colossenses 2:9). Não há nenhuma possibilidade de separar Deus e Jesus, e não há outro Deus visível fora de Jesus.

Deus é Onisciente (Conhece Tudo)

Salmo 139:1-6 nos ensina que Deus sabe todas as coisas, inclusive nossos movimentos, pensamentos, caminhos, modos, e palavras. Jó confessou: " Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus pensamentos pode ser frustrados " (Jó 42:2). Deus tem o conhecimento completo de todas as coisas, inclusive o conhecimento antecipado do futuro (Atos 2:23). Como a onipresença, onisciência são  atributos que pertence somente a Deus. Ele é “o único Deus sábio" (I Timóteo 1:17). A Bíblia não identifica nenhum outro ser (inclusive Satanás) que possa ler todos os pensamentos do homem, pode prever o futuro com exatidão, ou pode saber tudo que há para ser conhecido.

Deus é Onipotente (Todo Poderoso)

Muitas vezes ao longo da Bíblia, Deus chama a si mesmo de Todo-poderoso (Gênesis 17:1; 35:11, etc.). Ele tem todo o poder que existe, e nenhum ser pode exercer qualquer poder a menos que Deus permita isto (Romanos 13:1). Novamente, só Deus é onipotente, pois só um ser pode ter todo o poder. I Timóteo 6:15 descreve Deus como “Bendito e único soberano, o Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.Os santos de Deus nos céus proclamarão “Aleluia: pois reina o Senhor nosso Deus o Todo-poderoso" (Apocalipse 19:6). Deus descreve sua grande onipotência maravilhosamente em Jó, capítulos 38 a 41.

As únicas limitações que Deus tem são aquelas que Ele coloca de boa vontade em si mesmo ou aquelas sendo o resultado de sua natureza moral. Considerando que Ele é santo e sem pecado, Ele permanece dentro de suas próprias limitações morais. Então, é impossível, portanto para Deus mentir ou contradizer Sua própria Palavra (Tito 1:2; Hebreus 6:18).

Deus é Eterno

Deus é eterno, imortal, e perpétuo (Deuteronômio 33:27; Isaias 9:6; I Timóteo 1:17). Ele é o primeiro e o último (Isaias 44:6). Ele não tem começo e não terá fim; outros seres espirituais, inclusive o homem, são imortais no que se refere ao futuro, mas só Deus é eterno no passado e no futuro.

Deus é Imutável (Não Muda)

O caráter e os atributos de Deus nunca mudam “: Porque eu sou o SENHOR, não mudo (Malaquias 3:6). É verdade que Deus às vezes se arrepende (muda seu curso de ação em relação ao homem), mas isso acontece porque o homem muda suas ações. A natureza de Deus permanece a mesma; apenas Seu futuro curso de ação se modifica para responder às mudanças do homem. Por exemplo, o arrependimento de Nínive fez Deus mudar seus planos de  destruir aquela cidade (Jonas 3:10). A Bíblia também, às vezes fala do arrependimento de Deus no sentido de comover-se ou entristecer-se mas do que no sentido de mudança no seu pensamento (Gênesis 6:6)”.

Deus Tem Individualidade, Personalidade, e Racionalidade

Deus é um ser inteligente com vontade (Romanos 9:19) e capacidade de raciocinar (Isaias 1:18). Ele tem uma mente inteligente (Romanos 11:33-34). O fato de o homem ser capaz de ter emoções  indica que Deus tem emoções, pois o homem foi criado por Deus à sua própria imagem (Gênese 1:27). A natureza emocional essencial de Deus é o amor, mas Ele tem muitas emoções tais como prazer, piedade ou compaixão, ódio ao pecado e zelo pela retidão (Salmo 18:19; Salmo 103:13; Provérbios 6:16; Êxodo 20:5). Ele demora enfurecer, mas Ele pode ter sua ira  provocada (Salmo 103:8; Deuteronômio 4:25). Deus pode ser afligido (Gênese 6:6) e santificado (Salmo 103:1). Claro que, suas emoções transcendem nossas emoções, mas podemos descrevê-lo usando condições que descrevem emoções humanas. (Para mais prova del que Deus é um ser individual com personalidade e racionalidade, veja as discussões neste capítulo a respeito da onisciência de Deus e seus atributos morais.)

Os Atributos Morais de Deus

"Deus é amor" (I John 4:8, 16). Amor é a essência de Deus; ele é sua mesma natureza. Deus tem muitas outras qualidades e atributos muitos dos quais prolongamentos do seu amor.

Tabela 1: A Natureza Moral de Deus

1

Amor

I João 4:8

2

Luz

I João 1:5

3

Santidade

I Pedro 1:16

4

Misericórdia

Salmo 103:8

5

Bondade

Salmo 18:35

6

Retidão

Salmo 129:4

7

Bondade

Romanos 2:4

8

Perfeição

Mateus 5:48

9

Justiça

Isaias 45:21

10

fidelidade

I Corintios 10:13

11

Verdade

João 17:17

12

Graça

Salmo 103:8

Estes atributos morais de Deus não são contraditórios, antes operam em harmonia. Por exemplo, a santidade de Deus exigiu uma separação imediata entre Deus e o homem quando o homem pecou. Então, a justiça e a retidão de Deus exigiam a morte como a penalidade do pecado, mas o amor e a misericórdia de Deus procuraram o perdão. Deus satisfez tanto a justiça quanto a misericórdia pela morte de Cristo no Calvário e do plano de salvação que daí resultou.

Nós desfrutamos os benefícios da misericórdia de Deus quando nós aceitarmos a obra expiatória de Cristo e a aplicamos à nossas vidas pela fé. Quando nós aceitamos e obedecemos pela fé o plano de salvação de Deus, Deus imputa a retidão de Cristo a nós (Romanos 3:21-5:21). Então, Deus pode nos perdoar justamente do pecado (I João 1:9) e pode nos restabelecer a comunhão com Ele sem violar sua santidade.

A morte do Cristo inocente, e sem pecado e a imputação da justiça de Cristo em nós satisfizeram à justiça e à santidade de Deus. Porém, se nós rejeitarmos a expiação de Cristo, seremos deixados sós para enfrentar o julgamento de Deus. Neste caso sua santidade exige separação do homem pecador e sua justiça exige a morte para o homem pecador. Assim justiça e misericórdia são aspectos complementares, não contraditórios, da natureza de Deus, como é a santidade e o amor. Se nós aceitamos o amor e a misericórdia de Deus Ele nos ajudará a satisfazer a sua justiça e santidade. Se nós rejeitamos o amor de Deus e a sua misericórdia nós temos que enfrentar sozinhos a sua justiça e santidade (Romanos 11:22).

Claro que, a lista anterior não contém naturalmente de modo exaustivo as qualidades de Deus. Deus é transcendental e nenhum ser humano pode compreendê-lo completamente. "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos são meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim são meus caminhos mais alto que vossos caminhos, e meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos" (Isaias 55:8-9). "Ó profundidade das riquezas tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” (Romanos 11:33-34).

Teofanías

Um meio pelo qual Deus se revelava ao nível do homem e tratava com eles no Velho Testamento era através da teofanías. Uma teofanía é uma manifestação visível de Deus, e nós normalmente pensamos nelas como de natureza temporária. Como temos visto, Deus é invisível ao homem. Ele se manifestou em uma forma física. Embora ninguém possa ver o Espírito de Deus, podemos ver uma representação de Deus. Aqui segue alguns modos nos quais Deus escolheu se manifestar no Velho Testamento.

A Abraão Deus apareceu em uma visão, como um fogareiro de fumegante como uma tocha de fogo, e como um homem (Gênesis 15:1; 15:17; 18:1-33). Neste último exemplo, Deus e dois anjos apareceram na forma de três homens (18:2) e comeram comidas providas por Abraão. Os dois anjos partiram para Sodoma enquanto Deus permaneceu para falar com Abraão (Gênesis 18:22; 19:1).

Deus apareceu a Jacó como um homem e com um sonho (Gênesis 28:12-16; 32:24-32). Na ocasião posterior Jacó lutou com o homem e proclamou, “eu vi Deus cara a cara”.A Bíblia também descreve essa aparição como" o anjo" (Oséias 12:4).

Deus apareceu a Moises em uma nuvem de glória e como fogo no Monte Sinai, falou cara a cara com ele no Tabernáculo, e revelou a ele sua parte de trás (glória parcial), mas não sua face (toda Sua glória) (Êxodo 24:12-18; 33:9-11; 33:18-23). Estas referências à face de Deus e a glória de Deus provavelmente são metáforas da presença de Deus e poderia aplicar a muitos tipos diferentes de manifestações.

Deus se manifestou à vista de todo o Israel por trovão, raios, nuvem, e voz de trombeta, fumaça, fogo, e terremotos (Êxodo 19:11-19; Deuteronômio 5:4-5, 22-27). Ele também mostrou a sua glória e enviou fogo de sua  presença à vista de todo o Israel (Leviticos 9:23-24; 10:1-2).

Jó viu Deus em um vendaval (redemoinho) (Jó 38:1; 42:5).

Vários profetas tiveram visões de Deus (Isaias 6; Ezequiel 1:26-28; 8:1-4; Daniel 7:2, 9; Amos 9:1). A Ezequiel Ele apareceu na forma de um homem, envolto em fogo. Para Daniel Ele apareceu em uma visão noturna como o Ancião de Dias. Muitos outros versos da Bíblia nos falam que Deus apareceu a alguém mas não descreve de que maneira que Ele o fez. Por exemplo, Deus apareceu a Abraão, Isaque, Jacó, e Samuel (Gênesis 12:7; 17:1; 26:2, 24; 35:9-15; I Samuel 3:21). Semelhantemente, Deus desceu sobre o  Monte Sinai e permaneceu com Moises, revelou-se a setenta e quatro líderes de Israel, desceu em um pilar de nuvem e se levantou em frente a Moises, Arão, e Miriã, encontrou-se com Balaão à noite, e em mais duas outras ocasiões (Êxodo 34:5; 24:9-11; Numeros12:4-9; 23:3-10, 16-24).

Além dos aparecimentos mencionados acima, a Bíblia registra outras manifestações que muitos acreditam ser o próprio Deus. Em Josué 5:13-15, um homem que trazia uma espada na mão, apareceu a Josué e se identificou como o" príncipe do exército  do SENHOR." Esse título e o fato de que ele não repreendeu Josué por adora-lo (diferente de Apocalipse 19:9-10; 22:8-10) sugerem que esta foi realmente uma manifestação de Deus. Por outro lado, o teor desta passagem abre a possibilidade de que Josué não adorou o príncipe, mas a Deus por causa do aparecimento do príncipe.

O Anjo do SENHOR

Algum dos numerosos aparecimentos do “anjo do SENHOR" parecem ser teofanías. O anjo do SENHOR apareceu a Hagar, falou como se fosse Deus, e foi chamado Deus por ela (Gênesis 16:7-13). A Bíblia diz o anjo do SENHOR aparecido a Moises no arbusto ardente, mais a seguir afirma que Deus falou com Moises naquela ocasião (Êxodo 3; Atos 7:30-38). Êxodo 13:21 diz que o SENHOR ia adiante de Israel em uma coluna de nuvem, enquanto Êxodo 14:19 diz que o anjo de Deus era a coluna de nuvem. O anjo do SENHOR apareceu a Israel em Juízes 2:1-5 e falou como Deus. Juízes 6:11-24 descrevem o aparecimento do anjo do SENHOR a Gideão e a seguir diz que o SENHOR olhou para Gideão. Novamente, o anjo do SENHOR apareceu a Manoá e à sua esposa, e eles acreditaram ter visto a Deus (Juizes 13:2-23).

Em outras visitações do anjo do SENHOR não encontramos indícios de que fossem manifestações do próprio Deus, mas freqüentemente as pessoas entendem que sim. Exemplos disso são os aparecimentos a Abraão no Monte Moriá e a Balaão (Gênesis 22:11-18; Números 22:22-35). Às vezes o anjo do SENHOR não é claramente uma manifestação de Deus, mas um anjo identificado como um outro ser separado diferente do SENHOR Deus. Exemplos disso são os aparecimentos a Davi e a Zacarias (II Samuel 24:16; I Crônicas 21:15-30; Zacarias 1:8-19). (Veja Capítulo 7 – EXPLICAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO  para discussão adicional.) O anjo do Senhor no Novo Testamento é aparentemente nada além de um anjo, e com certeza não se trata de Jesus Cristo (Mateus 1:20; 2:13; 28:2; Atos 8:26).

Analisando todos estes versos da Bíblia, dizem alguns que o anjo do SENHOR sempre é uma manifestação direta de Deus. Porém, alguns dos exemplos mencionados acima não apóiam de fato esta visão e dois deles contradizem isto. Outros dizem o anjo do SENHOR é uma manifestação de Deus em alguns exemplos e não em outros. Esta segunda visão parece ser consistente com a Bíblia.

Porém, uma terceira visão é que o anjo do SENHOR nunca é o SENHOR, mas sempre literalmente um anjo. Para apoiar esta última visão, dando ênfase que anjos são porta-vozes, mensageiros, e agentes de Deus. Em outras palavras, esta visão sustenta ser apropriado dizer" o SENHOR disse" ou" o SENHOR fez" embora Ele dissesse ou fizesse pela intervenção de um anjo. De acordo com esse ponto de vista, a descrição de um ato de Deus relatado como um aparecimento angelical é um modo resumido de dizer que Deus agiu através do anjo. Desde que os escritores bíblicos deixaram claro desde os princípios dos relatos, que um anjo foi o agente direto, nenhuma ambigüidade ou discrepância precisa existir. Sob esse raciocínio, as pessoas que reconheceram a visitação de Deus ou estavam enganadas na sua crença que tinham visto o próprio Deus ou, mais plausivelmente, reconheceram que Deus estava usando um anjo para falar com eles e então se dirigiu a Deus pelo anjo. Não há outro modo para reconciliar esta terceira visão com versos de Bíblia que identifica o anjo do SENHOR com o próprio SENHOR: isto é, o anjo apareceu visivelmente, mas o SENHOR também estava presente de maneira invisível. Assim sendo, as referências ao SENHOR agindo ou falando podem significar literalmente o SENHOR e não o anjo.

Resumindo, é evidente que o anjo do SENHOR no Velho Testamento não era sempre Deus mesmo. Uma pessoa pode argumentar plausivelmente que o anjo do SENHOR nunca era uma real teofanía, mas não pode combater seriamente que o anjo do SENHOR era sempre uma teofanía. A explicação mais simples é que a expressão, “O anjo do SENHOR”, às vezes se refere a uma teofanía de Deus, mas outras vezes denota nada além de um simples anjo.

Um estudioso trinitariano resume assim o ponto de vista predominante como segue:


"No Velho Testamento o anjo do SENHOR poderia ser apenas um mensageiro de Deus (a própria palavra em hebraico  significa mensageiro), distinto do próprio Deus (2 Sam. 24:16), ou ele poderia ser identificado com o próprio SENHOR que fala na primeira pessoa. é típico das teofanías do Velho Testamento o fato de Deus não poder ter sua forma delineada. Deus é livre para tornar sua presença conhecida, mesmo quando os seres humanos precisam ser protegidos de sua presença imediata". [4]


Melquesedeque

Muitos consideram Melquesedeque como um teofanía (Gênesis 14:18). Hebreus 7:3 diz que ele era sem pai, mãe, e sem genealogia. Isto poderia significar que ele era Deus em forma humana, ou simplesmente poderia significar que a origem genealógica dele não foi registrada. Hebreus 7:4 o chama de homem. Indiferentemente ao fato de ser considerado um homem comum ou uma teofanía de Deus em forma de homem, ele foi um tipo ou símbolo de Cristo (Hebreus 7:1-17).

O Quarto Homem no Fogo

Uma suposta teofanía é o quarto homem que apareceu no fogo quando foram lançados Sadraque, Mesaque, e Abedenego na fornalha (Daniel 3:24-25). O rei pagão que Nebucodonozor disse, “Eu, porém vejo quatro homens soltos... e o aspecto do quarto é semelhante a um Filho dos deuses" (Daniel 3:25). Algumas versões dizem “Ao Filho de Deus” Porém, no idioma original (aramaico) não existe o artigo definido antes da palavra Filho; quer dizer, não há o artigo o antes de Filho nesta passagem. O NIV e ABA fazem esta frase como “um filho dos deuses”.O rei estava usando terminologia pagã e não tinha nenhum conhecimento da vinda do único Filho de Deus. Provavelmente o rei viu um anjo, porque ele descreveu esta manifestação como um anjo (Daniel 3:28). Parece que a expressão “um filho dos deuses" pode se referir a seres angelicais (Jó 38:7). No máximo, o que Nebucodonozor viu pode ter sido apenas uma temporária teofanía de Deus. Certamente, esta não era uma visão do Filho de Deus descrita no Novo Testamento, porque o Filho ainda não tinha nascido e a filiação não tinha ainda começado. (Veja Capítulo 5 – O FILHO DE DEUS.)

Há Teofanías No Novo Testamento?

O Novo Testamento não registra nenhuma teofanías de Deus em forma humana a não ser Jesus Cristo. Claro que, Cristo era mais que uma teofanía; Ele não era só Deus aparecendo-se na forma de um homem, mas Ele era Deus vestido com verdadeiro corpo e natureza humana. O anjo do Senhor em Mateus 1:20, 2:13, 28:2 e Atos 8:26 parece ser apenas um anjo e nada mais; não há evidência em contrário. Está claro nessas passagens que o anjo não é Jesus Cristo. Isto está de acordo com a conclusão de que o anjo do SENHOR no Velho Testamento não era sempre o próprio SENHOR. A único possível teofanía do Novo Testamento é a pomba no batismo de Cristo. (Veja Capítulo 8 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO : OS EVANGELHOS  para um estudo completo a respeito da pomba e a razão especial para seu aparecimento).

Por que essa falta de teofanías no Novo Testamento? A razão é que não há nenhuma necessidade delas. Deus se revela completamente em Jesus Cristo. Jesus descreve e revela completamente o Pai (João 1:18). Jesus é a imagem expressa do Deus invisível, o brilho de sua glória, e a imagem expressa de sua pessoa (Colossenses 1:15; Hebreu 1:3).

Conclusão

No Velho Testamento Deus escolheu revelar aspectos de sua natureza  ao homem, através de várias teofanías. Na era do Novo Testamento, a revelação progressiva de Deus através das teofanías; culminou e encontrou cumprimento perfeito em  Jesus Cristo. Isso nos leva aos  Capítulo 3 – OS NOMES E TÍTULOS DE DEUS e Capítulo 4 - JESUS É DEUS e à grande verdade que Jesus e o único Deus do Velho Testamento..

The Oneness of God

Capítulo 3. OS NOMES E TÍTULOS DE DEUS

 "E não há salvação em nenhum outro: porque debaixo de céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, por meio do qual devemos ser salvos" (Atos 4:12).


Embora o homem não possa compreender completamente a Deus, Deus empregou vários métodos para se revelar à humanidade. Um destes métodos é o uso de diferentes nomes ou títulos para identificar a si mesmo.

O Significado de um Nome

A escolha de um nome nos tempos da Bíblia, especialmente nos tempos do Velho Testamento, era muito mais significativo do que costuma ser em nossos dias. As pessoas usavam nomes freqüentemente para revelar algo sobre as suas características, história, ou natureza de indivíduos, e Deus também agiu assim. Assim, Deus mudou o nome de Abrão (significando pai exaltado) para Abraão (pai de uma multidão), e o nome de Jacó (suplantador) para Israel (o que luta como Deus). Até mesmo no Novo Testamento, Jesus mudou o nome de Simão (audição) para Pedro (rocha). As citações da Bíblia Amplificada em nota de rodapé em I Reis 8:43 Faz uma citação de Davis no Dicionário Bíblico, do Comentário de Ellicott sobre a Bíblia, e do Novo Dicionário Bíblico para destacar o significado do nome de Deus. Saber o nome de Deus é testemunhar a manifestação desses atributos e temer aquele caráter que o nome denota. O nome de Deus, quer dizer, a sua própria revelação. O nome significa a presença ativa da pessoa na perfeição do caráter revelado.”Os professores Flanders e Cresson da Universidade de Baylor afirmam:” para os antigos, o nome é à parte da pessoa, é uma extensão da personalidade do indivíduo." [5]

Deus usou alguns nomes como meios aos poucos, se auto-revelar. Por exemplo, em Êxodo Deus disse: 6:3 “Eu me apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, pelo nome de Deus Todo-poderoso, mas pelo meu nome JEOVÁ eu não lhes fui conhecido”.Versos 4 a 8 tornam claro que o significado do nome Senhor ou Jeová para Israel estava associado com redenção e salvação. Nós sabemos que Abraão realmente usou o nome Jeová (Gênese 22:14); porém, Deus não fez conhecido a ele o significado completo deste nome em seu aspecto redentor. Assim, em Êxodo 6:3 Deus prometeu se revelar a Si próprio ao seu povo de uma nova maneira. Quer dizer, Ele começou a associar o seu nome com uma compreensão nova do seu caráter e presença.

Além de usar nomes para manifestar seu caráter, Deus usou seu nome para manifestar sua presença. Por ocasião da dedicação do Templo, Salomão reconheceu que Deus era onipresente e que nenhum templo O federia conter (I Reis 8:27). Como Deus preenche o universo, Salomão perguntou como o Templo, uma estrutura artificial erguida pelo homem, poderia conter Deus. Então ele respondeu à sua própria pergunta lembrando Deus de sua promessa: “O meu nome estará ali" (I Reis 8:29). Embora a onipresença de Deus não pudesse ser limitada ao Templo, contudo a plenitude de Seu caráter representado por seu nome poderia habitar ali.

Salomão continuou orando: "afim de que todos as pessoas da terra possam saber o seu nome" (I Reis 8:43). Mais uma vez, isto une o nome de Deus com a revelação de seu caráter. O próprio Deus usou o conceito de seu nome para representar a revelação de sua natureza e poder. Ele disse ao Faraó: “Mas deveras para isso te hei mantido, a fim de mostrar-te o meu poder; e para que seja o meu nome anunciado em toda a terra" (Êxodo 9:16).

O nome de Deus representa Sua autoridade também como o seu poder. Por exemplo, Ele revestiu com a autoridade de seu nome o anjo que conduziu os Israelitas (Êxodo 23:21). Esse anjo provavelmente era uma teofanía de Deus uma vez que a passagem expressa a idéia de que o anjo agiu com toda a autoridade do próprio Deus.

O nome de Deus representa o seguinte: (1) A presença de Deus, (2) A revelação de Seu caráter, (3) Seu poder e (4) Sua autoridade.

Aqui estão outros pontos que demonstram a importância dada por Deus ao Seu próprio nome:

1. Deus exige temor (reverência, respeito) a Seu nome (Deuteronômio 28:58-59). Ele ordena que o homem não tome Seu nome em vão (Êxodo 20:7).

2. Deus adverte Seu povo a não se esquecer do seu nome (Salmo 44:20-21; Jeremias 23:25-27).

3. Deus promete uma bênção a todo aquele que conhecer o Seu nome (Salmo 91:14-16). Há uma bênção também para aqueles que se lembram do Seu nome (Malaquias 3:16).

Tendo em mente o seu significado, vamos examinar alguns nomes usados para Deus no Velho Testamento.

Nomes ou Títulos de Deus No Velho Testamento

Abaixo temos uma lista das palavras primeiro usadas para designar Deus no Antigo Testamento. [6]

Lista 2: Nomes Para Deus No Antigo Testamento

 

Português

Hebraico

Exemplos nas Escrituras

1

Deus

Elohim

Gênesis 1:1

2

Deus

El

Gênesis 14:18

3

Deus

Eloah

Neemias 9:17

4

Deus

Elah (forma aramaica)

Daniel 2:18

5

DEUS

YHWH (Yahweh)

Gênesis 15:2

6

SENHOR

YHWH ou YH

Gênesis 2:4

7

JEOVÁ

YHWH

Êxodo 6:3

8

JAH

YH (Yah)

Salmo 68:4

9

Deus

Adon

Joshua 3:11

10

Deus

Adonai

Gênesis 15:2

11

EU SOU QUE EU SOU

Asher de Eheyeh Eheyeh

Êxodo 3:14

12

EU SOU

Eheyeh

Êxodo 3:14

13

Deus Altíssimo

El-Elyon

Gênesis 14:18

14

O Deus de visão

El-Roiy

Gênesis 16:13

15

Deus todo-poderoso

El-Shaddai

Gênesis 17:1

16

Deus perpétuo

El-Olam

Gênesis 21:33

El significa força, poder, todo poder, ou, por extensão, divindade. Eloah é provavelmente um derivado de el, e se refere sempre à Divindade. Elah é a forma aramaica (Caldéia) de Eloah. Elohim é a forma plural de Eloah, e o Antigo Testamento usa essa palavra mais do que qualquer outra, para significar Deus. Neste caso, o plural no hebraico, nesse caso, é uma forma intensiva de denotar a grandeza, majestade, e os atributos múltiplos de Deus. (Veja Capítulo 7 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO.) A Bíblia  usa também a palavra elohim para se referir a falsos deuses (Juizes 8:33), seres espirituais (I Samuel 28:13), e a governadores e juízes (Salmo 82). Nestes casos é traduzido deus ou deuses. Adon significa governador, dono, ou senhor tanto humano, como angelical, ou divino. Adonai é a forma enfática de Adon, e especificamente se refere ao Senhor (Deus).

Yahweh (Jeová) é o nome redentor de Deus no Antigo Testamento (Êxodo 6:3-8), e o nome sem igual pelo qual o único Deus verdadeiro se distinguiu no Antigo Testamento de todos os outros deuses (Isaias 42:8). Significa "Aquele que é por si mesmo, ou o Eterno”.Esse conceito também aparece nas expressões "EU SOU O QUE SOU" e "Eu SOU", usadas por Deus a Seu próprio respeito. Flandres e Cresson explicam que Yahweh é a forma da terceira pessoa do verbo "ser" em Hebraico. [7] Yahweh quer dizer "Ele é." Quando usado por Deus, a forma  verbal está na primeira pessoa, ou "Eu Sou." Em outras palavras, Yahweh e "Eu Sou" são formas diferentes do mesmo verbo. Além disso, ambas indicam uma existência ativa (possivelmente causadora ou criativa) muito mais que apenas uma existência passiva.

No inglês, Jah aparece uma vez na versão KJV como uma abreviação de Jeová (Salmos 68:4).  Jeová aparece apenas quatro vezes na versão KJV (Êxodo 6:3; Salmos 83:18; Isaias 12:2; Isaias 26:4) e apenas três vezes como parte de um nome composto (Gêneses 22:14; Êxodo 17:15; Juízes 6:24). Em todos os outros lugares, os tradutores da versão King James usam DEUS ou SENHOR (com maiúsculas) para representar YHWH ou sua abreviação YH. Na maioria das vezes eles usam SENHOR (exemplo: Gêneses 2:4),  usando DEUS apenas quando Adonai (Senhor) também  apareceu na mesma frase (exemplo: Gêneses 15:2).

Usando SENHOR para substituir YHWH, eles estavam apenas seguindo uma tradição judaica antiga de substituir Adonai por YHWH simplesmente quando estavam copiando ou lendo as Escrituras. Este costume surgiu porque os judeus quiseram salvaguardar de levar o nome de Deus em vão, o que violaria o Terceiro Mandamento (Êxodo 20:7). Eles pensavam que pela repetição constantemente do nome sagrado de Deus, poderiam começar a tratá-lo casualmente demais ou mesmo levianamente. O nome de Deus era tão santo e sagrado que eles não deveriam usá-lo.

Jesus e os apóstolos também seguiram este costume. O Novo Testamento usa a palavra grega kurios, significando Senhor, ao citar passagens do Antigo Testamento que usam YHWH (Mateus 3:3; 4:7, etc.).  

Como os antigos Hebreus não costumavam usar vogais escritas e desde que os judeus deixavam de pronunciar o nome sagrado, ninguém sabe qual era a pronúncia original de YHWH. Tudo que temos são as quatro letras hebraicas (chamadas tetragrama), que normalmente são traduzidas literalmente por YHWH ou JHVH e pronunciadas com Yahweh (Hebraico) ou Jeová (português). Vamos usar Jeová pelo resto do livro como é tradicionalmente usado em português e na versão KJV.

Nomes compostos de Jeová

Além das  designações já citadas para Deus, o Antigo Testamento  usa vários nomes compostos de Jeová para descrever Deus e mais completamente revelá-lo. Eles são listados no quadro abaixo.[8] Os números 1, 3, e 5  aparecem como tal na maioria das versões inglesas; o resto  aparece no Hebraico mas são traduzidos para o inglês. Além disso, o Novo Testamento usa ainda por duas vezes “o Senhor Sabaoth" (o Senhor dos Exércitos) (Romanos 9:29; Tiago 5:4).

Lista 3:                 Nomes Compostos de Jeová

 

Nome

Passágem

Significado

1

Jeová-jireh

Gêneses 22:14

O SENHOR verá (i.e. proverá).

2

Jeová-rapha

Êxodo 15:26

O SENHOR que cura, sara.

3

Jeová-nissi

Êxodo 17:15

O SENHOR nossa bandeira (i.e., vitória).

4

Jeová-m'kaddesh

Êxodo 31:13

O SENHOR que santifica

5

Jeová-shalom

Juízes 6:24

O SENHOR nossa paz

6

Jeová-sabaoth

I Samuel 1:3

O SENHOR dos Exércitos (Todo-Poderoso)

7

Jeová-elyon

Salmos 7:17

O SENHOR Altíssimo

8

Jeová-raah

Salmo 23:1

O SENHOR meu pastor

9

Jeová-hoseenu

Salmo 95:6

O SENHOR que nos criou

10

Jeová-tsidkenu

Jeremiah 23:6

O SENHOR Nossa Justiça

11

Jeová-shammah

Ezekiel 48:35

O SENHOR está presente (Ali)

A Revelação Progressiva Do Nome

Ficamos sabendo que, no Velho Testamento Deus revelou mais sobre Ele mesmo à medida que as necessidades surgiam na vida do homem, e Ele usou nomes para expressar esta auto-revelação. Quando Abraão precisou de um cordeiro para o sacrificio, Deus se revelou como Jeová-jireh, o SENHOR que provê. Quando Israel precisou de libertação, Deus revelou que o Seu nome Jeová tinha um significado anteriormente desconhecido com respeito a libertação e salvação (Êxodo 6:3-8). Quando Israel precisou de proteção para as  doença, Deus se revelou como Jeová-rapha, o SENHOR que cura. Quando  Israel precisou vencer seus inimigos, Deus se revelou como Jeová-nissi, o SENHOR nossa bandeira, i.e., vitória. Assim, os nomes e títulos descritos acima,  revelam todos aspectos importantes sobre a natureza de Deus.

Porém, nenhum deles é uma revelação completa da natureza de Deus. Muitas pessoas no Velho Testamento perceberam isto; eles desejaram saber mais a respeito de Deus e expressaram seu desejo pedindo para conhecer seu nome. Quando Jacó lutou com o homem em Peniel (uma manifestação de Deus), ele perguntou: “Dize-me, rogo-te”, como te chamas. Deus não lhe revelou Seu nome, mas o abençoou (Gênese 32:29). Manoá, o pai de Sansão, perguntou para o anjo do SENHOR qual era seu nome e recebeu a seguinte resposta": Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?" (Juizes 13:18). O profeta Agur perguntou a respeito de  Deus," qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?" (Provérbios 30:4), Ele estava olhando para o futuro, tentando saber com que nome Deus se revelaria quando Ele apareceria como o Filho. Zecarias profetizou que a hora virá quando o SENHOR será o rei sobre toda a terra, e que “aquele dia um será o SENHOR, e um só será o seu nome” (Zecarias 14:9).

O Nome Jesus

Quando  vier  a plenitude dos tempos, Deus satisfará os desejos do seu povo e revelará a Si próprio em todo Seu poder e gloria pelo nome de Jesus. Jesus é o equivalente grego para o nome hebraico Jehoshua (Números 13:16), Jeshua (Esdras 2:2), ou Joshua (Êxodo 17:9). Atos 7:45 e Hebreus 4:8 mostra que Jesus é o mesmo nome que Joshua. (Veja NIV.).

Jesus quer dizer Jeová-salvador, Jeová nossa Salvação, ou Jeová é Salvação. [9] Por isso  o anjo disse: "Ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de JESUS: porque ele salvará o seu povo dos pecados deles"  (Mateus 1:21). A identificação do nome  Jesus com salvação fica particularmente evidente porque a palavra grega para Jeshua é praticamente idêntico à hebraica para salvação, especialmente porque o hebraico antigo não usava vogais escritas. Na realidade, a Concordância Exaustiva Forte traduz Jeshua como Yeshuwa e a palavra hebraica para salvação como Yeshuwah. Embora outros agüentaram nome de Jehoshua, Joshua, ou Jesus, o Senhor Jesus Cristo é o único que de fato viveu de acordo com esse nome. Ele é o único que é de fato o que o nome descreve.

Jesus é a culminância de todos os nomes de Deus no Velho Testamento. Ele é o nome mais alto, o mais exaltado jamais revelado à humanidade. (Veja Capítulo  4 - JESUS É DEUS para a prova de que  Jesus preenche todos os onze nomes compostos de Jeová antes citados.) O nome de Jesus é o nome de Deus que Ele prometeu revelar quando Ele disse: "Por isso o meu povo saberá o meu nome" (Isaias 52:6). é o único nome de Zecarias 14:9 que encerra e inclui todos os outros nomes de Deus dentro de seu significado. A igreja do Novo Testamento é identificada pelo nome de Jesus. Na realidade Jesus disse que nós seríamos odiados entre todos os homens por causa do seu nome (Mateus 10:22). A Igreja Primitiva foi perseguida por causa do nome de Jesus (Atos 5:28; 9:21; 15:26), e eles consideraram isto um privilégio a ser contado merecedor para sofrer pelo seu nome (Atos 5:41). Pedro declarou que o homem manco (coxo) junto à porta do templo chamada Formosa foi curado “pelo nome de Jesus Cristo de Nazaré" (Atos 4:10). Ele explicou a supremacia e necessidade deste nome para que recebamos a salvação ": E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre homens, por meio de quem nós devemos ser salvados" (Atos 4:12). O Apóstolo Paulo escreveu: “Portanto Deus o exaltou altamente, e lhe deu um nome que está sobre todo nome: para que ao nome de Jesus se curve todo joelho, nos céus, na terra, e debaixo da terra" (Filipenses 2:9-10).

Por causa da posição exaltada deste nome, nós somos exortados confiar no nome de Jesus em tudo que fazemos ou dizemos “: E tudo o que fizerdes seja em palavra ou ação, fazei-o no nome do Senhor Jesus" (Colossenses 3:17). Nós ensinamos e oramos no nome de Jesus (Atos 4:17-18; 5:28). Nós expulsamos demônios, falamos em línguas, recebemos proteção e poder sobrenatural, e oramos pelos enfermos  - tudo no nome de Jesus (Marcos 16:17-18; Tiago 5:14). Sinais e maravilhas são operados pelo nome de Jesus (Atos 4:30). Oramos e fazemos pedidos a Deus no nome de Jesus (João 14:13-14; 16:23). Nós nos reunimos no nome de Jesus (Mateus 18:20). Nós batizamos no nome de Jesus (Atos 2:38).

Isto significa que o nome de Jesus um tipo de fórmula mágica? Não. Para que o nome de Jesus seja eficiente nós temos que ter fé em Seu nome (Atos 3:16). Precisamos ter fé e conhecer aquele que é o único representado por esse nome (Atos 19:13-17). O nome de Jesus é sem igual porque como nenhum outro ele representa a presença de seu dono. Representa a presença o poder e a obra de Deus. Quando falamos o nome de Jesus com fé, o próprio Jesus se torna realmente presente e começa a trabalhar. O poder não vem do modo como o nome soa, mas vem porque a expressão vocal do nome em fé demonstra obediência à Palavra de Deus e fé na obra de Jesus. Quando chamamos Seu nome com fé, Jesus manifesta Sua presença, opera Sua obra, e satisfaz à nossa necessidade.

Pelo nome Jesus, então, Deus se revela completamente. Vemos, conhecemos, honramos, cremos, e recebemos Jesus, na mesma medida em que vemos, conhecemos, honramos, cremos, e recebemos Deus o Pai (João 5:23; 8:19; 12:44-45; 13:20; 14:7-9). Se nós negarmos Jesus, nós negamos o Pai (I João 2:23), mas se usamos o nome de Jesus glorificamos o Pai (Colossenses 3:17).

A Bíblia profetizou que o Messias declararia o nome do SENHOR (Salmo 22:22; veja Hebreu 2:12). Jesus afirmou que Ele tinha manifestado e tinha declarado o nome do Pai (João 17:6, 26). Na realidade, Ele herdou o nome do Pai (Hebreus 1:4). Como Jesus manifestou e declarou o nome do Pai? Ele o fez revelando o significado do nome pelas obras que Ele fez, as quais eram obras de Jeová (João 14:10-11). Da mesma maneira que Deus no Velho Testamento revelou mais progressivamente sobre a natureza dele e o seu nome respondendo às necessidades de seu povo, assim Jesus no Novo Testamento revelou mais a respeito da  natureza e nome de Deus completamente por milagres, curas, expulsando demônios, e perdoando pecados. Jesus declarou o nome do Pai através de suas obras; por elas provou que Ele realmente era o Pai, o Jeová do Velho Testamento. (Veja Isaias 35:4-6 com Lucas 7: 19-22.) Demonstrando o poder de Deus conforme as profecias, Ele provou que Jesus era o nome do Pai.

Por que o nome de Jesus é a revelação completa de Deus? Simplesmente porque Jesus é Jeová e em Jesus habita corporalmente toda plenitude da Divindade, inclusive o papel do Pai (Colossenses 2:9). Ainda estudaremos esta grande verdade no  Chapter 4 - JESUS IS DEUS.

A Unicidade de Deus

Capítulo 4. JESUS É DEUS


"Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9).


O fato que Jesus é Deus está tão firmemente estabelecido nas Escrituras quanto o fato de que Deus é único. A Bíblia ensina que Jesus é totalmente Deus e Totalmente Homem; neste capítulo estudarmos a primeira afirmativa e a seguinte, estudaremos posteriormente no Capítulo  5 – O FILHO DE DEUS.

Nas próximas seções vamos apresentar e discute as  provas bíblicas que Jesus é Deus, numerando-as para a conveniência do leitor.

O Velho Testamento Testifica Que Jesus É Deus

1. Isaias 9:6 é um das provas mais poderosas de que Jesus é Deus": Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, O Pai da Eternidade O Príncipe da Paz." Os termos menino e filho se referem à Encarnação ou manifestação do "Deus Todo-poderoso" e" do Pai eterno."

2. Isaias profetizou que o Messias seria chamado Emanuel, isso é, Deus conosco (Isaias 7:14 Mateus 1:22-23).

3. Isaias descreveu o Messias como rebento do trono de Jessé (o pai de Davi) e como renovo das raízes de Jessé (Isaias 11:1, 10; veja também Apocalipse 22:16). De acordo com a carne Ele era um descendente (rebento do tronco) de Jessé e Davi, mas de acordo com o Seu Espírito Ele era Seu Criador e fonte de vida (raiz). Jesus usou este conceito para confundir os Fariseus quando Ele citou Salmo 110:1 e perguntou, em essência, “Se Davi, pois lhe chama Senhor, como é ele seu filho (o descendente) de Davi?" (Mateus 22:41-46).

4. Isaias 35:4-6 mostra que Jesus é Deus: Veja, seu Deus. “Ele virá e vos salvará”. Nessa passagem encontramos que quando Deus vier, os olhos dos cegos se abrirão, os ouvidos do surdo serão desimpedidos, os mancos saltarão, e as línguas dos mudos falarão. Jesus aplicou essa passagem das Escrituras a Si próprio (Lucas 7:22) e, claro que, em Seu ministério todas essas coisas aconteceram.

5. Isaias 40:3 declara que alguém clamaria no deserto: “Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus." João Batista cumpriu esta profecia quando ele preparou o caminho para Jesus (Mateus 3:3); Jesus portanto é o SENHOR (Jeová) e nosso Deus.

6. Miquéias 5:2 prova que o Messias é Deus. "Mas tu, Belém Efrata... de ti me sairá o que de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.

Assim o Velho Testamento afirma claramente que o Messias e Salvador que estava para vir seria o próprio Deus.

O Novo Testamento Proclama Que Jesus é Deus

1. De acordo com Atos 20:28, a igreja foi comprada com o próprio sangue de Deus, isto é o sangue de Jesus.

2. Tomé confessou que Jesus era Senhor e Deus (João 20:28).

3. Paulo descreveu Jesus como" nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (Tito 2:13;  a NIV diz:" nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo").

4. Pedro O descreveu como “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" (II Pedro 1:1; as versões NIV e TAB ambos registram," nosso Deus e Salvador o Jesus Cristo").

5. Nossos corpos são templos de Deus (I Corintios 3:16-17), contudo nós sabemos que Cristo mora em nossos corações (Efésios 3:17).

6. A carta aos Colossenses, enfatiza a divindade de Cristo fortemente. "Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9; veja também 1:19). De acordo com estes versos da Bíblia, Jesus não é só uma parte de Deus, mas a totalidade de Deus reside nele. Se houvesse várias pessoas na Divindade, de acordo com Colossenses 2:9 todas eles habitariam na forma corpórea de Jesus. Nós nos aperfeiçoamos nele (Colossenses 2:10). O que quer que seja que precisamos de Deus podemos achar em Jesus Cristo sozinho. (Para um estudo mais completo de  Colossenses 2:9 e outras provas da divindade de Cristo em Colossenses, veja  Capítulo 9 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO : DE ATOS AO APOCALIPSE.)

Concluímos que o Novo Testamento testifica a completa Divindade de Jesus Cristo.

Deus Se Manifestou Na Carne Como Jesus

A afirmação de que Jesus é Deus implica necessariamente em que Deus assumiu a carne humana. Isso é na realidade o que a Bíblia diz.

1. "Aquele que foi manifestado na carne, foi justificado em Espírito, visto por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido em cima na glória" (I Timóteo 3:16; veja o verso 15 para confirmação adicional de que Deus é o assunto do verso 16). Deus foi manifestado (feito visível) na carne; Deus foi justificado (manifestado justo) no Espírito; Deus foi visto por anjos; Deus foi crido no mundo; e Deus foi recebido em cima na glória. Como e quando tudo isto aconteceu? Em Jesus Cristo.

2. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e O Verbo era Deus. E o Verbo foi feito carne”.(João 1:1, 14). Literalmente, o Verbo (Deus) foi obrigado ou habitou como em tenda na carne. Quando Deus se abrigou ou se vestiu de carne? Em Jesus Cristo. Ambos os versos da Bíblia provam que Jesus é Deus  - que Ele é Deus manifestado (revelado, feito conhecido, tornado evidente, exibido, mostrado) em carne.

Deus é Espírito sem carne e sangue e invisível ao homem. Para se tornar visível ao homem e para derramar sangue inocente pelos nossos pecados, Ele tinha que se tornar carne. (Para saber mais sobre os propósitos do Filho, veja Capítulo 5 – O FILHO DE DEUS.) Jesus não é um outro Deus ou uma parte de Deus, mas Ele é o Deus do Velho Testamento encarnado. Ele é o Pai; Ele é Jeová que veio em carne para servir de ponte no abismo existente entre o homem e Deus e criado pelo pecado do homem. Ele vestiu carne como um homem veste um manto.

Muitos versos da Bíblia declaram que Jesus Cristo é o Deus do Velho Testamento revestido de carne com a finalidade de auto-revelação e reconciliação.

3. "A saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo” (II Corintios 5:19).

4. "Ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito que está no seio do Pai é quem o tem revelado [falado, revelou]” (João 1:18).

5. "Deus que há vários tempos falou muitas vezes e de muitas maneiras aos pais pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho. O brilho de sua glória, e uma imagem expressa de sua pessoa". (Hebreus 1:1-3).

6. Jesus é “a imagem do Deus invisível" (Colossenses 1:15; II Corintios 4:4).

7. Ele é Deus ocultou em carne (Hebreus 10:20). Como profetizou Abraão, provavelmente sem entender o significado completo de suas próprias palavras, “Deus proverá um cordeiro pa Si meu filho" (Gênesis 22:8). Deus realmente providenciou um corpo para Si mesmo “: Sacrifício e oferta não quiseste, antes corpo tu me" preparou (Hebreus 10:5).

8. Jesus foi o construtor da casa (Deus o Pai e Criador) e também um filho com maior honra que a própria casa que estabeleceu (Hebreus 3:3-6).

9. Ele veio para sua própria criação e para seu próprio povo escolhido, mas eles não O reconheceram nem O receberam (João 1:10-11).

O Verbo

João capítulo 1 ensina de modo maravilhoso o conceito de Deus manifesto em carne. No princípio era o Verbo (em grego, Logos). O Verbo não era uma pessoa separada ou um deus à parte, assim como a palavra de um homem não é uma pessoa separada dele. O Verbo era antes, o pensamento ou um plano, na mente de Deus. A Palavra estava no princípio de fato com Deus era o próprio Deus (João 1:1). A Encarnação existiu na mente de Deus antes do mundo existir. Na verdade, na mente de Deus o Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo (I Pedro 1:19-20; Apocalipse 13:8).

No grego, logos pode significar a expressão ou o plano tal como existe na mente do proclamador  - como uma peça na cabeça de um autor  - ou pode significar o pensamento como proferido ou caso contrário fisicamente expresso  - como uma peça encenada em um palco. João 1 diz que o Verbo existia na mente de Deus desde o começo dos tempos. Quando chegou a hora, Deus pôs Seu plano em ação. Ele pôs carne naquele plano na forma do homem Jesus Cristo. O Logos é Deus expresso. Como diz John Miller, o Logos é “Deus anunciando a Si mesmo". [10] De fato, a versão TAB traduz  a última frase de João 1:1 como: "O Verbo era o próprio Deus." Flandres e Cresson afirmam," O Verbo era a intenção de Deus de Se auto-revelar". [11] Esse pensamento é destacado posteriormente pelo versículo 14, que diz que o Verbo encarnado tinha a glória como do unigênito do Pai, e pelo versículo 18, que afirma que o Filho revelou o Pai.

Na filosofia grega, o Logos passou a significar razão ou sabedoria como o princípio controlador do universo. Nos dias de João, alguns filósofos gregos e teólogos judeus influenciados pelos pensamentos grego (especialmente o pensador judeu, Philo de Alexandria) considerou no Logos como uma divindade inferior ou secundária, ou o aceitavam como uma emanação de Deus no tempo. [12] Algumas heresias cristãs, inclusive uma forma emergente de Gnosticismo, já estavam incorporando essas teorias em suas doutrinas, e portanto relegando Jesus então a um papel inferior. João usou deliberadamente a terminologia própria desses pensadores para refutar estas doutrinas e declarar a verdade. O Verbo não era inferior a Deus; Ele era Deus (João 1:1). O Verbo não emanou durante um certo tempo de Deus; estava no princípio com Deus (João 1:1-2). Jesus Cristo, o Filho de Deus, não era outro senão o Verbo, ou Deus, revelado na carne. Também note que a palavra grego pros, traduzida como " com" no verso 1, é a mesma palavra traduzida como " pertencendo a" em Hebreus 2:17 e 5:1. João 1:1 poderia incluir em seus significados, então, o seguinte": O Verbo se referia a Deus e a Palavra era Deus," ou," O Verbo pertencia a Deus e era Deus."

Jesus Era Deus Desde O Princípio De Sua Vida Humana

Deus foi manifestado na carne através de Jesus Cristo, mas a que ponto de sua vida Deus realmente habitou o Filho? A Bíblia declara inequivocamente que a plenitude de Deus estava em Jesus desde o momento que sua vida humana começou.

1. Mateus 1:23 diz, “Veja, uma virgem conceberá, e dará a luz um filho, e ele será chamado pelo nome dele Emanuel que quer dizer, Deus conosco". Ele era “Deus conosco" desde o Seu nascimento.

2. Os anjos O adoraram em seu nascimento (Hebreus 1:6), Simeão reconheceu a criança como sendo o Cristo (Lucas 2:26), Ana viu o bebê como sendo o redentor de Israel (Lucas 2:38), e os magos adoraram a criança (Mateus 2:11).

3. Miquéias 5:2 atribuía divindade ao Messias em seu nascimento em Belém, não depois de sua vida em Nazaré ou Seu batismo no Jordão.

4. Lucas 1:35 explica porque Jesus era Deus desde o princípio de sua vida humana. O anjo disse a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamada Filho de Deus”. Jesus nasceu de uma virgem, sua concepção sendo efetuado pelo Espírito Santo. Por causa disto (“então"), Ele era o Filho de Deus. Em outras palavras, Jesus é o Filho de Deus porque Deus, e não um homem, foi responsável por sua concepção. Deus era literalmente seu Pai. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito". (João 3:16). Gerar significa procriar, ser o genitor, ou produzir. Jesus foi gerado por Deus no útero da virgem a Maria.

Isaias 7:14 também liga a concepção da virgem com o reconhecimento que o Filho assim nascido seria Deus. Em outras palavras, no momento da concepção, Deus colocou sua natureza divina na semente da mulher. A criança que nasceria recebeu de Deus naquele momento sua vida e o lado paterno de sua natureza. Do lado da mãe recebeu a natureza humana de Maria; do lado do pai (Deus, não José) recebeu a natureza de Deus. Jesus obteve a natureza divina pelo processo de concepção; Ele não se tornou divino por algum ato posterior de Deus. Seu nascimento de uma virgem, Jesus estabelece sua divindade.

Alguns acreditam que Jesus recebeu a plenitude de Deus em algum momento posterior na vida dele, como, por exemplo, pela ocasião do seu batismo. Porém, levando em conta o nascimento de uma virgem e Lucas 1:35 isso não pode ser assim. Jesus recebeu Sua natureza de divindade como também a natureza de humanidade no momento de Sua concepção. A descida do Espírito Santo como uma pomba no batismo de Jesus não era um batismo do Espírito Santo; Jesus já trazia dentro de Si toda plenitude de Deus (Colossenses 2:9). Antes, Seu batismo, entre outras coisas, aconteceu como uma unção simbólica para o início de seu ministério terrestre e como uma confirmação para João Batista de Sua divindade (João 1:32-34). (Para saber mais sobre o batismo de Jesus, veja Capítulo  8 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS.)

O Mistério da Piedade

O fato de Deus ter se tornado carne que é uma das coisas mais maravilhosas e  incompreensíveis sobre Deus. "E sem controvérsia grande é o mistério de piedade: Deus foi manifestado na carne…” (II Timóteo 3:16).  Jesus é diferente de qualquer outro homem que já existiu, ou que jamais existirá. Ele tem duas naturezas; Ele é completamente Deus e completamente homem. (Veja  Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS.) A maior parte dos problemas na mente das pessoas relativos à Divindade, vem deste grande mistério. Eles não conseguem entender a dualidade da natureza de Cristo e não podem separar corretamente esses dois papéis.  Eles não podem compreender como Deus poderia assumir a forma de um bebê e habitar entre os homens.  

É verdade que nós não podemos compreender completamente o milagre da concepção - a união de Deus e o homem - no útero de Maria, mas podemos aceitá-lo pela fé. Na realidade, se nós não acreditamos que Jesus veio em carne, temos um espírito de anticristo (II João 7), mas se  aceitamos realmente essa doutrina de Cristo,  teremos o Pai e o Filho (II João 9). Ambos, o Pai e Filho são revelados em Cristo (João 10:30; 14:6-11).  

O mistério de Deus em carne foi uma grande pedra de tropeçando para os judeus. Eles nunca poderiam entender como Jesus, sendo um homem, poderia também ser Deus (João 10:33). Porque Ele afirmava ser Deus, eles O rejeitaram e buscaram matá-lo (João 5:18; 10:33).

 

Mesmo hoje, muitos judeus não aceitam a Jesus por esse motivo. Em uma conversa, um rabino judeu Ortodoxo nos falou que nunca poderia aceitar a Jesus como Deus. [13] Ele sentia que sendo  Deus  um Espírito onipresente, invisível  Ele nunca poderia ser visto pelo homem e não podia se tornar visível em carne. O raciocínio dele nos fez lembrar dos judeus nos dias de Jesus. Como este rabino muitos tentaram limitar Deus por suas próprias idéias preconceituosas de como Deus poderia, ou não agir. Além disso, eles não tiveram um conhecimento completo das Escrituras do Velho Testamento que proclamam a divindade do Messias.  

Embora seja humanamente difícil entender como Deus infinito poderia habitar na carne, ainda assim, é isso que as Escrituras afirmam. Fizemos o rabino se lembrar de como Deus apareceu a Abraão na forma de  homem em  Gênese 18. Ele admitiu que era um problema pessoal para ele, mas  tentou explicar isso em termos de um antropomorfismo  ou linguagem figurativa. Então nos referimos a outros versos da Bíblia como Isaias 7:14, 9:6, Jeremias 23:6, e Miquéias 5:2 para mostrar que o Messias seria Jeová Deus. O rabino não teve nenhuma resposta a não ser dizer que nossas traduções destes versos da Bíblia estavam possivelmente incorretas. Ele prometeu estudá-las melhor.  

Jamais houve um mistério quanto às "pessoas" na Divindade. A Bíblia claramente afirma que há apenas um Deus, e isso pode ser facilmente entendido por todos. O único mistério a respeito da Divindade é como Deus pôde vir em carne, como Jesus pôde nascer tanto Deus quanto homem. Mas a verdade deste mistério tem sido revelada àqueles que crerem. O mistério de Jesus Cristo foi mantido em segredo desde que o mundo foi fundado, mas foi revelado na era do Novo Testamento (Romanos 16:25-26; Colossenses 1:25-27). UM mistério no Testamento Novo é simplesmente um plano de Deus que não foi compreendido no Velho Testamento  mas que foi feito conhecido a nós. "Nós podemos entender… o mistério de Cristo que em outras gerações não foi feito conhecido aos filhos dos homens, como agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas pelo Espírito" (Efésios 3:4-5).  

Podemos conhecer o mistério de Deus e do Pai que é Cristo (Colossenses 2:2; também veja as versões NIV e TAB). Na realidade, Paulo explicou este mistério dizendo que em Jesus Cristo estão todos os tesouros da sabedoria, conhecimento, e plenitude de Deus (Colossenses 2:3, 9). O mistério de Deus foi revelado a nós pelo Espírito de Deus (I Corintios 2:7-10). Esta revelação vem a nós pela Palavra de Deus que é iluminada pelo Espírito Santo (I Corintios 2:7-10). A luz de Cristo que é a imagem de Deus brilhou em nossos corações (II Corintios 4:3-4). Não há, portanto nenhum mistério bíblico sobre a Divindade e certamente nenhum mistério sobre o número de pessoas na Divindade. O único mistério é Cristo, e Ele nos foi revelado! O mistério de Deus e o mistério de Cristo convergem na Encarnação. É que simplesmente o único Deus de Israel veio a terra em carne. Este mistério foi revelado e a Palavra de Deus declara que ele se tornou conhecido a nós hoje.

Jesus é o Pai

Se há somente um Deus sendo Deus o Pai (Malaquias 2:10), e se Jesus é Deus, então logicamente segue-se o fato de que Jesus é o Pai. Para esses que de alguma maneira pensam que Jesus pode ser Deus e ainda não pode ser o Pai, nós ofereceremos provas bíblicas adicional que o Jesus é o Pai. Elas servirão também como maior evidência que Jesus é Deus. Na verdade dois versículos da Bíblia são suficientes para provar este ponto de vista.

1. Isaias 9:6 chama o Filho de Pai da eternidade. Jesus é o Filho profetizado e há somente um Pai (Malaquias 2:10; Efésios 4:6), assim Jesus deve ser Deus o Pai.

2. Colossenses 2:9 proclama que toda a plenitude da Divindade habita em Jesus. A Divindade inclui o papel do Pai, assim o Pai deve habitar em Jesus.

3. Além destes dois versículos, o próprio Jesus ensinou que Ele era o Pai. Uma vez, quando Jesus estava falando sobre o Pai, os Fariseus perguntaram: “Onde está teu Pai? Jesus respondeu, não me conheceis a mim, nem a meu Pai: se tivessem me conhecido, também" deveriam ter conhecido meu Pai (João 8:19). Jesus continuou dizendo: “porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados" (João 8:24).

Em algumas versões aparece “ele” em itálico após eu “sou”, fato que indica que “ele” foi acrescentado pelos tradutores, não existindo no original grego. Jesus estava na verdade se identificando como o “Eu SOU" de Êxodo 3:14. Os judeus que não entenderam o Ele queria dizer perguntaram: “Quem és tu?" Jesus respondeu, “Que é que desde o princípio vos tenho dito?” (João 8:25). Porém, “eles não entenderam que ele lhes falava do Pai" (João 8:27). Em outras palavras, Jesus tentava dizer-lhes que Ele era o Pai e o Eu SOU, e que se eles não O aceitassem como Deus morreriam em seus próprios pecados.

4. Em outro lugar Jesus disse: “Eu e meu Pai somos um" (João 10:30). Alguns tentam dizer que Ele era um com o Pai assim como um marido e a esposa são um ou como dois homens podem ser um quando concordam. Esta interpretação tenta debilitar a afirmativa de Jesus. Porém, outros versos sustentam de nodo completo que Jesus não era somente o Filho em Sua humanidade, mas também o Pai em sua divindade.

5. Por exemplo, Jesus declarou em João 12:45, “E quem me vê a mim vê aquele que me enviou". Em outras palavras, se uma pessoa ver Jesus no que diz respeito a sua divindade, vê o Pai.

6. Em João 14:7 Jesus disse a seus discípulos: “Se vós me tivessem conhecido, conheceríeis também a meu Pai. E desde agora o conheceis e o tendes visto”. Ao ouvir esta declaração, Filipe replicou: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (João 14:8). Em outras palavras, ele pediu que Jesus lhes mostrasse o Pai e então eles ficariam satisfeitos. A resposta de Jesus foi: “Há tanto tempo estou convosco e não me tendes conhecido Filipe? Quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu então, mostra-nos o Pai? Tu não crês que eu estou no Pai, e o Pai em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai e o Pai em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras” (João 14:9-11). Esta declaração vai além de um simples relacionamento harmonioso; ela pode ser visto como nada menos que a afirmação de Cristo de ser o Pai manifestado em carne. Como muitas pessoas hoje, Filipe não tinha compreendido que o Pai é um Espírito invisível e que o único modo de alguém jamais O ver, seria através da pessoa de Jesus Cristo.

7. Jesus disse: “O Pai está em mim, e eu nele" (João 10:38).

8. Jesus prometeu ser o Pai de todos os vencedores (Apocalipse 21:6-7).

9. Em João 14:18 Jesus disse: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós outros”. A palavra grega traduzida para órfãos é orphanos que a Concordância Exaustiva de Strong, define como “despojado (' órfãos), i.e. sem pais”. Jesus estava dizendo: “eu não os deixarei como órfãos" (NIV e TAB), ou “eu não o deixarei órfão: Voltarei para vós”.Jesus, falando como o Pai, prometeu que Ele não deixaria seus discípulos órfãos.

Abaixo se seguem algumas comparações que oferece prova adicional de que Jesus é o Pai.

10. Jesus profetizou que Ele haveria de ressuscitar Seu próprio corpo da morte, em três dias (João 2:19-21), todavia Pedro pregou que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos (Atos 2:24).

11. Jesus disse que nos mandaria o Consolador (João 16:7), mas disse, também, que o Pai enviaria o Consolador (João 14:26).

12. O Pai, sozinho, pôde trazer os homens a Deus (João 6:44), ainda assim, Jesus disse que Ele atrairia todos os homens (João 12:32).

13. No último dia, Jesus ressuscitará a todos os que crerem (João 6:40), embora Deus o Pai vivifique (dê vida) aos morto e nos levantará (Romanos 4:17; I Corintios 6:14).

14. Jesus prometeu responder às orações daqueles que crêem (João 14:14), mas também disse que o Pai responderia as orações (João 16:23).

15. Cristo é nosso purificador (Efésios 5:26), mas o Pai também nos santifica (Judas 1).

16. I João 3:1, 5 afirma que o Pai nos amou e se manifestou para retirar os nossos pecados, contudo nós sabemos que era Cristo que foi manifestado no mundo para tomar pecado (John 1:29-31).

Podemos compreender facilmente tudo isso se atentarmos para o fato de que Jesus tem uma dupla natureza. Ele é tanto Espírito como carne, Deus e homem, Pai e Filho. No lado humano Ele é o Filho do homem; em seu lado divino Ele é o Filho de Deus e é o Pai habitando em carne. (Veja  Capítulo  5 – O FILHO DE DEUS para saber mais sobre o Filho). (Para saber mais sobre o Pai, Filho e Espírito Santo, veja) Capítulo 6 - PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO

Jesus é Jeová

As passagens das Escrituras demonstrando que Jesus é o Pai não enfraquecem nossa prova de que o Jesus é o único Deus. Abaixo seguem doze versículos das Escrituras provando especificamente que Jesus é Jeová  - o único Deus do Velho Testamento.

1. Isaias 40:3 profetizou que uma voz clamaria no deserto: “Preparai o caminho do SENHOR" (Jeová); Mateus 3:3 diz que o João Batista é o cumprimento desta profecia. Sabemos que João preparou o caminho do Senhor Jesus Cristo. Uma vez que o nome Jeová era o nome sagrado para o único Deus, a Bíblia não aplicaria a nenhum outro que não o Santo de Israel; aqui ele se refere a Jesus.

2. Malaquias 3:1 afirma, “De repente virá ao seu templo o SENHOR, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança". Isto foi cumprido por Jesus, seja significando o Templo, literalmente, ou seja, significando o templo do corpo de Jesus (João 2:21).

3. Jeremias 23:5-6 fala de um Renovo justo de Davi  - uma clara referência ao Messias  - e o chama de “SENHOR JUSTIÇA NOSSA." (Também veja JeremiaS 33:15-16.) Em outras palavras, Jesus é "Jeová Justiça Nossa."

4. Falando de Jeová Isaías diz: "Pelo que o seu próprio braço lhe trouxe salvação" (Isaías 59:16), “e o seu braço dominará" (Isaías 40:10). Isaías 53:1-2 descreve o Messias como a revelação do braço do SENHOR. Então, Jesus o Salvador não é outro Deus, mas uma extensão de Jeová em carne humana, para trazer salvação ao mundo.

5. Isaías profetizou que a glória do SENHOR seria revelada a toda a carne (Isaías 40:5). Tendo Jeová dito que não daria a sua glória a nenhum outro (Isaías 42:8; 48:11), sabemos que Ele poderia cumprir essa profecia apenas através da revelação de Si mesmo. De fato, no Novo Testamento encontramos que Jesus tinha a glória do Pai (João 1:14; 17:5). Ele é o Senhor da glória (I Corintios 2:8). Quando Jesus vier novamente, Ele virá na glória do Pai (Mateus 16:27; Marcos 8:38). Se Jesus tem a glória de Jeová, Ele tem que ser Jeová.

6. Jeová disse: “Por isso o meu povo saberá o meu nome: portanto naquele dia saberá que eu sou quem fala: Eis-me aqui" (Isaías 52:6). Ainda assim sabemos que Jesus é o único que revelou o Pai, manifestou o nome do Pai, e tornou conhecido o nome do Pai (João 1:18; 17:6; 17:26). Jesus declarou o nome do Senhor (Salmos 22:22; Hebreus 2:12). Portanto, Ele tem que ser Jeová.

7. O SENHOR disse, “Diante de mim se dobrará todo joelho, toda língua jurará" (Isaías 45:23). Paulo citou este versículo das Escrituras para provar que todos permanecerão diante do trono de julgamento de Cristo (Romanos 14:10-11). Paulo escreveu, também: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho” (Filipenses 2:10).

8. Zacarias oferece prova convincente que Jesus é Jeová. Na passagem começando com Zacarias 11:4, “Assim diz o SENHOR meu Deus": “Pesaram, pois por meu preço trinta moedas de prata”.Em Zacarias 12:10 Jeová afirmou: “olharão para mim a quem transpassaram”.Claro que, foi Jesus que foi vendido por trinta moedas de prata e quem foi perfurado (Mateus 26:14-16; João 19:34). Zacarias 12:8 diz com referência ao Messias, “a casa de Davi será como Deus”.Zacarias escreveu, também “Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos com ele" e O descreve lutando contra muitas nações e diz que naquele dia seus pés estarão sobre o Monte das Oliveiras (Zacarias 14:3-5). Sabemos que Jesus é aquele que virá de volta ao Monte das Oliveiras como Rei dos reis e Senhor dos senhores para guerra contra as nações (Atos 1:9-12; I Timóteo 6:14-16; Apocalipse 19:11-16).

9. Quando Paulo, judeu instruído, fariseu dos Fariseus, perseguidor fanático do Cristianismo, foi ferido na estrada de Damasco por uma luz ofuscante de Deus, ele perguntou, “Quem és tu, Senhor?" Como um judeu, ele sabia que havia só um Deus e Senhor, e ele estava perguntando: “Quem és tu, Jeová?" O Senhor respondeu, “eu sou Jesus" (Atos 9:5).

10. Embora Moises tratasse com Jeová Deus, Hebreus 11:26 diz que o Moises considerou o opróbrio de Cristo como maiores riquezas que os tesouros do Egito. Assim o Deus de Moises era o Jesus Cristo.

11. O Salmo 68:18 descreve uma cena na qual Jeová ascende ao alto e conduz cativo o cativeiro, contudo nós sabemos que Jesus ascendeu às alturas e levou cativo o cativeiro. Na realidade, Efésios 4:7-10 aplica essa profecia a Jesus.

12. Apocalipse 22:6 diz: “o Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas enviou seu anjo" a João, mas verso 16 diz, “eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas”.

Ainda há muito mais passagens da Bíblia que identifica Jesus com o único Jeová Deus. Abaixo encontramos uma lista de versículos que lado a lado descrevem Jeová de determinadas maneiras com versos que descrevem Jesus da mesma maneira. Assim, todos esses versículos das escrituras provam que Jesus é Jeová.

 

Lista 4: Jesus é Jeová (I)

 

Jeová

 

Jesus

 

1

Todo-poderoso

Gênesis 17:1

Todo-poderoso

Apocalipse 1: 8

2

EU SOU

Êxodo 3:14-16

Eu sou

João 8:58

3

Rocha

Salmo 18:2; 28:1

Pedra

I Corintios 10:4

4

Salvação

Salmo 18:2

Salvação

Lucas 1:69

5

Pastor

Salmo 23:1; Isaias 40:10-11.

Bom pastor, Grande Pastor, Sumo Pastor,

Heb. 13:20; João 10:11; I Pedro 5:4.

6

Rei da Glória

Salmo 24:7-10

Deus de Glória

I Corintios 2:8

7

Luz

Salmo 27:1; Isaias 60:19

Luz

João 1:4-9; João 8:12; Apocalipse 21:23

8

Salvação

Salmo 27:1; Isaias 12:2

Única Salvação

Atos 4:10-12

9

Senhor dos senhores

Salmo 136:3

Senhor dos senhores

Apocalipse 19:16

10

Santo

Isaias 12:6

Santo

Atos 2:27

11

Legislador

Isaias 33:22

Testador do Primeiro Testamento (a Lei)

Hebreus 9:14-17

12

Juiz

Isaias 33:22

Juiz

Mique. 5:1; Atos 10:42

13

Primeiro e o Último

Isaias 41:4; 44:6; 48:12

Alfa e Omega, Primeiro e Último, Começo e Fim.

Apocalipse 1:8; 22:13

14

Único Salvador

Isaias 43:11; 45:21; 60:16

Salvador

Tito 2:13; 3:6

15

Aquele que dá Água Espiritual

Isaias 44:3; 55:1

Aquele que dá Água Viva

João 4:10-14; 7:38-39

16

Rei de Israel

Isaias 44:6

Rei de Israel, Rei dos reis,

João 1:49; Apocalipse 19:16

17

Único Criador

Isaias 44:24; 45:8; 48:13

Criador de tudo

João 1:3; Colossen. 1:16

18

Deus Justo

Isaias 45:21

Justo

Atos 7:52

19

Redentor

Isaias 54:5; 60:16

Redentor

Gálatas 3:13; Apocalipse 5:9

 

Lista 5: Jesus é Jeová (II)

 

Nome

Jesus é nosso:

Passagens

1

Jeová-jireh (provedor)

Provedor do SACRIFÍCIO

Hebreus 10:10-12

2

Jeová-rapha (aquele que cura)

Médico

Tiago 5:14-15

3

Jeová-nissi (bandeira, vitória)

Vitória

I Corintios 15:57

4

Jeová-m'kaddesh (santificador)

Santificador

Efesios 5:26

5

Jeová-shalom (paz)

Paz

João 14:27

6

Jeová-sabaoth (Senhor dos Exércitos)

Senhor dos Exércitos

Tiago 5:4-7

7

Jeová-elyon (altíssimo)

Altíssimo

Lucas 1:32, 76, 78,

8

Jeová-raah (pastor)

Pastor

João 10:11

9

Jeová-hoseenu (aquele que nos fez)

Aquele que nos fez

João 1:3

10

Jeová-tsidkenu (Justiça)

Retidão

I Corintios 1:30

11

Jeová-shammah (presente)

Aquele que está sempre conosco

Mateus 28:20

As listas anteriores não estão completas, mas são mais que suficientes para provar que Jesus é Jeová. Há apenas um Jeová (Deuteronômio 6:4), assim isto significa que Jesus é o único Deus do Velho Testamento.

Os judeus Entenderam Que Jesus Afirmava Ser Deus

Os judeus não compreenderam como Deus poderia vir em carne. Eles não entenderam Jesus quando em uma ocasião Ele lhes falou que Ele era o Pai (João 8:19-27). Porém, em muitas outras ocasiões eles realmente compreenderam sua afirmativa de que era Deus. Uma vez quando Jesus curou um homem no Sábado sagrado e creditou a obra a seu Pai, os judeus buscaram matá-lo  - não apenas porque Ele tinha violado o Sábado sagrado, mas porque Ele disse que Deus era Seu Pai, fazendo-se a Si mesmo igual a Deus (João 5:17-18). Uma outra vez, Jesus disse que Abraão alegrou ao ver o seu dia. Quando os judeus lhe perguntaram como poderia ser isso, Jesus respondeu: “Antes que Abraão existisse, eu sou”.Os judeus imediatamente reconheceram que Ele afirmava ser o EU SOU  - o nome pelo qual Jeová tinha se identificado em Êxodo 3:14  - então procuraram apedrejá-lo e matá-lo por causa da blasfêmia (João 8:56-59).

Quando Jesus disse: “Eu e meu Pai somos um”, os judeus pegaram pedras para lhe atirar por causa da blasfêmia, porque sendo homem se fazia Deus o Pai (João 10:30-33). Eles tentaram matá-lo quando Ele disse que o Pai estava nele, novamente porque Ele estava afirmando ser o Pai (João 10:38-39).

Quando o Jesus perdoou um homem paralítico de seus pecados, os judeus pensaram que Ele tinha blasfemado porque sabiam que só Deus pode perdoar pecado (Isaias 43:25). Jesus, sabendo seus pensamentos, curou o homem; mostrando desse modo Seu o poder divino e provando Sua divindade (Lucas 5:20-26). Os judeus tinham razão ao acreditar na existência de um só Deus, ao acreditar que apenas Deus perdoa os pecados, e ao compreender que Jesus estava afirmando ser o único Deus (o Pai e Jeová). Eles só estavam errados porque eles recusaram a crer naquilo que Jesus afirmava.

É espantoso como algumas pessoas hoje em dia não só rejeitam a afirmativa do Senhor a respeito da sua verdadeira identidade, como também deixam de compreender o que Ele realmente afirmou. Até mesmo os judeus contrários a Jesus perceberam que Jesus afirmava ser Deus, o Pai, e Jeová, mas alguns hoje não conseguem ver o que as Escrituras declaram tão claramente.

Jesus É O Único No Trono

Há um só trono nos céus e apenas Um, sentado no trono. João descreve isso em Apocalipse 4:2: “E imediatamente eu me achei em espírito; e eis armado no céu, um trono, e no trono alguém assentado”.Sem dúvida esse alguém é Deus porque os vinte e quatro anciões ao redor do trono se dirigem a Ele dizendo: " Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus o Todo-poderoso aquele que era e é, e que há de vir" (Apocalipse 4:8). Quando nós compararmos essa passagem a Apocalipse 1:5-18, descobrimos uma notável semelhança entre a descrição de Jesus e do Único sentado no trono. "Eu sou Alfa e Omega, o começo e o fim, diz o Senhor que é e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso" (Apocalipse 1:8). Os versos 5-7 deixam claro que Jesus é aquele de quem se fala no verso 8. Além disso, Jesus é claramente o assunto de Apocalipse 1:11-18. No verso 11, Jesus se identificou como o Alfa e Omega, o primeiro e o último. Nos versos 17-18 Jesus disse: “Eu sou o primeiro e o último; Eu sou aquele que vive, estive morto; mas eis que estou vivo eternamente, Amém; e tenho as chaves da morte e do inferno”. Desde o primeiro capítulo de Apocalipse, portanto, encontramos que Jesus é o Senhor, o Todo-poderoso, e Aquele que é, que era, e que há de vir. Desde que as mesmas condições descritivas e títulos se aplicam a Jesus e ao Único sentando no trono, não é outro senão Jesus Cristo.

Há ainda maior fundamento para essa conclusão. Apocalipse 4:11 nos diz que o Único no trono é o Criador, e nós sabemos que Jesus é o Criador (João 1:3; Colossenses 1:16). Além disso, o Único no trono é merecedor de receber glória, honra, e poder (Apocalipse 4:11); nós lemos que o Cordeiro que foi sacrificado (Jesus) é merecedor de receber poder, riquezas, sabedoria, força, honra, glória, e louvor (Apocalipse 5:12). Apocalipse 20:11-12 nos diz que o Único no trono é o Juiz, e nós sabemos que o Jesus é o Juiz de todos (João 5:22, 27; Romanos 2:16; 14:10-11). Nós concluímos que Jesus é Aquele que está no trono em Apocalipse 4.

Apocalipse 22:3-4 fala do trono de Deus e do Cordeiro. Estes versos falam de um trono, uma face, e um nome. Então, Deus e o Cordeiro devem ser o único Ser que tem uma face e um nome e que está sentado no trono. A única pessoa que é tanto Deus e o Cordeiro é Jesus Cristo. (Para estudo sobre o Ancião de Dias, em Daniel 7, veja Capítulo 7 – EXPLICAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO. Para maior esclarecimento a respeito do Cordeiro, em Apocalipse 5, veja o Capítulo 9 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE.) Resumindo: o Livro do Apocalipse nos fala que quando chegarmos ao céu, veremos Jesus sozinho no trono. Jesus é a única manifestação visível de Deus que jamais veremos no céu.

A Revelação de Jesus Cristo

O Livro do Apocalipse contém muitas outras afirmações valiosas a respeito da divindade de Jesus. O propósito de Deus ao fazer com que João escrevesse o livro, era revelar ou desvelar Jesus Cristo, não somente revelar os acontecimentos futuros. Na realidade, todas as escritas de João enfatizam a unidade de Deus, a deidade de Cristo, e a natureza dual de Cristo. João escreveu o Evangelho de João de forma que crêssemos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (João 20:31). Aceitar Jesus como Filho de Deus significa aceitá-lo como Deus, porque o título “Filho de Deus" significa simplesmente Deus manifestado na carne. (Veja Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS  para discussões adicionais.) João identificou Jesus como Deus, o Verbo, o Pai, e Jeová (o Eu sou). Todas as escritas de João elevam a divindade de Jesus; o Livro do Apocalipse não é nenhuma exceção.

Apocalipse 1:1 nos fala que o livro é a revelação de Jesus Cristo. A palavra grega para revelação é apokalupsis do qual nós obtemos a palavra apocalipse. Significa literalmente um desvendar ou um descobrir. Certamente o livro é uma profecia de coisas por vir, mas um das principais razões para esta profecia é revelar Cristo  - mostrar quem Ele realmente é. O estudante zeloso da Bíblia deve buscar entender as predições no livro; mas, mais importante, ele deverá buscar compreender a razão dessas profecias. Ele deve buscar entender a revelação de Jesus Cristo nestes eventos futuros.

O Livro do Apocalipse apresenta Jesus tanto em sua humanidade quanto em Sua divindade. Ele é o Cordeiro por causa de nossos pecados, mas Ele é também o Deus Todo-poderoso no trono. Abaixo temos uma lista de algumas das maneiras pelas quais o livro apresenta Cristo.

Lista 6: Jesus No Livro Do Apocalipse

 

Título

Comentário

Passagem do Apocalipse

1

Testemunha fiel

O profeta e apóstolo

1:5

2

Primogênito dos mortos

 

1:5

3

Soberano dos reis

 

1:5

4

Alfa e Omega

 

1:8, 11; 21:6; 22:13

5

Princípio e Fim

 

1:8; 21:6;

6

Aquele que é, que era, e que há de vir

 

1:8; 4:8

7

O Todo-poderoso

 

1:8; 4:8

8

Filho do homem

O mesmo que Ancião de Dias em Daniel 7:9

1:13

9

Primeiro e último

 

1:17; 22:13

10

Aquele que vive, esteve morto, está vivo pelos séculos dos séculos

 

1:18

11

Possuidor dos sete Espíritos

 

3:1; 5:6

12

Único no trono

 

4:2

13

Deus

 

4:8; 21:7

14

Criador

 

4:11

15

Leão da tribo de Judá

Humanidade

5:5

16

Raiz de Davi

O criador de Davi

5:5; 22:16

17

Cordeiro

Sacrifício pelos pecados

5:6

18

Redentor

 

5:9

19

Fiel

 

19:11

20

Verdadeiro

 

19:11

21

Verbo de Deus

 

19:13

22

Rei dos reis

 

19:16

23

Senhor dos senhores

 

19:16

24

Geração de Davi

Humanidade

22:16

25

Brilhante estrela d'alva

 

22:16

Cada um destes títulos e papéis é uma revelação maravilhosa de Jesus. Junto, eles representam um retrato daquele que veio em carne, morreu, e ressuscitou, mas, também, o Único que vive pelos séculos dos séculos o Senhor Deus Todo-poderoso.

O último capítulo do Apocalipse descreve Deus e o Cordeiro no singular (Apocalipse 22:3-4) e identificam o Senhor Deus dos santos profetas como Jesus (Apocalipse 22:6, 16). Essas referências nos dizem que o Jesus é o Deus da eternidade e que Ele aparecerá com Seu corpo humano glorificado (o Cordeiro) por toda a eternidade. A glória de Deus será a luz da Nova Jerusalém brilhando através do corpo glorificado de Jesus (Apocalipse 21:23). Estes capítulos finais do Livro de Apocalipse descrevem como Deus revelará (desvendará) a Si mesmo em toda a Sua glória para todos eternamente. Eles nos contam que Jesus é o Deus eterno e que Jesus se revelará como Deus pelos séculos dos séculos. Então, o livro realmente é a revelação de Jesus Cristo.

Jesus Tem Todos os Atributos e Prerrogativas de Deus

Se mais alguma prova for necessária para demonstrar que Jesus é Deus, podemos comparar os atributos de Jesus com os atributos de Deus. Fazendo assim nós descobriremos que Jesus possui todos os atributos e prerrogativas de Deus, particularmente aqueles que podem pertencer apenas a Deus. Em Sua humanidade, Jesus é visível, limitado a um corpo físico, fraco, imperfeito em poder, e assim por diante. Em Sua natureza divina, porém, Jesus é Espírito; pois Romanos 8:9 fala do Espírito de Cristo. Em Sua divindade, Jesus era e é onipresente. Por exemplo, em João 3:13 Jesus se referiu ao “Filho do homem que está no céu" embora Ele ainda estivesse na terra. Sua onipresença explica porque Ele podia dizer ainda na terra usando o tempo presente do verbo: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mateus 18:20). Em outras palavras, enquanto a plenitude do caráter de Deus estava localizado no corpo humano de Jesus, o Espírito onipresente de Jesus não podia estar assim limitado. Enquanto Jesus caminhava pela terra como homem, Seu Espírito estava em todos os lugares ao mesmo tempo.

Jesus também é onisciente; porque Ele podia ler pensamentos (Marcos 2:6-12). Ele conheceu Natanael antes que ele O conhecesse (João 1:47-50). Ele sabe todas as coisas (João 21:17), e toda a sabedoria e conhecimento estava escondidos n’Ele (Colossenses 2:3).

Jesus é onipotente; Ele tem todo o poder, é o cabeça de todo o principado e potestade, e é o Todo-poderoso (Mateus 28:18; Colossenses 2:10; Apocalipse 1:8).

Jesus é imutável (Hebreus 13:8). Ele é eterno e também imortal (Hebreus 1:8-12; Apocalipse 1:8, 18).

Somente Deus deveria receber adoração (Êxodo 20:1-5; 34:14), contudo Jesus recebeu adoração em muitas ocasiões e será adorado de toda a criação (Lucas 24:52; Filipenses 2:10; Hebreus 1:6). Somente Deus pode perdoar pecado (Isaias 43:25), contudo Jesus tem poder para perdoar pecados (Marcos 2:5). Deus recebe os espíritos dos homens (Eclesiastes 12:7), contudo Jesus recebeu o espírito de Estevão (Atos 7:59). Deus é o edificador dos céus (Hebreus 11:10), contudo Jesus é o edificador dos céus (João 14:3). Então, nós vemos que Jesus tem todos os atributos e prerrogativas que pertencem apenas a Deus.

Além disso, Jesus demonstra todas as outras características que Deus possui. Por exemplo, enquanto na terra Jesus demonstrava emoções piedosas como alegria, compaixão, e tristeza (Lucas 10:21; Marcos 6:34; João 11:35). A Bíblia testifica também que Ele tem os atributos morais de Deus. Abaixo encontramos uma lista de alguns atributos morais de Jesus que corresponde a esses de Deus.

Lista 7: Jesus Tem a Natureza Moral de Deus

1

amor

Efésios 5:25

2

luz

João 1:3-9

3

Santidade

Lucas 1:35

4

Misericórdia

Hebreus 2:17

5

Bondade

II Corintios 10:1

6

Retidão

II Timothy 4:8

7

bondade

Mateus 19:16

8

Perfeição

Efésios 4:13

9

Justiça

Atos 3:14

10

Fidelidade

Apocalipse 19:11

11

Verdade

João 14:6

12

Graça

João1: 16-17

Conclusão

O Jesus é tudo que a Bíblia descreve que Deus é. Ele tem todos os atributos, prerrogativas, e características do próprio Deus. Para colocar de modo bem simples, tudo o que Deus é, Jesus é também. Jesus é o único Deus. Não há melhor modo de sintetizar tudo que dizer com o inspirado Apóstolo Paulo: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados" (Colossenses 2:9-10).

The Oneness of God

 

 

Capítulo 5. O FILHO DE DEUS


“Vindo, porém a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4).


No Capítulo 4 - JESUS É DEUS afirmou que Jesus é Deus. Neste V capítulo vamos estudar o outro lado da dual natureza de Cristo--sua humanidade-- e o conceito bíblico do Filho de Deus.

O significado de Jesus Cristo

Antes de chegarmos ao ponto central deste capítulo, vamos explicar brevemente o significado das duas palavras, Jesus e Cristo. Jesus é a versão grega da palavra hebraica Jehoshua, que significa Jeová--Salvador, o Jeová e a salvação. É o nome escolhido por Deus para seu filho-e-o nome através do qual Deus revelou a si mesmo, no Novo testamento. É o nome que o Filho recebeu por herança (Hebreus 1:4). Cristo é o equivalente grego para a palavra hebraica Messias; a, mas as palavras significam "O ungido". Especificamente falando, Cristo é um título, não um nome. Entretanto, nas epístolas e no uso comum hoje em dia, Cristo é usado muitas vezes, como simplesmente outro nome para Jesus, uma vez que Jesus é o Cristo. Em muitos casos, Jesus e Cristo são apenas dois nomes usados indiferentemente para se referir a mesma pessoa sem distinção intencional de significado.

 A Dualidade Da Natureza de Cristo

 Na Bíblia, vemos que Jesus Cristo tinha duas naturezas distintas, de um modo como nenhum outro ser humano jamais teve. Uma natureza é humana ou carnal; a outra é divina ou Espírito. Jesus era completamente homem e completamente Deus. O nome Jesus se refere ao eterno Espírito de Deus (o Pai) habitando na carne. Podemos usar o nome Jesus para descrever uma de suas duas naturezas, ou ambas. Por exemplo, quando dizemos que Jesus morreu na cruz, queremos dizer que sua carne morreu na cruz. Quando dizemos que Jesus vive em nossos corações, queremos dizer que Seu Espírito mora lá.

Abaixo encontramos um quadro comparativo que ilustra o que queremos dizer quando afirmamos que Jesus tem duas naturezas, ou uma dupla natureza.

 

Lista 8: A Dualidade Da Natureza De Jesus Cristo

 

Como homem, Jesus

 

Mas como Deus, Ele:

 

1

Nasceu como um bebê

 

(Lucas 2:7)

Existiu desde a eternidade

 

(Miquéias 5:2; João 1:1 e 2)

2

Cresceu mental, física, espiritual e socialmente

(Lucas 2:52)                                                                                             

Nunca muda

 (Hebreus 13:8)

3

Foi tentado pelo diabo

(Lucas 4:2)

Expulsou demônios

(Mateus 12:38)

4

Teve fome

 

(Mateus 4:2)

Era o pão da vida  e alimentou milagrosamente multidões

 

(João 6:35); (Marcos 6:38-44 e 52)

5

.Teve sede

(João 19:28)

Deu água viva

(João 4:14)

6

Cansou-se

João 4:6

Deu descanso

Mateus 11:28

7

Dormido durante a tempestade

Marcos 4:38

Acalmou a tempestade

Marcos 4:39-41

8

Orou

Lucas 22:41

Respondeu às orações

João 14:14

9

Foi açoitado e batido

John 19:1-3

Curou doentes

Mateus 8:16-17; I Peter 2:24

10

Morreu

Marcos 15:37

Ressuscitou seu próprio corpo de entre os mortos

John 2:19-21; 20:9

11

Foi o sacrifício pelos pecados

Hebreus 10:10-12

Perdou pecados

Marcos 2:5-7

12

Não sabia todas as coisas

Marcos 13:32

Sabia todas as coisas

João 21:17

13

Não tinha autoridade

João 5:30

Tinha toda autoridade

Mateus 28:18; Colossenses 2:10

14

Era inferior a Deus

João 14:28

Era igual a Deus

João 5:18

15

Era um servo

Filipenses 2:7-8

Era Rei dos reis

Apocalipse 19:16

Podemos resolver a maior parte das questões a respeito da Divindade se compreendermos apropriadamente a dualidade da natureza de Jesus. Quando lemos uma afirmativa a respeito de Jesus, devemos determinar se ela descreve Jesus como um homem ou como Deus. Além disso, sempre que Jesus fala, nas Escrituras, devemos determinar se Ele está falando como homem ou como Deus. Sempre que vemos uma descrição das duas naturezas, com respeito a Jesus, não devemos pensar em duas pessoas na Divindade, ou dois deuses, mas devemos pensar em Espírito e carne.

Às vezes, é fácil ficar confundido quando a Bíblia descreve Jesus nesses dois diferentes papéis, especialmente quando ela o descreve atuando em ambos os papéis, na mesma história.  Por exemplo: Ele podia dormir, num momento, e acalmar a tempestade no minuto seguinte. Ele podia falar como homem, num momento, e, então, como Deus no momento seguinte. Entretanto, precisamos nos lembrar, sempre, que Jesus é totalmente Deus se não, apenas, um homem ungido.  Ao mesmo tempo, ele era completamente homem, não tinha apenas a aparência de um homem. Ele tinha uma dupla natureza, como  nenhum de nós tem, e não podemos comparar adequadamente nossa existência e experiência com a Dele. O que poderia parecer estranho ou impossível se aplicado a meros seres humanos, o que se torna compreensível quando visto no contexto do único que é tanto Deus completamente quanto completamente homem, ao mesmo tempo.

Doutrinas Históricas a Respeito do Cristo

Através de toda a história da igreja, a dualidade da natureza de Cristo, tem sido vista de muitas maneiras. Vamos estudar esses variados pontos de vista, de modo breve e geral. Para referência e estudo posterior concluímos entre parênteses, vários nomes históricos associados a essas crenças. Para conhecer mais a respeito desses termos e doutrinas, procure qualquer boa obra a respeito da história do dogma, especialmente a história do trinitarianismo e da ciência cristã.

Alguns acreditam que Jesus foi apenas um homem grandemente ungido e usado pelo Espírito (Ebionismo veja também Unitarismo). Esse ponto de vista errônea ignora completamente a natureza de seu Espírito. Outros têm afirmado que Jesus era apenas um ser espiritual (Docetismo, uma doutrina do Cnosticismo). Esse modo de pensar ignora Sua natureza humana. João escreveu que aqueles que negam que Jesus Cristo veio na carne não são de Deus, mas tenho espírito do anticristo (I João 4:2 e 3).

Há Muitas crenças erradas, mesmo entre aqueles que acreditam na dupla natureza de Jesus Cristo. Alguns tentam fazer distinção entre Jesus e Cristo dizendo que Cristo era um ser divino que habitou temporariamente em Jesus a partir do seu batismo, mas se apartando do homem Jesus na ocasião de sua morte (doutrina do Gnosticismo). De modo semelhante, alguns dizem que Jesus era um homem que se tornou o Deus apenas a partir de determinado ponto de sua vida adulta--por exemplo, no batismo--como resultado de um ato de adoção por parte de Deus (monarquianismo dinâmico, Adocionismo). Em outras palavras; e esses pontos de vista afirmam que Jesus era humano e que foi, eventualmente, dei ficado. Outros vêem Jesus como uma divindade criada, uma divindade como o pai, mas inferior ao pai, um semi-deus (Arianismo). Outros, ainda, acreditam que Jesus tem a mesma essência do pai, embora não seja o pai, mais subordinado ao pai em divindade. (Subordinacionismo).

Refutamos essas falsas doutrinas no Capítulo 4 - JESUS É DEUS usando referências das escrituras. Lá, observamos que Jesus é totalmente Deus (como demonstra colossenses 2:9) e que Jesus era completamente Deus desde o começo de sua existência humana (como fica demonstrado por seu nascimento de uma virgem, em Lucas 1:35).

 

O Espírito inspira João e Paulo a refutarem muitas dessas doutrinas errôneas, particularmente as crenças gnósticas de que Cristo era apenas um ser espiritual e de que Cristo era um ser inferior ao Deus supremo. Entre outras coisas, os gnósticos criam que toda a matéria era má. Portanto, eles raciocinavam, Cristo, como um Espírito divino, não poderia ter um corpo humano real. Sustentando que o Deus supremo era tão transcendental e santo que não poderia manter contato direto com o mundo depravado da matéria, eles ensinavam que de Deus partir uma série de emanação, uma das quais o ser-espiritual Cristo, que veio a este mundo. O livro de Colossenses refuta essas doutrinas e estabelece que Jesus é o Deus todo-poderoso encarnado.

Apesar de a Bíblia ser clara ao enfatizar tanto a completa divindade quanto à completa humanidade de Jesus, ela não descrevem em pormenores como essas duas naturezas estão unidos na pessoa única de Jesus Cristos. Isso, também, tem sido objeto de muita especulação e debate. Talvez haja espaço para pontos de vista diferentes a esse respeito, uma vez que a Bíblia não se ocupa de ele diretamente. Na verdade, se há algum mistério a respeito da divindade, esse será determinar precisamente como Deus se manifestou em carne (veja I Timóteo 3:16). O estudo da natureza ou a natureza de Cristo é chamado de Cristologia.

Apesar de a Bíblia ser clara ao enfatizar tanto a completa divindade quanto à completa humanidade de Jesus, ela não descrevem em pormenores como essas duas naturezas estão unidos na pessoa única de Jesus Cristos. Isso, também, tem sido objeto de muita especulação e debate. Talvez haja espaço para pontos de vista diferentes a esse respeito, uma vez que a Bíblia não se ocupa de ele diretamente. Na verdade, se há algum mistério a respeito da divindade, esse será determinar precisamente como Deus se manifestou em carne (veja I Timóteo 3:16). O estudo da natureza ou a natureza de Cristo é chamado de Cristologia. [14]

Muitos teólogos, no entanto, inclusive Martinho Lutero, tem ensinado que Nestório, o principal expoente dessa doutrina, não acreditava numa separação tão drástica, mas que seus oponentes distorceram e deturparam suas opiniões. Aparentemente, ele negou que dividisse Cristo em duas pessoas. O conceito principal expresso por Nestório, era o seguinte: ele pretendia diferenciar as duas naturezas de Cristo, a fim de que ninguém pudesse chamar Maria de mãe de Deus, como era prática comum naqueles dias.

No outro ponto de vista, dentro da Cristologia, afirma que o aspecto humano e divino de Cristo era tão intermeadas que havia apenas uma natureza dominante e esta é divina (Monofisismo). Uma crença semelhante que a que afirma que Jesus não tinha duas  vontades, mas apenas uma vontade divina- humana. outros acreditam que Jesus tinha uma natureza humana incompleta (Apolinarianismo); isto é, Jesus tinha um corpo humano e alma, mas em vez de um espírito humano, ele tinha apenas espírito de Deus habitando nele. Outros modos de manifestar essa crença afirmam que Jesus era um corpo humano animado apenas pelo Espírito de Deus, ou que Jesus não tinha mente humana, mas, apenas, a mente divina (o logos).

De um lado temos  um ponto de vista que enfatiza a separação entre as duas naturezas de Cristo. De outro lado, temos várias opiniões que descrevem uma natureza divina, totalmente dominante, natureza totalmente unificada, ou uma natureza humana e incompleta.

Jesus Tinha Uma Natureza Humana Completa, Mas Sem Pecados

A verdade pode estar entre esses vários pontos de vista expressos pelos teólogos. O ensinamento das escrituras é que Jesus tinha uma natureza humana completa e, ao mesmo tempo, uma natureza divina completa, mas não podemos separar essas duas naturezas em sua vida terrena. E evidente que Jesus tinha vontade, mente, espírito, alma e corpo humanos, mas é igualmente evidente que Ele tinha a plenitude  da Divindade residindo naquele corpo. De nosso ponto de vista finito, seu espírito humana e seu espírito divino eram inseparáveis

O Espírito divino poderia ser separado do humano pela morte, mas Sua humanidade era mais que um corpo humano -- um invólucro humano -- com Deus dentro, Ele era humano em corpo, alma e espírito, com a plenitude do Espírito de Deus habitando naquele corpo, alma e espírito. Jesus diferia de um outro ser humano comum (que pode estar pleno do Espírito de Deus) no fato de que Ele tinha toda a natureza de Deus dentro dele. Ele possuía o poder ilimitado, a autoridade o caráter de Deus. Além disso, em contraste com alguém nascido de novo, e pleno do Espírito, o Espírito de Deus estava inextrincável e inseparável mente ligado à humanidade de Jesus. Sem o espírito de deus teria existido apenas um ser humano inanimado, sem vida, que não teria sido Jesus Cristo. Somente nesses termos podemos descrever e distinguir as duas naturezas de Jesus; sabemos que ele agia e falava em um papel, ou outro, mas sabemos, também, que as duas naturezas não estavam realmente separadas nele. Com nossas mentes limitadas podemos fazer apenas uma distinção, não há uma separação das duas naturezas que se fundiam, perfeitamente, nele.

Embora Jesus tivesse uma natureza humana completa, ele não tinha a natureza pecadora da humanidade decaída. Se ele tivesse tido uma natureza pecadora, ele teria pecado. Sabemos, no entanto, que não teve nem uma natureza pecadora nem cometeu pecado. Ele era sem pecado, ele não pecou, e o pecado não estava nele (Hebreus 4:15; I Pedro 2:22; I João 3:5). Não tendo pai humano ele não herdou natureza pecaminosa  de Adão. Em vez disso, ele veio como o segundo Adão, com natureza inocente como a de Adão antes do pecado (romanos 5:12-21; I Corintios 15:45 a 49). Jesus tinha uma natureza humana completa, mas sem pecado

A Bíblia afirma que Jesus tinha vontade humana e vontade Divina. Ele orou ao pai, dizendo: "Não se faça a minha vontade, e sim, a tua" (Lucas 22:42). João 6:38 mostra a existência de duas vontades: ele veio não para fazer sua própria vontade (vontade humana), mas para fazer a vontade do pai (a vontade divina).

Que Jesus tinha um espírito humano parece evidente, quando ele falou, na cruz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito!" (Lucas no 23:46). Embora seja difícil distinguir entre as naturezas humana e divina de seu espírito, algumas referências aparentemente enfocam um aspecto humano. Por exemplo, "Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido" (Marcos 8:2), "Crescia o menino... enchendo-se de sabedoria" (Lucas 2:40), "Exultou Jesus no Espírito Santo" (Lucas 10:21), "Agitou-se no espírito" (João 11:33) e "Angustiou-se Jesus em Espírito" (João 13:21).

Jesus tinha alma, porque ele disse: "A minha alma está profundamente triste até a morte" (Mateus 26:38; veja marcos 14:34 é) e "Agora está angustiada a minha alma" (João 12:27). Após sua morte, sua alma visitou o inferno (do grego Hades -- sepultura o lugar das almas que partiram), como acontecia com todas as almas antes do calvário (Atos 2:27-30); mas ele venceu o inferno (outra vez, Hades) e a morte (Apocalipse 1:18).

A alma de Jesus tinha que estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8).

A alma de Jesus tinha que estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8).

Se não aceitarmos o fato de que Jesus era completamente humano, então as passagens das escrituras referentes à sua tentação perdem o sentido (Mateus 4:1-18; Hebreus 2:16-18; 4:14-16). Assim também a descrição de sua luta e a agonia no Getsêmani (Lucas 22:39-44). Duas passagens em Aos Hebreus destacam o fato de que Jesus foi tentado como somos, ele se qualifica como o nosso sumo sacerdote, nos entende perfeitamente, e nos ajuda em nossas enfermidades: “convinha que em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos" (Hebreus 2:17) ; "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa comparecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas sem pecado (Hebreus 4:15). Hebreus 5:7 e 8, diz:” Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu “. Esses versículos não apresentam o retrato de alguém que não tenha sido afetado  pelas emoções, temores e dúvidas. Descrevem, antes, alguém sofrendo essas fraquezas humanas; ele teve que superar a vontade humana e se submeter ao Espírito eterno”.

A humanidade de Cristo orou, chorou, aprendeu a obedecer, e sofreu. A natureza divina estava no controle e Deus era fiel a seu próprio plano, mas a natureza humana tinha que buscar auxílio novo Espírito e, aprender a obedecer ao plano divino. Todos esses versículos das escrituras, com certeza, mostram que Jesus era completamente humano-- que ele tinha todos os atributos da humanidade  exceto a natureza pecadora herdada por ocasião da queda. Se negar amos a humanidade de Jesus, que encontraremos em choque com o conceito de redenção e expiação. Não sendo completamente humano, poderia ser o sacrifício suficiente para redimir a humanidade? Poderia ele nos servir de verdadeiro substituto da morte? Poderia ele, realmente, se qualificar como nosso redentor?

Jesus podia pecar?

A afirmação de que Jesus era perfeito em humanidade, nos leva a questão: Jesus podia pecar? Essa é, realmente, uma pergunta abstrata e enganosa, pois sabemos que Jesus não pecou (Hebreus 4:15). A resposta é mais acadêmica que prática, mais especulativa que consistente. Em sua humanidade, Jesus foi tentado por Satanás e lutou contra sua própria vontade, no Getsêmani. Embora não tivesse nossa natureza depravada-ele tinha a mesma natureza inocente sem pecado de Adão, originalmente-ele tinha a mesma capacidade de ir contra a vontade de Deus, como a tinham Adão e Eva .

A parte divina de Jesus, certamente, não podia pecar e nem mesmo ser tentada a pecar (Tiago 1:13) . A parte humana de Jesus, quando vista sozinha, tinha, teoricamente, a capacidade de pecar. Mas isso é apenas teórico, não o real. Vista sozinha, parece que a humanidade de Cristo tinha capacidade para optar pelo pecado. Entretanto, sua natureza humana estava sempre voluntariamente submissa à natureza divina, à qual não poderia pecar. Assim, de modo prático Jesus Cristo-visto como a combinação da humanidade e divindade que ele era -- não podia pecar. O espírito estava sempre no controle e à humanidade controlada pelo espírito não comete o pecado (veja I JOÃO 3:9, para uma analogia).

O que teria acontecido se a humanidade de Jesus estivesse rebelada contra a liderança divina? Essa é outra questão totalmente teórica, porque tal coisa não aconteceu e, na prática, não pode acontecer. Essa questão não leva em conta a presciência e o poder de Deus. Ainda assim, se alguém insiste em obter uma resposta, podemos dizer que se a humanidade de Jesus tivesse tentado pecar (uma suposição tola), 0 Espírito divino de Jesus teria se separado  imediatamente do corpo humano, deixando-o  sem vida. Esse corpo inanimado não seria Jesus Cristo, portanto tecnicamente, Cristo não poderia ter pecado, embora o plano de Deus tivesse sido temporariamente frustrado.

Uma vez que Jesus não poderia ter pecado,  isso significa que as tentações foram sem valor? Não. Sendo Jesus, também, completamente humano ele era realmente capaz de sentir a força e a atração da tentação. Ele venceu a tentação, não como o próprio Deus, mas como ser humano com todo o poder de Deus à sua disposição. Ele sabe, agora, por experiência, o que sentimos quando somos tentados. Naturalmente, ele sabia que seria vitorioso pelo espírito, mas nós podemos ter a mesma segurança, poder e Vitória, confiando no mesmo Espírito que estava em Cristo.

Então, porque Satanás tentou Jesus? Aparentemente, ele não sabia que Jesus seria vitorioso, inevitavelmente, e não compreendeu, naquela hora, todo o mistério do Deus encarnado. Se tivesse compreendido, jamais teria incitado o povo à crucificação.Talvez ele pensasse ter destruído o plano de Deus, com a crucificação, mas, em vez disso ele realmente o cumpriu. É, também,  provável que o Espírito de Deus tenha permitido que Satanás tentasse Jesus para que Jesus pudesse sentir a tentação, como nós a sentimos. Foi-nos dito que o Espírito levou Jesus ao deserto para que fosse tentado (Mateus 4:1; Lucas 4:1).

Vamos apresentar algumas considerações a esse respeito para aqueles que entendem que nossa posição deprecia, de algum modo, a realidade das tentações de Cristo. Sabemos que Jesus não tinha uma natureza pecaminosa. Sabemos que ele não tinha a inclinação e a compulsão para pecar que temos por causa da nossa natureza decaída. Ainda assim, esses fatos não desmerecem  a realidade da aquilo que ele experimentou. Ele vivenciou a mesma luta que temos vivenciado. Do mesmo modo, fato de que, como Deus, Jesus não poderia ter pecado não tira o mérito  da realidade de suas tentações: ele sentiu as mesmas lutas e provações que nós sentimos. Por outro lado, se dissemos que Jesus podia pecar estamos desmerecendo sua divindade absoluta, porque estaremos indicando que, de alguma maneira, Deus existe separado de Jesus e vice-versa.

 Concluímos que a natureza humana de Jesus podia ser, e foi, tentada. Uma vez que a divina natureza estava no controle, entretanto, Jesus não podia pecar e nem pecou. Se Jesus tivesse uma natureza humana incompleta, a realidade e o significado das tentações e da agonia no Getsêmani seriam reduzidos. Acreditamos que ele tinha, realmente, uma natureza humana completa. Ele experimentou exatamente, aquilo que o homem experimenta quando é tentado e luta contra  a tentação. O fato de Jesus saber que venceria pelo Espírito, não diminui o valor da realidade das tentações.

 A questão toda, sobre se Jesus poderia ou não pecar, é abstrata como já observamos antes. Ela se esgota na afirmativa de que a natureza humana de Jesus era como a nossa em todos os pontos, exceto quanto ao assunto do pecado original. Ele foi tentado em tudo, como nós, e, ainda assim, o espírito de Deus, esteve sempre controlando tudo. O fato mais relevante para nós, é que ele foi tentado, e, mesmo assim, não pecou.

O Filho Na Terminologia Bíblica 

Devemos considerar a dualidade da natureza de Cristo enquadrada na estrutura da terminologia bíblica. O termo Pai se refere a Deus mesmo -- Deus em toda  a sua divindade. Quando falamos do eterno Espírito de Deus, queremos falar de Deus mesmo, o Pai. Deus Pai, portanto, é um termo bíblico perfeitamente aceitável para se usar para Deus (Tito 1:4). A Bíblia, no entanto, não usa nem uma só vez o termo "DEUS FILHO". Não é um termo correto porque filho de Deus se refere à humanidade de Jesus Cristo. A Bíblia define o Filho de Deus como a criança nascida de Maria, não como o Eterno Espírito de Deus (Lucas 1:35). Filho de Deus pode se referir apenas a natureza humana ou pode se referir ao Deus manifestado em carne -- o que significa divindade na natureza humana.

Filho de Deus nunca significa o incorpóreo Espírito, sozinho, entretanto. Não podemos, jamais, usar o termo "FILHO", corretamente, separado da humanidade de Jesus Cristo. Os termos "FILHO de DEUS", "FILHO do HOMEM" e "FILHO", são apropriados e bíblicos. No entanto, o termo "Deus FILHO", não é apropriado porque, iguala o filho com a divindade única, e está, portanto em desacordo com as escrituras.

O filho de Deus não é uma pessoa separada da divindade, mas é a expressão física do único Deus. O filho  é "Imagem do Deus invisível" (Colossenses 1:13-15) e "A expressão exata do seu ser (Deus)" (Hebreus 1:2 e 3), como um carimbo deixa no papel uma assinatura exatamente igual, ou como um sinete marca o lacre com a impressão exata, quando pressionado contra a cera, assim o Filho de Deus é a expressão exata do Espírito de Deus, na carne. O homem não podia ver o Deus invisível, assim Deus fez uma semelhança exata de si mesmo na carne, imprimiu sua verdadeira natureza na carne, veio ele mesmo na carne, para que o homem pudesse vê-lo e conhecê-lo.

Muitos outros versículos das escrituras revelam que podemos usar o termo "Filho de DEUS", corretamente, apenas quando ele inclui a humanidade a Jesus. Por exemplo, o Filho nasceu de uma mulher (Gálatas 4:4), o Filho era unigênito (João 3:16), o Filho nasceu (Mateus 1:21-23; Lucas 1:35), o Filho não sabia quando aconteceria a segunda vinda  (Marcos 13:32), o Filho não podia fazer nada de si mesmo (João 5:19), o Filho comia e bebia (Mateus 11:19), o Filho sofreu (Mateus 7:12), uma pessoa pode blasfemar contra o Filho e ser perdoada, mas não contra o Espírito (Lucas 12:10), o Filho foi crucificado (João 13:14; 12:30-34) e o Filho morreu (Mateus 27:40-54; Romanos 5:10). A morte de Jesus é um exemplo particularmente bom. Seu Espírito divino não morreu mas seu corpo humano morreu. Não podemos dizer que Deus morreu, portanto, não podemos dizer que "DEUS FILHO" morreu. Por outro lado, podemos dizer que o Filho de Deus morreu,  que Filho se refere à humanidade.

 Como ficou afirmado acima, "FILHO" nem sempre se refere apenas à humanidade, mas a divindade e humanidade juntas, como existem na única pessoa de Cristo. Por exemplo, o Filho tem poder para perdoar pecados (Mateus 9:6). O Filho estava no céu e na terra, ao mesmo tempo (João 3:13), o Filho subiu ao céu (João 6 : 62), e o Filho vai voltar, em glória, para julgar e governar (Mateus 25:31).

Filho De Deus

Uma observação deve ser acrescentada a nossa discussão a respeito da expressão "DEUS FILHO". Em João 1:18 a versão King James usa a frase, "O filho unigênito" e a versão RSV diz "O único Filho". Entretanto, a NIV diz "Deus o único Filho", e a TAB". Essas duas últimas versões são baseadas em variadas leituras de alguns textos gregos. Não acreditamos que estejam corretas. Se pudéssemos justificar o uso da expressão "DEUS FILHO", de algum modo seria para destacar, como temos feito, que "Filho de Deus",pode significar não apenas à humanidade de Jesus mas também, a divindade enquanto habitando a humanidade. Entretanto, João 1: 18  FILHO para se referir à humanidade, porque ele disse que o Pai a divindades de Jesus) é revelado pelo Filho. Esse versículo das escrituras não significa que Deus é revelado por Deus, mas que Deus é revelado na carne através da humanidade do Filho.

Qual é o significado do título "FILHO DE DEUS?” Ele enfatiza a natureza divina de Jesus e o fato de ter nascido de uma virgem. Ele é o Filho de Deus porque ele foi concebido pelo Espírito de Deus, o que tornou Deus, literalmente, seu Pai (Lucas 12. 35). Quando Pedro confessou que Jesus era "O Cristo, o Filho de Deus vivo", reconheceu o papel messiânico e a divindade de Jesus (Mateus 16: 16). Os judeus compreenderam o que Jesus queria dizer quando chamava a si próprio de Filho de Deus e quando chamava Deus seu pai, porque tentaram matá-lo por afirmar ser Deus (João 5: 18; 10: 33). Resumindo: o título "Filho de Deus" reconhece a humanidade e chama a atenção para a divindade de Jesus. Ele significa que DEUS manifestou a si mesmo na carne.

Devemos notar que os anjos são chamados filhos de Deus (38: 7) por que Deus os criou diretamente. Do mesmo modo, Adão era o filho de Deus pela criação (Lucas 3:38). Os santos (membros da igreja de Deus) também são filhos de Deus, porque ele nos adotou em seu parentesco (Romanos 8:18 a 19). Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, tendo todos os direitos de filiação. Jesus, entretanto, é o Filho de Deu no sentido em que nenhum outro ser ou é ou pode ser, porque Jesus é o unigênito Filho de Deus (João 3:16). Ele é o único jamais concebido ou gerado pelo Espírito de Deus. Assim a sua filiação única atesta sua divindade.

Filho de Homem

O termo "FILHO do HOMEM" chama a atenção primeiramente para a humanidade de Jesus Cristo; ele faz alusão ao fato de que ele é o rebento da humanidade. O Velho Testamento usa essa expressão, muitas vezes para se referir à humanidade. Os seguintes versículos das escrituras, por exemplo, o usa para significar a humanidade em geral, ou qualquer homem, sem identificação específica: Salmos 146:3; Isaías 51:12; Jeremias 49:18 (o Salmo 8:4 tem o significado suficiente que se refere profeticamente ao Messias, como é mostrado em Hebreus 6 e 7).

O termo “FILHO do HOMEM" se refere, também muitas vezes, a um homem específico, especialmente em Ezequiel, onde ele designa o profeta (Ezequiel 2:1, 3,6,8; Daniel 8:17). Em alguns versículos das escrituras ele a indica um homem a quem Deus deu soberania e poder (Salmos 80:17; Daniel 7:13). Esses últimos significados aparecem freqüentemente na literatura apocalíptica judaica do período intertestamental.[15]

Jesus usou o termo “FILHO do HOMEM" referindo-se a si mesmo, muitas vezes. Na maior parte das ocasiões, ele o usou como sinônimo de que "Eu" ou como um título, dando ênfase à sua humanidade. Em alguns exemplos, a expressão implica não simples fato de sua humanidade, bem como o poder e a autoridade outorgada ao Filho pelo eterno Espírito de Deus (Mateus 24:30; 25:32). Para resumir: Jesus abordou o título, com suas conotações de poder e de soberano do mundo, mas aplicou-o a si mesmo em todas as situações. O título serve para nos lembrar que Jesus era, realmente, um homem.apenas o

O Verbo

Discutimos o conceito do Verbo no Chapter 4 - JESUS IS GOD. vamos no entanto, olhar novamente para esse termo, a fim de distingui-lo, no uso, do termo Filho, o Verbo ou Logos pode significar o plano ou pensamento, como ele existia na mente de Deus. Esse pensamento era um plano predestinado -- um acontecimento futuro absolutamente certo e -- e, portanto, tinha  uma realidade ligada a ele que nenhum pensamento humano poderia jamais possuir. O verbo pode, também significar o plano ou pensamento de Deus enquanto expresso na carne, quer dizer no Filho. Qual é a diferença, portanto, entre os dois termos, VERBO e FILHO. O verbo tinha preexistência e o Verbo era Deus (O Pai), assim, podemos usá-lo sem nos referir à humanidade. Entretanto, o Filho se refere sempre a encarnação e não podemos usá-lo na ausência do elemento humano. Exceto como um plano preestabelecido na mente de Deus, o Filho não tinha pré-existência antes da concepção no ventre de Maria. O Filho de Deus preexistia em pensamento, mas não em substância. A Bíblia chama de Verbo, esse plano preestabelecido. (João 01:1 e 14).

Filho Unigênito Ou o Filho Eterno?

João 3:16 chama Jesus de Filho unigênito de Deus. Muitas pessoas, entretanto, usam a expressão "FILHO Eterno". Esta expressão é correta? Não. A Bíblia não a usa nunca e  ela expressa um conceito desmentido pelas Escrituras. A palavra gênito vem do verbo gerar, que significa "Procriar, da existência, ser o pai". Desse modo, genito, indica um momento definido no tempo -- o instante quando a concepção se deu. Por definição, o genitor (pai) sempre existe antes do gerado (rebento). Deve haver um tempo quando o genitor  existe e o gerado ainda não tenha existência, e deve haver um instante no tempo quando o ato de geração ocorre. De outro modo a palavra unigênito não tem sentido. Assim, as próprias palavras gênito e filho contradizem, cada uma, palavra eterno quando aplicada ao Filho de Deus.

Já discutimos que "FILHO DE DEUS", se refere à humanidade de Jesus. Está claro que a humanidade de Jesus não é eterna, mas nasceu em Belém. Só podemos falar de eternidade-passado, presente e futuro-com referência a Deus. Uma vez que "FILHO de DEUS" se refere a uma humanidade ou divindade enquanto manifestada em carne, a idéia de um Filho eterno se torna incompreensível. O filho de Deus teve um começo.

O Começo Do Filho

A filiação -- ou o papel de filho -- o que começou com a concepção da criança no ventre de Maria. As escrituras deixam isso completamente claro.Gálata 4:4 diz: "Vendo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei". O filho veio na plenitude do tempo -- não na eternidade passada. O filho foi nascido de mulher e-não gerado eternamente  o filho foi nascido sob a lei-não antes da lei (veja, também, Hebreus 7:28). O termo unigênito se refere a concepção de Jesus, descrita em Mateus 1:18-20 e Lucas 1:35. O filho de Deus foi gerado quando o Espírito Santo, miraculosamente, fez com que acontecesse a concepção no ventre de Maria. Isso fica evidente no próprio significado da palavra unigênito de, também, do relato de Lucas 1:35, que explica que, porque o Espírito Santo envolveria Maria com sua sombra, por isso, sua criança seria filho o de Deus. Devemos observar o tempo futuro do verbo nessa frase: "O ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus".

 Hebreus 1:5-6 revela também que a geração do filho ocorreu em um determinado instante do tempo em que o filho teve um começo no tempo: "Pois a qual dos anjos disse jamais: tu és meu filho, eu hoje te gerei? E outra vez: eu lhe serei pai, e ele me será filho? E, novamente, ao introduzir o primogênito no mundo, diz: e todos os anjos de Deus o adorem". Desses versículos,  podemos concluir o seguinte: o Filho foi gerado em um determinado dia, no tempo; houve um tempo quando Filho não existia;  Deus profetizou a respeito da futura existência do Filho ("Será"); e Deus trouxe o Filho ao mundo algum tempo após a criação dos anjos.

Outros versículos das escrituras  enfatizam o fato de que o Filho foi gerado num determinado dia do tempo -- "Eu hoje te gerei" (Salmos 2:7; Atos 13:33). (Todos versículos do Velho Testamento que mencionam o Filho são claramente proféticos, prevendo o dia quando o Filho de Deus seria gerado Salmos 2:7 e 12; Isaías 7:14; 9:6).  (Como estudamos no Capítulo 2 – A NATUREZA DE DEUS, Daniel 3:25 se refere a um anjo. Mesmo se de fato descrevesse  uma teofanía de Deus, não poderia significar o então inexistente corpo de Jesus Cristo).

 A partir desses versículos, fica fácil ver que o Filho não é eterno, mas foi gerada por Deus a mais de 2000 anos atrás. Muitos teólogos que não tem aceitado completamente a grande verdade da unicidade de Deus, tem ainda, rejeitado a doutrina do "FILHO ETERNO", como  auto contraditória, em desacordo com as escrituras e falsa. São exemplos: Tertuliano (pai da doutrina do trinitarianismo, na história da igreja primitiva), Adam Clarke (o conhecido comentarista bíblico), e Finis Dake (anotador  da Bíblia pentecostal, que é essencialmente triteistico).

O Término Da Filiação

A Filiação não apenas teve um começo, mas terá, em pelo menos sentido, um fim. Isso se torna evidente a partir de I Corintios  15: 23-28 particular o verso 24, que diz: "E então virá o fim, quando Ele (Cristo entregar o Reino ao Deus e Pai...” o versículo 28 diz: "Quando porém, todas as cousas lhe estiverem sujeitas, então o próprio filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos". Esse versículo das escrituras se torna  inexplicável se pensarmos em um " Deus filho" equiparado e co-eterno com Deus Pai. Mas ele se torna facilmente explicável se nos dermos conta de que "Filho de Deus" se refere a um papel específico que Deus assumiu temporariamente com o propósito de redenção. Quando as razões da filiação deixarem de existir Deus (Jesus) deixará de assumir seu papel de Filho e a filiação será, outra vez, absorvida pela grandeza de Deus, que retornará a seu papel original como Pai, criador e  soberano de tudo. Efésios 5:27 descreve essa mesma cena em termos diferentes: "Para apresentar a si mesmo (Cristo) igreja gloriosa...”, Jesus  apresentará a igreja a si mesmo! Como pode ser isso à luz de I Corintios 15:24, que descreve o filho apresentando o reino ao Pai? A resposta é clara: Jesus em seu papel de filho, e como seu ato final como filho, apresentará a igreja a si mesmo em seu papel de Deus Pai”.

Encontramos, ainda, outra indicação de que a Filiação terá  um fim. Em atos 2:34 e 35. Pedro citou Davi no salmo 110:1: "Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta ti à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés". Devemos notar a palavra até. Essa passagem descreve a natureza dual de Cristo, com o Espírito de Deus (o senhor) falando profeticamente a manifestação  humana de Cristo (o Senhor). A mão direita de Deus representa o poder e autoridade de Deus. Fazer dos inimigos estrado para os pés significa derrotar completamente o inimigo e tornar bem clara essa derrota. Nos tempos antigos, o vitorioso, muitas vezes, fazia isso literalmente, pisando sobre a cabeça o pescoço de seus inimigos (Josué 10:24). Portanto, a profecia de Salmos 110 é a seguinte: o Espírito de Deus dará poder e autoridade ao homem Cristo Jesus, o Filho de Deus, até que o Filho tenha conquistado completamente os inimigos, o pecado e o mal. O Filho  terá poder até que faça isso. O que acontece ao Filho depois disso? Isso significa que uma pessoa terna da trindade deixará de estar assentada à direita de Deus e perderá todo o poder? Não. Isso significa simplesmente que o papel do Filho como soberano cessará. Deus usará seu papel como Filho -- Deus manifestado em carne -- para vencer Satanás, cumprindo assim, Gênesis 3:15  onde Deus afirmou que a semente da mulher  esmagaria  a cabeça do mal. Depois disso, Deus não precisará mais do papel humano para governar.

Depois que satanás for lançado no lago de fogo, e todo o pecado for julgado no último juízo (Apocalipse 20), não mais será necessário que o Filho use o trono do poder. Jesus Cristo deixará de atuar em sua Filiação e será Deus para sempre.

Isso significa que Deus deixará de usar o corpo ressurreto e glorificado de Cristo? Acreditamos que Jesus continuará a usar seu corpo glorificado por toda a eternidade. Isso está indicado em Apocalipse 22:3 e 4, que descreve um Deus visível mesmo após o último dos juízos e após a criação do novo céu e da nova terra: "Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela  estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e nas suas frontes estará o nome dele". Jesus é sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquesedeque (Hebreus 7:21), mesmo que ele deixe de atuar em seu papel de sacerdote, após o último julgamento. O corpo humano glorificado do Senhor é imortal, assim como serão imortais os nossos corpos (I João 3:2; I Corintios 15:50-54). Embora o corpo glorificado de Cristo continue a existir, todas as razões para o reinado da filiação terão deixado de existir e todos os papéis atuados pelo Filho e estarão cumpridos. Mesmo o Filho será colocado sobre  sujeição para que Deus possa ser tudo em todos. É nesse sentido que a filiação deixará de existir.

O Propósito Do Filho

Sendo o papel de Filho de Deus temporário, não eterno, por que escolheu  Deus manifestar-se através do Filho? Por que ele gerou o Filho? O propósito primário do Filho é ser nosso Salvador. A obra da salvação  exigia muitos papéis que só um ser humano  poderia cumprir, incluindo  os papéis de sacrifício, propiciação, substituto, parente-resgatador, reconciliador, mediador, advogado, sumo sacerdote, segundo  dão e exemplo. Esses termos se sobrepõem de muitas maneiras, mas cada um representa um aspecto importante da obra de salvação que, de acordo com o plano de Deus, poderia ser cumprida por um ser humano.

De acordo com o plano de Deus, era necessário que o sangue os derramado para remissão dos pecados do homem (Hebreus 9:22). O sangue de animais não removeria o pecado do  porque os animais são inferiores ao homem (Hebreus 10:4). Nenhum ser humano poderia resgatar o pecado de outro ser humano, porque todos pecaram e todos trouxeram para si mesmos a penalidade para morte (Romanos 3:23; 6:23). Apenas Deus era sem pecado, mas ele não tinha carne e sangue. Assim, Deus preparou um corpo  para Si mesmo (Hebreus 10:5), para que ele pudesse viver uma vida sem pecado na carne, que pudessem derramar sangue inocente para salvar a humanidade. Ele se tornou carne e sangue para poder, através da morte, vencer o mal e de bem-estar à humanidade (Hebreus 2:14 e 15). Desse modo, Cristo é nossa propiciação -- o modo pelo qual obtemos perdão, a satisfação da justiça de Deus, o apaziguamento da santa ira de Deus (Romanos 3:25. O sacrifício de Cristo é o meio pelo qual Deus perdoa nossos pecados sem comprometer sua justiça. Somos salvos, hoje, pelo sacrifício de Jesus Cristo -- pela oferta do Filho de Deus (Hebreus 10:20; João 3:16). Assim, o Filho é o sacrifício e a propiciação pelos nossos pecados).

 Quando Filho de Deus se tornou um sacrifício, ele se tornou, também, o nosso substituto. Ele morreu em nosso lugar, levou sobre se os nossos pecados, que pagou à pena de morte pelos nossos pecados (Isaías 53:5 e 6 ; I Pedro 2:24). Ele foi mais que um Marte; ele realmente tomou o nosso lugar. Ele provou a morte por todos os homens (Hebreus 2: 9). Naturalmente, a única maneira pela qual Jesus poderia ser nosso substituto e morrer em nosso lugar, seria através de sua vida em carne.

 O papel de Cristo como nosso parente-resgatador se torna possível através da filiação. No Velho Testamento, se um homem vendesse sua propriedade. Ou se vendesse como escravo, um parente próximo tinha o direito de  comprar de volta à propriedade daquele homem , ou de compra sua liberdade, em seu lugar (Leviticos 25:25; 47:49). Vindo em carne Jesus se tornou nosso irmão (Hebreus 2:11 e 12). Assim, ele qualificou se a si mesmo como nosso parente-resgatador. A Bíblia o descreve como nosso redentor (Romanos 3:24; Apocalipse 5:9) .

 Por sua humanidade, Jesus Cristo é capaz de mediar, quer dizer, ficar entre o homem e Deus, e representar o homem diante de Deus. Como mediador Jesus reconcilia o homem com Deus. Ele traz um homem de volta à comunhão com Deus (II Corintios 5:18-19). O abismo existente entre o Deus santo e o homem pecador encontrou uma ponte m sem pecado, Jesus Cristo: "Por quanto a um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o homem" (1 Timóteo 2:5). Devemos observar com que cuidado Paulo manteve a unicidade de Deus, esse versículo. Não há distinção em Deus, mais uma distinção entre Deus e o homem Jesus Cristo. Não há duas personalidades em Deus a dualidade existe em Jesus como Deus e Jesus como homem. Não é o Deus  intermediário entre Deus e o homem; nem é "Deus Filho". É, antes, o homem Jesus que o mediador; somente um homem sem pecado poderá se aproximar de um Deus Santo, em favor da humanidade.

Estreitamente ligado com o papel de Cristo como mediador sendo papel de sumo sacerdote (Hebreus 2:16-18; 4:14-16). Em sua humanidade Jesus foi tentado como nós somos; e por causa de sua experiência humana que ele pode nos ajudar como um sacerdote chefe de compaixão. Ele penetrou o tabernáculo celestial, esteve atrás do véu, dentro do mais santo dos lugares e lá ofereceu seu próprio sangue (Hebreus 6:19; 9:11 e 12). Através de seu sacrifício de morte, nós temos acesso direto ao trono de Deus (Hebreus 4:16; 6:20). O filho é nosso sumo sacerdote, através de quem pode nos chegar, corajosamente, diante de Deus.

 Do mesmo modo, a filiação permite que Cristo seja nosso advogado, alguém chamado para nos ajudar (I João 2:1). Se pecarmos, mesmo após a conversão, temos  alguém que pedirá misericórdia, por nós, diante de Deus. É mais uma vez, o papel do filho que conseguE isso, porque, quando confessando os nossos pecados, o sangue de Cristo é aplicado sobre esses pecados tornando possível sua  defesa, em nosso favor.

Através de sua humanidade. Jesus é o segundo Adão (I Corintios 15:45-47). Ele veio para conquistar e condenar o pecado na carne, e para vencer a própria morte (Romanos 8:3; I Corintios 15: 55-57) ele veio como Homem para que pudesse recolocar Adão como representante da raça humana. Agindo assim, ele anulou todas as conseqüências  da queda de Adão, para todos aqueles que crêem nele (Romanos 5:12-21). Tudo aquilo que a humanidade perdeu por causa do pecado de Adão, Jesus contestou de volta, como o segundo Adão o novo representante da raça humana.

Há um outro aspecto da vitória de Cristo sobre o pecado na carne. Jesus não apenas feio na carne para morrer, mas, também, para nos dar o exemplo de uma vida vitoriosa, para que pudéssemos seguisse os passos (I Pedro 2:21). Ele nos mostrou como viver de modo a vencer o pecado na carne. Ele se tornou o Verbo de Deus interpretado em carne (João 1:1). Ele se tornou o Verbo vivo para que pudéssemos compreender claramente como Deus queria que fôssemos. Naturalmente, ele nos dá poder para seguir seu exemplo. Assim como somos reconciliados pela sua morte, somos salvos por sua vida (Romanos 5:10). Seu Espírito nos dá poder para viver a vida justa que Ele quer que vivamos (Atos 1:8; Romanos 8:4). O Filho não apenas apresenta o homem a Deus, como ele, também, apresenta Deus ao homem. Ele é um apóstolo, alguém escolhido por Deus e enviado por Deus com um propósito específico (Hebreus 3:1). Ele é um profeta, apresentando Deus ao homem e revelando a palavra de Deus ao homem (Atos: 3:20-23; Hebreus1: 1 e 2). Sua humanidade é crucial a esse respeito, por que Deus usou a humanidade do Filho para alcançar o homem, no nível do homem.

Além de proclamar a palavra de Deus, o Filho revelou o homem à natureza de Deus. Através do Filho, Deus comunicou seu grande amor pelo homem e demonstrou seu grande poder, de um modo que o homem pode entender. Como foi explicado nos  Capítulo 2 – A NATUREZA DE DEUS e Capítulo 3 – OS NOMES E TÍTULOS DE DEUS, Deus usou o nome de Jesus como a revelação culminante de sua natureza e a pessoa de Jesus como a culminação profética das teofanías do Velho Testamento. Esse propósito da filiação se expressa em muitos versículos das escrituras que ensinam a manifestação de Deus na carne. João 1:18 descreve esse propósito do filho: "Ninguém jamais viu a Deus o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou". Isaías profetizou que essa revelação aconteceria: "A glória do Senhor se manifestará, e da carne a verá" (Isaías 40:5). Paulo escreveu, que isso, realmente, aconteceu em Cristo: "Por que Deus que disse: das trevas resplandeça a luz -- ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo" (II Corintios 4:6). Em outras palavras, o Filho de Deus se tornou um meio pelo qual o Deus invisível e incompreensível se revelou ao homem.

Um  outro propósito do Filho é providenciar o cumprimento de muitas promessas do Velho Testamento, feitas a Abraão, e Isaque, Jacó, a nação de Israel e a Davi. Jesus Cristo cumprirá as promessas relativas aos descendentes desses homens, e ele fará isso durante o Reino do milênio na terra o (Apocalipse 20:4). Ele será, literalmente, o rei de Israel e de toda a terra (Zacarias 14:16 e 17; João 1:49). Deus prometeu a Davi que sua casa e trono seriam estabelecidos para sempre (II Samuel 7:16). Jesus cumprirá isso, literalmente, em si mesmo, da verdadeira linhagem de Davi, através de Maria. E sendo herdeiro do trono de Davi o seu pai legal José (Mateus 1).

 A filiação permite a Deus, também, a julgar o homem. Deus é justo e bom. Ele é, também, misericordioso. Em sua justiça e misericórdia ele resolveu não julgar o homem até que ele tivesse, realmente, experimentado todas as tentações e problemas da humanidade e até que tivesse demonstrado que é possível viver justamente na carne (com poder divino, naturalmente, mas com mesmo poder que ele tem colocado à nossa disposição). A bíblia afirma, especificamente, que o Pai não jogará ninguém; somente o Filho será um juiz (João 5:22 e 27). Deus jogará através de Jesus Cristo (Romanos 2:16). Em outras palavras, Deus (Jesus) julgará o mundo no papel daquele que viveu na carne, que venceu o pecado na carne, e que tornou possível que o mesmo poder vencedor estivesse disponível a toda a humanidade.

 Em resumo, ha muitos propósitos para o Filho. No plano de Deus o Filho era necessário para trazer a salvação ao mundo. Isso incluem os papéis de: 1) sacrifício, 2) substituto 3) parente-redentor, 4) e conciliador, 5) mediador, 6) sumos sacerdotes, 7) advogado, 8) segundo Adão, 9) exemplo de retidão. A filiação também tornou possível para Cristo ser: 10) apóstolo, 11) profeta, 12) revelador da natureza de Deus, 13) rei e 14) juiz. Todos esses papéis exigiam um ser humano para que fossem realizados; a partir deles vemos por ter deus vê o mundo, em carne, como Filho.

Após estudamos os propósitos da filiação, é fácil ver por que o Filho veio a  existir em um determinado instante do tempo, em vez de existir desde toda a eternidade. Deus simplesmente esperou a plenitude do tempo, quando todos esses propósitos poderiam, de modo melhor, serem postos em ação (Gálatas 4:4). Assim, o Filho não tinha existência substancial até o momento da concepção de Cristo, no ventre de Maria.

Após o reinado do milênio e do último julgamento, os propósitos da filiação estarão cumpridos e o reinado do Filho terá fim. Quando temos em vista o propósito do Filho, podemos entender que a filiação é temporária e não eterna: a Bíblia nos diz quando a filiação começou e quando o ministério da filiação acabará.

Para recordar e para obter maiores explicações sobre alguns conceitos a respeito do filho, podemos estudar Hebreus 1, que contém várias referências  interessantes a esse respeito. O versículo 3 descreve o Filho como brilho da glória de Deus e a imagem expressa de sua pessoa. A palavra hypostasis, traduzida como "Pessoa" na versão King James, significa substância, natureza ou ser. A NIV traduz o versículo 3, da seguinte maneira: "O Filho é a radiação da glória de Deus e a representação exata de seu ser". Numa passagem similar,Colossenses 1:15 diz que o filho é a imagem do Deus invisível. Vemos, outra vez, que o Filho é uma manifestação visível do Pai, em carne. O Filho é uma representação exata ou imagem de Deus, com toda a glória de Deus. Em outras palavras, o Deus invisível (Pai) se manifestou em carne visível, como o Filho, para que os homens pudessem contemplar a glória de Deus e pudessem entender como Deus realmente é

Hebreus 1 pode ser visto como uma reafirmação de João 1, passagem na qual lemos que Deus pai foi feito carne. Hebreus 1:2 diz que Deus nos falou através do Filho; João 1: 14 diz que o Verbo se fez carne, e João 1:18 afirma que o Filho revelou Deus o Pai. desses versículos compreendemos que o Filho não é distinto do Pai em personalidade, mas é o modo pelo qual o Pai revelou a Si mesmo ao homem.

O Filho e a Criação

Hebreus 1:2 afirma que Deus criou o universo através do Filho. Do mesmo modo,Colossenses  1:13-17 diz que todas as coisas foram criadas pelo Filho, e Efésios 3:9 diz que todas as coisas foram criadas por Jesus Cristo. O que significam criadas "Pelo Filho", uma vez que o Filho não tinham uma pré-existência substancial, antes da encarnação?

Naturalmente, sabemos que Jesus, como Deus, pré existiu a encarnação uma vez que a divindade de Jesus não é outro senão a do próprio Pai. Reconhecemos que Jesus (o Espírito divino de Jesus) é realmente o criador. Esses versículos descrevem o Espírito eterno que estava no Filho -- a divindade que mais tarde foi encarnada como o Filho -- como o criador. A humanidade de Jesus não poderia criar, mas Deus, que veio no Filho como Jesus Cristo, criou o mundo. Hebreus 1:10 declara que Jesus, como o Senhor, foi o criador.

Essas passagens das escrituras talvez tenham, ainda, um significado mais profundo: embora o Filho não existisse no tempo da criação, exceto como o Verbo na mente de Deus, Deus usou seu preconhecimento do Filho, quando criou o mundo. Sabemos que ele criou o mundo pela palavra de Deus (Hebreus 11:3 ele criou o mundo tendo em sua mente o conhecimento de seu plano para a encarnação de redenção na cruz. Talvez, com esses mesmo preconhecimento eles usassem a filiação para criar o mundo. Quer dizer, ele fundamentou toda a criação na futura vinda de Cristo. Como John Miller explica: embora ele não manifestasse sua humanidade até a plenitude do tempo, ainda assim ele a usou e agiu com ela, desde toda a eternidade". [16] Romanos 5:14 afirma que Adão três figurava aquele que havia de vir, a saber, Cristo; pois Deus, e evidentemente tinha o Filho em mente, quando criou Adão.

Sabemos que Deus não vive no tempo e que ele não é limitado pelo tempo como nós somos. Ele conhece o futuro com certeza e pode, com certeza, predeterminar um plano. Assim, ele pode exigir em um acontecimento futuro porque ele sabe o que vai acontecer. Ele pode ver coisas que não existem, como se existissem (Romanos 4:17). Assim foi o cordeiro sacrificado antes da criação do mundo (Apocalipse 13:8), e é por isso que o homem Jesus pode orar: "E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo" (João 17:5). Embora Deus criar o homem para que o amasse e adorasse (Isaías 43:7; Apocalipse 4:11), o pecado do homem teria contrariado propósito de Deus na criação, não tivesse tido Deus o plano de restauração homem através do Filho. Deus previu a queda do homem, mas, não obstante, ele criou o homem uma vez que tinha predestinado o Filho e o futuro plano da redenção (Romanos 8:29-32). O plano a respeito do Filho estava na mente de Deus no momento da criação e era necessário para que a criação tivesse bom êxito. Portanto, ele criou o mundo através do Filho.

Sabemos que os versículos das escrituras que fala da criação pelo Filho não podem significar que o Filho existia substancialmente no momento da criação, como pessoa separada do Pai. O Velho Testamento proclama que um ser individual nos criou, e ele é Jeová, o Pai: "Não temos nós todos um mesmo pai? Não nos criou o mesmo Deus?" (Malaquias 2:10); "Assim diz o SENHOR, que te redime, o mesmo que formou desde o ventre materno: eu sou o SENHOR que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e sozinho espraiei a terra" (Isaías 44:24).

Jesus não foi crucificado, num sentido físico, antes da criação, o Filho não foi gerado antes da criação, e o homem Jesus não existia para ter glória, antes da criação. (nota: Jesus falou como homem, em João 17:5, porque por definição, Deus não ora nem tem necessidade de orar). Como pode abrir descrever todas essas coisas como existindo antes da criação? Elas existiam na mente de Deus como um plano futuro e predeterminado. Aparentemente, os versículos das escrituras, que fala de Deus criando o mundo pelo Filho, querem dizer que Deus usou e aproveitou seu futuro plano de filiação quando ele criou o mundo. Com certeza o plano para o Filho e para a redenção e existiu na mente de Deus, antes e durante a criação. (para maior esclarecimento do assunto, veja o tratamento que demos a Gênesis 1:26, no Capítulo 7 – EXPLICAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO.)

Resumindo, podemos olhar a criação pelo Filho, de duas maneiras:

1) o próprio espírito de Deus, que mais tarde se encarnou como Filho, era o criador.

2) embora o filho não existisse fisicamente, Deus tinha o plano do Filho em sua mente, no momento da criação e. Ele confiou naquele plano -- ele confiou na filiação -- para cumprir seu propósito na criação, apesar de seu preconhecimento do pecado do homem.

 O Primogênito

Hebreus 1:6 chama o  Filho de primogênito. E isso não significa que o Filho foi o primeiro ser criado por Deus, nem mesmo que ele foi criado pois esse mesmo a versículo indica que a "genitura" ocorreu depois da criação dos anjos. Com certeza, o Filho não foi "Gerado eternamente", porque o versículo 5 descreve a genitura acontecendo a um determinado momento no tempo: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei". Portanto, em que o Filho é o "Primogênito"?

 O termo tem vários sentidos. Em um sentido da palavra, o Filho não era apenas o primeiro gerado como também o único gerado (João 3:16). Isso quer dizer, o Filho é a única pessoa, literalmente, concebida pelo Espírito Santo (Deus); seu nascimento de uma virgem tornou possível que a completa divindade e a completa humanidade se unissem em uma pessoa. Ainda mais, o Filho é o primogênito no sentido de que ele foi planejado na mente de Deus antes de qualquer outra coisa. Além disso, o Filho é o primogênito por ter sido o primeiro a conquistar o pecado e a morte. Ele é "O primogênito dos mortos" (Apocalipse 1:5), "O primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8:29) e "O primogênito de entre os mortos". (Colossenses 1:18). Todos esses versículos usam a mesma palavra grega Prototokos, como em Hebreus 1:6. Cristo era as primícias da ressurreição, uma vez que ele foi o primeiro a ser fisicamente ressuscitado e o primeiro a receber um corpo glorificado (I Corintios 15:20).

 Sendo Jesus Cristo o cabeça da igreja, que é chamada a "Igreja dos (pertencentes) primogênitos" (Hebreus 12:23), podemos interpretar a designação de Cristo como "O primogênito (prototokos) de toda a criação", em Colossenses 1:15, como significando primeiro nascido da família espiritual de Deus a ser escolhido de toda criação. Pela fé nele, podemos nos tornar filhos de Deus, pelo novo nascimento (Romano 8:14-17 de). Jesus é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12:2 ), o capitão de nossa salvação (Hebreus 2:10), o apóstolo e o sumo sacerdote de nossa confissão (Hebreus 3:1), e nosso irmão (Hebreus 2:11 e 12). É em seu papel redentor que ele pode ser chamado de primogênito ou primeiro nascido entre muitos irmãos.

O título de Cristo, de primogênito, tem significado não apenas no sentido de primeiro em ordem, mas, também, de primeiro em poder, autoridade e primazia, assim como o irmão mais velho tem primazia entre seus irmãos. Enquanto aplicado a Cristo, primogênito não significa que ele foi o primeiro homem fisicamente nascido, mas que ele é o primeiro em autoridade. Esse é o significado I  Colossenses 1:15, quando diz que ele é "O primogênito de toda a criação", como vemos nos versículos subseqüentes. Os versículos 16-18 descrevem Jesus como criador de todas as coisas, o detentor de todo o poder e a cabeça da igreja. Em particular, o versículo 18 disse que ele é "O primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia".

 Para resumir, Jesus é o primogênito ou o primeiro nascido, em vários sentido .1) Ele é o primeiro e único Filho gerado por Deus, pois foi concebido pelo Espírito Santo. 2) o plano da encarnação existia na mente de Deus desde o princípio, antes de qualquer outra coisa .3) que em sua humanidade, Jesus é o primeiro homem a conquistar o pecado e ele é, portanto, o primeiro nascido da família espiritual de Deus. 4) em sua humanidade, Jesus é o primeiro homem a vencer a morte e, assim, Ele é as primícias da ressurreição ou primogênito dos mortos.5) Jesus é a cabeça de toda a criação e a cabeça da igreja, portanto, Ele é o primogênito no sentido de ter primazia e autoridade sobre todas as coisas, assim como irmão mais velho, tradicionalmente, tem primazia entre seus irmãos. Os quatro primeiros pontos se referem a ser o primeiro em ordem, enquanto o quinto se refere a ser o primeiro em poder e grandeza.

 A designação de Cristo como o primogênito não significa que ele foi criado ou gerado por um outro Deus. Significa, antes, que como homem, Cristo é o primeiro e o mais velho dos irmãos, na família espiritual de Deus, em que Ele tem autoridade e poder sobre toda a criação.

 Hebreus 1:8-9

"Mas, acerca do Filho: o teu  trono, ó Deus, é para todo o sempre... Deus, o teu Deus, de ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos seus companheiros." a primeira parte desta passagem se refere claramente à divindade do Filho, enquanto a segunda parte se refere à humanidade do Filho. O escritor de Hebreus está citando uma passagem profética que encontramos no Salmo 45:6 e 7. Esse assunto não é sobre a Divindade, mas  uma afirmação profética inspirada por deus e tendo em vista a futura encarnação de Deus. Deus estava falando profeticamente, através do salmista, para se revelar num futuro papel.

Conclusão

Em conclusão, temos aprendido que o termo "Filho de Deus" se refere a encarnação, ou a manifestação de Deus com em carne. Deus planejou  o Filho   antes do começo do mundo, mas o Filho não teve real existência substancial até a plenitude do tempo. O Filho teve um começo  porque o Espírito de Deus gerou (concebeu) o Filho no ventre de Maria. O reinado do Filho terá um fim porque quando a igreja for apresentada a Deus e quando Satanás, o pecado e a morte, tiverem sido julgados e dominados, o papel do Filho cessará. O Filho cumpre muitos papéis que no plano de Deus poderiam ser cumpridos apenas por um ser humano sem pecados. Naturalmente, o definitivo propósito do Filho e providenciar os meios de salvação para a humanidade decaída.

 Concluímos três coisas a respeito do uso da expressão "Filho de Deus". 1) não podemos usá-la separadamente da humanidade de Cristo, porque ela se refere, sempre, a carne ou ao Espírito de Deus em carne.2) Filho é sempre usado com referência ao termo, porque a filiação teve um começo e terá um fim . 3) como Deus, Jesus tem todo o poder, mas como Filho ele era limitado em poder. Jesus era tanto o homem quanto Deus.

 A doutrina bíblica do Filho é uma verdade maravilhosa. Ela apresenta algumas idéias complexas, principalmente porque é difícil para a mente humana compreender  um ser que tenha uma natureza tanto humana quanto divina. Através do Filho, Deus apresenta vivida- mente sua natureza ao homem, particularmente seu amor incomparável.

A doutrina do Filho não ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que enviou outra pessoa, "Deus Filho", para morrer e reconciliar o mundo como Pai. Pelo contrário, ela ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que Se vestiu em carne e deu a Si mesmo, como Filho de Deus, para reconciliada consigo o mundo (II Corintios 5:19). O único Jeová de Deus, do Velho Testamento, o grande criador do universo, o humilhou-se a Si mesmo, na forma de um homem para que o homem pudesse vê-lo, compreendê-lo e se comunicar com ele. Ele fez um corpo para si mesmo, chamado Filho de Deus.

 Deus mesmo providenciou meios para redimir a humanidade. "Viu que não havia  ajuda dor algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor pelo que o seu próprio braço      lhe trouxe a salvação" (Isaías  59:16). Para seu próprio braço providenciou salvação . Uma compreensão correta do Filho tem, portanto, o efeito de engrandecer e glorifica o Pai. De seu papel como Filho, Jesus orou ao Pai: "Eu te glorifiquei na terra... manifestei o teu nome... eu lhes fiz conhecer o teu nome" (João 17 4,6 e 26.) O Pai revelou a Si mesmo ao mundo e reconciliou consigo mundo, através do Filho.       

A Unicidade de Deus

Capítulo 6. PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO


"Eu e o Pai somos um" (João 10:30).


"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolado... o Espírito da verdade" (João 14:16 e 17).

 No Chapter 4 - JESUS IS GOD discutimos o conceito de bíblico do Filho. Neste capítulo, examinaremos o significado dos termos Pai e Espírito Santo, enquanto aplicados a Deus. Vamos, também, estudar os relacionamentos e as distinções existentes entre os três termos: Pai, Filho e Espírito Santo. Será que esses termos identificam, realmente, três pessoas diferentes ou três personalidades na divindade? Ou será que eles indicam três papéis, modos, funções ou ofícios diferentes, pelos quais o único Deus opera e revela a si próprio?

O Pai

A expressão "Deus Pai" é bíblica e se refere ao próprio Deus (Gálatas 1:1-4).  Deus é o Pai; ele não é meramente Pai do filho, mas o Pai de toda a criação (Malaquias 2:10; e Hebreus 12:9). Ele é, também, nosso pai, em razão do novo nascimento (Romanos 8:14-16). O título pai indica relacionamento entre Deus e o homem, particularmente entre Deus e seu Filho e entre Deus e o homem regenerado. Jesus ensinou, muitas vezes, que Deus é nosso pai (Mat. 5:16,45 e 48). Ele nos ensinou orar: "Pai nosso que estados nos céus" (Mateus 6:9). Como homem, no entanto, Jesus tinha, ainda, um relacionamento especial com Deus de um modo que nenhum outro homem jamais teve. Ele era a único filho gerado pelo Pai (João 3:16), o único que foi realmente concebido pelo Espírito de Deus e o único que tinha a plenitude de Deus, sem limites.

A Bíblia ensina claramente que apenas um Pai (Malaquias 2:10, Efésios 4:6). Ela também afirma que Jesus é o único Pai (Isaías 9:6; João 10:30). O Espírito que habitava o Filho de Deus não era outro senão o Pai.

É importante observar que o nome do pai é Jesus, porque esse nome expressa e revela plenamente o Pai. Em João 5:43, Jesus disse: "Eu vim em nome de meu Pai". De acordo com hebreus 1:4, o filho "Herdou mais excelente nome". Em outras palavras, o filho herdou o nome de seu pai. Assim, entendemos por que Jesus disse que ele manifestou e declarou o nome do pai (João 17:6 e 26). Ele cumpriu a profecia do velho testamento que afirma que o Messias declararia o nome do Senhor (Salmos 22:22; Hebreus 2:12).  Em nome de quem veio o filho? Que nome ele obteve de seu pai, por herança?  Que nome o filho manifestou? A resposta é clara. O único nome que ele usou foi o nome de Jesus, o nome de seu pai.

O Filho

Basicamente, a expressão "Filho de Deus" se refere a Deus quando manifestado em carne, na pessoa de Jesus Cristo, para a salvação da humanidade. O nome do filho é Jesus: "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus" (Mateus 1:21). Uma vez que vai se refere apenas à divindade, ao passo que "Filho de Deus" se refere à divindade enquanto encarnada em humanidade, não cremos que o Pai seja o filho. Embora não acreditamos que o Pai seja o filho, acreditamos, com certeza, que o Pai está no Filho (João 14:10). Sendo Jesus o nome do Filho de Deus, tanto em relação à sua divindade como Pai quanto à sua humanidade como filho, Jesus é o nome de ambos, do Pai e do Filho.

O Espírito Santo

Esse  termo "Espírito Santo", no KJV é traduzido  da palavra grega pneuma.

O Espírito Santo é, simplesmente, Deus. Deus é santo (Leviticos 11:44; I Pedro 1:16). De fato, apenas Ele é santo em Si mesmo. Deus é também Espírito (João 42: 4) e somente um Espírito de Deus (I Corintios 12:11; Efésios 4:4). Portanto, "Espírito Santo" é um outro termo para o único Deus.

Fica evidente que o Espírito Santo é Deus se compararmos Atos 5:3 com 5:4, e se compararmos I Corintios 3:16 com 6:19. Essas passagens identificam o Espírito Santo com o próprio Deus.

Não podemos limitar os termos "Espírito Santo" e "O Espírito de Deus" ao Novo Testamento, nem limitar, do mesmo modo, o papel ou manifestação de Deus que eles descrevem. Encontramos o Espírito mencionado através de todo o Velho Testamento, a partir de Gênesis 1:2. Pedro nos diz que os profetas antigos foram movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1:21).

Se Espírito Santo é simplesmente Deus, porque há necessidade desse termo? O motivo é que ele ênfase a um aspecto particular de Deus: Ele enfatiza que ele, que é um Espírito Santo, onipresente e invisível, opera entre todos os homens, em todos os lugares, e pode preencher os corações dos homens. Quando falamos do Espírito Santo, estamos lembrando a nós mesmos da obra invisível de Deus entre os homens e de seu poder para ungir, batizar, tornar plenas, e a habitar as vidas humanas. O termo fala de Deus em atividade."E o Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gênesis 1:2). Ele se refere a Deus agindo entre os homens a fim de regenerar sua natureza decaída e capacitá-los a realizar a vontade sobrenatural de Deus no mundo. Observamos que o Espírito é o agente do novo nascimento (João 3:5; Tito 3:5).

Uma vez que o Espírito é o próprio Deus, o modo correto de usarmos os pronomes Ele e Seu para nos referimos ao Espírito será com letras maiúsculas. Muitas vezes os amos "Espírito Santo" como uma forma abreviada de nos referir ao "Batismo (ou dom) Espírito Santo", e, em tais casos, podemos, a também, apropriadamente, usar ele e seu com letras minúsculas. Quando fazemos isso, temos que nos lembrar, no entanto, que o Espírito Santo é Deus e não simplesmente uma força ou fluído sem inteligência. Os versículos seguintes revelam que o Espírito Santo é, de fato, Deus e não uma força sem inteligência: Atos 5:3 e 4, 9; 20:23 e 28; 21:11.

Pelo nome de Jesus o Espírito é revelado e recebido. Ele não é uma pessoa à parte, com identidade separada, que vem em outro nome. Jesus disse: "O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome..." (João 14:26). O Espírito Santo vem, portanto, em nome de Jesus.

O Pai é o Espírito Santo

O único Deus é Pai de todos, é Santo, e é Espírito. Portanto, os títulos Pai e Espírito Santo descrevem o mesmo ser. Para dizer de outro modo, o único Deus pode realmente cumprir dois papéis, de Pai e Espírito Santo. As escrituras atestam isso.

1- João 3: 16 diz que Deus é o Pai de Jesus Cristo e Jesus se referiu ao Pai como seu próprio Pai, muitas vezes (João 5:17 e 18). Ainda Mateus 1:18-20 e Lucas 1: 35 revelam, claramente, que o Espírito Santo é o Pai de Jesus Cristo. De acordo com esses versículos das escrituras, Jesus foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu, Filho de Deus.

O único que faz com que haja a concepção é o Pai. Como todos os versículos das escrituras, que se referem à concepção ou genitura do Filho de Deus, fala do Espírito Santo como sendo o agente da concepção, fica evidente que o Pai do corpo humano de Jesus é o Espírito e é lógico concluímos que o Espírito Santo é o Pai de Jesus Cristo, o filho de Deus.

2 - Joel 2: 27-29 registram as palavras de Jeová Deus: "Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne". Pedro aplicou esses versículos ao batismo do Espírito Santo, obviamente o Espírito de Jeová tem que ser um Espírito Santo.

3 - A bíblia chama o Espírito Santo de "O Espírito do Senhor" (Isaías 40:13), o Espírito de Deus (Gênesis 1: 2), o Espírito do Pai (Mateus 10:20). Havendo um único Espírito, todas essas expressões devem se referia ao mesmo ser. O Espírito Santo não é outro senão Jeová Deus, nem outro senão o Pai.

Para um estudo mais completo da identificação do Espírito Santo com o Pai, considere as seguintes comparações da Bíblia:

1- Deus Pai ressuscitou Jesus dos mortos (Atos 2:24; Efésios 1:17-20), todavia o Espírito ressuscitou Jesus de entre os mortos (Romanos 8:11).

2 - Deus Pai vivifica (dá vida) aos mortos (Romanos 4:17; I Timóteo 6:13), no entanto Espírito também o faz (Romanos 8:11).

3 - O Espírito nos adota, o que significa que Ele é o nosso Pai (Romanos 8:15 e 16).

4 - O Espírito habita a vida de um cristão (João 14:17; Atos 4:31), o Espírito do Pai habita os corações dos homens (Efésios 3:14-16). É o pai que vive em nós (João 14:23).

5 - O Espírito Santo é nosso condicionador (João 14:26, em grego parakletos), mas Deus Pai é o Deus de toda consolação (paraklesis) que nos conforta (parakaleo) em toda tribulação (II Corintios 1:3 e 4).

6 - O Espírito nos retifica (I Pedro 1:2), também o Pai nos santifica (Judas 1).

7 - Toda a escritura é dada por inspiração de Deus (II Timóteo 3:16), ainda assim, os profetas do Velho Testamento eram movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1: 21).

8 - Nossos corpos são templos de Deus (I Corintios 3:16 e 17), são, também, templos do Espírito Santo (I Corintios 6:19).

9 - O Espírito do Pai nos dirá o que dizer em tempos de perseguição (Mateus 10:20), mas o Espírito Santo, também (Marcos 13:11).

 De todos esses versículos das Escrituras, concluímos que o Pai e o Espírito Santo são, simplesmente, duas descrições diferentes de um único Deus. Os dois termos descrevem um mesmo ser, mas dão ênfase ou esclarecem diferentes aspectos, papéis ou funções que Ele possui.

A Divindade de Jesus Cristo é o Pai

A divindade residente em Jesus não é senão o Pai. Em outras palavras, o Espírito no Filho é o Pai. (veja a parte, “Jesus é o Pai, no Capítulo 4 - JESUS É DEUS para um estudo completo desse ponto.

A Divindade de Jesus Cristo é o Espírito Santo

O Espírito Santo é chamado de o Espírito de Jesus Cristo (Filipenses 1:19), e de o Espírito do filho (Gálatas 4:6). 2 Corintianos 3:17 fala do único Espírito: "Ora o Senhor é o Espírito", e "O Senhor que é o Espírito" (versículo 18). Em resumo, o Espírito que habita em Jesus Cristo não é outro senão o Espírito Santo. O Espírito no filho é o Espírito Santo.

 Abaixo veremos o paralelismo de alguns versículos das Escrituras revelam que o Espírito de Cristo é o Espírito Santo.

1 - O Espírito de Cristo estava nos profetas do passado (1 Pedro 1: 10 e 11), embora saibamos que eles vieram movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:21).

2 - Jesus ressuscitará os crentes da morte (João 6:40), ainda assim, o Espírito vivificará (dará vida) os mortos (Romanos 8:11).

3 - O Espírito ressuscitou a Cristo de entre os mortos (Romanos 8:9-11), embora Jesus afirmasse que Ele ressuscitaria a Si mesmo de entre os mortos (João 23:19-21).

4 – João 14:16 diz que o Pai enviaria outro Consolador, a saber, o Espírito Santo, embora, em João 14:18, Jesus tenha dito: "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros". Em outras palavras, o outro consolador é Jesus em uma outra forma __em Espírito, e não em carne. Jesus explicou isso no versículo 17, dizendo que o Conservador habitava entre os discípulos de que Ele logo estaria neles. Quer dizer, o Espírito Santo estava com eles na pessoa de Jesus Cristo, mas o Espírito Santo, o Espírito de Jesus Cristo, logo estaria neles. Jesus explicou mais sobre esse ponto em João 16:7, dizendo que ele tinha que partir, pois, se não, o outro consulado não viria. Por que? Enquanto Jesus estivesse junto deles em carne não poderia estar presente espiritualmente em seus corações, mas depois que partisse fisicamente ele enviaria de novo seu próprio Espírito para estar com eles.

5 – O Espírito Santo habita o coração dos cristãos (João 14:16), e ainda assim Jesus prometeu que a habitaria seus seguidores até o fim do mundo (Mateus 28:20). Do mesmo modo, os crentes são plenos do Espírito Santo (Atos 2:4 e 38), e ainda é Cristo que habita em nós (colossenses. 1: 27).

6 - Efésios 3:16 e 17 dizem que tendo Espírito no homem interior, temos Cristo em nossos corações.

7 - Cristo Santifica a Igreja (Efésios 5: 26), mas também o Espírito o faz (1 Pedro 1:2).

8 - O Espírito Santo é o prometido parakletos de João 14:26 (palavra grega traduzida como "Consolador" na versão King James), e ainda Jesus é o nosso parakletos em 1 João 2:1 (a mesma palavra grega traduzida como "Advogado", na versão King James). Devemos notar que o mesmo autor - o apóstolo João - escreveu ambos os versículos, devendo, presumivelmente, estar atento ao paralelismo.

9 – O Espírito é nosso intercessor (Romanos 8:26), mas Jesus é, também, nosso intercessor (Hebreus 7:25).

10 - O Espírito Santo nos dirá o que falar em tempos de perseguição (Marcos 13:11), embora Jesus tenha dito que ele o faria (Lucas 21:15).

11 - Em Atos 16:6 e 7, a RSV e a NIV igualam, amos, o Espírito Santo ao Espírito de Jesus.

 Pai, Filho, e Espírito Santo

Está claro que os termos Pai, Filho e Espírito Santo não pode implicar em três pessoas, personalidades, vontade ou serem separados. Eles podem significar, apenas, aspecto ou papéis diferenciados de um ser - Espírito - o único Deus. Eles descrevem o relacionamento de Deus com o homem, não pessoas existentes numa Divindade. Usamos Pai para enfatizar o papel de Deus como Criador, Pai de espíritos, Pai dos crentes regenerados e Pai da humanidade de Jesus Cristo. Usamos Filho para significar ambos, a humanidade de Jesus Cristo e Deus como ele se manifestou na carne com o propósito de salvar o homem. Usamos Espírito Santo para enfatizar o poder ativo de Deus no mundo, e entre os homens, particularmente sua obra de regeneração.

 Devemos observar que esses três títulos não são os únicos que deus possui. Muitos outros títulos com nomes usados para deus são significativos e aparecem freqüentemente na bíblia, inclusive termos com SENHOR (Jeová), senhor, palavra, deus Todo-Poderoso, e o único santo de Israel. A unicidade, como ponto de vista, não nega o pai, o filho e o Espírito Santo, mas rejeita que esses termos sirvam para designar pessoas da divindade. Deus tem muitos títulos, mas ele é um único ponto ele é indivisível quanto à sua existência, mas sua revelação de si mesmo a humanidade tem sido expressa através de muitos meios, inclusive sua revelação como o pai, no filho, e como Espírito Santo.

Efésios 3:14-17, que, citamos, várias vezes, neste capítulo, demonstra que o pai, o espírito e Cristo são um, no sentido descrito. "Por esta causa nem ponha de joelhos diante do pai, de quem toma o nome de toda a família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que seja mais fortalecido com poder, mediante o seu espírito no homem interior; e assim habita Cristo nos vossos corações, pela fé..." a versão King James é ambígua quanto à "Seu espírito" se referia ao espírito do pai ou espírito de Cristo. As versões NIV, TAB, RS e o texto grego de Nestle, todos, tornam claro que "Seu" se refere ao "Pai". Essa passagem e identifica, portanto, o Espírito que está no coração do cristão como o Espírito do pai e, também, como Cristo. O pai, Cristo e o Espírito se referem, todos, a um único Deus  indivisível.

O que podemos comentar a respeito de passagens das Escrituras que parecem descrever mais que uma pessoa na Divindade? Isso acontece apenas por causa dos anos que têm sido usadas como argumentos por parte daqueles que acreditam em mais de uma pessoa da Divindade. Quando uma pessoa liberta sua mente de todas as interpretações, conotações e doutrinas forjadas pelos homens, vendo esses versículos do ponto de vista dos seus autores originais (que eram judeus monoteístas devotos), compreendemos que esses versículos descrevem os títulos atributos e papéis de Deus ou a dualidade da natureza de Jesus Cristo.  (Para estudo específico desses versículos, veja os ( Capítulo 7 – EXPLICAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO, Capítulo 8 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS, e Capítulo 9 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE.)

Apenas dois versículos das escrituras, em toda a bíblia, mencionam Pai, Filho (ou Verbo) e Espírito Santo, de modo a sugerir três pessoas, o significado especial ao número três em relação à Divindade. São, Mateus 28:19 e 1 João 5:7. Ambas as passagens, no entanto, apresentam sérios problemas para o trinitarianismo.

Mateus 28:19


“Ide, portanto, fazer discípulos de todas as nações, batizando os em nome do pai e do filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19).


Nessa passagem, Jesus ordenou a seus discípulos que batizar sem "Em nome do pai e do filho e do Espírito Santo". No entanto, esse versículo o não ensina que o pai, o filho e o Espírito Santo seja três pessoas separadas. Ele ensina antes, que os títulos de pai, filho e Espírito Santo identificam um nome e, portanto, um ser. O versículo diz, explicitamente, "Em nome", não "nos nomes".

Para dirimir qualquer dúvida de qualquer a distinção singular plural seja significativa o tenha sido deliberadamente por deus, precisamos, apenas, ler Gálatas 3:16, onde Paulo ênfase ao significado do singular “teu descendente", referindo-se a Gênesis 22:17. Muitos estudiosos trinitárianista têm reconhecido, ao menos parcialmente, o significado do singular, em Mateus 28:19. Por exemplo, o professor presbiteriano James Buswell afirma: “O nome, não nomes do Pai, do Filho e do Espírito Santo, no qual devemos ser batizados, deve ser entendido como Jahweh, o nome do Deus-Triúno." [17] Essa maneira de ver o singular está correta, embora sua identificação do nome singular esteja errada. Jeová ou Yahweh era o nome de Deus revelado no Velho Testamento, mas Jesus é o nome de Deus revelado no Novo Testamento. Entretanto, o nome Jesus inclue Jeová, uma vez que Jesus significa Jeová-Salvador”.

Pai, Filho e Espírito Santo descrevem todos, o único Deus; portanto a frase em Mateus 28:19 descreve, simplesmente, o único nome do único Deus. O Velho Testamento prometeu que viria um tempo quando Jeová teria um nome e esse único nome se tornaria conhecido (Zacarias 14:9; Isaías 52:6). Sabemos que o único nome de Mateus 28:19 é Jesus, por que Jesus é o nome do pai (João 5:43; Hebreus 1: 4), do Filho (Mateus 1:21 e do  Espírito Santo (João 14:26). A igreja do Novo testamento entendeu assim, pois batizava no nome de Jesus Cristo (Atos 2:38;8:16;10:48;19:5; 22:16; 1 Corintios 1:13).  O próprio Mateus confirmou essa interpretação permanecendo ao lado de Pedro e dos outros apóstolos durante o sermão no qual Pedro ordenou que o povo fosse batizado em nome de Jesus Cristo (Atos 2:14-38).

Alguns afirmam que as referências em atos não significam que o nome de Jesus fosse pronunciado oralmente como  parte forma do batismo. Entretanto, isso parece ser uma tentativa de torcer a linguagem para adaptá-la à uma doutrina e prática errôneas. Atos 22:16 diz: "Levanta-te, recebe o batismo e lavo os teus pecados, invocando o nome dele".O Novo testamento interlinear Greco-Inglês diz:"Invocando o nome". Esse versículo indica, portanto, que o nome de Jesus era invocado oralmente por ocasião do batismo. Tiago 2:7, diz:"Não são eles os que blasfemam ao bom nome que sobre vós foi invocado?" a fraseelogia grega indica que o nome era invocado sobre os cristãos, num momento específico. A bíblia amplificada diz:"Não são eles que caluniam e blasfemam aquele nome precioso pelo qual são distiguídos e chamados (o nome de Cristo invocado no batismo)?"

Para termos um exemplo do que significa “Em nome de Jesus”, precisamos apenas da história de cura do coxo, em atos 3. Jesus disse para pelos enfermos em seu nome “Marcos 16:17 (e 18), e Pedro disse ao coxo que ele estava curado em nome de Jesus (atos 4:10).  Como isso aconteceu? Pedro, realmente, pronunciou as palavras: em” nome de Jesus Cristo “(atos 3:6). O nome Jesus, invocado com fé, conseguiu o milagre. O nome significa poder ou autoridade, mas se significado não afastam o fato de que Pedro tenha invocado, moralmente, o nome de Jesus ao efetuar a cura”.

 Si as muitas passagens, em atos, que se referem ao batismo pela água, em nome de Jesus, não descrevem uma formula batismal, então a verdade é que Mateus 28:19 também não indicam uma fórmula. Essa interpretação deixaria a igreja sem qualquer fórmula batismal para distinguir o batismo cristão do batismo judaico e do batismo pagão. Mas, o senhor não nos deixou sem uma fórmula batismal; a igreja cumprir corretamente as instruções dadas por Jesus em Mateus 28:19, quando os apóstolos e usavam o nome de Jesus no batismo pela água.

Muitas enciclopédias e muitos historiadores da igreja concordam que a fórmula de batismo original usada na história da igreja primitiva era "Em nome de Jesus". O professor luterano Otto Heick, por exemplo, diz: no princípio, o batismo era administrado em nome de Jesus, mas, gradualmente, passou a ser administrado em nome do Deus-Triúno: Pai, filho e Espírito Santo". [18] Essa não foi uma afirmativa impensada, porque ele, mais tarde, reafirmou seu ponto de vista:"No princípio o batismo era em nome de Cristo".[19]

Essa interpretação de que nome, Jesus, em Mateus 28:19, em contrato maior apoio na completa descrição dos acontecimentos, dos quais esse versículo é uma parte. Em Mateus 28:18 e 19, Jesus disse: “Ou à autoridade me foi dada no céu e na terra.  I de, portanto, fazer discípulos de todas as nações, batizando as em nome..." em outras palavras Jesus disse: “Eu tenho todo o poder, portanto batizar em meu nome". Toda a lógica da passagem seria distorcida, se a lêssemos como o: “Eu tenho todo o poder, portanto, batizar em nome de três pessoas diferentes".  Nos outros registros da grande comissão, o nome de Jesus figura com destaque (marcos 16:17; Lucas 24:47). O de Mateus diz: “Em nome do pai e do filho e do Espírito Santo". Marcos: o "Em meu nome". E Lucas: o "Em seu nome". Todos se referem ao nome de Jesus.

 Devemos nos lembrar que o batismo pela água é administrado por causa de nossa vida passada, de pecado; para a "Remissão 2..Pecados" (atos 2:38). Sendo nome de Jesus o único que salva (atos 4:12) ,é lógico que seja o nome usado no batismo. Jesus mesmo ligou seu nome a remissão dos pecados: “E que em seu nome se pegasse arrependimento para remissão de pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém" (Lucas 24:47).

Mateus 28:19 não ensina quetrês pessoas em um único Deus, mais dá, antes, três títulos de Deus todos eles, apropriadamente aplicados a Jesus Cristo. Esses títulos resumem os diferentes papéis de Deus ou modos de sua revelação; por sua referência ao "nome", no singular, a passagem chama a atenção para o único nome de Deus que é revelado no Novo testamento. Esse nome é Jesus.

 Maior luz sobre a interpretação de que o nome de Deus e Jesus vem de uma comparação entre apocalipse 14 :1 e apocalipse 22:3 e 4.um nome para o Pai, Deus, e o cordeiro. O cordeiro Jesus, assim Jesus é o nome de Deus e do Pai

I João 5:7


"Pois a três que se dão testemunho no céu; que o pai, a palavra, e o Espírito Santo; e esses três são um”. (I João 5:7)


Embora esses versículos das escrituras sejam, muitas vezes, usado por aqueles que acreditam na existência de três pessoas em deus, ele, na realidade, refuta a esse ponto de vista, pois afirma: "Esses três são um". Alguns interpretam esse texto como significando um em união como marido e esposa são um. Mas é preciso destacar que esse ponto de vista é essencialmente politeísta.  Se a palavra um se refere à união, em vez de uma designação numérica, então à divindade pode ser vista como muitos deuses em um conselho ou governo unido. Se devesse significar união, o versículo deveria ser: "Estes três concordam entre si, como um".

É, também, interessante notar que si versículo não usa a palavra Filho, mas palavra. Se Filho era o nome especial de uma pessoa distinta na Divindade, e se esse versículo estivesse tentando ensinar que pessoas separadas, porque usa a palavra em lugar de Filho? Filho não se refere, primária mente, à divindade, mas palavra, sim. A palavra não é uma pessoa separada do pai, assim como homem e sua palavra não são pessoas separadas. A palavra é, antes, o pensamento o plano na mente de deus e também a expressão de Deus.

De modo semelhante, o Espírito Santo não é uma pessoa separada do pai, como um homem e seu espírito não são pessoas distintas. O Espírito Santo apenas descreve o que Deus é. 1 João 5:7, disse que os três dão testemunho no céu; que dizer, Deus testemunhou a si mesmo em três maneiras de atividade ou revelou a si mesmo de três modos. Ele tem, pelo menos, três papéis celestiais: Pai, palavra (e não Filho), e Espírito Santo. Além disso, esses três papéis descrevem um Deus:"Estes três são um".[20]

* Apenas explicamos 1 João 5:7 de modo coerente com o resto das escrituras. , entretanto, concordância praticamente unânime, entre os estudiosos da bíblia, de que esse versículo não faz, é realmente, de modo algum, parte em da bíblia! Todas as principais traduções desde a versão King James tem omitido esse versículo, inclusive revised standard version the Amplified Bible, o a new  International version, bem como o texto grego (texto de Nestle), amplamente aceita. A NIV traduz 1 João 5:7 e 8 como o:"Por que a três que testemunham: o espírito, água e o sangue; e  estes três estão em acordo".

A versão King James inclue o versículo 7 apenas porque a edição de 1522 do texto grego compilado por Erasmo, o incluía. Anteriormente, Erasmo tinha a excluído essa passagem de suas edições de 15161519, porque ela não estava em  Nenhum dos 5.000 manuscritos gregos, mas apenas nos últimos manuscritos da vulgata- a versão latina usada, pela a igreja católica romana. Quando a igreja católica pressionou Erasmo para que ele incluísse esse versículo, ele prometeu que o faria se eles pudessem contra a pelo menos um manuscrito que o registrasse. Finalmente conseguiram um e, então, com relutância, Erasmo acrescentou o versículo, embora o manuscrito apresentado fosse datado de 1520.(veja Norma Geisler e William Nix, em uma introdução geral para a Bíblia, Chicago: Moody Press), 1968,p.  (370). Assim, parece plausível que algum copista super zeloso tenha visto "ha três que dão testemunho" e tenha decidido inserir uma explicação própria a respeito. Na realidade, a passagem em questão está completamente desligada do resto do discurso de João, I e interrompe o fluxo lógico de sua argumentação.

 Embora toda a evidência indique que esta passagem não fazia parte  originariamente de 1 João, Deus protege e preserva com sua mão, a sua palavra. Apesar dos esforços do homem, Deus não permitiu que a passagem viesse a contradizer Sua palavra. Quer alguém acredite que 1 João 5:7 fosse parte original da Bíblia, quer acredite que tenha sido inserida mais tarde, ela não ensina que existem três pessoas em Deus, mas, sim, reafirma o ensino bíblico de um Deus indivisível, com várias manifestações.

Deus se Limita A Três Manifestações?

Discutimos, neste capítulo, três principais manifestações de deus. Isso significa que deus se limita a três papéis? Os termos pai, filho e Espírito Santo  englobam tudo aquilo que deus é? Apesar da importância que essas manifestações têm no plano de redenção e salvação do Novo testamento, e não parece que deus possa ser limitado a esses três papéis, títulos ou manifestações. Deus manifestou assim mesmo de muitas maneiras, no velho testamento. Ele se revelou em muitas teofanías, inclusive em forma humana e em forma angelical (veja o Capítulo 2 – A NATUREZA DE DEUS.) A Bíblia usa muitos outros nomes e títulos para Deus. Por exemplo: SENHOR (JEOVÁ) e SENHOR, aparecem freqüentemente na Bíblia. Deus se revelou ao homem em muitos outros relacionamentos, também. Ele é, por exemplo, Rei, Senhor, e Noivo, o Marido, Irmão, Apóstolo, Sumos Sacerdotes, Cordeiro, Pastor e o Verbo embora Pai, Filho e Espírito Santo representem s importantes papéis, títulos ou manifestações de Deus, não se limita a esses três, nem o número três tem qualquer significado especial, com relação a Deus.

Uma explicação popular de Pai, Filho e Espírito Santo é de que há um Deus que se revelou como Pai na criação, Filho na redenção e Espírito Santo na regeneração. O reconhecimento destas três manifestações não implica em que Deus seja limitado às três ou que exista uma tríade na natureza de Deus. Além disso, não uma distinção total entre uma manifestação e outra. Por exemplo, Deus era o Espírito Santo, anteriormente, na criação e usou seu papel como espírito na criação (Gênesis 1: 2). Mais ainda, Deus usou seu papel como filho--quer dizer, ele dependia de seu plano para a futura filiação--antes, na criação (Hebreus 1:2).      (veja o estudo sobre o filho e a criação, no Capítulo 5 – O FILHO DE DEUS e estudos sobre Gênesis 1: 26 no Capítulo 7 – EXPLICAÇÕES DO ANTIGO TESTAMENTO.) Deus é nosso pai na regeneração tanto quanto na criação, porque pelo novo nascimento nós nos tornamos filhos espirituais de Deus.

Não podemos confinar Deus a três ou a qualquer número de papéis ou títulos nem podemos.Dividi-lo, porque ele é um.Mesmo porque seus títulos e papéis se sobrepõem. Ele pode se manifestar de muitos modos, mas ele é um e apenas um ser.

 Como podemos, então, nos referir a Deus o de um modo que descreva tudo que ele é? Que nome inclui os muitos papéis e atributos de Deus? Podemos, naturalmente usar simplesmente o termo deus ou nome do Velho Testamento-- JEOVÁ. Temos, no entanto, um novo nome que nos foi revelado--o nome de Jesus. Quando usamos o nome de Jesus, abrangemos tudo que Deus é. Jesus é o Pai e, o Filho, e o Espírito Santo. Jesus resume todos os nomes compostos de Jeová. Jesus é tudo que Deus é. Quaisquer que sejam os papéis ou manifestações de Deus, estão todos em Jesus (Colossenses 2: 9). Podemos usar o nome de Jesus para o próprio Deus, pois ele representa a totalidade do caráter de Deus, seus atributos e sua auto-revelação.

Conclusão

A Bíblia fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo como diferentes manifestações, papéis, modos, títulos, atributos, relacionamento com o homem, as funções de um Deus, mas ela não se refere ao Pai, Filho e Espírito Santo como três pessoas, personalidades, vontades, mentes os deuses. Deus é o Pai de todos nós e de um modo um ímpar, é o pai do homem Jesus Cristo. Deus se manifestou em carne, na pessoa de Jesus Cristo, chamado o Filho de Deus. Deus é, também, chamado de Espírito Santo, o que enfatiza sua atividade na as vidas e assuntos do homem.

 Deus não está limitado a essas três manifestações. Entretanto, na gloriosa revelação do único Deus, o Novo testamento não se desvia do Monoteísmo estrito do Velho Testamento. Antes, a Bíblia apresenta Jesus como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Jesus não é apenas a manifestação de uma de três pessoas da à divindade, mas ele é a encarnação do Pai, o Jeová do Velho Testamento. Na realidade, em Jesus habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.

The Unicidade of God

Capítulo 7. EXPLICAÇÕES DO VELHO TESTAMENTO

Nos capítulos anteriores, apresentamos as verdades bíblicas básicas a respeito de Deus. O afirmam os que ele é essencialmente um e que a plenitude de Deus habita em Jesus. Neste capítulo, vamos discutir algumas passagens do velho testamento que alguns trinitárianista costumam usar numa tentativa de contradizer essas verdades básicas. Vamos examinar essas referências para demonstrar que elas não são contraditórias, antes, se harmonizam com o resto da Bíblia.Nos  Capítulo 8 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS e Capítulo 9 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE faremos o mesmo com algumas passagens do Novo Testamento.

Elohim

A palavra hebraica mais comumente usada é Eloim. Essa é a palavra original em quase todas as passagens do Velho Testamento, onde, em português, a palavra Deus é usada. Ela é a forma plural da palavra hebraica Eloah, que significa Deus ou Divindade.

Muitos estudiosos concordam que o uso do plural Elohim indica a grandeza de Deus ou seus múltiplos atributos; ela não traz implícita uma noção de pluralidade de pessoas ou personalidades. Os judeus não viam, certamente, a forma plural como um comprometimento a seu firme monoteísmo: Flanderes e Cressson explicam que o uso do plural no hebraico tem outra função que apenas indicar pluralidade: "A forma da palavra, Elohim, é plural. Os hebreus pluralizavam os nomes para expressar grandeza ou majestade". [21]

A própria Bíblia revela que a única maneira para se compreender a forma plural de Elohim é entender que ela expressa a majestade de Deus e não uma pluralidade na divindade, tanto pela sua insistência sobre o único Deus como pelo uso de Elohim em situações que definitivamente retratam apenas uma pessoa ou personalidade. Por exemplo, Elohim identifica a singular manifestação de Deus, em forma humana, para Jacó (Gênesis 32:30). Os israelitas usavam a palavra Elohim para o bezerro de ouro que construíram no deserto (Êxodo 32: 1, 4, 8,23 e 31), embora a Bíblia registre claramente que havia apenas um bezerro de ouro (Êxodo 32: 4,5, 8,19-20,24 e 35). O Velho Testamento usa, muitas vezes, Elohim para deuses pagãos únicos, tais como Ball-Berite (Juízes 8:33), Camos (Juízes 11:24), Dagom (Juízes 16:23), Baal-Zebube  (II Reis 1:2 e 3), e Nisroque (II Reis 19:37). A Bíblia usa Elohim até mesmo com referência a Jesus Cristo (Salmos 45:6; Zacarias 12:8-10; 14:5) e ninguém sugere que exista uma pluralidade de pessoas em Jesus. Portanto, a palavra Elohim não indica três pessoas na divindade. Apenas um ser chamado Elohim lutou com Jacó, apenas um bezerro de ouro foi chamado Elohim, e um Senhor Jesus Cristo é Deus manifestado em carne.

Gênesis 1:26


“Também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem”.


Por que esses versículos usam para nome plural para Deus? Antes de responder, vamos observar que a Bíblia ou usa pronomes no singular para se referir a Deus, e centenas de vezes. O próprio versículo seguinte usa o singular para mostrar como Deus cumpriu o versículo 26: "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem" (Gênesis 1:27). Gênesis 2:7 diz: "Então formou o SENHOR Deus ao homem". Devemos, portanto, a justa o plural de 1:26 com singular de 1:27 e 2:7. Precisamos olhar, também, a criatura a imagem de Deus, que é o homem. Deixando de lado o modo como identificamos os vários componentes que formam o nome, esse item, definitivamente, uma personalidade vontade. Ele é uma pessoa em todos os modos. Isso indica que o criador, a cuja imagem o homem foi feito é também um ser com uma personalidade e vontade. Ele é uma pessoa em todos os modos. Isso indica que o criador, a cuja imagem o homem foi feito é também um ser com uma personalidade vontade.

 Qualquer interpretação de Gênesis 1:26, que aceite a existência de mais de uma pessoa em Deus, enfrenta pelas sérias contestações. Isaías 44:24 disse que o SENHOR criou o céu sozinho e criou a terra por si mesmo. Havia apenas um criador, de acordo com Malaquias 2:10. Além disso, se o plural de Gênesis 1:26 se refere ao Filho de Deus, como podemos conciliar esse fato com registro das Escrituras de que o Filho não era nascido até, pelo menos, 4000 anos mais tarde, em Belém? O Filho nasceu de uma mulher (Gálatas 4:4); se o Filho estava presente no começo, quem foi sua mãe? Se o filho é um ser espiritual, quem era a mãe de Seu Espírito?

Se Gênesis 1:26 não pode significar duas ou mais pessoas na divindade, o que significa? Os judeus têm, tradicionalmente, interpretado que a passagem indica que Deus falou com os anjos, no momento da criação. [22] Isso não significa que os anjos tomaram parte ativa na criação, mais que Deus nos informou a respeito de seus planos e solicitou seus comentários de cortesia e respeito. Em pelo menos uma outra ocasião, Deus falou com os anjos e pediu sua opinião, ao formular seus planos (I Reis e 22:19-22). Sabemos que os anjos estavam presentes por ocasião da criação (Jó 38:4-7).

Outros comentadores têm sugerido que Gênesis 1:26 descreve, simplesmente, Deus aconselhando-se com sua própria vontade. Efésios 1:11 sustenta esse ponto de vista, dizendo que Deus opera todas as coisas "Conforme o conselho da sua vontade". Por analogia, isso é como homem dizendo "Vamos ver", mesmo quando está planejando sozinho.

Outros explicam essa passagem como um plural de majestade ou literário. Quer dizer, na maneira formal de falar ou escrever quando um orador ou o escritor se refere a si mesmos, muitas vezes, no plural, especialmente se o orador faz parte da realeza. Os exemplos bíblicos de plural majestático podem ser citados para ilustrar essa prática. Por exemplo, Daniel disse ao rei Nebucodonozor: "Este é o sonho; e também a sua interpretação diremos ao rei", mesmo que apenas Daniel passasse a dar a interpretação diante do rei (Daniel 2:36). O rei Artaxexes e se referia a si mesmo, alternadamente, no singular e no plural em sua correspondência. Certa vez, ele escreveu: "A carta que nos enviastes foi distintamente lida na minha presença" (Esdras 4:18). Numa carta para Esdras, Artaxexes usou "mim", em um lugar (Esdras 7:131) e "nós", em outro (7:24).

 O uso do plural, em Gênesis 1:26, pode, também, se semelhante ao plural usado em Elohim, denotando a grandeza e a majestade de Deus ou seus múltiplos atributos. Em outras palavras, o pronome no plural estar apenas concordando com o plural do substantivo Elohim.

Uma outra explicação, ainda, seria a de que essa passagem descreve a precognição de Deus sobre a futura vinda do filho, como muitas outras passagens proféticas encontradas nos Salmos. Precisamos ter em mente que Deus não vive no tempo. Seus planos são reais para ele ainda que estejam no futuro no que se refere a nós. Ele chama a existência as coisas que não existem (Romano 4 :17). Um dia é como mil anos para Ele e mil anos como  um dia (II Pedro 3: 8). Seu plano--o Verbo--existia desde o princípio na mente de Deus (João 1:1). No que dizia respeito a deus, o cordeiro foi sacrificado antes da fundação do mundo (I Pedro 1:19 e 20; Apocalipse 13:8). Não deve causar surpresa que Deus pudesse olhar pelos corredores do tempo e endereçar uma afirmativa profética ao filho. Romanos 5:14 afirma que Adão prefigurava aquele que estava para vir, isto é, Jesus Cristo. Quando Deus criou Adão, ele já tinha pensado na encarnação e criou Adão, tendo esse plano em mente.

Levando esta idéia um pouco adiante, e Hebreus 1:1 e 2 diz que Deus fez o mundo pelo filho. Como poderia ser isso se o filho não existiu a não ser a partir de certo ponto no tempo, muito depois da criação? (Hebreus 1:5 e 6). (Veja Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS.) Para parafrasear John Miller (citado no Capítulo 5 – O FILHO DE DEUS), Deus usou a filiação para fazer o mundo. Quer dizer, ele fez tudo articulado com a futura vinda de Cristo. Embora ele não manifestasse a humanidade até que viesse a plenitude do tempo, ela estava em seu plano desde o começo e ele a usou e agiu com ela, desde o princípio. Ele criou o homem a imagem do futuro Filho de Deus, e criou o homem sabendo que, embora o homem viesse a pecar, a futura filiação providenciaria um caminho para a salvação. Deus criou o homem para amá-lo e adorá-lo (Isaías 43:7; Apocalipse 4:11). No entanto, por causa de seu preconhecimento, Deus sabia que o homem cairia em pecado, frustrando assim o seu propósito. Se toda a perspectiva de futuro fosse essa, Deus não teria criado homem. Mas deus tinha em sua mente o plano da encarnação e o plano da salvação através da morte expiatória de Cristo. Assim, mesmo sabendo que o homem iría pecar Deus sabia, também, que pelo Filho de Deus e o homem seria regenerado e poderia cumprir o seu propósito original. Fica claro, então, que quando Deus criou o homem, ele tinha em mente a futura vinda do Filho. É nesse sentido que Deus criou o universo pelo Filho, ou usando o Filho, porque sem o Filho, todo o propósito de Deus, ao criar o homem, perderia o sentido.

Resumindo: Gênesis 1:26 não pode significar uma pluralidade na Divindade por que isso ia contradizer todo o resto das Escrituras. Temos apresentado em várias outras explicações conciliatórias. 1 - Os judeus e muitos cristãos vêem essa passagem como se referido aos anjos. 2 - Muitos outros cristãos a vêem como uma descrição de Deus se aconselhando com sua própria vontade 3 - Seria plural de majestade, ou literário. 4- O pronome estaria, simplesmente, concordando com Elohim. 5 - Uma preferência profética a futura manifestação do filho de Deus.

Outros Pronomes No Plural

No Velho Testamento, há vários outros exemplos de passagens onde Deus usa o pronome plural, a saber: Gênesis 3: 22,11:7 e Isaías 6:8. Uma leitura desses versículos mostrará que eles podem simplesmente significado Deus e os anjos (todos os três versículos) ou, possivelmente, Deus e a justiça (Isaías 6:8). Qualquer uma das quatro explicações anteriores, dadas para Gênesis 1:26, poderia justificar o uso do plural.

O Significado de Um (Hebraico, Echad)

Sem hesitação a Bíblia afirma que Deus é um (Deuteronômio 6:4). Alguns trinitarianos sugerem que um, com respeito a Deus, significa um em unanimidade e não, absolutamente, um em valor numérico. Para sustentar essa teoria, apelam para a palavra hebraica echad, que a Bíblia usa para expressar o conceito de um Deus. A palavra, aparentemente, tanto pode significar um em união, quanto um numericamente, pois Strong a define como "Unidade, um, primeiro". Os exemplos bíblicos da palavra usada no sentido de absoluta unicidade numérica são esclarecedores: uma lista de reais cananitas, cada um deles designado pela palavra echad (Josué 12:9-24); o profeta Micaías (I reis 22.8); Abraão (Ezequiel 33:24); uma lista de portas da cidade, cada qual designada por echad (Ezequiel 48:31-34); e o anjo Miguel (Daniel 10:13). Com certeza, em cada um dos exemplos acima echad significa um em valor numérico. A vista de muitas passagens do Velho Testamento que descrevem em termos inequívocos a absoluta unicidade de Deus (veja o Capítulo 1 – O MONOTEISMO CRISTÃO especialmente a referência em Isaías), é evidente que echad, como usado por Deus, significa a absoluta unicidade numérica de seu Ser. Enquanto expressa um conceito de unidade, echad implica, realmente, numa unidade dos múltiplos atributos de Deus, não numa união cooperativista de pessoas separadas.

Se echad não significa uma unidade numérica, então não teremos argumentos contra o politeísmo, porque três (ou mais) deuses separados poderiam ser um em unidade de mente e propósito. É claro, entretanto, o propósito do Velho Testamento de negar o politeísmo, e ele usa echad para significar um em valor numérico.

Teofanías

Uma teofanía é uma manifestação visível de Deus (veja o Capítulo 2 – A NATUREZA DE DEUS.) Sendo Deus onipresente, ele pode se manifestar diferentes pessoas, em diferentes lugares, ao mesmo tempo. Não há necessidade do conceito de mais de um Deus para se explicar qualquer uma das teofanías; o único Deus pode se manifestar de qualquer forma, a qualquer tempo, em qualquer lugar.

Vamos analisar algumas teofanías específicas ou supostas teofanías muitas vezes usadas para sustentar o conceito de uma divindade multi-personalizada.

Aparecimento a Abraão

Gênesis 18:1 diz que Jeová apareceu a Abraão nos carvalhais de Manre. O versículo dois diz que Abraão levantou os olhos e viu três homens. Alguns trinitárianista tentam usar esses três "Homens" para provar a trindade de Deus. Entretanto, o versículo 22 revela que dois dos "Homens" deixaram Abraão e partiram para Sodoma, mas Jeová permaneceu para falar, ainda por mais tempo, com Abraão. Quem eram os outros dois homens? Gênesis de 19:1 diz que dois anjos chegaram a Sodoma, naquele anoitecer. Fica claro que as três manifestações humanas que apareceram a Abraão eram Jeová e dois dos seus anjos.

Alguns interpretaram Gênesis 19:24 como significando duas pessoas: "Então fez o SENHOR chover enxofre e fogo, da parte do SENHOR, sobre Sodoma e Gomorra". Mas, isso não significa que um SENHOR, na terra, tenha pedido a um outro SENHOR, no céu, que fizesse chover fogo e enxofre, porque há um só Deus (Deut. 6:4). Esse é, antes, um exemplo de reafirmação. Muitas passagens do Velho Testamento enunciam uma idéia de duas maneiras diferentes como um artifício literário ou para dar mais ênfase. Não há evidência de que após sua temporária manifestação a Abraão, Deus tenha se demorado por ali e viajado até Sodoma para superintender sua destruição. A Bíblia apenas diz que os dois anjos foram para Sodoma. A NIV mostra claramente que Gênesis 19:24 apenas repete a mesma idéia de duas maneiras: "Então o Senhor fez chover fogo enxofre sobre Sodoma e Gomorra da parte do Senhor, desde os céus". Devemos notar que ambas as afirmativas descrevem o Senhor com um único ser em um único lugar, fazendo uma coisa - nos céu, fazendo chover fogo.

O Anjo do SENHOR

 Já estudamos este assunto no Chapter 2 - THE NATURE OF GOD. Muitas passagens que descrevem a visita do anjo do SENHOR indicam, também, que o anjo era realmente uma manifestação do próprio Jeová. A afirmação não oferece problema algum, uma vez que é muito fácil para o único Deus se manifestar em forma de anjo.

 Muitas passagens descrevem o anjo do SENHOR como um ser separado do SENHOR. Portanto, essas passagens devem se referir a um anjo, literalmente, embora, "O anjo do SENHOR" possa estar em outras passagens. Realmente é possível interpretar a maior parte das passagens sobre "O anjo do SENHOR" (e muitos o fazem) como significando, literalmente, um anjo e não uma manifestação de Deus. Sob esse ponto de vista, as passagens que atribuem atos do SENHOR ao anjo, não significam que o anjo é o próprio SENHOR. Elas significam, antes, que o SENHOR realizou aquelas ações através de delegação aos seus anjos para que o fizessem. Por exemplo, o SENHOR falou, ou o SENHOR apareceu, enviando um anjo para falar ou aparecer. Há, portanto, dois modos para explicarmos as passagens onde aparece "O anjo do SENHOR”, coerente com o único Deus. Primeiro, podemos concordar que o anjo do SENHOR é uma manifestação de Deus em algumas passagens, mas simplesmente um anjo em passagens que descrevem claramente dois seres. Com alternativa, podemos afirmar que o anjo do SENHOR não descreve uma real manifestação de Deus, mas apenas um anjo que atua como agente e mensageiro de Deus. As palavras em hebraico e grego para anjo significam, simplesmente, mensageiro.

Há um problema interessante relacionado com o aparecimento do anjo do SENHOR a Davi, junto à eira de Ornã (II Samuel 24:16 e 17; I Crônicas 21:15-30; II Crônicas 3:1). II Samuel 24:16 e 17 descrevem, claramente, o anjo do SENHOR como separado do SENHOR, todavia passagem em II Crônicas diz que o SENHOR apareceu a Davi. Há três modos de se conciliar as passagens. Primeiro, devemos notar que o SENHOR aparece em itálico na versão King James. Isso significa que o tradutor do acrescentou uma palavra que não aparecia realmente no original, mas que nele estava subentendida ou que era necessária para melhor compreensão do texto. Possivelmente o sujeito da sentença seria "O anjo do SENHOR" em vez de o SENHOR. Segundo podemos usar uma explicação semelhante àquela já apresentada no Chapter 2 - THE NATURE OF GOD. Isto é, é correto afirmar que o SENHOR apareceu a Davi, quando ele enviou seu anjo a Davi, assim como é correto dizer que o SENHOR falou a alguém quando Ele usa um anjo, uma voz, uma impressão na mente, em vez de uma conversa direta, com uma manifestação visível de; de modo semelhante às profecias, quando o escritor ou o morador usa a primeira vez ("Eu") mesmo quando a fonte é, claramente, Deus. Terceiro, podemos dizer que, ambos, o anjo e o SENHOR, aparecem a Davi, com I Crônicas descrevendo a primeira aparição e II Crônicas, a segunda. Em qualquer dos casos, essas passagens não podem mostrar mais que um SENHOR.

As passagens mais complexas, em relação ao anjo do SENHOR, estão em Zacarias. Zacarias 1:7-17 descreve uma visão que o profeta teve. Na visão, ele viu um homem montado num cavalo vermelho, parado entre as murteiras foi identificado como o anjo do SENHOR. Presumivelmente ele era o anjo que estava falando com Zacarias, embora alguns acreditem que havia dois anjos presentes. De qualquer modo, o anjo do SENHOR falou ao SENHOR e o SENHOR respondeu (versículos 12 e 13), provando assim que o anjo do SENHOR não era o SENHOR, pelo menos nessa passagem. Então, o anjo que falava com um Zacarias, proclamou aquilo que o SENHOR dissera (versículos 14-17). Portanto, o anjo não era o SENHOR, mas simplesmente agir como mensageiro e repetiu o que o SENHOR tinha dito. Zacarias chamou o anjo de Senhor (versículo 9, em hebraico adon, significando mestre ou soberano), mas não o chamou de SENHOR (Adonai) ou SENHOR (YAHWEH ou Jeová). Naturalmente, Senhor não é um termo reservado apenas para Deus, como Senhor e SENHOR o são; pois podemos nos dirigir, adequadamente, mesmo a um homem, usando o título de Senhor (Gênesis 24:18).

Zacarias 1:18-21 descreve duas outras visões. Nessa visão dos quatro chifres, Zacarias fez uma pergunta, o anjo o respondeu e o SENHOR lhe mostrou quatro ferreiros (versículos 18-20). Então, Zacarias fez uma segunda pergunta e "ele" respondeu (versículo 21). O "ele" do versículo 21, era o mesmo anjo que tinha estado falando antes-o mesmo "ele" do versículo 19. Se "ele" no versículo 21, fosse realmente o SENHOR então o SENHOR estava falando, naquele versículo, usando o anjo. Portanto, nessa passagem, o SENHOR deu as visões e o anjo fez as explicações. Isso não significa que o anjo seja Deus.

  Em Zacarias 2:1-13, encontramos um segundo anjo que declarou a palavra do SENHOR, ouvida por Zacarias, ao primeiro o anjo. Outra vez, isso não significa que o segundo o anjo fosse Deus, mas apenas que ele estava transmitindo a mensagem de Deus. Assim sendo o primeiro anjo, definitivamente, não era Deus ou ele já saberia qual era a mensagem de Deus.

 Zacarias 3: 1-10 apresenta uma nova situação. Primeiro, Josué o sumo sacerdote, estava diante do anjo do SENHOR e de Satanás (versículo 1). "Mas o SENHOR disse a Satanás: o SENHOR te repreende" (o versículo 2). A maneira mais fácil de explicar um texto é dizer que o profeta escreveu "O SENHOR disse" querendo dizer que o SENHOR falou através do anjo. Por isso as palavras foram "O SENHOR te repreende" e não "Eu te repreendendo". A seguir, o anjo começou a falar a Josué como se fosse Deus (versículos 3 e 4). Talvez a explicação mais simples seja a de que o anjo era um mensageiro de Deus e não o próprio Deus, porque o anjo começou a usar frases como “Diz o SENHOR (versículos 6-10)”.

A explicação mais lógica sobre os anjos, em Zacarias, pode ser resumida, como se segue. Por todo o livro de Zacarias, o anjo do SENHOR não era o SENHOR, mas um mensageiro do SENHOR. Isso, às vezes, se torna a óbvio quando o anjo usa frases como "Assim diz o SENHOR", enquanto outros versículos omitem essas frases explicativas. O SENHOR falou em todas as passagens, usando seu anjo. Há, ainda, outras explicações possíveis, como as três seguintes: o anjo não era o SENHOR, mas estava investido do nome do SENHOR; o anjo não era o SENHOR, nos capítulos 1 e 2, mas era o SENHOR no capítulo 3; ou o SENHOR falou diretamente, em Zacarias 3:2 e 3:4, enquanto o anjo permanecia em silêncio. Resumindo: não precisamos aceitar duas pessoas de Deus para explicar o "Anjo do SENHOR", nessas várias passagens. Os judeus, com certeza, não tem problema para conciliar o anjo do SENHOR com sua crença no monoteísmo absoluto.

 O Filho e Outras Referências Ao Messias

Há muitas referências ao Filho Velho Testamento. Elas significam uma dualidade na Divindade? Elas provam a preexistente do Filho? Vamos analisar essas passagens para responder a essas questões.

O Salmo 2:2 fala do SENHOR e de seu ungido. O salmo 2:7 diz: "Proclama o decreto do SENHOR: ele me disse: tu és meu Filho, eu hoje te gerei". O Salmos 8:4 e 5 falam do Filho do homem. O Salmo 45:6 e 7 e os Salmos 110: 1 contém, ambos, referências bem conhecidas a respeito de Jesus Cristo, o primeiro O descrevendo como Deus e como um homem ungido e o segundo, o descrevendo como o Senhor de Davi. Provérbios 30:4, Isaías 7:14 e Isaías 9:6, também mencionam o Filho. Entretanto, uma leitura destes versículos mostrará que tem, cada um deles, natureza profética. Os capítulos 1 e 2 de Hebreus citam cada uma das passagens acima, dos Salmos, e as descrevem como profecias cumpridas por Jesus Cristo.

Assim, as passagens, nos Salmos, não se referem a uma conversa entre duas pessoas da divindade, mas são retratos proféticos de Deus e do homem Cristo. Descrevem Deus gerando e ungindo o homem Cristo (Salmos 2:2-7), o homem Cristo se submetendo a vontade de Deus e se tornando um sacrifício pelos pecados (Salmos 45:6-7), e Deus glorificando e dando poder ao homem Cristo (Salmos 110:1). Tudo isso se cumpriu quando Deus se manifestou em carne, como Jesus Cristo. (para conhecer mais a respeito de uma suposta conversa entre pessoas da Divindade, veja o Capítulo 8 - EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS. Para maior explicação a respeito da mão direita de Deus, mencionada nos Salmos 110:1, veja o Capítulo 9 - EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE.)

As passagens em Isaías são claramente proféticas, uma vez que usam o tempo futuro. Em resumo: as referências ao Filho, encontradas no Velho Testamento, se antecipam ao futuro, ao dia quando o Filho seria gerado. Elas não falam de dois deuses ou de duas pessoas em Deus, mas sim da humanidade na qual Deus viria a se encarnar. Do mesmo modo, outras referências do Velho Testamento ao Messias São proféticas e o apresentam como Deus e homem (Isaías 4:2; 42:1-7; Jeremias 23:4-8; 33:14-26; Miquéias 5:1-5; Zacarias 6:12 e 13). Qualquer dualidade vista nesses versículos das escrituras indica uma distinção entre Deus e a humanidade do Messias.

  Para um estudo do quarto homem no fogo (Daniel 3:25), veja o Capítulo 2 - A NATUREZA DE DEUS. A passagem não se refere ao Filho de Deus, gerado no ventre de Maria, mas a um anjo, ou talvez a uma telefonia temporária de Deus.

O Verbo de Deus

Ninguém pode afirmar, seriamente, que o Verbo de Deus, no Velho Testamento, seja uma segunda pessoa na Divindade. O Verbo de Deus é parte dele não pode ser separada. O Verbo de Deus não significa uma pessoa distinta tanto quanto a palavra de um homem não significa que ele seja composto por duas pessoas. O salmo 107:20 diz: "Enviou-lhes a sua Palavra". Isaías 55:11 diz: "Assim será palavra que sair da minha boca". Desses versículos fica claro que o Verbo de Deus é algo que pertence a Ele e é uma expressão vinda dele, não uma pessoa separada da Divindade.

A Sabedoria de Deus

Alguns vêem uma distinção de pessoas nas descrições da sabedoria de Deus, particularmente aquelas em Provérbios 1:20-33; 8:1-36 e 9:1-3. No entanto, essas passagens das escrituras simplesmente personificam a sabedoria como um artifício literário e poético. Todos nós conhecemos muitos exemplos, na literatura, onde um autor personifica uma idéia, emoção ou qualquer coisa intangível, em busca de ênfase, mas vida e ilustração. É fácil notar o engano completo de tentar fazer a personificação literária da sabedoria, na Bíblia, implicar em uma pessoa distinta de Deus, porque em todas as passagens citadas a sabedoria é personificado como uma mulher! Assim, se a sabedoria é a segunda pessoa na Divindade, a segunda pessoa é feminina.

O modo correto de considerar a sabedoria, na Bíblia, é vê-la como um atributo de Deus -- parte de sua onisciência. Ele usou sua sabedoria ao criar o mundo (Salmos 136:5; Provérbios 3:19; Jeremias 10:12). Assim como a sabedoria de uma pessoa não se separada da própria pessoa, também a sabedoria de Deus não é uma pessoa separada de Deus. A sabedoria é algo que Deus possui e algo que ele reparte com os homens.

 Naturalmente, Cristo sendo Deus manifestado em carne, toda a sabedoria de Deus está em Cristo (Colossenses 2:3). Ele e a sabedoria de Deus, bem como o poder de Deus (I Corintios 1:24). Isso não significa que Cristo seja uma pessoa distinta de Deus, mas, antes, que em Cristo habita toda a sabedoria de todo o poder de Deus (juntamente com os outros atributos de Deus). Através de Cristo, Deus revela aos homens sua sabedoria e seu poder. A sabedoria é simplesmente um atributo de Deus descrito no Velho Testamento e revelado por Cristo no Novo Testamento.

Santo, Santo, Santo

Essa tríplice repetição, encontrada em Isaías 6:3, significa, de algum modo, que Deus é uma trindade? Não achamos que essa teoria mereça crédito. Repetição dupla ou tripla era uma prática literária hebraica comum, e acontece, muitas vezes, nas Escrituras. Ela era usada, basicamente para conseguir maior ênfase. Por exemplo, Jeremias 22:29 diz: "Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do SENHOR". Esse versículo, certamente, não indica três terras. (se a tríplice repetição da palavra santo tem qualquer outro significado, este é a sugestão da existência passada, presente e futura de Deus, registrada em apocalipse 4:8). Concluímos que "Santo, santo, santo" destaca enfaticamente a santidade de Deus e não implica na pluralidade de pessoas.

Repetições de Deus ou Senhor

Há evidência da pluralidade de pessoas nas repetições de Deus ou SENHOR, no mesmo versículo, tais como as tripas repetições (Números 6:24-26; Deuteronômio 6:4 e as duplas repetições (Gênesis 19:24; Daniel 9:17; Oséias 1:7)? Uma leitura atenta dessas passagens nos mostrará que não indicam pluralidade na Divindade. Vamos analisá-la resumidamente).

 Números 6:24-26 é, simplesmente, uma bênção tripla. Deuteronômio 6:4 diz que Deus é um. Duas das repetições nos versículos são: "SENHOR" e "DEUS". Será que todas as vezes que em que "SENHOR" e "DEUS" aparecem, indicam duas pessoas para Deus? Claro que não. Identificam, apenas, o único Deus como sendo o SENHOR (Jeová) adorado por Israel. Já examinamos Gênesis 19:24, neste capítulo. Em Daniel 9:17, o profeta simplesmente fala de Deus na terceira pessoa, e, em Oséias 1:7, Deus fala de si mesmo na terceira pessoa. Isso não é incomum, porque no Novo Testamento Jesus falou de si mesmo usando a terceira pessoa (Marcos 8:38). Resumindo: todas as passagens das escrituras que repete as palavras de Deus, SENHOR, ou algum outro nome para Deus, seguem um uso comum, normal. Nenhuma delas sugere uma pluralidade na Divindade.

O Espírito do SENHOR

Várias passagens no Velho Testamento mencionam o Espírito do SENHOR. Isso não nos traz problema algum, pois Deus é Espírito. A expressão "Espírito do Senhor" meramente destaca que o SENHOR é, realmente, um Espírito. Ela dá ênfase à obra do SENHOR entre os homens e sobre os indivíduos. Não sugere pluralidade de pessoas mais do que quando falamos sobre o espírito de um homem. Realmente, o SENHOR deixa isso claro quando ele fala "O meu Espírito" (Isaías 59:21).

O SENHOR Deus e Seu Espírito

Essa expressão, encontrada em Isaías 48:16, não indica duas pessoas, assim como as frases do tipo "Um homem e seu espírito" o "Um homem e sua alma", não indicam pluralidade. Por exemplo, o rico insensato falou com sua alma (Lucas 12:19), mas isso não significa que ele fosse duas pessoas. "SENHOR DEUS" significa a soma total de Deus em toda a sua glória e transcendência, enquanto "Seu ESPÍRITO" se refere aquele seu aspecto com o qual o profeta teve contato e que se movia sobre o profeta. O próprio versículo seguinte (Isaías 48:17) fala de "O Santo de Israel", não de dois ou três santos. Isaías 63:7-11 fala do SENHOR e de "Seu Espírito Santo" enquanto Isaías 63:14 fala do "Espírito do SENHOR". Está claro que não existe diferenciação de pessoas entre Espírito e SENHOR. (veja o Capítulo 9 - EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE para ter mais exemplos do Novo Testamento, nos quais, e não significa distinção de pessoas). O SENHOR é um Espírito, e o Espírito do Senhor é, simplesmente, Deus em ação.

O Ancião de Dias E o Filho do Homem

Daniel teve uma visão, registrada em Daniel 7:9-28, na qual ele viu duas figuras. O primeiro ser que Daniel viu foi chamado o Ancião de Dias. Suas vestes eram brancas com na neve, seus cabelos como pura lã, seu trono era chamas de fogo com rodas de fogo ardente. Ele estava assentado no trono e julgava milhares de pessoas. Então, Daniel viu "Um como o Filho do homem" se aproximando do Ancião de Dias. Esse homem recebeu o domínio eterno sobre todos os povos e um reino que jamais será destruído. Alguns trinitárianista interpretam essa visão como sendo a visão de Deus, o Pai e Deus, o Filho. Entretanto, vamos examinar a passagem um pouco mais acuradamente.

No livro do Apocalipse, parece que o Ancião de Dias não é outro senão Jesus Cristo mesmo! Apocalipse 1:12-18 descreve Jesus Cristo vestido com vestes talares, cabelos como alva lã olhos como chama de fogo e pés semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha. Além disso, muitas passagens das escrituras explicam que Jesus Cristo, o Filho do homem, será o juiz de todos (Mateus 25:31-32; João 5:22 e 27; Romanos 2:16; II Corintios 5:10). Ainda mais, Jesus se assentará no trono (IV capítulo). Na visão de Daniel, o chifre (Anticristo) fazia guerra até a chegada do Ancião de Dias (Daniel 7:21-22), mas sabemos que Jesus Cristo voltará a terra e destruirá os exércitos do anticristo (Apocalipse 19:11-21). Em resumo, concluímos que a descrição de Jesus, no Apocalipse, é igual à descrição do Ancião de Dias, em Daniel 7. Se o Ancião de Dias em Daniel 7, é o Pai, então Jesus deve ser o Pai.

 Em Daniel 7: 13, um como que o Filho homem se aproxima do Ancião de Dias e recebe dele, o domínio. Quem é esse? A cena parece ser a visão de um homem que representa os santos de Deus. Essa explicação é, possivelmente, a que está mais de acordo com o capítulo. Daniel recebeu a interpretação da visão, a partir do versículo 16. O versículo 18 diz que os santos do Altíssimo possuirão o reino para todo o sempre. Então, o versículo 22 diz que os santos possuirão o Reino. Os versículos 26 e 27 dizem que o Reino e o domínio (mesmas palavras do versículo 14) serão dados aos santos do Altíssimo e que o Reino será reino eterno. O versículo 27 conclui afirmando que todos os domínios estarão, em última instância subordinados a Deus.

Daniel 7:16-28, portanto, nos da interpretação de 7:9-14. Em seus próprios termos, o capítulo identifica o "Como o Filho do homem".Devemos observar a falta do artigo definido ("O") nessa tradução, o que reflete a falta do mesmo na linguagem original. Devemos, também, ter em mente que, no Velho Testamento, "Filho do homem" pode se referir a qualquer homem em particular (Ezequiel 2:1) ou à humanidade, em geral (Salmos 8:4; 146:3; Isaías 51:12). Nos Salmos 80:17 a expressão significa um homem a quem Deus delegou soberania e poder. Assim, a interpretação de que "Filho do homem" representa os santos está de acordo com o uso da expressão em outras passagens nas Escrituras.

 Alguns comparam "Um como o Filho do homem" de Daniel com Jesus Cristo, uma vez que Jesus muitas vezes se chamou de o Filho do homem. Essa identificação, entretanto, a interpretação dada pelo próprio texto de Daniel 7. Se Daniel pretendia se referir ao Cristo, por que  não o chamou de Messias, como o fez em 9:25? Além disso, mesmo que o "Filho do homem", em Daniel, fosse Jesus Cristo "Um como o Filho do homem", não precisaria, necessariamente, ser. De fato, a expressão poderia indicar que o homem na visão de Daniel não é Jesus, mas apenas alguém parecido com Ele, quer dizer, os santos da igreja. Sabemos que os santos são filhos de Deus, co-herdeiros com Cristo, irmãos de Cristo, (Romanos 8:17 e 29; I João 3:1 e 2).

De qualquer modo precisamos lembrar que a visão de Daniel era profética em sua natureza e não descritiva de uma situação real, em seu tempo. Se presumirmos que o homem em Daniel 7 é Jesus Cristo, então, no máximo, a visão mostra Jesus em dois papéis: do Pai do Filho. Ela não pode ensinar duas pessoas porque o Ancião de Dias é identificado com Jesus em sua divindade. No máximo, essa passagem pode retratar a dual natureza e o papel de Jesus, semelhante mente a visão em Apocalipse 5 sobre o Único no trono (Deus em toda sua divindade) e o Cordeiro (Jesus em seu papel humano e sacrifical). (Veja no Capítulo 9 - EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE explicação mais completa dessa passagem do Apocalipse).

Em conclusão, tanto "Um como o Filho do homem" como "Um semelhante a um Filho do homem", de Daniel 7, representam os santos que herdaram o Reino de Deus. Se a passagem, realmente, se referir a Jesus Cristo, então estará se referindo a Ele em seu papel humano, assim como o Ancião de Dias O descrevem em seu papel divino.

Companheiro de Jeová

Em Zacarias 13:7, o SENHOR falou do Messias e O chamou "O homem que é meu companheiro". A chave para a compreensão desse versículo é ter em mente que o SENHOR descrevia um "Homem". Quer dizer, Ele estava falando a respeito do homem Jesus Cristo, dizendo que esse homem seria companheiro, ou alguém chegado a Ele. Esse versículo não descreve um Deus chamando o outro Deus de "Meu Deus companheiro". Isso está mais claro ainda nas versões NIV e TAB. A primeira traduz a expressão como "O homem que está perto de mim", e a segunda a traduz como "O homem que está associado a mim". Somente Jesus Cristo, o homem sem pecado, poderia se aproximar do Santo Espírito de Deus e está, realmente, junto de Deus. É por isso que I Timóteo 2:5 diz: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o homem". Naturalmente, por Cristo, podemos alcançar comunhão com Deus.

Conclusão

O Velho Testamento não ensina nem sugere uma pluralidade de pessoas na divindade. Podemos, satisfatoriamente, explicar todas as passagens do Velho Testamento usadas por alguns trinitárianista para ensinar a pluralidade de pessoas, harmonizando-as com as muitas outras passagens que, inequivocamente, ensinam o monoteísmo estrito. Com certeza, os judeus não tiveram dificuldade para aceitar todo o Velho Testamento com a Palavra de Deus, e, ao mesmo tempo, aderirem à crença de um Deus indivisível. Do princípio ao fim, e sem contradição, o Velho Testamento ensina a bela verdade de um só Deus.

A Unicidade de Deus

 Chapter 8. EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS

Esse capítulo estuda referências encontradas nos Evangelhos, que têm sido usadas por alguns para ensinar a pluralidade de pessoas na Divindade. Embora faça parte do próximo capítulo o exame de certas passagens de Atos ao Apocalipse, esse capítulo explica a algumas delas enquanto relacionadas a questões suscitadas nos Evangelhos. Precisamos colocar todos esses versículos das Escrituras em harmonia com o resto da palavra de Deus, que ensina um único Deus. De um modo bem interessante, esses versículos, quando corretamente entendidos, afirmam a unicidade de Deus.

Quatro Importantes Auxílios Ao Entendimento

Desde o início de nosso estudo, temos enfatizado quatro pontos importantes. Se o entendermos claramente, muitos dos nossos aparentemente difíceis versículos das Escrituras, se tornarão prontamente explicáveis.

 1) Quando vimos um plural (especialmente uma dualidade) usando com referência a Jesus, precisamos pensar na humanidade e na Divindade de Jesus Cristo. Há uma dualidade real, mas ela é uma distinção entre o Espírito e carne, não uma distinção de pessoas em Deus.

  2) Quando lemos uma passagem relativa a Jesus, devemos nos perguntar se ela se refere a ele em seu papel de Deus, ou em seu papel de homem, ou a ambos. Ele está falando como Deus ou como o homem, nessa passagem? Lembre-se de que Jesus tem uma dualidade de natureza que ninguém jamais possuiu.

 3) Quando encontramos um plural referente a Deus, devemos entendê-lo como uma pluralidade de papéis ou de relacionamentos com a humanidade,  não uma pluralidade de pessoas.

  4) Devemos nos lembrar que os escritores do Novo Testamento não tinham, no momento em  que escreveram as escrituras, noção da doutrina da Trindade, a qual surgiria muito mais tarde. Eles vinham de uma herança judaica estritamente monoteísta; a existência de um Deus único não era, para eles, absolutamente, um ponto de discussão. Algumas passagens podem nos parecer "trinitárianista" ao primeiro olhar, porque trinitárianistas, através dos séculos, as tem usado e interpretado de acordo com sua doutrina. Mas para a Igreja Primitiva, que não tinha noção da futura doutrina da trindade, essas mesmas passagens eram muito normais, comuns e prontamente atendidas em sua  percepção do poderoso Deus em Cristo. Para eles, não havia contradição entre o estrito monoteísmo e a Divindade de Jesus.

 Tendo em mente esses quatro pontos, vamos voltar a algumas passagens específicas das Escrituras.

 O Batismo De Cristo

"Batizado em Jesus, saiu logo d'água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como bomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:16 e 17).

  De acordo com essas passagens, o Filho de Deus foi batizado, o Espírito desceu como uma bomba, e uma voz falou, vinda do céu. Lucas 3:22 acrescenta uma informação, dizendo que "O Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba".

Para entender a cena corretamente, precisamos nos lembrar que Deus é onipresente. Jesus é Deus, e foi Deus manifestado em carne, enquanto esteve sobre a terra. Ele não podia e não sacrificou sua onipresença, enquanto esteve na terra, porque esse é um dos atributos básicos de Deus, e Deus nunca muda. O corpo físico de Jesus, naturalmente, não era onipresente, mas seu Espírito era. Além disso, embora a plenitude do caráter de Deus habitasse o corpo de Jesus, o Espírito onipresente de Jesus não podia ser assim confinado. Desse modo, Jesus podia estar no céu e na terra, ao mesmo tempo (João 3:13) e com dois ou três de seus discípulos, a qualquer tempo (Mateus 18:20).

Tendo em mente a onipresença de Deus, podemos compreender o batismo de Cristo, muito facilmente. Não foi difícil, de modo algum, para o Espírito de Jesus falar dos céus e enviar manifestação de seu Espírito em forma de pomba, mesmo quando seu corpo humano estava no rio Jordão. a voz e a pompa não representavam pessoas separadas, assim como a voz de Deus, vinha do Sinai, não significava que a montanha é uma pessoa inteligente, separada da Divindade.

 Sendo a voz e a pomba manifestações simbólicas de um Deus onipresente, podemos perguntar o que significam. Qual era seu propósito? Primeiro, precisamos perguntar qual era o propósito do batismo de Jesus. Certamente  ele não foi batizado para remissão dos pecados, como nós, porque ele era sem pecados (I Pedro 2:22). Em vez disso, a Bíblia diz que ele foi batizado para cumprir toda justiça (Mateus 3:15). Ele é nosso exemplo e foi batizado para nos deixar um exemplo a ser seguido (I Pedro 2:21).

Além disso, Jesus foi batizado como um modo de se manifestar, ou se tornar conhecido para Israel (João 1:26 e 27,31). Em outras palavras, Jesus usou o  batismo como ponto de partida de seu ministério. Ele foi uma declaração pública de quem ele era e do que tinha vindo fazer. Por exemplo, por ocasião do batismo de Cristo, João Batista entendeu quem era Jesus. Até o batismo, ele não sabia que Jesus era realmente o Messias, e, após o batismo ele estava apto a declarar ao povo que Jesus era o Filho de Deus e o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29-34).

 Tendo estabelecido o propósito do batismo de Cristo, vamos ver como a pomba e a voz facilitaram  esse propósito.

 João 1:32-34 afirma, claramente, que a pomba é um sinal que veio por causa de João Batista. Sendo João o  precursor de Jeová (Isaías 40:3), ele precisava saber que Jesus era realmente Jeová vindo em carne. Deus tinha dito a João que aquele que seria batizada com Espírito Santo seria  identificado pelo Espírito que desceria sobre ele. Naturalmente, João era incapaz de ver Espírito de Deus ungido a Cristo, portanto Deus escolheu uma pomba como sinal visível de seu Espírito. Por isso a  pomba era um sinal especial para João, para fazê-lo saber que Jesus era Jeová e o Messias.

A pomba era, também, um tipo de unção que significava o início do ministério de Cristo. No Novo Testamento, profetas, sacerdotes e reis eram ungidos com óleo para indicar que Deus os havia escolhido (Êxodo 28:41; I Reis 19:16). Os sacerdotes, em particular, eram lavados em água e ungidos com óleo (Êxodo 29:4 e 7). O óleo simbolizava o Espírito de Deus. O Velho Testamento profetizou que Jesus seria ungido de modo semelhante (Salmo 2:2; 45:7; Isaías 61:1). De fato, a palavra hebraica Messiah (Cristo, em grego) significa "O Ungido". Jesus veio para cumprir os papéis de profeta, sacerdote e rei (Atos 3:20-23; Hebreus 3:1; Apocalipse 1:5). Ele veio, também, para cumprir a lei (Mateus 5:17 e 18), e para cumprir sua própria lei, ele precisava ser  ungido como profeta, sacerdote e rei..

Sendo Jesus o próprio deus e um homem sem pecados, não era suficiente que fosse ungido por um homem pecador e com olhos simbólico. Em lugar disso, Jesus foi o ungido diretamente pelo espírito de deus. Desse modo, por ocasião de seu batismo pela água, Jesus fez oficialmente ungido para o início de seu ministério terreno, não pelo olho simbólico, mas pelo espírito de deus na forma de uma pomba.

 A voz veio do céu por causa do povo. João 12:28-30 registra um acontecimento semelhante no qual uma voz veio do céu e confirmou a divindade de Jesus para o povo. Jesus disse que a voz viera não por sua causa, mas por causa do povo. A voz era a maneira de Deus apresentar Jesus, formalmente, a Israel, como o Filho de Deus. Muitas pessoas estavam presentes ao batismo de Jesus, e muitos estavam sendo batizados  (Lucas 3:21), portanto o Espírito destacou o homem Jesus  e o identificou a todos como o Filho de Deus, através de uma voz miraculosa, vinda do céu. Isso era muito mais eficiente e convincente que uma declaração feita por Jesus, como homem. De fato, parece que essa manifestação miraculosa demonstrou, efetivamente, na ocasião de seu batismo, o propósito de Jesus.

O batismo de Jesus não nos ensina que Deus é três pessoas, mas, apenas, revela a onipresença de Deus e a humanidade do Filho de Deus. Quando Deus fala a quatro pessoas diferentes, em quatro diferentes continentes, ao mesmo tempo, não pensamos em quatro pessoas de Deus, mas, o sim, na onipresença de Deus. Deus não pretendeu, com o batismo, revelar aos monoteístas espectadores judeus uma manifestação radicalmente nova de pluralidade da Divindade, e não temos indícios de que os judeus têm interpretado dessa maneira o acontecimento. Até mesmo muitos dos modernos estudiosos têm visto o batismo de Cristo não como uma indicação da trindade, mas como uma referência à "Unção autorizada de Jesus como o Messias".[23]

A Voz Do Céu

Três vezes, na vida de Jesus, uma voz veio do céu: por ocasião de seu batismo, em sua transfiguração (Mateus 17:1-9), e após sua entrada triunfal em Jerusalém (João 12:20-33). Acabamos de explicar que a voz não indica uma pessoa separada na Divindade, mas, apenas, uma outra manifestação do Espírito onipresente de Deus.

 Em cada um desses três casos, a voz não foi por causa de Jesus, mas por causa de outros, e ela veio com o propósito específico. Como já estudamos, a voz, no batismo de Cristo, era parte do início de seu ministério terreno. Ela veio por causa do povo, assim a pomba desceu por causa de João. A voz apresentou Jesus como Filho de Deus:  "Este é meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3: 17). A voz, na transfiguração, era, inquestionavelmente, por causa do os discípulos que ali estavam, pois sua mensagem era: "Esse é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi" (Mateus 17:5). A terceira manifestação da voz aconteceu quando um grupo de gregos (aparentemente prosélitos gentios) vieram ver Jesus. Jesus explicou que a voz não era por sua causa, mas por causa do povo (João 12:30).

As Orações De Cristo

As orações de Cristo indicam uma distinção de pessoas separadas entre Jesus e o Pai? Não. Ao contrário, suas orações indicam uma distinção entre o Filho de Deus e Deus. Jesus olhou em sua humanidade, não em sua divindade. Se as ações de Jesus demonstram que a natureza divina de Jesus é diferente do Pai, então, Jesus é inferior ao Pai, em divindade. Em outras palavras, se Jesus ou como Deus, então sua posição na divindade seria, de algum modo, inferior às outras "Pessoas". Esse exemplo destrói efetivamente o conceito de uma trindade de pessoas idênticas.

Como pode Deus orar e ainda ser Deus? Por definição, Deus em sua onipresença não tem necessidade de orar, e em sua unicidade não tem outro a quem ele possa orar. Se as operações de Jesus provam que existem duas pessoas na divindade, então uma dessas pessoas se subordina a outra e não é, portanto, completa e verdadeiramente Deus.

 Qual é, então, a explicação para as orações de Jesus? Só pode ser a de que a natureza humana de Jesus orou ao eterno Espírito de Deus. A natureza divina não precisava de ajuda; somente a natureza humana. Como disse Jesus, no jardim do Getsêmani, a vontade humana se submeteu a vontade divina. Através da oração, sua natureza humana aprendeu a ser submissa e obediente ao Espírito de Deus (Filipenses 2:8; Hebreus 5:7 e 8). Essa não foi uma luta travada entre duas vontades divinas, mas uma luta entre as vontades divina e humana que havia em Jesus. Como homem submeteu-se ao Espírito de Deus, e dele recebeu força.

Alguns podem se opor a esta explicação, argumentando que ela significa que Jesus orou a Si mesmo. Entretanto, precisamos nos dar conta que, diferentemente de qualquer outro ser humano, Jesus tinha duas naturezas perfeitas e completas -- a humanidade e à divindade. O que poderia ser absurdo ou impossível para o homem comum, não é tão estranho tratando-se de Jesus. Nós não dizemos que Jesus orou a si mesmo porque isso implicaria, de modo incorreto, em que Jesus tivesse apenas uma natureza, como o homem comum. Antes, afirmamos que a natureza humana de Jesus orou ao Espírito divino de Jesus, que habitava o homem.

A escolha é simples. Ou Jesus, como Deus, orou ao Pai, ou Jesus, como homem, orou Pai, ou Jesus, como homem, orou ao Pai. Se a primeira alternativa for verdadeira, então, temos uma forma de submissão ou Arianismo, no qual uma das pessoas da Divindade é inferior, e não o equivalente, a outra pessoa da Divindade. Isso contradiz o conceito bíblico de um único Deus, a completa divindade de Jesus, e a onipresença de Deus. Se a segunda alternativa estiver correta, e assim acreditamos, então não existe nenhuma distinção de pessoas na divindade. A única distinção existente está entre a humanidade é a divindade, não entre Deus e Deus.

"Deus, Meu, Deus Meu, Por Que Me Desamparaste?"

Este versículo (Mateus 27:46) não pode escrever uma separação real entre o Pai e o Filho por que Jesus é o Pai. Jesus disse: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30). A Bíblia diz que "Deus estava em Cristo,  conciliando consigo o mundo" (II Corintios 5:19). Jesus era Deus Pai manifestado em carne para reconciliar consigo mesmo, o mundo. O grito de Jesus na cruz não significa que o Espírito de Deus tivesse se separado do corpo, mas que não havia ajuda do Espírito em sua morte sacrificial de substituição a humanidade pecadora. Não era uma pessoa da divindade sendo abandonada por outra, mas a natureza humana sentindo  a ira e o julgamento de Deus sobre os pecados da humanidade.

 Não havia dois Filhos -- um Filho Divino e um Filho humano -- mas havia duas naturezas -- Divindade e humanidade -- fundidas em uma pessoa. O Divino Espírito não poderia ser separado da natureza humana e a vida ainda continuar. Mas, em sua agonia de morte, Jesus sofreu a dor pelos nossos pecados. A morte veio quando ele entregou  o seu Espírito.

Em outras palavras, o que Jesus poderia dizer quando clamou: "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” Era que Ele tinha tomado o lugar do homem pecador na cruz e estava recebendo a punição pelos pecados. O sofrimento não foi diminuído por causa de sua divindade. Sendo que todos pecamos (Romanos 3:23)  e sendo o salário do pecado a morte (Romanos 6:23), toda a humanidade (exceto o Cristo sem pecado) devia morrer. Cristo  tomou nosso lugar e sofreu a morte que nós merecíamos (Romanos 5:6-9). Na cruz ele experimentou a morte por todos os homens (Romanos 2:9). Essa morte foi mais que uma morte física; ela abrangia a morte espiritual, que é a separação de Deus (II Tessalonicenses 1:9; Apocalipse  20:14).

 Nenhum ser vivo da terra sentiu essa morte espiritual em seu mais alto grau, porque todos nós vivemos e nos movemos e existimos em Deus (Atos 17:28). Mesmo o ateísta goza de muitas coisas boas como a alegria, o amor e a própria vida. Tudo que é bom vem de Deus (Tiago 1:17), e toda  vida tem origem nele e é mantida por ele. Mas, Jesus provocou a morte definitiva -- a separação de Deus que o pecador sentirá no lago de fogo. Ele sentiu a angústia, a desesperança e o desalento, como se ele fosse um homem abandonado eternamente por Deus. Assim, a natureza humana de Jesus gritou na cruz, quando Jesus tomou sobre si o pecado do mundo todo e sentiu castigo eterno da separação por causa do pecado (I Pedro 2:24).

Não devemos supor que o Espírito de Deus se separou do  corpo de Jesus no momento em que ele proferiu as palavras: "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?" o Espírito Divino deixou o corpo humano somente por ocasião da morte. Hebreus 9:14 diz que Cristo se ofereceu a Deus pelo Espírito eterno. Também Jesus disse a seus discípulos, a respeito de sua morte: "Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contudo não estou só, porque o Pai está comigo" (João 16:32). Assim, o Espírito eterno de Deus, o Pai, não deixou o corpo humano de Cristo até sua morte.

Comunicação De Conhecimento Entre As Pessoas Da Divindade?

Alguns acreditam que a Bíblia descreve transferência de conhecimento entre diferentes pessoas na divindade. Esse é um argumento perigoso  pois traz implícita a idéia de que possa haver uma pessoa na divindade sabendo algo que uma outra pessoa não saiba. Isso implica numa doutrina de personalidades e mentes separadas em Deus, o que, por sua vez, leva ao triteismo ou politeísmo.

 Vamos examinar melhor algumas passagens das Escrituras. Mateus 11:27 diz: "Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Esse versículo afirma, apenas, que ninguém pode compreender quem o Filho (a manifestação de Deus na carne), é, exceto pela revelação divina (do Pai). Jesus, sem dúvida, tinha isso em mente quando disse a Pedro: "Não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus" (Mateus 16:17). Foi-nos dito que nenhum homem pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo seu Espírito (I Corintios 12:3). O Pai revelou aos homens sua natureza e caráter, pela encarnação -- através de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Romanos 8:26 e 27 dizem: "O mesmo Espírito intercede por nós", e "Aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito". Essas afirmativas indicam apenas uma pluralidade de funções do Espírito. De um lado, Deus coloca seu Espírito em nossos corações para nos ensinar a orar e para orar através de nós. De outro lado, Deus ouve nossas preces, sonda e conhece nossos corações e compreende as orações que ele ora através de nós, pela interseção de seu próprio Espírito. Esse versículo não implica na separação de Deus e seu Espírito, porque Deus é Espírito. Nem ele indica uma separação de Cristo, como aquele que sonda os corações, do Espírito como intercessor, porque a Bíblia afirma, também, que Cristo intercede por nós (Hebreus 7: 25; Romanos 8:34), e o Espírito sonda todas as coisas, inclusive nossos corações. "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio Espírito que nele está? Assim também as cousas de Deus ninguém as conhece senão o Espírito de Deus" (I Corintios 2:10 e 11). Embora o Espírito sonde "As profundezas de Deus ", não devemos pensar que há uma separação entre Deus e seu Espírito. O que nos é dito é que Deus revela coisas a nós pelo seu Espírito em nossas vidas. Seu Espírito em nós comunica verdades de sua mente para nossa mente: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito, porque o Espírito a todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus". Então a passagem compara o homem e seu espírito, com Deus e Seu Espírito. Um homem não é duas pessoas, nem Deus.

Mateus 28:19

Já estudamos Mateus 28:19 no Capítulo 6 - PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO,  mostrando que ele descreve Deus com múltiplos ofícios, mas com somente um nome. O ponto enfocado não é uma pluralidade, mas a unicidade.

A Preexistência De Jesus

Muitas passagens das escrituras se referem à a existência de Jesus, antes do começo de sua vida humana. Entretanto, a Bíblia não nos ensina que ele existia separado e distante do Pai. O Espírito de Jesus existiu desde toda a eternidade porque Ele é o próprio Deus. A humanidade de Jesus, no entanto, não existiu antes da encarnação, a não ser como um plano na mente de Deus. Podemos afirmar, portanto, que o Espírito de Jesus preexistiu à encarnação, mas não podemos dizer que o Filho à encarnação em qualquer sentido substancial. João 1:1 e 14 são um bom resumo do ensino data preexistência de Jesus: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o verbo se fez carne... "Em outras palavras, Jesus existiu como Deus, desde toda a eternidade. O plano da futura filiação existia em Deus, desde o princípio -- como uma idéia na mente de Deus. Posteriormente, esse Verbo se tornou carne -- como extensão de Deus Pai, em forma humana. (Para melhor explicação desse conceito,  em João 1, veja o Capítulo 4 - JESUS É DEUS. Para saber mais sobre o Filho e  a preexistência de Cristo, inclusive a exposição de Hebreus 1, veja o Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS).

Vamos aplicar esses conceitos há vários versículos que falam da preexistência de Cristo. Podemos entender João 8:58 ( " antes que Abraão  existisse,  eu sou") como uma referência a preexistência de Jesus como o Deus do Velho Testamento. Do mesmo modo, podemos entender João 6:62 ("Que será, pois, se virdes o Filho do homem subir para o lugar onde primeiro estava?"), com Jesus usando expressão "Filho do homem" mais para significar "Eu" ou "Mim" do que para enfatizar sua humanidade. Em João 16:28, Jesus disse: "Vim do Pai". Isso se refere, também, à sua preexistência como Deus. A natureza divina de Jesus era Deus Pai, por isso a dupla natureza de Cristo podia dizer: "Vim do Pai". Essa afirmativa pode descrever, também, o governo o plano que existia na mente de Deus, que se tornou carne e foi enviado ao mundo.

Em João 17:5, Jesus orou: "E  agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo". Outra vez, Jesus falava da glória que ele tinha com Deus, no começo, e da glória que o Filho tinha no plano e na mente de Deus. Essa afirmativa não pode significar que Jesus preexistiu com glória como o Filho. Jesus estava orando, portanto, ele devia estar falando como homem, não como Deus. Sabemos que a humanidade não preexistiu a encarnação, portanto, Jesus estava falando a respeito da glória que o Filho tinha no plano de Deus, desde o princípio.

Outros versículos relacionados com a preexistência de Jesus como Deus,São tratados nos Capítulo 4 - JESUS É DEUS, Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS, e Capítulo 9 - EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE.

O  Filho Enviado Pelo Pai

João 3:17 e 5:30, juntamente com outros versos da Bíblia, afirmam que o Pai enviou o Filho. Isso significa que Jesus, o Filho de Deus, seja uma pessoa separada do Pai? Sabemos que não é assim porque muitos versos da Bíblia ensinam que Deus se manifestou na carne (II Corintios 5:19, I Timóteo 3:16). Ele deu-se a Si mesmo; Ele não enviou outra pessoa (João 3:16). O Filho foi enviado por Deus como um homem, não como Deus": Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher" (Gálatas 4:4). A palavra enviou não implica preexistência do Filho ou preexistência do homem. João 1:6 afirma que João Batista era um homem enviado por Deus, e sabemos que ele não existiu antes de sua concepção. Ao invés disso, a palavra enviou indica que Deus escolheu o Filho com um propósito especial. Deus elaborou um plano, revestiu de carne aquele plano, e então o pôs em operação. Deus deu para o Filho uma tarefa especial. Deus se manifestou em carne para alcançar um objetivo especial. Hebreus 3:1 chamadas Jesus de o Apóstolo de nossa confissão, apóstolo que significa" a pessoa enviada" em grego. Resumidamente, enviar o Filho enfatiza a humanidade do Filho e o propósito específico para o qual o Filho nasceu.

Amor Entre Pessoas Em Na Divindade?

Um argumento filosófico popular a respeito da trindade está baseado no fato que Deus é amor. O argumento básico é o seguinte: Como pode Deus ser amor e mostrar amor antes de ter criado o mundo, a menos que fosse uma pluralidade de pessoas que se amavam entre si? Essa linha de raciocínio é falha por várias razões. Primeiro, mesmo sendo correta não provaria uma trindade. Na realidade, poderia conduzir ao politeísmo. Segundo, por que Deus precisa provar-nos a natureza eterna de Seu amor? Por que não podemos aceitar a declaração simplesmente que Deus é amor? Por que limitamos Deus a nosso conceito de amor, argumentando que Ele não poderia ter sido amor na eternidade passado a menos que Ele tivesse um objeto então-existente de amor? Terceiro, como a solução trinitária evita o politeísmo e ao mesmo tempo evita dizer simplesmente que Deus amava a Si próprio? Quarto, não podemos limitar Deus no tempo. Ele podia nos amar e o fez, desde a eternidade passada. Embora nós não estivéssemos ainda, Ele previa a nossa existência. Para Sua mente nós existimos e Ele nos amava.

João 3: 35,5:20 e 15:9 afirmam que o Pai ama o Filho,  e João 17:24 diz que o Pai amou Jesus antes que o mundo fosse fundado. Em João 14:31 Jesus expressou amor pelo Pai. Todas essas afirmações não significam pessoas distintas. (não é estranho que essas passagens omitam o Espírito Santo desse relacionamento de amor?). O que esses versículos expressam é o relacionamento entre as duas naturezas de Cristo. O Espírito de Jesus amava a humanidade e vice-versa. O Espírito amavam o homem Jesus assim como ele ama toda a humanidade, e o homem Jesus amava a Deus assim como todo homem deve amar a Deus. Lembre-se, o Filho veio ao mundo para nos mostrar o quanto Deus nos ama e, também, para ser nosso exemplo. Por causa desses dois objetivos a serem alcançados, o Pai e o Filho mostraram amor um pelo outro. Antes que o mundo fosse fundado, Deus sabia que ele se manifestaria como o Filho. Ele amou esse plano, desde o começo. Ele amou aquele futuro Filho tanto quanto ele nos amou desde o princípio dos tempos.

Outras Distinções Entre o Pai e Filho

Muitos versículos das Escrituras fazem distinção entre o Pai e o Filho no que diz respeito a poder, grandeza e conhecimento. Entretanto, é um grande erro usá-los para mostrar a existência de duas pessoas na Divindade. Se existe uma distinção entre o Pai e Filho, na divindade, então o Filho é subordinado, ou inferior, ao Pai, em divindade. Isso significaria que o Filho não é plenamente Deus, porque, por definição, Deus não é inferior a ninguém. Por definição, Deus tem todo o poder (onipotência) e todo o conhecimento (onisciência). Para entendermos esses versículos devemos olhá-los como distinguindo entre a divindade de Jesus (o Pai) e a humanidade de Jesus (o Filho). A humanidade ou o papel da filiação de Cristo está subordinado à sua divindade.

João 5:19 diz: "O Filho nada pode fazer de Si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz". (veja, também, João 5:30; 8:28). Em Mateus 28:18, Jesus proclamou: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra", o que significa que o Pai deu a ele esse poder. Em João 14:28, Jesus disse: "O Pai é maior do que eu". A primeira carta aos Corintios 11:3, afirma que o cabeça de Cristo é Deus. Todos esses versículos indicam que a natureza humana de Jesus não podia fazer nada de si mesma, mas recebia poder do Espírito. A carne estava sujeita ao Espírito.

 Ao falar de sua segunda vinda Jesus disse: "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai" (Marcos 13:32). A humanidade de Cristo não sabia todas as coisas, mas o Espírito de Jesus sabia.

 João 3:17 fala do Filho como tendo sido enviado por Deus. Em João 6:38, Jesus disse: "Porque eu desci do céu não para fazer a minha própria vontade; e, sim, à vontade daquele que me enviou". (Jesus não veio de si mesmo, isto é, de sua humanidade, mas ele foi enviado por Deus (João 7:28); 8:42; 16:28). O Filho não ensinou sua própria doutrina, mas aquela do Pai (João 7:16 e 17). Ele não ensinou seus próprios mandamentos, mas ensinou e guardou os mandamentos do Pai (João 12:49-50; 15: 10). Ele não buscou sua própria glória, mas glorificou o Pai (João 8:50; 17:4). Todas essas passagens descrevem a distinção existente entre Jesus, como homem (Filho) e Jesus como Deus (Pai). O homem Jesus não teve sua origem na humanidade, nem o homem Jesus veio para manifestar a humanidade.  O Espírito formulou o plano, concebeu o bebê no ventre, colocou naquela carne todo caráter e qualidade de Deus, e, então, enviou aquela carne ao mundo para manifestar Deus ao mundo. No final, aquela carne terá cumprido seu propósito. O Filho então voltará a ser, parte do plano de Deus para que Deus possa ser tudo em todos (I Corintios 15:28).

 Esses versículos descrevem o relacionamento da natureza humana de Cristo como homem, com sua natureza divina, como Deus. Se as interpretarmos como fazendo uma distinção entre duas pessoas chamadas Deus Pai de Deus Filho, cairemos em contradição. Teríamos o Deus Filho com as seguintes características que não são de Deus: ele não teria, de Si mesmo, qualquer autoridade; Ele não saberia todas as coisas; Ele não faria sua própria vontade; Ele teria alguém maior que ele próprio; Ele teria sua origem devida a outro alguém; e ele, eventualmente, perderia sua própria individualidade. Esses fatos das Escrituras contradizem o conceito de "Deus Filho”.

As Passagens Que Usam Com

Como explicarmos o uso da palavra com, em João 1:1 e 2 e I João 1:2? João 1:1 diz que o verbo estava com Deus, e continua, dizendo que o Verbo era Deus. Como foi explicado no Capítulo 4 - JESUS É DEUS, o Verbo é o pensamento, o plano, ou expressão na mente de Deus. É assim que o Verbo poderia estar com Deus e, ao mesmo tempo, ser o próprio Deus. Devemos, também, notar que a palavra grega pros, aqui traduzida como "com", é traduzida como "Referente a", em Hebreus 2:17 e 5:1. Portanto, o Verbo estava com Deus, no sentido de pertencer a Deus e não no sentido de uma pessoa à parte, além de Deus.

Mais que isso, se Deus, em João 1:1, significa Deus Pai, então o Verbo não é uma pessoa separada por que o versículo poderia ser lido assim: "O Verbo estava com o Pai e o Verbo era o Pai". Para que isso implicasse em uma pluralidade de pessoas em Deus, seria necessária uma mudança na definição de Deus, no meio do versículo.

Devemos também notar que I João 1:2 não indica que o Filho estava com Deus na eternidade. Afirma, antes, que a vida eterna estava com o Pai. Naturalmente, Jesus Cristo manifestou a vida eterna para nós. Ele é o Verbo da vida no versículo um. Entretanto, isso não significa que a vida eterna existia como uma pessoa separada do Pai. Significa, simplesmente, que o Pai possuía vida eterna em Si mesmo-Ele estava com Ele - desde o princípio. Essa vida eterna ele a mostrou a nós, através do seu aparecimento na carne, em Jesus Cristo.

Dois Testemunhos

Jesus disse: "Não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou. Também na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim" (João 8:16-18). Pouco antes desses versículos, Jesus havia dito: "Eu sou a luz do mundo" (versículo 12). Esta era uma afirmação de seu papel messiânico (Isaías 9:2; 49:6). Os fariseus replicaram: "Tu dás testemunho de ti mesmo, logo teu testemunho não é verdadeiro" (João 8:13). Em resposta a essa acusação, Jesus explicou que Ele não era o único a testemunhar, mas que dois davam testemunho do fato de que Ele era o Messias, o Filho de Deus. As duas testemunhas eram o Pai (o divino Espírito) e o homem Jesus. Em outras palavras, tanto Deus Pai como homem Jesus podiam testificar que o Pai estava manifestado em carne, em Jesus. Jesus era ambos, Deus e homem de ambas as naturezas podiam testificar esse fato. Nenhuma separação de pessoas, na divindade era necessária para que tal ocorresse. Na verdade, se alguém entende que as duas testemunhas eram pessoas separadas em uma trindade, ela precisa explicar porque Jesus não disse que havia três testemunhas. Afinal de contas, a lei requeria duas testemunhas, mas pedia três, se possível (Deuteronômio.17:6; 19:15). Quando Jesus se referiu a seu Pai, os fariseus questionaram Jesus a respeito do Pai, sem dúvida se perguntando quando teria o Pai testemunhado diante deles. Em vez de dizer que o Pai era outra pessoa na divindade, Jesus identificou-se com o Pai-o "Eu sou" do Velho Testamento (João 8:19-27). Os dois testemunhos vinham do Espírito de Deus e do homem Cristo, e ambos testificavam que Jesus era Deus na carne.

O Uso Do plural

Várias vezes Jesus se referiu ao Pai e a Si mesmo, no plural essas passagens estão no livro de João, o escritor no Novo Testamento que mais do que qualquer outro, identificou Jesus como Deus e o Pai. É um erro supor que o uso do plural significa que Jesus é uma pessoa separada do Pai, na divindade. Esse uso, no entanto, indica uma distinção entre a divindade (Pai)  e à humanidade (Filho) de Jesus Cristo. O Filho, que é visível, revelou Pai, que é invisível. Jesus disse: "Se conhecêsseis a mim, a também conheceríeis a meu Pai (João 8:19)”; Aquele que me enviou... Não me deixou só “(João 8:29); Quem me odeia, odeia também a meu Pai" (João 15:23); "Mas agora não somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim, como a meu Pai" (João 15:24); e, "Não estou só, porque o Pai está comigo" (João 16:32). Esses versículos das uma usam o plural para expressar um tema consistente: Jesus não é apenas um homem, mas Ele é Deus, também. Jesus não era um homem comum, como Ele parecia ser exteriormente. Ele não estava só; Ele tinha o Espírito do Pai em seu interior. Isso explica a dual natureza Jesus e revela a unicidade de Deus..

Como o Pai estava com Jesus? A explicação lógica é que Ele estava em Jesus. Portanto, se você conhece Jesus, você conhece o Pai; se você vê Jesus, vê o Pai; e se você odeia Jesus, você odeia o Pai. II João 9 afirma: "O que permanece na doutrina, esse tem assim o Pai como o Filho" e. Qual é a doutrina de Cristo? É a doutrina que afirma que Jesus é o Messias; Ele é o Deus do Velho Testamento manifestado na carne. Quer dizer, o apóstolo escreveu que se compreendermos a doutrina de Cristo, entenderemos que Jesus é ambos, o Pai que o Filho. Não negamos, assim, nem o Pai, nem o Filho. Quando aceitamos a doutrina de Cristo, aceitamos a doutrina de ambos, do Pai e do Filho. É verdade também, que se negamos o Filho estamos negando o Pai, mas se confessamos o Filho, temos confessado, também, o Pai (I João e 2:23).

Uma outra passagem com plural que merece especial atenção, João 14:23 "Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada". A chave para o entendimento desse versículo é ter em conta que o Senhor não estava falando de habitar em nós fisicamente. Além do mais, se há dois Espíritos Deus, um do Filho e outro do Pai, haveria pelo menos dois Espíritos em nosso coração. Entretanto, Efésios 4:4 declara que há um Espírito. Sabemos que João 14:23 não quer dizer entrada corpórea, porque Jesus tinha dito: "Naquele dia vós conhecereis que Eu estou em meu Pai e vós em mim e Eu em vós" (João 14:20). Naturalmente nós não estamos em Jesus no sentido físico. Portanto, o que significa essa passagem? Ela significa uma união _ um em mente, propósito, plano de vida _ com Cristo. Essa é a mesma idéia expressa em João 17:21-22, quando Jesus orou: "A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai; em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos".

Mesmo assim, porque Jesus usou o plural ao falar da união dos crentes com Deus? Naturalmente, Deus tinha planejado a salvação para reconciliar o crente com Ele mesmo. Mas, o homem pecador não pode aproximar se de um Deus santo, e um homem finito não pode compreender um Deus infinito. O único modo pelo qual podemos nos reconciliar com Deus e compreendê-lo é através de sua manifestação na carne, através do homem sem pecados, Jesus Cristo. Quando somos um com Jesus, automaticamente somos um com Deus, uma vez que Jesus não é apenas um homem, mas, também, Deus. Jesus  usou o plural para enfatizar o fato de que, para estarmos unidos com Deus, precisamos, primeiro, receber a expiação através do sangue de Jesus. Há apenas um mediador entre o homem e Deus, o homem Jesus (I Timóteo 2:5). Ninguém vem ao Pai a não ser por intermédio de Jesus (João 14:6). Para estarmos doutrinariamente corretos, precisamos confessar que Jesus veio em carne (I João 4:2-3). Quando recebemos Cristo, temos recebido ambos, o Pai e o Filho (II João 9). Nossa união com o Pai e o Filho não é uma união com duas pessoas da divindade, mas simplesmente uma união com Deus através do homem Jesus: "A saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" (II corintios 5:19).

Uma outra maneira de se pensar a respeito de nossa união com Deus é nos lembrarmos dos dois ofícios diferentes ou relacionamentos, representados pelo Pai e pelo Filho. O crente tem a sua disposição as qualidades de ambos os papéis, tais como a onipotência do Pai e o sacerdócio e a submissão do Filho. Ele tem o Pai e o Filho. Entretanto, ele recebe todas essas qualidades de Deus quando recebem o único o Espírito de Deus, o Espírito Santo. Ele não recebe dois ou três Espíritos. Quando Deus vem habitar o crente isso se chama o dom (ou batismo) do Espírito Santo, e esse dom põe à nossa disposição todos os atributos e papéis de Deus: "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo" (I Corintios 12:13).

 Se, por outro lado, uma pessoa interpretasse João 14:23 e 17:21-22, como descrevendo a união de duas pessoas na divindade, então, para ser coerente, teria que interpretar que as Escrituras afirmam que os crentes se tornam membros da divindade, assim como Jesus. Essas passagens, claramente aludem a união com Deus que o Filho de Deus tem é que podemos usufruir, acreditando no evangelho e obedecendo-o. (Jesus, naturalmente, ele, também, um com o Pai no sentido de que Ele é o Pai, mas não é isso que esses versículos, em particular, descrevem).

Conversas Entre Pessoas Na Divindade?

Não há registro na Bíblia de uma conversa entre duas pessoas de Deus, mas há muitas representações de comunhão entre as duas naturezas de Cristo. Por exemplo, as orações de Cristo retratam sua natureza humana buscando auxílio do eterno Espírito de Deus.

João 12:28 registra um pedido, da parte de Jesus, para que o Pai glorificasse seu próprio nome. Uma voz do céu falou, respondendo a esse pedido. Isso demonstra que Jesus era um homem, na terra, mas seu Espírito era o Deus onipresente no universo. A voz não veio por causa de Jesus, mas por causa daqueles que ali estavam (João e 12:30). A oração e a voz não constituem uma conversa entre duas pessoas na Divindade; pode-se dizer que é uma comunicação entre a humanidade de Jesus e sua Divindade. A voz era um testemunho ao povo, vindo do Espírito de Deus e revelando a aprovação de Deus ao Filho.

Hebreus 10:5-9 cita uma passagem profética do salmo 40:6-8. Nessa representação profética da vinda do Messias, Cristo, como homem, fala ao Deus eterno, expressando sua obediência e submissão à vontade de Deus com. Essa cena é essencialmente semelhante àquela da oração de Cristo no Getsêmani. É óbvio que Cristo está falando como homem, porque ele diz: "Antes corpo me formaste" e "Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade".

Concluindo, a Bíblia não registra conversas entre pessoas na divindade, mas entre as naturezas divina e humana. Interpretar essas duas naturezas como "Pessoas" cria a crença de pelo menos, dois "Deuses". (é muito estranho que o Espírito Santo nunca tome parte nessa conversas!). Além disso, "Pessoas" implicaria em inteligências separadas em uma divindade, um conceito que não difere do politeísmo

Um Outro Consolador

Em João 14:16, Jesus prometeu enviar um outro Consolador. No versículo 26, ele identificou o Consolador como o Espírito Santo. Isso quer dizer que o Espírito Santo é outra pessoa na Divindade? Não. Fica claro que no contexto que o Espírito Santo é, simplesmente, Jesus em uma outra forma de manifestação. Em outras palavras, "Outro Consolador" significa Jesus no Espírito, em oposição a Jesus na carne. No versículo 16, Jesus falou com os dois discípulos a respeito de outro Consolador. Então, no versículo 17, Jesus lhes falou que já conheciam o Consolador porque ele habitava com eles e estaria neles. Quem vivia com os discípulos naqueles dias? Jesus, naturalmente. O Espírito de Jesus habitava com os discípulos uma vez que o Espírito se vestia de carne, mas, logo, o Espírito estaria o nos discípulos, pelo dom do Espírito Santo. Jesus tornou isso claro, quando disse, no versículo 18: "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros".

Jesus foi para os céus em seu corpo glorificado para poder formar um novo relacionamento com seus discípulos, enviando de volta Seu próprio Espírito, como Consolador. Ele disse a eles: "Convém-vos que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei" (João 16:7). O Espírito Santo é o Espírito de Cristo (Romanos 8: 9; II Corintios 3:17 e 18). Quando temos o Espírito em nós, temos Cristo em nós (Efésios 3:16 e 17).

Em resumo, Jesus tinha convivido com os discípulos, fisicamente, por, aproximadamente, três anos, mas tinha chegado a hora dele partir. Entretanto, ele prometeu que não os deixaria só, sem consolo, como órfãos. Em vez disso, ele prometeu voltar de um modo novo. O ele não voltaria num corpo visível para habitar entre eles e ser limitado por aquele corpo, mas voltaria em Espírito para que pudesse habitar neles. Portanto, o Consolador, o Espírito Santo, é Espírito de Jesus. Ele é Jesus manifestado de uma outra forma; Jesus pode estar conosco e em nós. Ele pode estar em todos os discípulos, pelo mundo todo, ao mesmo tempo e ele pode cumprir sua promessa de estar conosco até o final dos tempos (Mateus 28:20).

 Jesus e o Pai São Um Apenas Em Propósito?

De acordo com João 17:20 e 22, os cristãos devem ser um, em relação uns aos outros, assim como Jesus era um com o Pai. Isso destrói nossa crença de que Jesus é o Pai? Não. Nessa passagem, Jesus falou como homem -- como o Filho. Isso é evidente porque ele estava orando ao Pai, e Deus não precisa orar. Em sua humanidade, Jesus era um com o Pai, no sentido de unidade de propósito, mente e vontade. Nesse sentido, os cristãos podem ser um com Deus  e um,uns com os outros (Atos 4:32; I Corintios 3:8; Efésios 2:14).

Precisamos lembrar que o Filho não é o mesmo que o Pai. O título Pai não se refere a humanidade, enquanto Filho se refere. Embora Jesus seja  ambos, Pai e Filho, não podemos dizer que o Pai é o Filho.

 Que em João 17:21 e 22, Jesus, falando como homem, não afirmou que ele era o Pai. No entanto, outras passagens descrevem  a unicidade de Jesus com o Pai, num modo que transcende a mera unicidade de propósito, e de um modo que indica que Jesus é o Pai. Esse é um nível adicional de unicidade que está além do nosso alcance porque fala de sua absoluta divindade. Quando Jesus disse: "Eu e o Pai somos um", os judeus entenderam corretamente que ele queria dizer que ele era Deus, e procurar matá-lo (João 10:30-33). Naquela ocasião, Ele não apenas proclamou unidade com Deus, mas identidade com Deus. Jesus disse, também: "Quem me vê a mim, vê o Pai" (João 14: 9). Não importa quanto um cristão seja unidos com Deus, nunca poderia fazer tal afirmação. Não importa quão unidos dois cristãos sejam, não podem dizer: "Se você me viu, viu meu amigo". Assim também entre marido e mulher, mesmo que sejam uma só carne (Gênesis 2:24). Portanto, a unicidade de Jesus com o Pai significa mais que a unicidade que possa ser encontrada no relacionamento humano. Como homem,  Jesus era um como Pai no sentido de unidade de propósito, mente e vontade (João 17:22). Como Deus, Jesus é um com o Pai no sentido de identidade com o Pai -- no sentido em que Ele é o Pai (João 10:30; 14:9).

Conclusão

Em conclusão, ou os Evangelhos não apresentam pessoas na Divindade. Os Evangelhos não ensinam a doutrina da trindade, mas, simplesmente, ensinam que Jesus tinha duas naturezas -- humana e divina, carne e Espírito, Filho e Pai. Há referências, no plural, ao Pai e ao Filho, no livro de João, mas esse mesmo livro ensina a divindade de Jesus e a unicidade de Deus, mais que qualquer outro. Quando examinamos melhor essas referências no plural, achamos que, longe de contradizer o monoteísmo, elas reafirmam, realmente, que Jesus é o único Deus e que o Pai se manifesta no Filho.

No capítulo a seguir, nos voltaremos para outros livros do Novo Testamento: Atos, as Epístolas e o Apocalipse, para completamos o nossos estudo. Como acontecem com os Evangelhos, esses livros ensinam a unicidade de Deus, sem separação de pessoas.

A Unicidade de Deus

 Capítulo 9. EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: DE ATOS AO APOCALIPSE

Este capítulo é uma continuação do Capítulo 8 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS. Ele explica alguns versículos do Novo Testamento, de Atos ao Apocalipse, que são, às vezes, usados para ensinar a pluralidade de pessoas na Divindade. No  (Capítulo 8 – EXPLICAÇÕES DO NOVO TESTAMENTO: OS EVANGELHOS trata de alguns desses versículos, enquanto relacionados a questões levantadas pelos Evangelhos).

A Mão Direita De Deus

Numerosas passagens, no Novo Testamento, nos falam de Jesus assentado à mão direita de Deus. Pedro usou essa expressão em Atos 2:34, citando o Salmo 110:1.

 De acordo com Atos 7:55, Estevão levantou seus olhos para os Céus, enquanto era apedrejada até a morte e "viu a glória de Deus, Jesus, que estava à sua direita." o que significa essa expressão? Significa que há duas manifestações físicas de Deus, no céu? Deus e Jesus, com o segundo permanecendo permanentemente a mão direita de Deus? Foi isso que Estevão viu?

 Não é correto interpretarmos "a mão direita de Deus", literalmente, como uma mão física. Primeiro porque nenhum homem jamais, a Deus, nem ninguém pode vê-lo (João 1:18; I Timóteo 6:16; I João 4:12). Deus é Espírito e, como tal, Ele é invisível  (I Timóteo 1:17). Ele não tem uma mão direita física, a menos que Ele escolha se manifestar em forma humana. Sabemos que Estevão não viu, literalmente Deus de Jesus, separados. Se ele viu duas pessoas, porque iria  ignorar uma delas, orando apenas a Jesus? (Atos 7:59 e 60). Se ele viu manifestações físicas, separadas, do Pai e do Filho, por que não viu o Espírito Santo, a terceira pessoa?

Uma leitura cuidadosa de Atos 7:55, nos permitirá afirmar que Estevão não viu Deus separado de Jesus. O versículo 55 não diz que Estevão viu o Espírito de Deus, mas nos diz que ele viu "A glória de Deus e Jesus. No versículo 56, Estevão disse:” Eis que vejo céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus “. A única imagem visual ou pessoa que Estevão realmente viu foi Jesus Cristo.

Outros problemas surgem quando tomamos "A mão direita de Deus" no seu sentido literal. Jesus está sentado à mão direita de Deus, como registra Atos 2:34, ou está em pé à destra de Deus, como está registrado em Atos 7:55 e 56? Jesus está sentado sobre a mão direita de Deus, e estendida, o está sentado ao lado da mão direita? Jesus está no colo de Deus? (João  1:18). O que comentar a respeito de Apocalipse 4:2, que descreve no trono no céu e Um que está sentado no trono? O Pai está sentado no trono, e Jesus está assentado ao lado? O que dizer, então, a respeito do fato de Jesus ser o que está sentado no trono? (Apocalipse 4: 2,8; 1: 8,18).

Obviamente, então, a descrição de Jesus, à mão direita de Deus, tem que ser figurativa ou simbólica. Na verdade isso fica evidente a partir de numerosas referências, através de toda a Bíblia, a mão direita de Deus. No Salmo 16:8, Davi escreveu: "O SENHOR, tendo-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita não serei abalado". Será que isso significa que o SENHOR estava sempre, fisicamente, presente à direita de Davi? O Salmo 77:10 diz: "E logo me lembrei dos anos da destra do Altíssimo". O salmista prometeu se lembrar dois anos quando Deus tinha a mão direita? O Salmo 9:1 declara, a respeito do SENHOR: "A sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória". Isso significa que Deus derrotou seus inimigos, tendo a mão esquerda mantida às costas, e esmagando-os com a sua mão direita física? O Salmo 109:30 de uma firma que o SENHOR "Se põe em à direita do pobre". Ele, fisicamente, permanece junto aos pobres, durante todo o tempo? O SENHOR declarou, em Isaías 48:13: "A minha destra estendeu os céus", e, em que o Isaías 62:8 o SENHOR jogou pela sua mão direita. Deus estendeu uma grande mão e, literalmente, cobriu o céu? O Deus colocou sua mão esquerda sobre sua mão direita e jurou por ela? Jesus expulsou demônios pelo dedo de Deus (Lucas 11:20). Ele apanhou dos  céus um dedo gigantesco e expulsou o demônio das pessoas?

Naturalmente, a resposta a todas essas perguntas é "Não". Portanto, precisamos entender "Mão direita de Deus" num sentido figurativo, simbólico ou poético e não no sentido físico, real. Assim sendo, o que significa a frase?

Na Bíblia, a mão direita significa força, poder, importância e preeminência, assim como no nosso uso comum, em frases como: "Ele é minha mão direita", ou, "Eu daria minha mão direita por isso". O estudioso  trinitárianista Bernard Ramm diz: "Falamos da onipotência de Deus em termos de mão direita, porque, entre os homens, a mão direita é símbolo de força e  autoridade. Nos referimos a estar assentado à direita de Deus como primazia, porque nos relacionamentos sociais dos homens, a posição à direita, ocupada pelo hóspede era o lugar de mais alta honra".[24]

É interessante e instrutivo usarmos alguns exemplos bíblicos para mostrar essa associação que existe entre a mão direita e o poder. Êxodo 15:6 proclama: "A tua destra, ó SENHOR, e gloriosa em poder". O Salmo 98:1 e o Salmo 110:1 associam a destra de Deus com a vitória sobre os inimigos. Quando a Bíblia fala de Jesus sentado à direita de Deus, ela quer dizer que Jesus tem todo o poder de autoridade de Deus. O próprio Jesus deixou isso claro, em Mateus 26:64: "Entretanto, eu vos declaro que desde agora vereis o Filho do homem assentado à destra do Todo-Poderoso, e vídeos sobre as nuvens do céu". (veja, também, Marcos 14:62; Lucas 22:69). Desse modo, Jesus declarou ter todo o poder de Deus; por conseqüência, ele declarou que ele mesmo era Deus. Os judeus entenderam essas declarações e por causa delas, o sumo sacerdote acusou Jesus de blasfêmia (Mateus 26:65). Aparentemente, o sumo sacerdote conhecia o significado dado à mão direita no Velho na e, assim compreendeu que Jesus estava afirmando ter o poder de Deus e ser Deus. I Pedro 3: 22 demonstra que a "Destra" significa que Jesus tem todo o poder e autoridade: "O qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes". Do mesmo modo, Efésios 1:21-22 usa essa expressão para dizer que Jesus tem primazia sobre todo principado, e potestade, e poder, e domínio e de todo nome. Essa passagem liga, também, a mão direita com a exaltação de Cristo. Nesse contexto, Ato 5:31 afirma: "Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a príncipe e Salvador, a fim de conceder  a Israel arrependimento e a remissão de pecados". (veja, também, Salmos 110:1; Atos  2:33 e 34).

 Ato 5:31 indica que a mão direita ou braço de Deus, às vezes, se referem especificamente o poder de salvação de Deus. Muitos outros versículos das Escrituras falam da desta de Deus como representando a libertação e a vitória que Deus como concede a seu povo (Êxodo 15:6; Salmo 44:3; Salmo 98:1). Isaías 59:16 diz: "O seu próprio braço e lhe trouxe a salvação". Parece, portanto, que a discrição de Jesus à direita de Deus significa que Jesus é o poder salvador de Deus. Esse conceito está de acordo com a associação da posição de Jesus à direita de Deus e seu papel mediador, particularmente sua obra como nosso intercessor e sumo sacerdote (Romanos 8:34; Hebreus 8:1).

Mesmo compreendendo a destra de Deus dessa maneira, podemos ainda nos deixar intrigar porque  a Bíblia fala, às vezes, de Jesus "Assentado " à direita de Deus (como em Hebreus 10:12) em vez de simplesmente dizer que ele está à direita de Deus (como em Romanos 8:34). É provável que essa frase, em particular, indique que Jesus recebeu  completa glória, poder e autoridade, a um determinado ponto, no tempo. Essa exaltação começou com sua ressurreição e se completou com sua ascensão. Naquele momento ele se libertou de todas as limitações humanas e restrições físicas da auto limitação à qual Jesus se submetera na encarnação, como está descrita em Filipenses 2:6-8. Ele cumprira seu papel como homem sobre a face da terra.

Jesus não está mais submisso a fragilidade e fraquezas humanas. Não é mais o servo sofredor. Sua glória majestade e seus outros atributos divinos não estão mais escondidos do espectador casual. Ele, agora, exerce seu poder como Deus, através de um corpo humano glorificado. Agora, ele mostra e se mostrará, como o Senhor de  tudo, o Justo Juiz, e o Rei de toda terra. Foi por isso que Estevão não viu Jesus como o homem comum que Ele parecia ser quando estava na terra, mas viu a Jesus com a glória e o poder de Deus. Assim, também, João viu Jesus revelado como Deus em toda sua glória e poder (Apocalipse 1). Essa exaltação, glorificação e revelação de Cristo culminou em sua ascensão. Marcos 16:19 diz: "De fato o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se a à destra de Deus".

A frase "Assentou-se" indica que a obra sacrificial de Cristo não vai continuar, mas está completa. "Depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas”.(Hebreus 1:3). “Ora, todos sacerdotes se apresentam dia após dia a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios... Jesus, porém tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, a sentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés”.(Hebreus 10:11-3).

Em resumo, encontraríamos muitas contradições se interpretássemos a descrição de Jesus à destra de Deus como significando um posicionamento físico de dois Deuses, com corpos separados. Se entendermos essa descrição como simbolizando poder, força, autoridade, a preeminência, vitória, exaltação e capacidade de salvar de Jesus, manifestados na carne, então eliminaremos os conceitos conflitantes. Mais que isso, essa interpretação condiz com o uso da expressão "A mão direita de Deus", através de toda a Bíblia. A "Mão direita" revela a onipotência e a absoluta divindade de Jesus e sustenta a mensagem de um Deus em Cristo.

Voltando à questão original, o que Estevão, realmente, viu? Está claro que ele viu Jesus. Isaías 40:5, com referência à vinda do Messias, diz: "A glória do SENHOR se manifestará, e toda a carne a verá". Jesus é a glória de Deus revelada. Estevão viu a glória de Deus, quando ele viu Jesus. Ele viu Jesus irradiando a glória que possuía como Deus e com todo o poder e autoridade de Deus. Em resumo, ele viu o Cristo exaltado. Ele viu Jesus, não simplesmente como homem, mas como o próprio Deus, com toda a glória, poder e autoridade. Por isso ele invocou a Deus dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu Espírito! (Atos 7:59)”.

As Saudações Nas Epístolas

A maior parte das epístolas apresenta uma saudação que menciona Deus, o Pai e o Senhor Jesus Cristo. Paulo, por exemplo, escreveu: "Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo" (Romanos 1:7), e: "Graça a  vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo" (I Corintios 1:3). Será que essas expressões indicam uma separação de pessoas? Se as interpretássemos assim, teríamos que responder a sérias questões.

Primeiro, por que essas saudações não mencionam o Espírito Santo? Ainda que elas sejam interpretadas como ensinando uma separação de pessoas, elas não comprovam a doutrina da trindade. Assim interpretadas essa saudações poderiam ensinar o binitarianismo; poderiam, também, relegar o Espírito Santo a um papel menor, na trindade.

Segundo, se interpretarmos outras passagens semelhantes para indicar pessoas separadas na divindade, poderemos, facilmente, encontrar quatro pessoas na divindade. Por exemplo, colossenses 2:2 fala do "Mistério de Deus, Cristo". Outros versículos das escrituras falam sobre o "Senhor Jesus e Deus Pai" (Colossenses 3:17; Tiago 1:27) ou "Nosso Deus de Pai" (I Tessalonicenses 1:3). I Tessalonicenses 3:11 diz: "Ora, o nosso mesmo Deus de Pai, com Jesus, nosso Senhor, dirijam-nos o caminho até a vós". Portanto, se e separa diferentes pessoas, temos, pelo menos, quatro pessoas: Deus, o Pai, o Senhor Jesus Cristo, e Espírito Santo.

Se as saudações não indicam pluralidade de pessoas na divindade, o que elas significam? Fazendo referência ao Pai e a nosso Senhor Jesus Cristo, os escritores estavam dando ênfase aos dois papéis de Deus e a importância de o aceitarmos em ambos os papéis. Não apenas precisamos acreditar em Deus como nós criador e Pai, mas devemos aceitá-lo, também, manifestado em carne, através de Jesus Cristo. Todos devem saber que Jesus veio na carne e que ele é tanto Deus como Cristo (Messias). Conseqüentemente, as saudações reforçam a crença, não apenas em Deus, que os judeus e muitos pagãos aceitavam, mas, também, em Deus revelado em Cristo.

Isso explica por que era desnecessário mencionar o Espírito Santo; o conceito de Deus, como Espírito, estava encerrado no título de Deus pai, especialmente na mente dos judeus. Precisamos nos lembrar, também, que a doutrina da trindade não surgiu senão muito mais tarde, na história da igreja. (veja o Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO.) Portanto, essas expressões não soavam nem um pouco estranhas aos escritores ou aos leitores.

Um estudo do original grego é muito interessante, em relação a essas passagens onde encontramos as saudações. [25] A palavra traduzida por e vem da palavra Grega Kai. Ela pode ser traduzida como" e" ou como" até " (no sentido de" isto é" ou" que é igual a"). Por exemplo, a versão KJV traduz kai como" e" em II Corinthians 1:2 mas como" até " em verso 3. Verso 2 diz," de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo," enquanto o verso 3 diz," Deus, até o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo". Verso 2 poderia aparecer corretamente como," de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo". O KJV traduz kai até " como" em vários outros lugares, inclusive as frases" Deus, até o Pai" (I Corinthians 15:24; Tiago 3:9) e" Deus, até nosso Pai" (I Tessalonicenses 3:13). Assim as saudações poderiam se  ler da mesma maneira que," de Deus nosso Pai, até o Senhor Jesus Cristo". Para apoio adicional disto, o grego não tem o artigo definido (" o") antes de" Senhor Jesus Cristo" em quaisquer das saudações. Assim, ainda que traduzimos kai como" e," as frases se lêem literalmente," de Deus nosso Pai e Senhor Jesus Cristo."

Pode ser traduzido como "e" ou como "igualmente" (no sentido de "isso é" ou "que é igual a"). Por exemplo, o KJV traduz kai como "e" em II Coríntios 1:2, mas como "igualmente" no verso 3. O Verso 2 diz, "de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo", enquanto o verso 3 diz, igualmente "Deus,  o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo". O Verso 2 poderia  aparecer-se corretamente como, "de Deus nosso Pai, igualmente do Senhor Jesus Cristo". O KJV traduz kai "igualmente" como em vários outros lugares, inclusive as frases "Deus, ao Pai" (I coríntios 15:24; Tiago 3:9) e “igualmente, Deus nosso Pai" (I Tessalonicenses 3:13). Assim as saudações poderiam ser lidas da mesma maneira que facilmente, "de Deus nosso Pai, igualmente o Senhor Jesus Cristo". Para apoio adicional disso, o grego não tem o artigo definido ("o") antes de "Senhor Jesus Cristo" em quaisquer das saudações. Assim, igualmente se traduzirmos kai como "e", as frases lidas ao pé da letra, "de Deus nosso Pai e Senhor Jesus Cristo”.

Mesmo quando kai é traduzida como "e", os tradutores, a maior parte das vezes, concordam que a frase indica apenas um ser ou pessoa. Abaixo estão alguns exemplos:

 O Uso de Kai

Lista 9: O Uso do Kai

 

Referência bíblica

Versão

Tradução

1

Galatas 1:4

KJV

Deus e nosso Pai

 

 

NIV

nosso Deus e Pai

 

 

ABA

nosso Deus e Pai

2

Efésios 5:5

KJV

O reino de Cristo e de Deus

 

 

NIV

O reino de Cristo e de Deus

 

 

NIV (nota de rodapé)

Ou' reino de Cristo e Deus’

3

Colossenses 2:2

KJV

O mistério de Deus, e do Pai, e de Cristo

 

 

NIV

O mistério de Deus Isto é, Cristo

 

 

NIV (nota de rodapé)

Alguns manuscritos, ‘Deus o mesmo o Pai, e de Cristo’

 

 

TAB

Deus [que é] o Cristo

4

 

KJV

A graça de nosso Deus e o Senhor Jesus Cristo

 

 

NIV

A graça de nosso Deus e o Senhor Jesus Cristo

 

 

NIV (nota de rodapé)

Ou' Deus e Senhor, Jesus Cristo’

5

I Timoteo 5:21

KJV

Antes Deus, e o Senhor Jesus Cristo

 

 

NIV

À vista de Deus e Cristo Jesus

6

Tito 2:13

KJV

O grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo

 

 

NIV

Nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo

 

 

TAB

Nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus

7

II Pedro 1:1

KJV

Deus e nosso Salvador Jesus Cristo

 

 

NIV

Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo

 

 

TAB

Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo

8

Judas 4

KJV

O único Senhor Deus, e nosso Deus Jesus Cristo

 

 

NIV

Jesus Cristo nosso único Soberano e Senhor

 

 

TAB

Nosso único Mestre e Senhor, Jesus Cristo,

Essa tabela mostra que Kai, vezes de às, identifica como de Deus o Pai, mesmo de ou o Jesus, como Deus. Daí fica fácil notar que Kai, às vezes identifica Jesus como Pai, uma vez que a construção gramatical é semelhante, nos três casos.

Concluímos, então, que as saudações não indicam qualquer distinção de pessoas em Deus. No máximo, o uso de Kai nesses casos, indica uma distinção de papéis, manifestações ou nomes pelos quais o homem conhece Deus. Em pelo menos alguns casos, o uso de Kai realmente identifica Jesus como sendo Deus - como sendo Pai.

"A Bênção Apostólica"

II Corintios 13:13 diz: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós". Ainda uma vez devemos nos lembrar que Paulo escreveu esse versículo das Escrituras, num tempo quando o trinitarianismo não era senão uma doutrina no futuro, e, portanto, o versículo, na época não parecia complicado ou incomum. Basicamente, o versículo expressa três aspectos o atributo de Deus que podemos conhecer e obter. Primeiro, a graça de Deus. Deus tornou sua graça acessível à humanidade através de sua manifestação na carne, Jesus Cristo. Em outras palavras, favor imerecido, ajuda divina, e salvação vem até nós pela obra expiatória de Jesus. Deus é amor, e amor sempre tem sido parte da sua natureza básica. Ele nos amou antes mesmo de se envolver em carne, como Cristo. E, finalmente, o batismo do Espírito Santo nos dá comunhão com Deus e com nossos companheiros que crêem: "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” - o corpo de Cristo (I Corintios 12:13). Tendo Espírito de Deus habitando em nós, não a presença do corpo físico de Jesus Cristo, temos um relacionamento contínuo e atual com Deus, de modo diferente daquele disponível aos santos no Velho Testamento.

II Coríntios 13:13 é lógico e compreensível, quando o interpretamos como os três importantes relacionamentos que Deus compartilhou conosco ou como três diferentes obras, executada por um único Espírito. Há diversidade de operações, mas apenas um Deus operando tudo em todos (I Corintios 12:4-6).

Outras Tríplices Referências Nas Epístolas E Apocalipse

Diversos outros versículos das Escrituras estabelecem a identidade de Deus através de três títulos ou nomes. Entretanto, muitos mais versículos usam apenas duas identificações para Deus em particular, Deus e Senhor Jesus Cristo. Mas, a maior parte dos versículos das Escrituras usam apenas uma designação para Deus. Nas referências tríplices não parece haver qualquer significado especial no que diz respeito à divindade; nenhuma delas implica em separação de pessoas. Vamos analisá-las, uma de cada vez.

Efésios 3:14-17 usa os seguintes títulos para descrever Deus: "Pai", "Espírito", e "Cristo". De modo interessante, essa passagem da ênfase a um único Deus, sem distinção de pessoas, porque ela descreve o Espírito, I, como o Espírito do Pai e, então, como Cristo em nosso coração. Embora a KJV não seja clara a respeito do significado de "Seu", as NIV, TAB, RSV, e o texto grego de Nestle, demonstram claramente que "Seu Espírito" significa "O Espírito do Pai". Assim, nessa passagem, o Pai, o Espírito, e Cristo são todos identificados como o mesmo ser. A única distinção se acha na frase: "Pai de nosso Senhor Jesus Cristo", que distingue entre o Espírito de Deus e sua manifestação na carne.

Efésios 4:4-6 afirma que há um Espírito, um Senhor e um Deus e Pai. Outra vez, isso prova a unicidade de Deus. O único Deus é Espírito e Ele é o Senhor de tudo. A idéia básica expressa nesses versículos é a da unicidade de Deus, não a de uma triplicidade. Por que esse pensamento foi reafirmado de três maneiras diferentes? O versículo 4 relaciona o único Espírito com a afirmativa de que há um corpo, lembrando-nos que o único Espírito de Deus nos batiza no único corpo ( I Coríntios 12:13). O versículo 5 agrupa "um Senhor", "uma fé" e "um batismo", indicando que devemos condicionar nossa fé e nosso batismo à pessoa, ao nome e à obra do Senhor Jesus, não apenas a uma crença em Deus como Espírito. O versículo 6 resume tudo, dizendo: "um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos (isto é, Senhor), age por meio de todos e está em todos (isto é, é o Espírito em você)". O único Deus é o único Senhor e o único Espírito.

Uma interpretação trinitarianista de Efésios 4:4-6 não é lógica porque separa Jesus de Deus. Se esses versículos afirmam a existência de três pessoas, elas seriam: Deus e pai, Senhor, Espírito. Essa afirmação implica que o Pai é Deus num modo em que Jesus não o é. É contra a teoria da trindade pensar em Jesus como separado de Deus. Os trinitarianista devem ser coerentes com sua teoria e aceitar Jesus como o único Deus da Bíblia ou então abandonar sua teologia de um único Deus.

De acordo com Hebreus 9:14, Cristo se ofereceu a Deus através do Espírito eterno. O assunto do versículo é o sangue de Cristo, portanto obviamente, o versículo se refere ao papel humano e intercessor de Cristo. Como Cristo ofertou seu grande sacrifício? Através de sua natureza divina -- o Espírito eterno -- que não é outro senão o Pai. No Getsêmani, Jesus orou ao Pai e recebeu dele força para suportar a crucificação. Esse versículo ensina, simplesmente, que Cristo foi capaz de oferecer seu corpo humano a Deus, através do auxílio do Espírito de Deus.

Do mesmo modo, I Pedro 3:18 diz que Cristo foi condenado à morte na carne, mas reviveu (foi revivido) pelo Espírito para que ele pudesse nos levar a Deus. Sabemos que Jesus ressuscitou a si mesmo de entre os mortos por seu próprio Espírito divino (João 2:19-21; Romanos 8:9 -11). Em outras passagens da Bíblia diz que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos (atos 2:32). Assim, temos o homem Cristo ressuscitado dos mortos pelo Espírito de Deus -- a natureza divina de Cristo -- para reconciliar com Deus a humanidade.

I Pedro 1:2 menciona a presciência de Deus Pai, a santificação do Espírito e o sangue de Jesus. Esse versículo descreve, simplesmente, diferentes aspectos de Deus e em relação à nossa salvação. Primeiro, presciência, é parte da onisciência de Deus, e Ele a tinha antes da encarnação e antes da posterior emanação do Espírito. Assim, é natural que nós a associe mos com papel de Deus como Pai. Em segundo lugar, Deus não tem sangue a não ser pelo homem Jesus, assim é mais natural dizer o sangue de Jesus, que o sangue de Deus e o sangue de Espírito. Finalmente, somos santificados, colocado separados do pecado, pelo poder da presença de Deus habitando em nós, ele, portanto, Pedro, naturalmente, falou da santificação pelo Espírito. Quanto a II Coríntios 13:13, a Bíblia usa o modo mais lógico para descrever esses atributos ou ofícios de Deus, isto é associando-se com os papéis, nomes, ou títulos que Deus possui.

Judas 20 e 20 é um outro versículo das escrituras semelhante a esse. Fala de oração Espírito Santo, do amor de Deus, e da misericórdia de Jesus. Como antes, podemos entender isso facilmente como expressando diferentes operações de Deus pelo uso de papéis mais intimamente associados com essas obras.

Apocalipse 1:4 e 5 dizem: "Graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono, e da parte de Jesus Cristo". De acordo com o versículo 8, Jesus é Aquele" que é, que era e que há de vir". Ele é aquele que está assentado no trono (Apocalipse 4:2 e 8). Os sete  Espíritos pertencem a Jesus  (Apocalipse 3:1; 5:6). Esta passagem, portanto, nos mostra, simplesmente, variados modos de olhar para o único Deus, que é Jesus Cristo. Versículo 5 menciona Jesus Cristo, além da descrição precedente de Deus, a fim de enfatizar sua humanidade, porque esse versículo chama Jesus de primogênitos  dos mortos.

Se uma pessoa entender que essa passagem significa a existência de três pessoas, o que a impediria de dividir o Espírito em sete pessoas, baseada no versículo 4? Também o versículo 6 fala de  "Seu (de Jesus Cristo) Deus e Pai", e a mesma lógica acharia ai duas pessoas -- Deus e Pai.

Resumindo, diversos versículos das escrituras usam três títulos ou nomes para Deus. Em cada caso a Bíblia usa uma maneira muito natural e fácil de entender, a fim de descrever uma pluralidade de papéis, atributos, ou ofícios de Deus. Em muitos casos, esses versículos, na realidade, providenciam a maior evidência de que a um só Deus, sem distinção de pessoas.

A Plenitude De Deus

Neste livro temos destacado Colossenses 2:9 várias vezes, porque ensina que toda a plenitude da Divindade habita, corporalmente, em Jesus Cristo. Entendemos que isso significa que tudo o que Deus possui -- seus atributos, poder e caráter -- está em Jesus. Pai de Filho e Espírito Santo, Jeová, Verbo, etc., estão todos em Jesus. Alguns trinitarianista tentam rebater essa interpretação referindo-se a Efésios 3:19, que diz que como cristãos, podemos ser tomados de toda a plenitude de Deus. Portanto, argumentam, Colossenses 2:9 não indica a plena divindade de Jesus mais do que Efésios 3:19 indica a plena divindade dos cristãos. Vamos responder a esse argumento, analisando esses dois versículos, um de cada vez.

Colossenses 2:9 não se refere a plenitude da divindade do mesmo modo que Efésios 3:19. Imediatamente após afirmar que toda a plenitude da divindade habita corporalmente em Jesus, a Bíblia acrescenta: "Também nele estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade” · (Colossenses 2:10). Em outras palavras, tudo aquilo que necessitamos está em Jesus, e Jesus é onipotente. Essas afirmativas se baseiam no versículo 9, e, portanto, o versículo 9 deve realmente significar que tudo que Deus possui está em Jesus.

De fato, esse é a única conclusão lógica, em relação a esse ponto, com base no assunto tratado pelo livro. Os capítulos 1 e 2 fazem a seguintes declarações a respeito de Jesus:

Lista 10: A Plenitude Da Divindade De Jesus Afirmada Em Colossenses

 

 

Verso

Descrição de Jesus

1

1:15

Ele é a imagem do Deus invisível

2

1:16

Ele é o Criador de todas as coisas

3

1:17

Ele está antes de todas as coisas (Eterno)

4

1:17

Nele tudo subsiste

5

1:18

Ele é a Cabeça da igreja

6

1:18

Ele tenha a primazia

7

1:19

Nele reside toda a plenitude de Deus

8

1:20

Ele reconciliou com Deus todas as coisas

9

2:3

Ele tem todos os tesouros da sabedoria e conhecimento (Onisciência)

10

2:5

Devemos ter fé nele

11

2:6

Devemos andar nele

12

2:7

Devemos ser radicados e edificados nele

13

2:9

Toda a plenitude da Divindade habita nele corporalmente

14

2:10

Nele estamos aperfeiçoados

15

2:10

Ele é a Cabeça de todo o principado e potestade (Onipotência)

Devemos notar que em Colossenses 2: 2 o assunto é "O mistério de Deus, Cristo", ou como diz a NIV "O mistério de Deus, a saber, Cristo". O versículo 9 é apenas uma elaboração ou explicação complementar desse mistério. O mistério de Deus (Cristo) é que toda a plenitude da divindade habita em Cristo. Assim, vemos, pelo contexto, que Colossenses 2:9 é uma explicação da completo divindade de Cristo.

A palavra grega para Divindade, em Colossenses 2:9 é Theotes. A palavra corporalmente nos lembra a palavra encarnação que significa a corporificação de um Espírito em forma terrena. Juntando ambos, Colossenses 2:9 nos diz que Jesus é a encarnação da plenitude de Deus -- Ele é a manifestação corpórea de tudo que Deus é. A Bíblia amplificada traduz Colossenses 2: 9: "Porque nele toda a plenitude da Divindade continua a habitar em forma corpórea -- dando completa expressão à natureza divina". Ela traduz Colossenses 1:19 como: "Porque foi do agrado do Pai que toda divina plenitude -- a soma total de perfeição, dos poderes e dos atributos divinos --  habitassem nele permanentemente. A NIV traduz Colossenses 2:9 como: "Porque em Cristo toda a plenitude da Divindade habita em forma corpórea". E traduz Colossenses 1:19 com: "Por que foi do agrado de Deus ter toda sua plenitude habitando nele".

Buscando outras traduções de Colossenses 2:9 encontramos, no Novo Testamento do Século Vinte: "Porque em Cristo a Divindade habita encarnada em toda sua plenitude". O Novo Testamento em inglês moderno (J. B. Phillips) diz: "É nele que Deus se expressa completo e perfeitamente (dentro dos limites físicos que ele mesmo se impôs em Cristo)"; e, Cartas Vivas: parafraseando as Epístolas diz: "Porque em Cristo existe tudo de Deus em um corpo humano". 

Fica claro, portanto, que Colossenses 1:19 e 2:9, descrevem a completa Divindade de Jesus Cristo. Não podemos corretamente, aplicar a nós mesmos as afirmativas encontradas em Colossenses 1 e 2. Não somos a encarnação da plenitude de Deus. Nem somos oniscientes, onipotentes, etc. seja o que for que Efésios 3:19 queira significar, não pode ser a mesma coisa que Colossenses 1:19 e 2: 9.

O que Efésios 3:19 quer dizer, então, quando afirma: "Para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus?” Quando observamos o contexto, vemos o que a passagem enfatiza: os cristãos poder que a plenitude de deus neles porque eles têm a Cristo. Uma vez que Cristo é a plenitude de Deus, quando temos Cristo em nós, temos a plenitude de Deus. O versículo 17 fala de Cristo habitando nosso coração, e o versículo 19 nos diz que podemos ter a plenitude de Deus, quando temos a Cristo. Longe de negar a divindade absoluta de Cristo, Efésios 3:19 estabelece, uma vez mais, tem tudo que há em Deus está em Cristo. Colossenses 2:10 reforça essa interpretação da passagem em Efésios, afirmando: também nele (Cristo) estás aperfeiçoados". A NIV o torna ainda mais claro: "Em Cristo recebereis  a plenitude...”Do mesmo modo a TAB diz: "E estais nele, tornados defeitos e tendo alcançado a plenitude de vida -- em Cristo estais plenos da Divindade".

Isso traz à tona uma questão: em que um cristão difere do homem Cristo, se ambos têm residente em si, a plenitude da Divindade? A resposta é Jesus é Deus revelado na carne. Ele tem sua natureza divina porque ele foi concebido pelo Espírito de Deus. Sua natureza humana tem a natureza divina habitando-a, mas sua natureza divina Deus. Portanto, nada pode, jamais, separa Jesus de sua divindade. Podemos viver sem o Espírito de Deus em nós e Espírito pode se afastar de nós, mas isso não pode acontecer com o homem Jesus. Cristo tem todos os atributos e o caráter de Deus como sua própria natureza, enquanto nós o temos apenas por que Cristo habita em nós. A natureza de Deus não é a nossa. Podemos deixar que ela brilhe em nós e nos oriente (caminhando segundo o Espírito), mas, também, podemos sufocá-la e deixa a nossa própria natureza humana predomina (caminhando segundo a carne). Jesus Cristo tem toda a clínica de Deus culturalmente, porque ele é o próprio Deus e encarnado. Podemos ter a plenitude de Deus em nossas vidas apenas quando permitimos que Jesus Cristo viva em nós.

Há, ainda, um outro aspecto que devemos considerar com respeito a Colossenses 2:9. Alguns apontam que o propósito de Paulo ao escrever a passagem não era se opor ao trinitarianismo, mas sim ao Gnosticismo. Paulo, naturalmente, não dirigiu sua argumentação diretamente contra o trinitarianismo, pois essa doutrina não havia surgido ainda! Paula estava, sem dúvida, se colocando contra a crença Gnóstica que sustentava ser Cristo uma emanação inferior do supremo Deus. Permanece, no entanto, o fato de que a linguagem de Paulo, inspirada pelo Espírito Santo, exclui o trinitarianismo. Colossenses é, claramente, uma afirmação da crença da unicidade. Não importa contra a qual das crenças falsas Paulo estava se opondo; o que permanece e a sua doutrina positiva. A doutrina da unicidade que ele ensinou permanece, com certeza, em oposição ao Gnosticismo, mas permanece, também, contra o trinitarianismo e contra qualquer outra crença que negue o fato de que a completa divindade habita em Jesus Cristo.

Filipenses 2: 6-8

 Essa passagem descreve Jesus Cristo da seguinte maneira: "Pois ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se e semelhança de um homem; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz". A NIV diz: "Aquele que, sendo Deus em sua própria natureza, não considerou a igualdade com Deus como algo a ser alcançado, antes, seu humilhou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, sendo achado semelhante ao homem, humilhou-se e se tornou obediente até a morte -- e morte na cruz”!

Aparentemente, esse versículo está afirmando que Jesus e tinha a natureza que Deus, que Ele era o próprio Deus. Deus não tem nenhum igual (Isaías 40:25; 46:5 e 9). O único modo pelo qual Jesus pode ser igual a Deus é sendo Deus. Assim, Jesus era igual (o mesmo que) Deus no sentido de que ele era Deus. Entretanto, Ele não considerou suas prerrogativas de Deus como algo a ser seguro ou mantido a qualquer custo, mas Ele desejou por tudo isso de lado e assumir a natureza humana para que pudesse salvar a humanidade perdida. Ele voluntariamente, se humilhou, servo obediente, e se entregou à morte de cruz.

Os trinitarianistas interpretam esse versículo das Escrituras como descrevendo 2 pessoas na divindade-Deus Pai e Deus Filho. Sob esse ponto de vista, o Filho tinha a mesma natureza do Pai, mas não era o Pai. Eles argumentam que o Filho divino encarnou, não o Pai. Muitos trinitarianistas argumentam ainda que na encarnação esse Filho divino se submeteu ou se esvaziou de muitos de seus atributos como Deus, inclusive da onipresença. Assim, eles falam do Kenosis ou esvaziamento de Cristo que vem da palavra grega Kenoo, na primeira parte do versículo 7. Embora essa palavra contenha em seu significado o conceito de "Esvaziar", muitas versões não escolhem esse significado. Aqui são três traduções para Kenoo, em Filipenses 2:7 "Aniquilou se a si mesmo" (KJV), "Anulou se" (NIV), e "Desde o jogo se (de todos os privilégios e méritos legítimos)" (TAB).

Do ponto de vista da unicidade Jesus não é Deus Filho, mas é tudo que Deus é, inclusive o Pai é Filho. Assim, em sua divindade, Ele é verdadeiramente igual ou idêntico a Deus. A palavra é igual, aqui significa que a natureza divina de Jesus era a própria natureza de Deus Pai. Jesus não se despojou dos atributos da divindade, antes se despojou de suas prerrogativas legítima como Deus, enquanto habitou, como homem, entre os homens. O Espírito de Jesus e que era o próprio Deus, jamais perdeu nada de sua onisciência, onipresença ou onipotência.

Esse versículo se refere unicamente às limitações que Jesus impôs-se a si mesmo com respeito à sua vida humana. Como as três traduções, antes citadas, indicam, o Kenosis de Cristo consistiu numa entrega voluntária da glória e dos méritos, e não numa entrega de sua natureza de Deus. Cristo, como o homem, não recebeu a honra que lhe era devida como Deus. Em vez de agir em seu legítimo papel de Rei da humanidade, Ele se fez servo da humanidade. Como o homem Ele se submeteu à morte na cruz. Ele não morreu como Deus, mas como o homem. Portanto, esse versículo expressa um pensamento muito bonito: embora Jesus fosse Deus, Ele não insistiu em manter todos os seus direitos de Deus. Em vez disso, Ele, voluntariamente, se despojou de seus direitos à glória e a honra sobre a terra, assumindo a natureza do homem e morrendo. Ele fez tudo isso para nos providenciar a salvação.

Como resultado da humilhação de Cristo, Deus (o Espírito de Jesus) exaltou enormemente Jesus Cristo (Deus manifestado em carne). Jesus tem um nome que é sobre todos os nomes -um nome que representa tudo o que Deus é. O Espírito de Deus deu esse nome a Cristo (Messias), por que Cristo era Deus manifestado em carne. Também, Jesus Cristo tem todo o poder sobre as coisas no céu, na terra, e debaixo da terra. Toda língua confessar que Jesus Cristo é Senhor, dando, dessa maneira, glória Deus Pai, na vez que o Pai está em Cristo. Filipenses 2:9-11 afirma: "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome, para que o nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e de baixo da terra, e toda linda confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai"

Muitos, talvez a maior parte dos trinitarianistas entendem, na verdade, o Kenosis de Cristo de um modo coerente com a unicidade. Por exemplo, um preeminente estudioso diz que Cristo não "E esvaziou" assim mesmo, realmente, dos atributos da divindade, pois isso significaria a abdicar da divindade, o que faria de Jesus um mero semi-deus. [26] Ao contrário, ele explica a passagem do seguinte modo: Jesus não renunciou à sua divindade, mas a seu ser na forma de Deus. Ele não se desfez de seus atributos divinos, mas o ocultou-os na fraqueza da carne humana. Eles estavam sempre à disposição, mas Ele escolheu não usá-los, ou Ele os usou de um novo modo. Ele impôs limitações a Si mesmo. Sua glória e majestade celestiais não estavam mais aparentes. Resumindo, Ele ocupou sua divindade em na humanidade, mas sua divindade era ainda evidente aos olhos da fé.[27]

Colossenses 1:15-17

 Já explicamos esses versículos no Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS, que inclui, ainda, um estudo sobre a pré existência de Jesus,  Seu papel de Criador, e Seu título de primogênito de entre os mortos.

Hebreus 1

Estudamos várias partes dessas passagens no Capítulo  5 – O FILHO DE DEUS, particularmente os versículos 2,3,6, de 8-10.

I João 5:7

O Capítulo  6 - PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO explica esse versículo.

Apocalipse  1:1

"Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu." aqui encontramos a distinção entre o eterno Espírito de Deus e o homem Cristo. Apenas o Espírito poderia revelar os eventos do final dos tempos. A humanidade de Cristo não poderia saber essas coisas (Marcos 13:32), portanto, Jesus Cristo as conhecia unicamente através do Espírito. Além disso, a divindade de Cristo não era um produto de sua humanidade, mas a união divino-humana  era um produto da divindade. O livro do Apocalipse não revela apenas as coisas por vir, mas revela também divindade de Jesus Cristo e o conhecimento de ambos devem vir do Espírito de Deus. Muito depressa entendemos que o Apocalipse  revela verdadeiramente Jesus como Deus, porque já no primeiro Capítulo João tem uma visão de Jesus, em toda a na glória e poder de Deus.

Os  Sete Espíritos De Deus

Essa frase aparece em Apocalipse 1: 4,3:1, e 5:6. Será que ela descreve sete pessoas na Divindade? Não, mas se algumas pessoas aplicarem a mesma lógica à essa passagem que usam a respeito de outras passagens das Escrituras, então terão sete pessoas no Espírito. A Bíblia nos faz saber, no entanto, que há apenas um Espírito (I Coríntios 12:13; Efésios 4:4).

Por que, então, Apocalipse fala de sete espíritos? Devemos recordar que Apocalipse é um livro pleno de  simbolismo. Além disso, sete é um número muito simbólico na Bíblia, e, freqüentemente, representa perfeição, conclusão, plenitude. Por exemplo, Deus descansou da criação ao sétimo dia (Gênesis 2:2), o Sabbath do Velho Testamento era ao sétimo dia (Êxodo 20:10), o candelabro no tabernáculo tinha sete velas (Êxodo 25:37), Noé levou sete pares de animais  limpos para a arca (Gênesis 7:2), Jesus disse ao seus discípulos que perdoassem a um irmão sete vezes por dia (Lucas  17:4), e o livro do Apocalipse contém cartas às sete igrejas    (Apocalipse 1:11). Assim, os sete espíritos de Deus indicam, simplesmente, a plenitude e a perfeição do Espírito de Deus. Esse é apenas um modo de dar ênfase a totalidade do Espírito de Deus. A frase pode, também, aludir aos sete aspectos do Espírito registradas em Isaías 11:2, especialmente porque tanto Isaías quanto apocalipse descrevem os sete espíritos como pertencentes a Jesus.

Isso nos leva a um outro ponto: a Bíblia não identifica sete espíritos como sete pessoas separadas ou mesmo como uma pessoa separada. Antes, João nos disse, claramente, que os sete espíritos pertencem a Jesus Cristo (Apocalipse 22:17). Assim, os sete espíritos representam simbolicamente a plenitude e o poder do único Espírito Santo que não é outro senão o Espírito de Jesus.

O Cordeiro Em Apocalipse 5

Apocalipse 5:1 descreve alguém sentado no trono, no céu com o livro (rolo) em sua mão direita. Então, nos versículos 6 e 7 descreve um Cordeiro que vem e toma o livro na mão direita daquele que está sentado no trono. Será que isso significa que há duas pessoas em Deus? Não. Uma vez mais queremos lembrar que o livro do Apocalipse é grande mente simbólico. Primeiro João não viu o invisível Espírito de Deus, ó porque o próprio João disse que o homem a um jamais o vira (João 1:18; I João 4:12). De fato nenhum homem pode ver a Deus (I Timóteo 6:16). Apocalipse 5:5 diz que um "Leão" abriria o livro, mas, em vez disso, no versículo 6, João viu um "Cordeiro". O versículo 6 diz que o Cordeiro tinha sido morto, mas mesmo assim, se movia. Ele tinha sete olhos, que simbolizam os sete espíritos ou o setenário Espírito de Deus (versículo 6) e a onisciência de Deus (Provérbios 15:3). O Cordeiro tinha sete chifres, que segui ficam a plenitude do poder de Deus ou a onipotência de Deus, porque os chifres, na bíblia, usualmente, simbolizam poder. (veja Zacarias 1:18 e 19; Apocalipse 17:12-17). Toda a descrição da cena demonstra a natureza simbólica da passagem. Para compreendê-la precisamos descobrir quem é Aquele no trono quem é o Cordeiro.

Apocalipse 4:2 e 8 descrevem Aquele que está no trono como o "Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir". Ainda, em Apocalipse 1:8, Jesus descreve a si mesmo como "O Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso". (veja 1:11-18 e 22:12-16 para mais provas de que é Jesus quem fala em 1:8). Aquele que está no trono é, também, o juiz (Apocalipse 20:11-12) e, sabemos que Jesus será um Juiz de todos (João 5:22 e 27; Romanos 2:16; 14:10 e 11). Podemos, portanto, concluir que aquele que está sentado no trono é Jesus, com toda a sua divindade poder.

O Cordeiro é Filho de Deus-Jesus Cristo em humanidade, particularmente em seu papel sacrificial. O Novo Testamento identifica Jesus como Cordeiro que derramou seu sangue pelos nossos pecados (João 1:36; I Pedro 1:19). É por isso que Apocalipse 5:6 descreve o Cordeiro como sacrificado em. Deus não poderia morrer, e não morreu; apenas à humanidade Jesus morreu. Portanto, o Cordeiro representa Jesus somente em sua humanidade como sacrifício pelo pecado. O restante do V capítulo prova isso, também, ao descrever o Cordeiro como nosso Redentor.

Que se Cordeiro não é apenas o ser humano comum fica evidente uma vez que Ele tenha plenitude do Espírito de Deus, inclusive a onisciência e a onipresença (versículo 6). Ele tem outro papel como Leão da Tribo de Judá e como a raiz de Davi (versículo 5). O Leão significa o papel real de Cristo e sua descendência do rei Davi. Jesus era da tribo de Judá (Mateus 1:1-3; Lucas 3:33), que era a tribo real desde o tempo de Davi. O leão é o símbolo de Judá como soberano (Gênesis 49:9-10). A raiz de Davi faz alusão ao papel de Cristo como origem (criador) de Davi e Deus de Davi.

Há ainda, um outro fato que dá sustento ao nosso ponto de vista de que o Cordeiro representa Jesus em sua humanidade mais do que uma segunda pessoa na divindade. O Cordeiro aparece para abrir o livro que está na mão de Deus. Muitos interpretam esse livro como sendo o documento da redenção. Outros o vêem como símbolo dos mistérios e planos de Deus. De qualquer modo, ele devia ser aberto por um ser humano, porque Deus não nos redimiria nem revelaria a Si mesmo a nós, em seu papel de Deus transcendental. Ele usou sua manifestação em carne humana como um meio tanto para se revelar como para ser nosso parente resgatador. (veja Levítico 25:25; 47-49). Portanto, o Cordeiro representa a humanidade de Cristo.

Muitos eminentes estudiosos trinitarianistas concordam que Apocalipse 5 é simbólico e não descreve Deus Pai no trono e Deus Filho ao lado do trono. The Pulpit Commentary identifica aquele que está no trono como Deus triuno, [28] e o Cordeiro como Cristo, em seu ofício humano. Ele afirma: "O Filho, em seu ofício humano; como indicado por sua forma sacrificial de Cordeiro, pode tomar e revelar os mistérios da eterna divindade, na qual Ele, como Deus, toma parte". [29] Assim, mesmo aos olhos de estudiosos trinitarianistas, essa cena não indica a existência de uma trindade na Divindade.

Podemos concluir que a visão, em Apocalipse 5, descreve, simbolicamente, as duas natureza se e os dois papéis Jesus Cristo. Como Pai, Juiz, Criador e Rei, Ele se assenta no trono; porque em sua divindade Ele é o Senhor Deus Todo-Poderoso.Como Filho, Ele apareceu como um Cordeiro sacrificado; porque em sua humanidade Ele é o sacrifício, morto por nosso pecado. João não viu o invisível Espírito de Deus, mas ele teve uma visão retratando, simbolicamente, Jesus no trono em seu papel de Deus e como um Cordeiro em seu papel de Filho de Deus, sacrificado pelo pecado.

Se uma pessoa insistir em tomar literalmente essa passagem comprovadamente simbólica, então terá que concluir que João não viu duas pessoas de Deus, mas, antes, viu um Deus no trono em um Cordeiro perto do trono. Isso não é lógico, mas revela que o esforço dos trinitarianistas de fazer da passagem uma prova da trindade, é vão.

Outros versículos do Apocalipse tornam claro que o Cordeiro não é uma pessoa separada de Deus. Em particular, Apocalipse 22:1 e 3 falam do "Trono de Deus e do Cordeiro", referindo-se ao único trono de 4:2 e 5:1. Depois de mencionar "Deus e o Cordeiro", Apocalipse 22:3 falam dos "Seus servos", e o versículo 4 se refere a "Sua face" e seu "Nome". O Cordeiro e a glória de Deus iluminam a Nova Jerusalém (Apocalipse 21:23), embora o Senhor Deus seja a luz (Apocalipse 22:5). Portanto, "Deus e o Cordeiro" são um único ser. A frase se refere a Jesus Cristo e indica sua dual natureza.

Concluímos que Apocalipse 5, simbólica por natureza, revela a unicidade de Deus. Ela descreve Um no trono, mas descreve, também, um Leão, uma Raiz e um Cordeiro. Será que essa descrição revela quatro seres na divindade? Claro que não. Há, antes, apenas Um no trono. O Leão, a Raiz, e o Cordeiro representam, todos de forma simbólica, as características e as qualificações do Único digno de abrir os selos do livro. O Leão nos diz que Ele é o Rei da tribo de Judá. A Raiz nos fala que Ele é o Criador. O Cordeiro nos conta que Ele é Deus encarnado em nosso sacrifício. É apenas nesse último papel que Ele pode ser nosso Redentor, e pode abrir o livro. Portanto, Apocalipse 5 ensina que há um Deus e esse único Deus veio na carne como o Cordeiro (o Filho) para se revelar a humanidade e redimir o homem do pecado.

Porque Permite Deus Que Existam Versículos Sujeitos À "Confusão"?

Muitas pessoas perguntam: “Se a doutrina da unicidade e correta, porque Deus permite a alguns versículos que, aparentemente, trazem confusão ao assunto?” Por exemplo, se deus pretendia que batizássemos em nome de Jesus, porque permitiu que Mateus 28:19 fosse registrado tal como se encontra? Mesmo entendendo que esse versículo significa que devemos batizar no nome de Jesus Cristo, ele não é uma fonte desnecessária de confusão?

Nossa resposta dupla. Primeiro esses versículos das escrituras não trazem confusão, quando lidos no contexto original. Deus não pode ser responsabilizado pelos enganos dos homens. O versículo, como está registrado em Mateus, era compreendido perfeitamente, na época apostólica, e não é culpa de Deus que mais tarde os doutrinadores tenham torcido o significado das escrituras, interpretando-a fora do contexto.

Segundo, Deus, às vezes, tem o propósito a apresentar a verdade de modo a deixá-la meio oculto. Em Mateus 13:10, por discípulos perguntaram a Jesus porque ele falava ao povo em parábolas. Ele explicou que os mistérios do Reino dos céus não eram dados ao povo (versículo 11). Por quê? "Por que, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem entendem... Porque o coração deste povo está em um merecido, de mal grado ouviram com seus ouvidos, e fecharam os seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados". (Mateus 13: 13 e 15). Em outras palavras, o povo não quer, realmente, ouvir, ver e entender mais sobre Deus. Se ele falasse a Ele claramente, talvez entendessem apesar de sua falta de anseio espiritual. Portanto, Jesus falava por parábolas para que apenas àqueles que têm realmente fome e sede de justiça pudessem ser satisfeitos (Mateus 5:6), é que somente aqueles que procurassem diligentemente pudessem encontrar a verdade (Hebreus 11:6). Após dar essa resposta, Jesus continuou a explicar a seus discípulos a parábola que tinha acabado de contar a multidão.

Poderia Deus permitir que alguns versículos das escrituras se tornassem pedra de tropeço àqueles que estão satisfeitos com as tradições dos homens e aqueles que não procuram a verdade sincera e honestamente de todo o coração? Poderia ser que esses mesmos versículos se tornassem grandes revelações para os que honestamente buscam a intenção do Espírito? Se assim for, isso coloca uma grande responsabilidade sobre aqueles que foram instruídos conhecendo a verdade. Se não possuem a fome e o amor pela verdade e iguais àqueles exigidos dos outros, por Deus, eles próprios, eventualmente, abandonaram a verdade             (II Tessalonicenses 2:10-12). Talvez isso explique porque muitos, entre os cristãos, jamais encontrem a verdade; porque alguns que a alcançaram vieram a perdê-la, e porque alguns que possuem pelo menos parte dela acabam perdendo o que tem.

Conclusão

Tendo pesquisado por toda a bíblia nos últimos três capítulos desse livro, concluímos que em nenhum lugar ela ensina a separação de pessoas na divindade. Além disso, não encontramos nem a palavra trindade nem a doutrina da trindade em qualquer lugar da bíblia. De fato, a única vez em que encontramos o número 3 ligado explicitamente a Deus, é no versículo dúbio das escrituras, I João 5:7. Mesmo assim, aquele versículo descreve as manifestações de Deus no céu e concluem que "Esses três são um".

O Novo Testamento, na verdade ensina a dualidade da natureza de Jesus Cristo, e essa é a chave para a compreensão da divindade. Uma vez que obtenhamos a revelação de quem Jesus é, realmente-a saber, o Deus do Velho Testamento habitando em carne - toda a escritura se harmoniza.

É interessante notar duas coisas a respeito dos versículos das escrituras usados pelos trinitarianistas para ensinar a pluralidade de pessoas na divindade. Primeiro, muitos desses versículos na verdade são fortes provas da unicidade. Exemplos: Mateus 28:18-19; João 1:1-14,14: 16-18; I João 2: 23, 5:7. Segundo, muitos desses versículos, se interpretados do ponto de vista trinitarianista, levam a uma doutrina não trinitarianista, tal como o Arianismo, o binitarianismo ou o triteísmo. Por exemplo, muitos usam as corações de Cristo para provar que o Pai é uma pessoa separada do Filho. Se isso significa que o Filho orou em seu papel de Deus (uma pessoa da divindade), somos levados a acreditar na subordinação ou inferioridade de "Deus Filho" em relação a Deus Pai. Essa interpretação destrói a doutrina trinitarianista que afirma que o Filho é equivalente ao Pai, e leva a uma forma de Arianismo.Por outro lado, se o Filho orou em seu papel de homem, então essa explicação sustenta a crença na unicidade e não serve ao trinitarianismo. Esse mesmo argumento destrói os argumentos trinitarianista que se baseiam nos versículos das escrituras que dizem que o Pai é maior que o Filho, que o Filho não tem todo o poder, nem todo o conhecimento.

Do mesmo modo, os argumentos trinitarianistas de que conversas registradas, comunicação de amor e comunicação de conhecimento indicam várias pessoas na divindade, levarão a doutrina errônea. Seus argumentos estabeleceriam três inteligências, três vontades e três personalidades separadas. Caem no erro do triteísmo (crença em 3 deuses)-algo em que os trinitarianistas professam não acreditar. Semelhantemente, se eles argumentam que Estevão viu, literalmente, dois corpos de Deus no céu, não podem fugir ao conceito de uma pluralidade de deuses.

Uma vez que a maior parte dos textos de prova usados pelos trinitarianistas falam de 2, e não de 3, parece que sua interpretação deveria estabelecer o binitarianismo (crença em duas pessoas apenas), ou, pelo menos, uma subordinação do Espírito Santo ao Pai e ao Filho. De qualquer modo, qualquer uma das doutrinas contradiz o trinitarianismo ortodoxo.

Em resumo, muitos dos assim chamados textos de prova do trinitarianismo devem ser explicados de modo coerente com a unicidade ou levarão as doutrinas que são negadas pelos próprios trinitarianistas. Por outro lado, o ponto de vista da unicidade explica claramente de modo harmônico toda a escritura. Ele é coerente com o monoteísmo e estrito do Velho Testamento e preserva a crença cristã no Filho de Deus que morreu por nossa redenção e a doutrina do Espírito Santo que torna real a salvação de nossas vidas.

The Oneness of God

 

Capítulo 10. OS QUE ACREDITAM NA UNICIDADE E A HISTÓRIA DA IGREJA

Como temos visto nos capítulos precedentes, a Bíblia ensina, de modo coerente, a unicidade de Deus. No entanto, a igreja, hoje, quer nos fazer crer que, através de toda a história, a igreja cristã tenha aceitado a doutrina da trindade. Será verdade? Os líderes da igreja, na era pós-apostólica, eram trinitarianistas? Há, na história da igreja, pessoas que tenham acreditado na Unicidade?

Em nossos estudos sobre esse assunto, chegamos a três conclusões que passaremos a discutir neste capítulo. 1- Tanto quanto podemos afirmar, os primeiros líderes cristãos, nos dias que se seguiram imediatamente à era apostólica, acreditavam na Unicidade. Não há dúvidas de que jamais ensinar a doutrina da trindade, como ela se apresenta mais tarde e como existe nos dias de hoje. 2- Mesmo após o aparecimento da doutrina da trindade, na parte final do segundo século, ela não tomou o lugar da unicidade, como doutrina dominante até por volta de 300 d C., e não se estabeleceu universalmente senão mais tarde, no quarto século. 3 - Mesmo depois do crime de Arianismo se tornar dominante, os crentes da unicidade continuarão a existir através de toda a história da igreja.

A Era Pós-Apostólica

Os historiadores da igreja concordam que a doutrina da trindade não existiu, como a conhecemos hoje, imediatamente depois da era pós-apostólica. (veja o Capítulo  11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO.) Os líderes cristãos que vieram logo após os Apóstolos e não se referiam a uma trindade, antes, afirmavam sua crença no monoteísmo do Velho Testamento e aceitavam sem questionar a Divindade e a humanidade de Jesus Cristo. [30] Uma vez que esses líderes deram ênfase a doutrina associadas à Unicidade, podemos supor que a igreja pós-apostólica aceitavam a unicidade de Deus.

Os mais prementes patriarcas pós-apostólicos foram Hermas, Clemente de Roma, Policarpo e Inácio. Seu ministério abrangeu o período de mais ou menos 90 a 140 d.C.

Irineu, um preeminente líder cristão, que morreu por volta de 200 d.C., tinha uma teologia essencialmente Cristocêntrica e a crença firme de que Jesus era Deus manifestado em carne. Ele acreditava que o Logos, que se encarnou em Jesus Cristo, estava na mente de Deus, e era o próprio Deus. [31]

Alguns estudiosos classificam Irineu como um crente na "trindade econômica". Esse ponto de vista afirma que não há trindade eterna, mas, apenas, uma trindade temporária. É muito provável, portanto, quem Lineu acreditasse numa tríplice idade de papéis ou atividades de Deus mais do que numa trindade de pessoas, acreditando, assim, na Unicidade. O certo é que ele não acreditava na doutrina da trindade do modo como ela se estabeleceu mais tarde.

Não encontramos referências à trindade como tal os primeiros escritos pós-apostólicos; eles se referem a apenas um Deus e a Jesus como Deus. Possíveis referências a uma emergente doutrina trinitarianista, entretanto, aparece em alguns escritos do segundo século, principalmente em algumas referências que parecem apontar a uma fórmula batismal triúna.

Há várias explicações possíveis para essas poucas referências a um conceito trinitariano, existentes nesses escritos. 1 - Os leitores e estudiosos trinitarianistas podem ter entendido mal essas passagens devido a sua própria tendência, assim como interpretaram mal as passagens bíblicas tais como Mateus 28:19. 2 - há uma forte possibilidade de que os copistas trinitarianistas, mais tarde, intercalaram (adicionaram) passagens de sua própria autoria -- uma prática muito comum na história da igreja. Isso é muito provável uma vez que as únicas cópias existentes desses primeiros inscritos foram feitas centenas de anos após os originais. Existe, por exemplo, um escrito primitivo chamado Didakhe que afirma que a comunhão deveria ser ministrada apenas àqueles que são batizados no nome do Senhor, mas menciona, também, o batismo em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo.

 [32] Entretanto, a cópia mais antiga existente do Didakhe está datada de 1056 d.C. [33] Sem dúvida falsas doutrinas já tinham começado surgido entre a igreja, em alguns casos. De fato, falsas doutrinas existiam mesmo nos dias apostólicos (Apocalipse 2 e 3) até mesmo falsas doutrinas a respeito de Cristo (II João 7; Judas 4). Levando tudo isso em consideração, no entanto, concluímos, a partir da evidência histórica, que os líderes da igreja, nos tempos que se seguiram imediatamente aos dias dos doze apóstolos de Cristo, acreditavam na Unicidade.

Unicidade -- A Crença Dominante No Segundo e No Terceiro Século 

Temos salientado que a unicidade era a única crença significativa nos dois primeiros séculos, com relação à Divindade. Mesmo quando formas de binitarianismo começaram a se desenvolver, não alcançaram projeção senão no final do terceiro século. Durante esse tempo, havia muitos notáveis líderes e mestres da Unicidade que se opunham à essa mudança na doutrina. (para apoio à nossa afirmativa de que a Unicidade era a crença predominante durante o período que se seguiu aos apóstolos veja o estudo intitulado "Monarquianismo Modalistico: Unicidade na história da Igreja Primitiva", no final deste capítulo. É um estudo a respeito dos maiores mestres da Unicidade e sua doutrina durante esse período da história da igreja).

Monarquianismo  Modalístico

Monarquianismo Modalístico é o termo usado, muitas vezes, pelos historiadores da igreja para se referir ao ponto de vista da Unicidade. A enciclopédia Britânica o define do seguinte modo:

O Monarquianismo Modalístico, aceitando que toda a plenitude da Divindade habita em Cristo, se opôs à "Subordinação" de alguns escritores da igreja, e sustentou que os nomes Pai e Filho eram somente diferentes designações do mesmo sujeito, o único Deus, que 'com referência às relações que tinha previamente mantido com o mundo é chamado  Pai, mas que com referência à sua aparição em humanidade, é chamado o Filho”.[34]

Os mais prementes líderes modalistas foram Noetus, de Smirna ,Práxeas, e Sabellius .Noetus foi mestre de Práxeas, na Ásia Menor; Práxeas pregou em Roma, por volta de 190, e Sabellius pregou em Roma por volta de 215. [35] Por ser Sabellius o mais conhecido dos modalistas, os historiadores, muitas vezes, chamam a doutrina de Sabelionismo. Sabellius se baseou fortemente nas Escrituras, especialmente em algumas passagens, tais como: Êxodo 20:3, Deuteronômio 6: 4 Isaías 44:6 e João 10:38.[36] Ele disse que Deus revelou a Si mesmo, como o Pai na criação, Filho na encarnação e Espírito Santo na regeneração e santificação. Alguns interpretam essa afirmativa como querendo dizer que ele acreditava que essas três manifestações fossem  estritamente consecutivas no tempo. Se for assim interpretada, Sabellius não refletia as crenças do antigo modalismo ou da moderna Unicidade.

A Enciclopédia Britânica descreve da seguinte maneira, a crença de Sabellius: "Sua proposição central era, com efeito, que o Pai, o Filho e Espírito Santo são a mesma pessoa, três nomes ligados a um mesmo ser. O que mais pesava para Sabellius era interesse monoteísta".[37]

Encontramos muito de nossa informação sobre os modalistas em Tertuliano (falecido em 225), que escreveu um trabalho contra Práxeas. Nesse tratado ele registrou que durante o seu ministério, "A maior parte dos crentes" aderiu a doutrina da Unicidade.

"O simples, na verdade (não os chamarei de ignorantes ou iletrados) que sempre constituem a maioria dos crentes, são iniciados na dispensação (de três em um), no próprio terreno em que sua regra de fé e os traz da pluralidade de deuses do mundo para o único Deus verdadeiro; não entendendo que, embora Ele seja o único Deus, tem que ser aceito em sua própria economia. A ordem numérica e a distribuição da trindade, eles presumem ser uma divisão da unidade".[38]

Os Crentes Da Unicidade Desde O Quarto Séculos Até O Presente

Encontramos evidência da existência de muitos outros crentes da unicidade através de toda a história da igreja, além daqueles descrito no documento apresentado neste capítulo. Achamos que os crentes que descobrimos representam apenas a ponta de um iceberg. Alguns escritores têm encontrado evidências da existência da doutrina da unicidade entre os Priscilianistas (de 350 a 700), Euchetas (por volta de 550 a 900), e Bogomilos (por volta de 900 a 1400). [39] Parece que a maior parte dos e crentes da unicidade não deixaram registro escrito. Outros tiveram suas obras escritas destruídas pelos seus oponentes vitoriosos. Muitos foram perseguidos em martirizados, e seus movimentos foram destruídos pelo cristianismo oficial. Não sabemos quantos dos crentes da unicidade e de seus movimentos a história deixou de registrar, ou, quantos dos assim chamados hereges eram, na realidade, crentes da unicidade. O que encontramos, no entanto, revela que a crença da unicidade sobreviveu apesar da violenta oposição que enfrentou.

Na idade média, o preeminente estudioso e teólogo Abelardo (1079-1142) foi acusado de ensinar a doutrina de Sabellius (unicidade). [40] Seus inimigos o impediram de continuar ensinando. Ele procurou refúgio num mosteiro em Cluny, França, e lá morreu.

Com a reforma muitos se opuseram a doutrina da trindade, aceitando a crença da unicidade. Um antitrinitarianista famoso do tempo da reforma foi Miguel Serveto (1511-1553), físico espanhol. Ele teve apenas alguns seguidores, embora alguns historiadores o considerem como força motriz do desenvolvimento do unitarianismo. Ele, entretanto, não era, absolutamente, unitarista, pois aceitava Jesus como Deus. O modo como é descrito indica, claramente, que ele era um verdadeiro crente da unicidade: "A negação, por parte de Serveto, da tripersonalidade da divindade e da eternidade do Filho, junto disse que seu anabatismo tornou seu sistema abominável tanto aos católicos quanto aos protestantes, apesar de ser intenso Biblicismo, sou apaixonada devoção a pessoa de Cristo, e seu esquema Cristocêntrico do universo".[41]

Serveto escreveu: "Não há outra pessoa de Deus a não ser Cristo... a completa divindade do Pai está nele". [42] Serveto foi tão longe a ponto de chamar a doutrina da trindade de monstro de três cabeças. Ele acreditava que ela, necessariamente, levava ao politeísmo que era um engano proveniente do diabo. Ele acreditava, também, que porque a igreja aceitara o trinitarianismo, Deus permitiria que ela viesse a ser governada pelos papas e assim, perdesse a Cristo. Ele não podia entender por que os protestantes mesmo se afastando do catolicismo ainda insistiam em manter a doutrina da trindade, não bíblica e criada pelos homens.

Serveto foi queimado numa fogueira, em 1553, por sua crença na unicidade, com a aprovação de João Calvino (embora Calvino preferisse que fosse decapitado). [43]

 Emmanuel Swedenborg (1688-1772) foi um escritor religioso e filósofo sueco que manifestou um bom entendimento da unicidade de Deus. Ele ensinou várias outras doutrinas que são muito diferentes daquilo que cremos, mas ele compreendeu o que Jesus é, realmente. Ele usou o termo trindade, mas observando que significava apenas "Três tipos de manifestações" e não uma trindade de pessoas eternas. Ele o usou Colossenses 2:9 para provar que toda a "Trindade" estava em Jesus Cristo, e se referiu a Isaías 9:6 e João 10:30 para provar que Jesus era o Pai. Ele negava que o Filho tivesse sido gerado desde a eternidade, afirmando que o Filho de Deus era a humanidade pela qual Deus enviara a Si mesmo o mundo. Ele acreditava, também, que Jesus era Jeová Deus, que assumira a humanidade para salvar o homem. Swedenborg escreveu:

"Aquele que não buscar o Deus verdadeiro do céu e da terra, não poderá entrar no céu, porque o céu é céu do único Deus, e esse é Jesus Cristo, que é Jeová, o Senhor, desde eternidade o Criador, no tempo o Redentor, e para a eternidade o Regenerador: conseqüentemente, Aquele que é, ao mesmo tempo, o Pai, Filho e Espírito Santo; e esse é o evangelho que deve ser pregado".[44]

Para ele Deus (Jesus) se compunha do Pai, do Filho, e do Espírito, assim como o homem se compõe da alma, do corpo e do espírito - uma analogia inapropriada. No entanto, a explicação de Swedenborg para a divindade é espantosamente semelhante à aceita pelos crentes da unicidade, hoje.

O século XIX viu o aparecimento dos escritores da unicidade. John Miller, ministro presbiteriano, foi um desses crentes da unicidade, na América. Em seu livro: "É Deus uma Trindade?", escrito em 1876, ele o usou uma terminologia ligeiramente diferente daquela dos modernos escritores da unicidade, mas as crenças que ele expressava são basicamente idênticas às dos crentes da unicidade, hoje. É espantoso ler seu livro e ver quão perto ele se coloca do ensino da moderna unicidade, inclusive em seu modo de entender Mateus 28:19. Miller acreditava que a doutrina da trindade não era bíblica e que ela impedia enormemente a igreja de alcançar os judeus e os muçulmanos. Ele declarou, enfaticamente, a perfeita divindade de Jesus Cristo.

Os crentes da unicidade existiram, também, na Inglaterra do século XIX. David Campbell relatou ter encontrado um livro, escrito em 1828, que ensinava a unicidade. [45] O autor era John Clowes, pastor da igreja de São João, em Manchester.

O século XX a força mais significativa da unicidade têm sido os Pentecostais da unicidade, embora alguns estudiosos classifiquem o famoso teólogo neo-ortodoxo, Karl Barth, como modalista (unicidade). [46] Charles Parham, o primeiro líder do movimento pentecostal do vigésimo século, começou a ministrar o batismo pela água, em nome de Jesus, embora, aparentemente, não ligasse essa prática a uma negação explícita do trinitarianismo.  [47] Depois de 1913, muitos Pentecostais rejeitaram o trinitarianismo e a fórmula batismal trinitarianista, dando início ao movimento da moderna unicidade Pentecostal.

Hoje existe várias organizações da Unicidade Pentecostal. As maiores com sede nos Estados Unidos da América são: A Igreja Pentecostal Unida Internacional (sem dúvida a maior), As Assembléias Pentecostais do Mundo, As Igrejas Mundiais da Bíblia de Nosso Senhor Jesus Cristo, As Assembléias do Senhor Jesus Cristo, A Igreja do Senhor Jesus Cristo da Fé Apostólica, e A Santa Igreja Vencedora Apostólica de Deus. Grupos da Unicidade Pentecostal com sede em outros países inclua A Igreja de Pentecostal Unida da Colômbia, igreja nacional e a maior igreja não católica do país; A Assembléia Apostólica da Fé em Cristo Jesus, com sede no México; o movimento da Unicidade Pentecostal na Rússia.; e a Verdadeira Igreja de Jesus, uma igreja nacional fundada por crentes chineses no continente mas cuja sede está agora em Taiwan. Há muitas organizações menores (aproximadamente 130 no mundo), igrejas independentes, e comunidades carismáticas que professam a doutrina da Unicidade Pentecostal. NO BRASIL, AS MAIS CONHECIDADAS SÃO: IGREJA EVANGÉLICA APOSTÓLICA COM SEDE EM CAMPINAS, SP – IGREJA VOZ DA VERDADE COM SEDE EM SANTO ANDRÉ, SP – IGREJA ASSEMBLÉIA UNICISTA DO SENHOR JESUS CRISTO COM SEDE EM VITÓRIA, ES – E COMUNIDADE PENTECOSTAL DO BRASIL ENTRE OUTRAS.

Para documentar algumas das afirmativas feitas nesse capítulo, reproduzimos, a seguir, em estudo preparado em 1978 para uma aula de religião na Rice University, em Houston, Texas. Note, particularmente, duas importantes conclusões nos primeiros parágrafos: 1. O trinitarianismo não estava solidamente estabelecida até o final do quarto século; 2. A grande maioria dos cristãos da primitiva igreja pós-apostólica adotavam  a unicidade, e esta foi a doutrina mais poderosa a se opor ao ponto de vista trinitarianista, quando este ganhou adeptos entre os líderes da igreja.

Essas conclusões e a informação apresentada no estudo não são apenas de nós mesmo, mas foram por nós recolhidas de conhecidos historiadores da igreja e de outras respeitáveis fontes apresentadas nas notas de rodapé e na bibliografia.

MONARQUIANISMO MODALISTICO:

A UNICIDADE NA HISTÓRIA DA IGREJA PRIMITIVA

por David Bernard

Qual é a natureza de Deus? Qual o relacionamento de Jesus Cristo com Deus? Essas duas questões são fundamentais para o cristianismo. A resposta tradicional dos cristãos é dada por sua doutrina da trindade. Entretanto, nos primeiros séculos do cristianismo, essa formulação não era, de modo algum, a definitiva. De fato, a Nova Enciclopédia Católica afirma que, nos séculos D.C. "Uma solução trinitarianista estava ainda por vir" e que o dogma trinitarianista "Não estava solidamente estabelecido... até o final do quarto século". [48]

Havia muitas explicações a respeito da natureza de Deus e Cristo, muitas das quais com boa aceitação pelo mundo todo. Uma das mais importantes delas foi o monarquianismo modalistico, que afirmava tanto a absoluta unicidade da divindade quando a divindade de Jesus Cristo.

De acordo com a história da igreja Adolf Harnack, o monarquianismo modalistico era o mais perigoso rival do trinitarianismo, no período de que 180 D.C até 300 D.C. De escritos de Hipólito, Tertuliano e Orígenes, ele inclui que o modalismo era a teoria oficial, em Roma, por quase uma geração, e era "Adotado pela grande maioria dos cristãos".[49]

Apesar de sua notória importância, é difícil chegar a uma completa descrição do que era, realmente o monarquianismo modalistico. Alguns dos mais três preeminentes modalistas foram Noetus, bispo de Ancyra, e Commodiano. Pelo menos dois bispos romanos (mais tarde classificados como papas), Callitus e Zephyrinus, foram acusados de serem modalistas, por seus oponentes. É difícil conseguir informação acurada respeito desses homens e suas crenças porque as fontes históricas existentes foram todas escritas por seus oponentes trinitarianistas cujo interesse era refutar a doutrina de seus antagonistas.

Sem dúvida, a doutrina dos modalistas foi mal interpretada, mal apresentada em distorcida, nesse processo. É impossível, portanto, encontrar uma descrição precisa das crenças de um modalista, em particular. Entretanto, colocando lado a lado as diferentes afirmativas a respeito desses diversos homens, é possível chegarmos a um razoável entendimento do modalismo. Por exemplo, havia, provavelmente, algumas diferenças na teologia de Noetus, Praxeas, Sabellius e Marcellus, mas quais eram essas diferenças fica difícil determinar. É certo, no entanto, que cada um deles afirmava a perfeita divindade de Jesus Cristo não admitindo existência de distinção de pessoas na Divindade.

A doutrina modalista é comumente explicada como sendo, simplesmente, a crença de que Pai, Filho e Espírito Santo são apenas manifestações, o modo de um Deus (à monarquia), e não três pessoas distintas (hipóstase). Ela deve ser diferenciada do monarquianismo dinâmico que também sustenta a unicidade de Deus, mas afirmando ser Jesus com ser subordinado, inferior. Mais precisamente, a monarquianismo modalistico é a crença que considera "Jesus como a encarnação da divindade" e o “Pai encarnado”.[50]

Esse ponto de vista tem óbvia vantagem de manter a forte tradição monoteísta judaica afirmando, ao mesmo tempo, a crença dos primeiros cristãos em Jesus, como Deus. Simultaneamente, ela evita os paradoxos e mistérios do dogma trinitariano. Entretanto, os trinitarianistas argumentam que ela não explica adequadamente o Logos, o Cristo pré-existente, ou a distinção bíblica entre o Pai e o Filho. Uma análise do modalismo revela suas respostas a essas objeções.

Os monarquianistas modalísticos não apenas tinham um conceito de Deus diferente daquele dos trinitarianistas, como tinham, também, definições diferentes do Logos e do Filho. Sua posição básica era a de que o Logos (o Verbo, em João 1) não é um ser pessoal distinto, mas está unido a Deus do mesmo modo que um homem e sua palavra. Ele é um poder "Indivisível e inseparável do Pai", como Justino, o mártir, descreveu a crença. [51] Para Marcellus, o Logos é o próprio Deus, particularmente sob o aspecto de sua atividade. [52] Assim, o conceito trinitarianista de Logos como um ser separado (baseado na filosofia de Philo) era rejeitado. Os modalistas aceitavam a encarnação do Logos em Cristo, mas para eles isso significava simplesmente a extensão do Pai, em forma humana.

Muito ligada a essa idéia está definição modalística do Filho. Eles afirmavam que o Filho se refere ao Pai vindo em carne. Práxeas negava a preexistência do Filho, usando o termo Filho aplicado apenas a encarnação. [53] A distinção entre o Pai e o Filho é que Pai se refere a Deus em Si mesmo, mas Filho se refere ao Pai enquanto manifestada na carne (em Jesus). O Espírito de Jesus era o Pai, mas Filho se refere especificamente à humanidade e divindade de Jesus. Claramente, então, os modalistas não queriam dizer que Pai e Filho fossem recíprocos, em terminologia. Queriam, antes, afirmar que as duas palavras não implicam hipóstases (pessoas) distintas de Deus, mas apenas diferentes modos de um único Deus.

Pondo lado a lado os dois conceitos de Logos e Filho, vemos como os modalistas pensavam a respeito de Jesus. Noetus disse que Jesus era o Filho por causa de seu nascimento, mas que Ele era também o Pai. [54] A doutrina modalística do Logos identifica o Espírito de Cristo como o Pai. A encarnação era como uma teofania final na qual o Pai se revela completamente. No entanto, esse não era o Docetismo (a crença de que Jesus era apenas um ser espiritual), porque tanto Práxeas quanto Noetus enfatizaram os a natureza humana de Jesus, especialmente seus sofrimentos e suas fraquezas humanas. Como no trinitarianismo, Jesus era "Verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus".

Para os modalistas, Jesus era a encarnação de toda a Divindade e não apenas a encarnação de uma pessoa separada chamada Filho ou Logos.

A mais comum objeção feita ao monarquianismo modalistico era o Patripassionismo, que significa, implicitamente que o Pai sofreu e morreu. Tertulliano foi o primeiro a assim acusar os modalistas. Ele entendia que o modalismo significava que o Pai é igual ao Filho. Mas isto significaria que o Pai morreu, uma clara impossibilidade. Desse modo, Tertulliano procurou ridicularizar e negar o modalismo.

Outros historiadores, tomando os argumentos de Tertulliano como verdade, rotularam a doutrina modalistica como Patripassianismo. Não há, entretanto, nenhum registro de qualquer modalista afirmando,explicitamente que o Pai sofreu ou que o Pai morreu. Sabellius evidentemente , negava a acusação de Patripassionismo. [55]

O assunto todo pode ser  facilmente resolvido, percebendo-nos que o modalismo não ensinava, como Tertulliano suppôs, que o Pai é o Filho, sim, que o Pai está no Filho. Como afirmou Commodiano, "O Pai entrou no Filho, em Deus onde que seja."[56] Semelhantemente, Sabellius explicou que o Logos não era o Filho mas era vestido pelo Filho."  [57] Outro modalistas em resposta à acusação,explicavam que o Filho sofreu, enquanto o Pai simpatizava ou "sentia com." [58] Com isso  quiseriam dizer que o Filho, o homem  Jesus, sofreu e morreu. O Pai, o Espírito de Deus dentro de Jesus, não poderia ter sofrido ou poderia ter morrido em qualquer sentido físico, mas, ainda assim, Ele deve ter sido afetado por, ou participou no sofrimento da carne. Adequadamente, Zephyrinus diz: "Conheço apenas um Deus, Cristo Jesus, e além dele nenhum outro que nasceu ou possa ter sofrido… não foia o Pai que morreu mas o Filho."[59]

Apartir dessas declarações parece claro que os modalistas afirmaram que o Pai não era a carne, mas foi revestido ou manifestado na carne. A carne morreu, mas o Espírito eterno não. Portanto, o Patripassianism é um  e termo enganandor e incorreto  para ser usado em relação ao monarquianismo  modalistico.  

Basicamente, então, monarquianismo  modalistico ensinavam que Deus não tem nenhuma distinção de número mas de nome ou modo apenas. O termo Filho se refere à Encarnação. Isso significa que o Filho não é uma natureza eterna, mas um modo da atividade de Deus, criado especialmente com a finalidade de salvar a humanidade. Não há um Filho pre-existente, mas podemos  falar de um Cristo pre-existente uma vez que o Espírito de Cristo é o próprio Deus. O Logos é visto como se referindo à atividade de Deus. Jesus é, portanto o Verbo ou a atividade do Pai revestido de carne. O Espírito Santo não é um ser separado tanto quanto o Logos. O termo Espírito Santo descreve o que Deus é, e se refere ao poder e açãode Deus  no mundo. Assim, ambos os termos Logos  e Espírito Santo se referem ao próprio Deus, em maneiras específicas de atividade.

O efeito do monarquianismo  modalistico é reafirmação do conceito do VelhoTestamento  de um, Deus indivisível que pode e realmente se manifesta, e o seu  poder  de várias maneiras diferentes. Além disso, Jesus Cristo é identificado como aquele Deus que se manifestou através da encarnação em um corpo humano.  O Modalismo dessa maneira, reconhece muito mais que o trinitarianismo, a completa Divindade de Jesus,  que é exatamente o aquilo que os modalistas afirmam.. [60] A perfeição e plenitude de Deus é Jesus.

Em resumo, o monarquianismo modalistico pode ser definido  como crença de que  Pai, Filho, e Espírito Santo são manifestações do único Deus sem distinções de pessoas. Além disso, o único Deus se expressa completamente na pessoa de Jesus Cristo.

The Oneness of God

Capítulo 11. TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

Temos tentado apresentar o ensinando positivo das Escrituras sem levar em conta as tradições humanas. Porém, nós não podemos tratar do assunto da Divindade sem descrever o desenvolvimento histórico do ponto de vista mais amplamente aceito pelos cristãos, a doutrina da trindade. Neste capítulo nós definiremos o trinitarianismo, traçar rapidamente seu desenvolvimento histórico, e discutiremos algumas das ambigüidades e problemas inerentes dentro da doutrina. No Capítulo 12 - TRINITARIANISMO: UMA AVALIAÇÃO, esboçaremos conclusões a respeito do trinitarianismo, comparando essa doutrina com os ensinamentos  Bíblicos, mostrando alguns problemas sérios relacionados com ela à luz de passagens  Bíblicas, e contrastando isto com convicção da Unicidade.

Definição da Doutrina da Trindade

Trinitarianismo é a crença na existência de três pessoas em um Deus. Isso tem sido afirmado de diversas maneiras, tal como "um Deus em três Pessoas",[61] ou "três pessoas em uma substância." [62] Ela afirma que, em Deus, há três distinções de essência e não apenas de atividades. [63] Os nomes dados a essas três pessoas são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

A doutrina trinitárianista ortodoxa, como se desenvolveu através dos séculos, afirma também  que essas três pessoas são co-iguais em poder e autoridade, que  são co-eternas no passado, presente, e futuro, e que a a mesma natureza divina está contida plenamente em cada uma delas. [64] Porém, cada uma dessas pessoa recebe uma característica única quando vista em relação às outras: o Pai não foi gerado, o Filho foi gerado, e o Espírito foi originado. [65] Os trinitárianista afirmam às vezes  que é exibida a singularidade do Pai na criação e a do Filho na redenção, e a do Espírito na santificação, contudo todos os três participem ativamente  em cada obra com funções, com importância diversa. [66] Desde que cada um participa da obra dos outros, não há clara distinção básica entre eles.

Os trinitárianista chamam estas três pessoas de trindade ou Deus triuno. Um estudioso trinitárianista descreve a trindade como segue: "A Trindade  não deve ser entendida como um Deus em três manifestações nem como uma tríade simétrica de pessoas com funções separadas; ao invés a Trindade significa um Deus em três modos de existência - Pai, Filho, e Espírito, e cada um desses participa da atividade dos outros." [67] Os Trinitárianista freqüentemente usam a figura de um triângulo para explicar sua doutrina. Os três cantos representam os três membros da trindade, enquanto o triângulo completo representa Deus como a trindade inteira. Assim, o Pai não é o Filho não é o Espírito Santo. Além disso, nem o Pai, o Filho ou o Espírito nenhum deles é completamente Deus sem os outros. (Veja Capítulo 12 - TRINITARIANISMO: UMA AVALIAÇÃO para uma tabela que especifica numa lista, os dogmas essenciais do trinitarianismo e os compara com as doutrinas essenciais da Unicidade.)

Problemas com o Triteismo

Os trinitarianos ortodoxos negam o triteismo que é a crença em três deuses. Porém, quando chamados a explicar como pode haver três pessoas distintas e ainda apenas um único Deus, explicam finalmente que a trindade é um mistério que nossas mentes humanas finitas não podem compreender completamente. [68]

Considerando que os trinitarianos tentam rejeitar o conceito de três deuses, ficam usualmente relutantes em descrever Deus em termos de três seres, personalidades, ou indivíduos. Um trinitário afirmou:" Nenhum teólogo Cristão importante tem argumentado que há três seres auto-concientes na Divindade." [69] Um outro escritor trinitário rejeita a idéia de que a trindade está composto de três  indivíduos, mas ele denuncia uma ênfase exagerada  na unicidade a qual (ele diz) conduz a uma visão judaica de Deus. [70]

Essa relutância em usar termos que dividem Deus distintamente é recomendável; porém, pessoa é em si mesma, uma dessas palavras. Webster define pessoa como" um ser humano individual" e" a personalidade individual de um ser humano." [71]

Não se trata apenas de uma mera discussão sobre terminologia; durante toda história do trinitarianismo, muitos trinitarianos tem interpretado praticamente o conceito de pessoa, e mesmo teologicamente, como significando três seres. Por exemplo, os três Capadocios do quarto século (Gregório de Nyssa, Gregório Nazianzus, e Basílio de Cesárea) enfatizaram a triplicidade da trindade a ponto de aceitarem três personalidades. [72] Boecio (c. 480 - c. 524) definiu pessoa como uma “substância individual com uma natureza racional." [73] Dos tempos medievais até hoje, os trinitárianista tem muitas vezes representado a trindade com a figura de três homens, ou com a figura de um velho, um jovem e um pombo. 

Hoje, nos círculos Pentecostais trinitário, há um conceito de Divindade que implica declarado triteismo. Isto se torna evidente nas declarações seguintes feitas por três  trinitário Pentecostais  - um famoso anotador bíblico, um evangelista proeminente, e um escritor.

"O que entendemos por Trindade Divina é o fato de haver três pessoas separadas e distintas na Divindade, cada uma das quais possuindo seu próprio corpo espiritual pessoal, alma pessoal, e espírito pessoal no mesmo sentido em que cada ser humano, anjo ou qualquer outro ser possui seu próprio corpo, alma, e espírito... Assim, há três pessoas separadas em individualidade divina e pluralidade divina. A palavra Deus é usada como singular ou uma palavra plural, como por exemplo, a palavra sheep, que em inglês, significa tanto um carneiro como um rebanho”. [74]

"Assim, há três pessoas separadas na divina individualidade e pluralidade divina... Individualmente cada uma é chamada Deus; coletivamente podemos nos referir a elas como a um Deus por causa de sua unidade perfeita... Tudo o que pode pertencer coletivamente a Deus, também pode aplicar igualmente a cada membro da Divindade, como indivíduos. Porém há algumas particularidades que estão relacionadas individualmente a cada uma das pessoas da divindade no que diz respeito à posição, a ofício, e a obra que não podem ser atribuídas a qualquer outro dos membros da Divindade." [75]

O terceiro trinitárianista Pentecostal, um escritor, cita uma definição de pessoa do Dicionário de Webster: "um individual particular”.Ele então dá sua própria definição “: UMA pessoa é aquele que tem intelecto, sensibilidade, e vontade”.Ele tenta reconciliar o uso trinitário da palavra pessoa.

"Quando o termo pessoa é aplicado a qualquer ser criado, representa um indivíduo absolutamente separado dos outros; mas quando aplicado ao Pai, Filho, e Espírito Santo, o sentido de pessoa deve ser qualificada para excluir uma existência separada, pois embora os três sejam distintos, são inseparáveis  - um Deus. Não obstante, com esta qualificação, pessoa permanece o termo que mais aproximadamente enuncia o permanente modo de existir na Divindade." [76]

É evidente que muitos trinitarianos interpretam sua doutrina para significar três personalidades, três seres, três mentes, três vontades, ou três corpos na Divindade. Eles negam que por pessoa queiram significar apenas  manifestações, papéis, ou relacionamentos com o homem. Em vez disso, defendem uma eterna triplicidade de essência embora admitindo ela seja um mistério incompreensível. Reduzem o conceito da unicidade de Deus a uma unidade de várias pessoas. Pela sua definição, eles convertem o monoteísmo numa espécie de politeísmo, diferindo de politeísmo pagão no fato de haver uma concordância perfeita e perfeita unidade entre os deuses. Apesar das negativas trinitárias, isso é politeísmo  - triteismo, para ser exato  - e não o monoteísmo ensinado pela Bíblia e apoiado pelo Judaísmo.

Problemas com o Subordinacionismo

Os trinitarianos negam também qualquer forma de subordinação de uma pessoa à outra em poder ou eternidade. Porém, eles dizem freqüentemente que Deus Pai é o cabeça da trindade, Deus Filho é gerado pelo Pai, e o Espírito se originou do Pai do Filho ou de ambos. Novamente, eles insistem que não há nenhuma contradição, porque nossas mentes finitas simplesmente não podem compreender a plenitude do significado descrito por esses relacionamentos.

Porém, nós sabemos que através de toda história, proeminente trinitarianos interpretaram sua própria doutrina de certo modo que subordina Jesus Cristo ou o torna inferior. Tertulliano, o primeiro expositor proeminente do trinitarianismo, ensinou que o Filho era subordinado ao Pai e que a trindade não é eterna. [77] Ele ensinou que o Filho não existiu no princípio como uma pessoa separada, mas foi gerada pelo Pai para realizar a criação do mundo. Além disso, Tertulliano afirmou que a distinção de pessoas cessaria no futuro. Origen, o primeiro grande proponente do trinitarianismo no Leste, também viu o Filho como subordinado ao Pai em existência e ele sugeriu que até mesmo a oração deveria ser feita unicamente ao Pai. [78] Ambos os homens quiseram mencionar a divindade de Cristo quando  usaram o termo Filho. Então, pode ser dito que o trinitarianismo começou com uma doutrina que subordina Jesus a Deus.

Em círculos trinitarianos modernos, há uma forma de subordinationismo quando ostrinitarianos usam as limitações humanas de Cristo para provar uma distinção entre Deus  Pai e "Deus  Filho" em vez de uma simples distinção entre a natureza divina de Cristo ( Pai) e sua natureza humana  ( Filho). Por exemplo, nota seu uso das orações de Cristo, falta de conhecimento, e falta de poder para provar que "Deus Filho" é diferente de Deus o Pai. Até mesmo quando afirmam a co-igualdade do Filho e  Pai, eles a negam  de uma maneira prática e confessam que eles não entendem o que isto realmente significa

Os crentes Unicista declaram que o Filho foi subordinado ao Pai. Porém, eles não crêem que o Jesus é subordinado ao Pai da maneira que os trinitarianos o fazem. Em vez disto, eles afirmam que Jesus no seu papel humano como o Filho foi subordinado e limitado, mas Jesus no seu papel divino como o Pai não foi subordinado ou limitado. Em outras palavras, a natureza humana de Jesus foi subordinada à natureza divina de Jesus. Separando o Pai e Filho em pessoas separadas, os trinitarianos negam que Jesus é o Pai, diminuindo inevitavelmente assim a plena deidade de Jesus. Apesar das suas negações, com efeito, sua doutrina subordina Jesus ao Pai em deidade.

Terminologia Não Bíblica

Existe  severos problemas com terminologia trinitariana. Primeiro, a Bíblia em nenhuma parte usa a palavra trindade. A palavra três não  aparece em relação a Deus em nenhuma tradução da Bíblia exceto na versão inglês King James Version, e somente uma vez naquela tradução - no verso duvidoso de I João 5:7. Até mesmo nesta passagem se lê, "estes três são um." [Da mesma forma as diversas versões da Bíblia Sagrada na língua Portuguesa não se refere a Deus com a palavra três,nem aparece a palavra tindade. Os tradutores da Versão Revisada de acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego reconhece que uma parte do texto duvidoso de I João 5:7 foi acrescentado erroneamente por tradutores da antiguidade,e deixaram fora a parte que normalmente se encontra entre cochetes, que indica que não se encontra nos textos originais.] 

A palavra pessoa  não  aparece em relação a Deus, também exceto duas vezes no KJV. Jó 13:8 refere para mostrar parcialidade. Hebreus 1:3 diz que o Filho é a expressa imagem  da própria pessoa [A Bíblia na língua Portuguesa não usa a palavra pessoa nessa instância, mas a palavra Ser.] de Deus (onde significa natureza ou substância), não uma segunda pessoa. A Bíblia nunca usa a palavra plural pessoas  para descrever a Deus. (A única  exceção possível, seria em Jó 13:10, "acerbamente vos repreenderá se em oculto fordes parciais" mas este versículo obviamente demoliria o trinitarianismo se ele se aplica a Deus!)    

Em resumo, como admitem muitos estudantes trinitários, a Bíblia não expressa a doutrina da trindade explicitamente. The New Catholic Encyclopedia declara: Há o reconhecimento por parte de exegetas [intérpretes] e teólogos Bíblicos… que alguém não deveria falar de Trinitarianismo no  Novo Testamento sem qualificações sérias… exegese [interpretação] do  Novo Testamento é aceita agora como não só tendo mostrado para isso o idioma verbal mas até mesmo os padrões de característica de pensamento do patristico [ pais da igreja] e o desenvolvimento conciliatório [conselhos das igrejas]  teria sido bastante estranho à mente e cultura dos escritores do  Novo Testamento." [79]

O teólogo protestante trinitáriano Emil Brunner  declarou, "A doutrina da Trindade em si mesma, porém, não é uma doutrina Bíblica e isto realmente não por acidente mas de necessidade. Ela é o produto de reflexão teológica sobre o problema…. A doutrina eclesiástica da Trindade não somente é o produto de genuíno pensamento Bíblico , ela é também  o produto de especulação filosófica que é remoto do pensamento da Bíblia”.[80]

Desenvolvimento histórico do Trinitarianismo

Se o trinitarianismo não veio da Bíblia, de onde então ele se originou? Não há nenhuma pergunta que o trinitarianismo Cristão se desenvolveu durante vários séculos de tempo depois que o Novo Testamento  foi escrito. De acordo com A Nova Enciclopédia católica ,  os historiadores de dogma e os teólogos sistemáticos reconhecem "que quando alguém  fala de um Trinitarianismo não qualificado, se tem mudado do período de origens Cristãs a, digamos, ao último quadrante do 4º século… Do que tem sido visto até agora, poderia surgir a impressão que o dogma Trinitário é em última análise uma recente  invenção do 4ª  século. De certo modo, isto é verdade mas insinua uma interpretação extremamente rígida das palavras chaves Trinitáriana e dogma… A formulação um Deus em três Pessoas não foi  solidamente estabelecido, certamente não completamente assimilada na vida Cristã e sua profissão de fé, antes do fim do 4º século. Mas é precisamente esta formulação que tem primeira reivindicação  ao título a dogma Trinitáriana." [81]

Traçamos brevemente o desenvolvimento histórico desta doutrina em Cristandade, mas primeiro deixo-nos explorarmos algumas raízes pagãs de trinitarianismo.

Origens Pagãs

O estudioso trinitáriano  Alexander Hislop afirma que - os babilônico louvavam um Deus em três pessoas e usaram o triângulo eqüilateral como um símbolo desta trindade. No seu livro, Hislop mostra que quadros usados na Assíria antiga e na Sibéria para representar divindades  triunas. Ele também traça mais as idéias trinitárianas no culto babilônico do pai, mãe, e filho,  dizendo que a trindade babilônica foi "o Pai Eterno, o Espírito de Deus encarnado em uma mãe humana, e o Filho Divino, o fruto daquela encarnação". [82]

O historiador Will Durant descreve a trindade no Egito antigo. "Ra, Amon, e um outro deus, Ptah, foram combinados como três incorporações ou aspectos de uma deidade suprema e triuna."[83] O Egito também tinha uma trindade divina de pai, mãe, e filho em Osiris, Isis, e Horus. [84]

Trindades existem em outras religiões  importantes pagãs como Hinduísmo, Budismo, e Taoísmo. O Hinduísmo tem tido uma trindade suprema desde os tempos antigos: Brahma o Criador, Shiva o Destruidor, e Vishnu o Preservador. Um estudioso descreveu esta crença: "Brâmane-Atman, a última realidade impessoal alcança uma manifestação tríplice religiosamente significante ou trimurti [tríade de deuses] pelas três deidades pessoais que representam as funções divinas de criação, destruição, e preservação respectivamente."[85] Esta trindade é as vezes representada por uma espécie de um Deus com três cabeças.

O Budismo também tem uma espécie de trindade. O Mahayana (do norte) escola de Budismo tem a doutrina de um corpo triplo" ou Trikaya.[86] De acordo com esta cença há três "corpos" do Buda-realidade. O primeiro é a eterna, realidade cosmica, o segundo é a manifestação divina do primeiro, e o terçeiro é a manifestação terrestre do segundo. Além disso, muitos budistas adoram estátuas de Buda com três cabeças. [87]

Taoísmo, a antiga religião mística  da China, tem um trindade oficial de deuses supremos - o Imperador Jade, Lao Tzu, e Ling Pao - chamadas as Três Purezas. [88]

A trindade filosófica  aparece em Platão e se torna muito significante no Neo-platonismo.[89] Claro que, a filosofia grega, e pensamento particularmente Platônico e Neo-platônico, teve uma influência principal na teologia da igreja antiga. Por exemplo, a doutrina trinitáriana do Logos  originou do filósofo Philo Neo-platônico. (Veja Capítulo 4 - JESUS É DEUS.) Assim,  podemos ver que a idéia de uma trindade não originou com a Cristandade. Mas Era uma característica significante de religiões pagãs e filosofias antes da era cristã, e sua existência hoje em várias formas sugestiona uma origem pagã antiga. 

Desenvolvimentos Pós-Apostólicos

As Escrituras não ensinam a doutrina da trindade, mas trinitarianismo tem suas raízes no paganismo. Como, então, veio esta doutrina pagã achar um lugar na Cristandade? Para uma resposta a esta questão, temos confiado primeiramente nos professores seminaristas luteranos principalmente Otto Heick e E. H. Klotsche, o professor de história da igreja de Universidade do Yale, Roland Bainton, professor de universidade John Noss, o notável filósofo-historiador Will Durant, e a Enciclopédia de Religião e Éticas.

No Capítulo 10 - OS QUE ACREDITAM NA UNICIDADE E A HISTÓRIA DA IGREJA, notamos que os pais pós-apostólicos  (90 - 140 D.C.) não abraçaram a idéia de uma trindade. Pelo contrário, eles enfatizaram o monoteísmo do  Velho Testamento, a deidade de Cristo, e a humanidade de Cristo. Os apologistas gregos (130 - 180 D.C.) também enfatizaram a unidade de Deus. Porém, alguns deles moveram para o trinitarianismo.  

Esta tendência em direção ao trinitarianismo começou por fazer o Logos (a Palavra de João 1) uma pessoa separada. Seguindo um pensamento na filosofia grega, particularmente nos ensinamentos de Philo, alguns dos apologistas gregos começaram a ver o Logos como uma pessoa separada do Pai. Porém, isto não era trinitarianismo mas uma forma de binitarianismo, e uma que subordinou o Logos ao Pai. Para eles somente o Pai era o Deus  real e o Logos eram um ser divino criado de segunda ordem. Eventualmente, o Logos foi comparado com o Filho. Aparentemente, a  fórmula batismal     triuna se tornou uma prática entre algumas igrejas Cristãs, embora que haja  poucas referências primitivas a ele poderia ser ou recitações de Mateus 28:19 ou interpolações somadas por copistas posteriores. Além disso, durante este tempo, nomeado um apologista chamado Theophilus usou a palavra tríade (triados) para descrever a Deus. Porém; ele não usou isto para significar uma trindade de pessoas provavelmente mas antes uma tríade das atividades de Deus.  

Irenaeus (morreu c. 200) é  freqüentemente considerado o primeiro  teólogo verdadeiro desta época. [90] Ele enfatizou a manifestação de Deus em Cristo por causa da redenção. Alguns estudiosos tem caracterizado as crenças de Irenaeus como "trinitarianismo econômico." Por isto querem dizer que ele não creu em uma trindade eterna ou uma essência da trindade   mas somente numa trindade que é temporária em natureza - provavelmente a trindade das atividades de Deus ou somente suas operações. Irenaeus que não usou a doutrina grega do Logos  identificou o Logos com o Pai. Sua teologia  teve três características  chave: uma ênfase bíblica forte, uma reverência por tradição apostólica, e uma  ênfase forte de Cristocentrico . Parece ele não era um verdadeiro trinitário mas no máximo uma figura transitiva.  

Em resumo, no primeiro século depois dos apóstolos, a doutrina da trindade não tinha nem mesmo ainda se desenvolvido. Porém, em alguns círculos uma forma de binitarianismo  subordinationistica emergiu baseado em idéias filosóficas gregas, uma doutrina denunciada no primeiro capítulo do Evangelho de João. (Veja Capítulo 4 - JESUS É DEUS The New Catholic Encyclopedia diz de trinitarianismo nesta época na história da igreja: "Entre os Pais Apostólicos, remotamente não tinha havido nada ainda igual e chegado a tal uma mentalidade ou perspectiva ; entre os Apologistas do segundo século, pouco mais que  focalizar o problema como aquele da pluralidade dentro da Única Divindade… Na última análise, a realização da teologia do segundo século  foi limitada… UMA solução trinitariana ainda estava no futuro." [91]

Tertuliano  - O Pai Do Trinitarianismo Cristão

Tertulliano (c. 150 - c. 225 D.C.) foi a primeira pessoa registrada pela história para usar as palavras trindade  (latim: trinitas), substância (substância), e pessoa (persona) em relação a Deus. [92] Ele foi o primeiro a falar de três pessoas em uma substância (o latim: una substantia et tres personae). Tertulliano aderiu à concepção econômica da trindade. Quer dizer, ele creu que a trindade  existe somente com a finalidade de revelação, e depois que isso tem sido realizado a distinção entre as pessoas cessará. Porém, ele definitivamente diferiu de Irenaeus em que ele usou a doutrina do Logos dos apologistas gregos. Tertulliano comparou o Logos com o Filho. Ele acreditava que o Pai trouxe o Logos a existência para a criação do mundo e que o Logos era subordinado ao Pai. A doutrina da trindade não apresentou nenhum problema para Tertulliano, pois sua teologia inteira  apoiou-se no pensamento que o quanto mais impossível é o objeto da fé, o mais certo ela é. Ele foi caracterizado pela declaração, "eu acredito porque é absurdo."

Existe alguma questão sobre o que Tertulliano realmente significou por sua formulação trinitariana, especialmente seu uso da palavra latim persona. De acordo com o manual de termos teológicos, na lei Romana a palavra significa uma entidade ou pessoa legal.[93] No drama ela significa a máscara usada por um ator ou, por extensão, um papel feito por um ator. Nenhum uso necessariamente indica o significado moderno de pessoa como um ser auto-consciente. Por exemplo, um ator poderia fazer vários papéis (personae) e uma corporação legal (persona) poderia consistir de diversos indivíduos. Por outro lado, presumivelmente a palavra poderia também designar  seres humanos individuais.  

No quarto século, a palavra grega hypostasis  foi usado na formulação oficial da doutrina trinitária. De acordo com Noss, hypostasis era uma palavra abstrata significado subsistência ou manifestação individualizada. Ele diz, "Quando esta formulação foi traduzida para o latim, o grego um tanto abstrato por manifestação individualizada se tornou a palavra bastante concreta persona , e foram sugeridas conotações de personalidade distinta e auto-suficiente de certo modo não entendida pelo fraseado grego original. " [94] Porém, esta palavra latina concreta foi precisamente aquela que Tertulliano tinha usado anteriormente. Um outro estudioso declara que até a época que hypostasis foi traduzido  persona as duas palavras foram basicamente equivalente ambas significado "ser individual." [95]

É aparente que muitas pessoas na época  de Tertulliano opunham sua nova formulação.  Pela sua própria admissão da maioria dos crentes pelo seu dia rejeitaram sua doutrina por duas razões: Sua Regra  de Fé (credo primitivo ou declaração de crença) proibiu politeísmo, e sua doutrina  dividiu a unidade de Deus. [96] Nosso conhecimento dos crentes modalistas  (Unicistas) primitivos, Noetus e Praxeas, vêm da sua oposição forte a Tertulliano e sua oposição forte contra eles. Se Tertulliano quisesse dizer somente que Deus teve três papéis, máscaras, ou manifestações, não havia nenhum conflito com modalismo, especialmente desde que Tertulliano não creu em uma trindade eterna. Então,  concluímos que Tertulliano quis dizer três diferenças essenciais em Deus e que persona não conotou ou implicou uma personalidade distinta, como sugerido por Noss. Em todo caso, é claro que na época de Tertulliano os crentes Unicistas, viram sua doutrina como agudamente oposta a sua própria, que foi a cença  majoritária da época.  

Aqui é uma anotação final sobre Tertulliano. Ele se tornou um seguidor de Montanus, um herege primitivo que reivindicou ser o Paraclete (Consolador) prometido em João 14 e o último profeta antes do fim do mundo. Tertulliano eventualmente começou louvar o celibato e condenar o matrimônio. No final, ele foi excomungado junto com o resto dos Montanistas.

Outros Trinitarianos Primitivos

Tertulliano introduziu a terminologia do trinitarianismo e se tornou seu primeiro grande proponente no Ocidente, mas Orígene (morto 254 d.C.) se tornou seu primeiro grande proponente no Oriente. [97] Orígene tentou fundir a filosofia grega e o Cristianismo em um sistema de conhecimento elevado que os historiadores  freqüentemente descrevem como Gnosticismo Cristão. Ele aceitou a doutrina grega do Logos  (isto é que o Logos foi uma pessoa separada do Pai), mas ele somou uma característica sem igual não proposto até sua época. Esta foi a doutrina do Filho eterno. Ele ensinou que o Filho ou Logos foi uma pessoa separada desde toda a eternidade. Além disso, ele disse que o Filho foi gerado desde toda a eternidade e está sendo gerado eternamente. Ele reteve a subordinação do Filho ao Pai em existência ou origem, mas chegou mais perto à doutrina posterior de co-igualdade.

Orígene teve muitas crenças heréticas devido a sua aceitação de doutrina da filosofia grega, sua ênfase no conhecimento místico em lugar de fé, e a sua interpretação extremamente alegórica das Escrituras. Por exemplo, ele creu na preexistência das almas dos homens, negou a necessidade da obra redentora de Cristo, e creu na salvação final dos maus, inclusive o diabo. Para estas e outras doutrinas heréticas, ele foi excomungado da igreja. Concílios da igreja formalmente anatematizou (amaldiçoou) muitas das suas doutrinas em 543 e 553.

Outros trinitarianos proeminentes da história da igreja primitiva foram Hippolytus e Novatian. Hippolytus foi o oponente trinitário de Sabellius. Ele opôs Callistus, bispo de Roma, e encabeçou um grupo cismático contra ele. Apesar disto, a Igreja católica o canonizou  mais tarde.

Novatian foi um dos primeiro em enfatizar o Espírito Santo como uma terceira pessoa. Ele ensinou subordinação do Filho ao Pai, dizendo que o Filho foi uma pessoa separada, mas teve um começo e veio do Pai. Cornelius, bispo de Roma, excomungou Novatian por acreditar que vários pecados sérios não podiam ser perdoados se cometidos depois da conversão.

O Concílio de Nicéia

Ao final do terceiro século, o trinitarianismo tinha substituído o modalismo (Unicidade) como a crença apoiada pela maioria da Cristandade, embora as visões primitivas de trinitarianismo ainda não estavam na forma da doutrina moderna.

Durante a primeira parte do quarto século, uma grande controvérsia sobre a Divindade deu ao seu clímax  - o choque entre os ensinamentos de Atanásio e Arius. Arios desejou preservar a unicidade de Deus e ainda proclamar a personalidade independente do Logos. Como os trinitarianos, ele igualou o Logos com o Filho e com Cristo. Ele ensinou que Cristo é um ser  criado - um ser divino, mas não da mesma essência que o Pai e não co-igual com o Pai. Em outras palavras, para ele Cristo é um semideus.

Com efeito, Arius ensinou uma forma nova de politeísmo. Arius definitivamente não era um crente Unicista, e o movimento Unicista moderno rejeita fortemente qualquer forma do Arianismo.

Em oposição a Arius, Athanasius tomou a posição que o Filho é co-igual, co-eterno, e co- essência com o Pai. Esta é agora a opinião do trinitarianismo moderno. Portanto, enquanto Tertulliano apresentou muitos conceitos e termos trinitários à Cristandade, Athanasius pode ser considerado o verdadeiro pai do trinitarianismo moderno.

Quando a controvérsia Ariana-Athanasiana começou a varrer pelo Império romano, o Imperador Constantino decidiu intervir. Recentemente convertido ao Cristianismo e fazendo isto então a religião aceita ele sentia a necessidade de proteger a unidade da Cristandade pelo bem-estar do império. De acordo com tradição sua conversão veio como o resultado de uma visão que ele viu pouco antes de uma batalha crucial. Supostamente, ele viu uma cruz no céu com uma mensagem dizendo: “Neste sinal conquista”.Ele seguiu para ganhar a batalha, se  tornando co-imperador em 312 D.C. e imperador exclusivo em 324 D.C. Quando a grande controvérsia Ariana-Athanasiana ameaçou dividir seu império recentemente ganho e destruir seu plano para usar o Cristianismo consolidando e mantendo poder político, ele convocou o primeiro concílio ecumênico da igreja que aconteceu em Nicéia em 325 D.C.

Constantino não foi nenhum modelo  perfeito de Cristianismo. Em 326 ele matou seu filho, sobrinho, e esposa. Ele adiou o seu batismo de propósito até pouco antes da sua morte, sobre a teoria que ele seria assim purificado  de todos os pecados da sua vida. Durant diz a respeito dele, "Cristianismo foi para ele um meio, mas não o fim… Enquanto o Cristianismo converteu o mundo, o mundo converteu o Cristianismo e demonstrou o paganismo natural da humanidade." [98]

Estabelecendo o Cristianismo como a religião preferida do Império Romano (que ultimamente a levou a se tornar a religião oficial do estado), Constantino radicalmente alterou a igreja e acelerou sua aceitação de rituais pagãos e doutrinas heréticas. Como  historiador da igreja, Walter Nigg diz: "assim que o Imperador Constantino abriu as comportas e as massas do povo fluíram completamente para a Igreja de mero oportunismo , a imponência do caráter Cristão se terminou." [99]

Quando o Concílio de Nicéia se reuniu, Constantino não estava interessado em qualquer resultado particular, enquanto que os participantes chegassem a um acordo. Uma vez ocorrendo isto, Constantino colocou todo o seu poder em apoio do resultado.

"Constantino que tratou quetões religiosas somente de um ponto de vista político, assegurou unanimidade  por banir todos os bispos que não assinariam as  novas profissões  de fé. Foi desta maneira que a unidade foi concebida. Foi completamente desconhecido  que um credo universal deveria ser instituído somente ou puramente na autoridade do imperador… Nenhum  bispo disse uma única palavra contra esta coisa monstruosa." [100]

Heick divide os participantes em Niceia em três grupos: uma minoria de Arianos, uma minoria de Athanasianos, e uma maioria que não entenderam o conflito, mas queriam a paz. [101] O Concílio finalmente adotou um credo que claramente denunciou Arianismo mas disse pouco em relação de ensinamento trinitário  finalmente positivo. A frase fundamental declarada que Cristo era da mesma essência (grego: homoousios) como o Pai e não somente como uma essência (homoiousios). De forma bastante interessante, os modalistas (crentes  Unicistas) tinha usado primeiramente a palavra escolhida (homoousios) para expressar a identidade de Jesus com o Pai. Muitos que  defenderam sem suscesso o uso do último termo  (homoiousios) não tencionaram realmente que   Jesus era diferente do Pai em substância, mas antes queriam evitar as implicações  Unicistas do primeiro termo. Assim o credo resultante foi uma rejeição clara de Arianismo, mas uma rejeição não-tão-clara de modalismo (Unicidade).

A versão original do Credo Niceno formulada pelo Concílio de Nicéia em relação a Unicidade é como segue:

"Cremos em um Deus, o  Pai Todo-poderoso , o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai, ou único gerado, isto.é., da natureza do Pai. Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não formado, de uma substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas , tanto as coisas no céu e coisas na terra; quem por nós  homens e por nossa salvação veio e foi feito carne e assumiu a natureza do homem, sofreu e ressuscitou no terceiro dia, ascendeu ao céus, (e) virá julgar novamente os vivos e os mortos. E no Espírito Santo. Mas a igreja santa e apostólica anatematiza aqueles que dizem que havia uma época quando ele não existia, e que ele foi feito de coisas não existentes, ou de uma outra pessoa ou ser, dizendo que o Filho de Deus é mudável, ou mutável."[102]

Não há uma declaração clara da trindade neste credo, mas ele afirma que Jesus é de uma substância com o Pai em oposição ao Arianismo. Não há nenhuma referência ao Espírito Santo como uma pessoa separada na Divindade, mas ele meramente expressa uma crença no Espírito Santo. Este Credo Niceno original indica uma distinção pessoal entre Pai e Filho e declara que o Filho não é mudável ou mutável. Esta última frase é um afastamento da doutrina bíblica do Filho e apóia trinitarianismo moderno desde que ela ensina um Filho eterno. Basicamente, então, o Concílio de Nicéia tem uma significância tripla: ele é uma rejeição de Arianismo; ele é a primeira declaração oficial incompatível com modalismo (Unicidade); e ele é a primeira declaração oficial em apoio ao trinitarianismo.

Depois de Nicéia

A vitória trinitária de Niceia, portanto, não estava completa, porém. Os próximos sessenta anos foi uma batalha  entre os Arianos e os Athanasianos. Alguns participantes no concílio como Marcellus, bispo de Ancyra, saíram a favor do Sabellianismo (Unicidade).[103] Arius enviou uma carta conciliatória a Constantino que o fez reabrir o assunto. Um concílio realizado em Tiro em 335 atualmente reverteu a doutrina  Niceno em favor do Arianismo. Athanasius foi ao exílio, e Arius teria sido restabelecido como bispo se não tivesse morrido na noite anterior. [104]

Athanasius foi banido cinco ou seis vezes durante este período. Muito do conflito foi devido a circunstâncias políticas. Por exemplo, quando o filho de Constantino, Constantius chegou ao poder ele apoiou os Arianos, depondo os bispos Athanasianos e apoiando os Arianos nos seus lugares. A controvérsia produziu lutas políticas violentas e muito derramamento de sangue.

O professor Heick credita o último sucesso de Athanasianismo à eloqüência e perseverança do próprio Athanasius. "O fator decisivo na vitória… foi a determinação firme de Athanasius durante uma vida longa de perseguição e opressão."[105] Porém, não foi até o segundo concílio ecumênico, convocado pelo Imperador Theodosius e realizado em Constantinopla em 381, que o assunto foi resolvido. Este concílio, realizado depois da morte de Athanasius, ratificou o Credo  Niceno. Resolveu também  outro grande assunto que tinha o estado assolando após  Niceia, isto é a relação do Espírito Santo a Deus. O Espírito Santo era uma pessoa separada na Divindade ou não? Muitos pensaram que o Espírito era uma energia, uma criatura, ou um ser angelical. O concílio acrescentou declarações ao Credo  Niceno original para  ensinar que o Espírito Santo era uma pessoa separada como o Pai e o Filho.  

Não foi até o Concílio de Constantinopla em 381, então, que a doutrina moderna da trindade ganhou vitória permanente. Aquele concílio foi o primeiro em declarar que Pai, Filho, e Espírito Santo inequivocamente eram três pessoas separadas de Deus, co-iguais, co-eternos, e de co-essência. Um Credo  Niceno revisado veio do concílio em 381. A forma presente do Credo  Niceno que provavelmente emergiu ao redor do ano 500, [106] é então mais fortemente trinitário que o Credo  Niceno original.

Havia uma outra grande ameaça a Athanasianismo. O Império romano tinha começado a desmonorar sob ataques bárbaros, e as tribos bárbaras a ascendência para predomínio eram Arianas. Concebivelmente, Arianismo poderia ter emergido vitorioso pelas conquistas bárbaras. Porém, esta ameaça terminou finalmente quando os Francos se converteram ao Athanasianismo em 496.

Durante este período de tempo, um outro credo importante Emergiu  - o Credo Athanasiano que não veio de Athanasius. Ele provavelmente representa a doutrina trinitária de Augustino (354-430), depois se desenvolveu durante ou após seu tempo. Este credo é a mais compreensiva declaração de trinitarianismo na história antiga da igreja. Somente a parte ocidental da Cristandade o reconheceu oficialmente.

Os pontos principais de diferença entre o Leste e o Oeste na doutrina da trindade foram como segue. Primeiro, o Leste tendeu para enfatizar a trindade de Deus. Por exemplo, para os Capadocianos o grande mistério era como as três pessoas poderiam ser uma. No Oeste havia um pouco mais de ênfase sobre a unidade de Deus. Segundo, o Oeste creu que o Espírito procedeu do Pai e do Filho (a doutrina de filioque), enquanto o Leste sustentou que o Espírito procedeu somente do Pai. No final das contas isto se tornou um assunto doutrinário principal atrás do cisma entre Catolicismo Romano e Ortodoxo Oriental em 1054.

O Credo Atanasiano

Para poder dar para ao leitor uma visão mais completa da doutrina da trindade, uma parte do Credo Atanasiano é dado abaixo:

“Quem quiser será salvo: antes de todas as coisas é necessário que ele mantenha a Fé católica. Qual Fé todo o mundo a mantenha integral e imaculada: de fora sem duvida ele perecerá eternamente. E A Fé católica é esta: que adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade. Nenhum que confunde as Pessoas: nem dividindo a Substância. Pois há uma Pessoa do Pai, outra do Filho, outra do Espírito Santo. Mas a Divindade do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, é todo o um: A Glória co-igual, a Majestade co-eterna. Como o Pai é, tal é o Filho, e tal é o Espírito Santo: O Pai não criado, o Filho não criado, e o Espírito Santo não criado. O Pai incompreensível, o Filho incompreensível, e o Espírito Santo incompreensível. O Pai eterno, o Filho eterno, e o Espírito Santo eterno. E ainda eles não são três eternos: mas um Eterno. Como também não há três incompreensíveis, nem três não criados: mas um Não Criado e um Incompreensível. Igualmente o Pai é Todo-poderoso, e o Filho Todo-poderoso, e o”. Espírito santo Todo-poderoso. E ainda eles não são três todo-poderosos: mas um Todo-poderoso. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. E ainda eles não são três deuses: mas um Deus. Igualmente o Pai é Senhor, o Filho Senhor e o Espírito Santo Senhor. E ainda não são três senhores: mas um Senhor. Da mesma forma como somos compelidos pela verdade Cristã para reconhecer cada Pessoa por Si mesma para ser Deus e Senhor: Assim somos proibidos pela religião católica dizer, há três deuses, ou três senhores. O Pai não é feito por ninguém: nem crido, nem gerado. O Filho é do Pai somente, não feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai e do Filho, nem feito nem criado, nem gerado, mas procedente. Assim há um Pai, não três Pais, um Filho, não três Filhos, e um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta Trindade nenhum é adiante, ou depois do outro: nenhum é o maior ou menos que  o outro. Mas o conjunto de três Pessoas são co-eternas, e co-iguais. De forma que em todas as coisas, como é dito antes, a Unidade em Trindade, e a Trindade em Unidade é para ser louvada. Ele então que será salvo: deve pensar assim na Trindade...” [107]

O Credo dos Apóstolos

Antes de fecharmos este capítulo, precisamos responder questões sobre o assim denominado Credo Apostólico. Ele originou com os Apóstolos? Ele ensina trinitarianismo? A resposta para ambas às perguntas é não. Este credo teve seu início em uma confissão mais antiga de fé usada na igreja Romana. Foi chamado o Símbolo romano Antigo (ou Credo). Vários estudiosos dataram o Símbolo romano Antigo de até 100 a 200 D.C. Ele diz:

"Creio em  Deus  Pai Todo-poderoso . E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; Que nasceu pelo Espírito Santo da Virgem Maria;  Padeceu sob Pôncio Pilatos Foi crucificado foi sepultado; Ao terceiro dia ressuscitou dos mortos; Ele ascendeu aos céus; e está sentado à mão direita  do Pai; De onde virá julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo; Na remissão dos pecados; Na ressurreição do corpo (carne). "[108]

Este credo foi revisado para enfrentar o desafio de assuntos doutrinais novos, até que finalmente ele alcançou sua forma presente perto do fim do quinto século. As mudanças mais importantes foram as adições que afirmam o seguinte: Deus é o criador do céu e da terra; Jesus foi concebido pelo Espírito Santo;  Jesus sofreu e morreu; Jesus desceu ao inferno (a sepultura); crença na santa  igreja católica (geral); crença na comunhão dos santos; e crença na vida eterna.

Há duas coisas importantes sobre as versões originais e posteriores. Primeiro, nenhum tem uma ligação histórica direta com os doze apóstolos. Portanto as versões não são  mais sagradas ou confiáveis que qualquer outra escrita dos primeiros séculos depois da época dos apóstolos. Segundo, elas não ensinam a doutrina trinitária. Na maior parte elas seguem a linguagem bíblica muito de perto. Elas  descrevem somente o Filho de Deus em termos da Encarnação,  não indicando em nenhuma parte que o Filho é uma pessoa separada na Divindade ou que o Filho é eterno. Elas afirmam crença no Espírito Santo, mas não como uma pessoa separada da Divindade.Em vez disto elas colocam esta afirmação junto com outras declarações relacionadas à salvação,  levando-nos a acreditar que elas estão falando sobre o dom ou batismo do Espírito Santo e à obra do Espírito santo na igreja. Assim, não há nada realmente censurável na linguagem se nós definimos as condições da mesma maneira que a Bíblia os usa.

Porém, os trinitarianos têm reinterpretado o Credo dos Apóstolos,  reivindicando que apóia a sua doutrina. Os católicos romanos e protestantes ambos usam isto hoje para declarar a sua cença trinitária. Eles associaram isto com trinitarianismo a tal  grau que os não trinitarianos não o usam  por medo de ser mal compreendido.  

Nós não recomendamos o uso do Credo dos Apóstolos pelas  seguintes razões. (1) Ele não originou com os apóstolos como seu nome insinua. Nós não queremos criar uma falsa impressão entre as pessoas usando aquele título. (2)  Ele não enfatiza necessariamente todos os temas importantes do Novo Testamento , especialmente alguns aspectos que são importante para enfatizar hoje levando em conta falsas doutrinas desenvolveram durante os séculos. (3) em vez de tentar formular um credo que compreencivelmente declara doutrina de uma maneira restrita,  preferimos usar a própria Bíblia para declarações sumárias de doutrina. (4) O uso deste credo hoje nos associaria com o trinitarianismo. Embora os escritores não tivessem esta doutrina em mente, a vasta maioria  de pessoas comuns hoje consideraria como uma declaração trinitária. Para evitar identificação com o trinitarianismo e Catolicismo Romano,  não usamos o Credo dos Apóstolos.

Conclusão

Em conclusão, vemos  que a doutrina da trindade não é bíblica tanto em terminologia e  origem histórica. Ela tem suas raízes em politeísmo, religião pagã, e filosofia pagã. A própria doutrina não existiu na história da igreja antes do terceiro século. Nem sequer naquela época, trinitarianos primitivos não aceitaram muitas doutrinas básicas do trinitarianismo  presente de hoje tais como a co-igualdade e co-eternidade do Pai e Filho. O Trinitarianismo não alcançou domínio sobre a crença da Unicidade até por volta de 300. d.C. Ele não alcançou vitória sobre o Arianismo até os recentes 300 tarde no quarto século.  

O primeiro reconhecimento oficial de doutrinas trinitárias veio do Concílio de Niceia em 325, mas até mesmo este estava incompleto. Estabelecimento pleno da doutrina não veio até o Concílio de Constantinopla em 381. Em resumo, o trinitarianismo não alcançou sua forma presente até o fim do quarto século, e seus credos definitivos não ocuparam forma final até o quinto século.

The Unicidade of God

 Capítulo 12. TRINITARIANISMO: UMA AVALIAÇÃO 

No último capítulo tentamos dar uma apresentação honesta da doutrina da trindade e um relatório efetivo do seu desenvolvimento histórico.  Também discutimos alguns problemas inerentes nesta doutrina. Concluímos que o trinitarianismo usa termos não bíblicos e que ele alcançou sua formulação presente e dominante no quarto século. Apesar disto, alguém poderia perguntar  se o trinitarianismo é pelo menos consistente com a Bíblia. Neste capítulo afirmamos  que a doutrina da trindade discorda  com a doutrina bíblica de um Deus.

 Terminologia  Não bíblica

Como discutimos no Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO , a terminologia do trinitarianismo não é bíblica. A Bíblia não menciona  a palavra trindade nem mencionam a palavra pessoas em referencia a Deus. A Bíblia  nem mesmo relaciona a  palavra pessoa  e três a Deus em qualquer maneira significante.

Terminologia  Não biblica em e de si mesmo não signifique que a doutrina descrita por ela é necessariamente falsa, mas ela lança uma dúvida considerável sobre o assunto. Isto é especialmente verdade quando a terminologia  não biblica  não é somente uma substituição por terminologia bíblica, mas ao invés disto ensina conceitos novos. Em resumo, terminologia  não biblica é perigosa se conduzir a modos de pensar não biblica   e eventualmente a doutrinas  não biblicas. O trinitarianismo  certamente tem este problema. 

Pessoa e Pessoas

Falando de Deus como uma pessoa não faz justiça a Ele. A palavra pessoa conota um ser humano com uma personalidade humana - um indivíduo com corpo, alma, e espírito. Assim,  limitamos nossa concepção de Deus se nós O descrevermos como uma pessoa. Por isto, este livro nunca tem dito que há uma pessoa na Divindade ou que Deus é uma pessoa. O mais que dissemos é que Jesus Cristo é uma pessoa, porque  Jesus era  Deus manifesto em carne como uma pessoa humana.

Falando de Deus como uma pluralidade de pessoas  viola ainda mais o conceito bíblico de Deus. Indiferente de que significava pessoas a história da igreja primitiva, hoje a palavra conota definitivamente uma pluralidade de indivíduos, personalidades, mentes, vontades e corpos. Até mesmo na história da igreja primitiva, temos mostrado que a vasta maioria  de crentes a viu como um afastamento de monoteísmo bíblico.

Três

 O uso do número três em relação a Deus é também  perigoso. Se usado para designar distinções eternas em Deus, ele leva a triteismo que é uma forma de politeísmo. Se usado para designar as únicas manifestações ou papéis que Deus tem, ele limita a atividade de Deus de uma maneira não feita nas Escrituras. Deus se manifestou de numerosos modos, e nós podemos nem mesmo os limite a três. (Veja  Capítulo 6 – PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO.) O uso de três vai contra a ênfase clara que ambos os testamentos colocam em

associar o número um com Deus. 

Triteismo

Apesar dos protestos dos trinitarianos, sua doutrina  conduz

Inevitavelmente a uma forma prática de triteismo. (Veja Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO .) Os judeus e muçulmanos reconhecem isto, e por esta única razão eles tem rejeitado a Cristandade tradicional tão vigorosamente. Através da história, muitos cristãos tambem tem reconhecido  este problema. Como resultado, alguns tem rejeitado o trinitarianismo a favor da crença Unicista. (Veja  Capítulo 10 - OS QUE ACREDITAM NA UNICIDADE E A HISTORIA DA IGREJA.) Outros tem visto os erros do trinitarianismo, mas, em uma tentativa para preservar a unidade de Deus, tem caído no  erro maior de negar a deidade de Jesus Cristo (por exemplo, os Unitárianos e os  Testemunhas de Jeová). Em resumo, o trinitarianismo enfatiza triplicidade em Deus enquanto a Bíblia enfatiza a Unicidade de Deus. (Veja  Capítulo 1 - CRISTÃO MONOTEISTA.)

Mistério 

Os trinitarianos descrevem sua doutrina  universalmente como um mistério.

Como discutido em Capítulo 4 - JESUS É DEUS, porém, o único mistério relacionado com a Divindade é a manifestação de Deus  em carne, e até mesmo isso tem sido revelado àqueles que crêem. O mistério nas Escrituras é a verdade divina previamente  desconhecida mas agora revelada ao homem. 

Certamente nossas mentes finitas não podem compreender tudo que há de saber acerca de  Deus mas  podemos entender a verdade simples que há um Deus. Deus pode transcender a lógica humana, mas Ele nunca contradiz a lógica verdadeira, nem Ele é ilógico. Ele enfatiza Sua unicidade  tão fortemente na Bíblia que Ele dispersa qualquer confusão possível  ou mistério sobre este assunto.

A Bíblia nunca diz que a Divindade é um mistério não revelado ou que a questão da pluralidade na Divindade é um mistério. Em vez disso, ela afirma nos termos mais fortes que Deus é um. Por que valer-se de  uma explicação que a Divindade é um mistério incompreensível  para poder proteger uma doutrina feita pelos homens com terminologia  não bíblica quando as Escrituras nos dão claramente uma mensagem simples, e não ambígua que Deus é absolutamente um? É errado declarar que a Divindade é um mistério quando a Bíblia claramente declara que Deus tem revelado o mistério a nós. (Veja  Capítulo 4 - JESUS É DEUS.)

A Divindade de Jesus Cristo

O trinitarianismo afirma a deidade de Cristo. Porém, diminui da plena deidade de Cristo como descrita na Bíblia. Como um assunto prático, o  trinitarianismo nega  que a plenitude da Divindade está em Jesus porque ele nega que  Jesus é o Pai e o Espírito Santo. (Veja  Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO  ) Ela não exalta o nome e a pessoa de Jesus suficientemente ou Lhe dá o pleno reconhecimento  que a Bíblia O dá. 

Contradições

O problema básico é que o trinitarianismo é uma doutrina  não bíblica que contradiz vários ensinos bíblicos e muitos versículos específicos das Escrituras. Além disso, a doutrina contém várias contradições internas. É claro que, a contradição interna mais óbvia é como pode haver três pessoas de Deus em qualquer sentido significante e ainda haver somente um Deus.

Abaixo temos compilado várias outras contradições e problemas associados com o trinitarianismo. Esta lista não é exaustiva, mas dá uma idéia de quanto que a doutrina se diverge da Bíblia.

1. Jesus Cristo teve dois pais? O Pai é o Pai do Filho (I John 1:3), contudo a criança nascida de Maria foi concebida pelo Espírito Santo (Mateus os dizem que o Espírito Santo foi meramente o agente do Pai na concepção - um processo que eles comparam com inseminação artificial![109]

2. Quantos Espíritos são? Deus o Pai é um Espírito (João 4:24), o Senhor Jesus é um Espírito (II coríntios 3:17), e o Espírito Santo é  um Espírito por definição. Contudo há um Espírito (I coríntios 12:13; Efesios 4:4).

3. Se o Pai e Filho são pessoas co-iguais, por que o Jesus orou ao Pai? (Mateus 11:25). Deus pode orar a Deus?

4. Semelhantemente, como o Filho não pode saber tanto quanto o Pai? (Mateus 24:36; Marcos 13:32).

5. Semelhantemente, como o Filho não pode ter poder a não que o  Pai Lhe dá? (João 5:19, 30; 6:38).

6. Semelhantemente, como explicar sobre os outros versículos das Escrituras que indica a desigualdade do Filho e o Pai? (João 8:42; 14:28; I coríntios 11:3).

7. Como foi que "Deus o Filho" morreu? A Bíblia diz que o Filho morreu (Romanos 5:10). Nesse caso, Deus pode morrer? Pode uma parte de Deus morrer?

8. Como pode ser um Filho eterno quando a Bíblia fala de um  Filho gerado,  indicando claramente que o Filho teve um início? (João 3:16; Hebreus 1:5-6).

9. Se o Filho é eterno e existiu na criação quem foi sua mãe naquele momento? Sabemos que o Filho foi feito de  mulher (Galatas 4:4).

10.Será que "Deus o Filho" entregou Sua onipresença  enquanto estava na terra? Nesse caso, como ele pode ainda  ser Deus?

11. Se o Filho é eterno e imutável (inalterável), como pode o reinado do Filho  ter um fim? (I coríntios 15:24-28).

12. Se em resposta às perguntas 3 a 11 dizemos  que  o Filho humano de Deus foi limitado em conhecimento, foi limitado em poder, e morreu, então como  podemos falar de "Deus o Filho?" Há dois Filhos?

13. Quem é que louvamos e a quem é que oramos? Jesus disse para adorar o Pai (João 4:21-24), contudo  Estevão orou a Jesus (Atos 7:59-60).

14. Pode haver mais de três pessoas na Divindade? Certamente o Antigo Testamento  não ensina três mas enfatiza Unicidade. Se o Novo Testamento  acrescenta à mensagem do Antigo Testamento  e ensina três pessoas, então o que há de prevenir  subseqüentes revelações de pessoas adicionais? Se  aplicarmos a lógica trinitária para interpretar alguns versos da Bíblia,  poderíamos ensinar uma quarta pessoa (Isaias 48:16; Colossenses 1:3; 2:2; I Tessalonicenses 3:11; Tiago 1:27). Igualmente,  poderíamos interpretar alguns versos da Bíblia para significar seis ou mais pessoas (Apocalipse 3:1; 5:6).

15. Há três Espíritos no coração de um Cristão? Pai, Jesus, e o Espírito habitam dentro do Cristão (João 14:17, 23; Romanos 8:9; Efesios 3:14-17). Todavia há um Espírito (I coríntios 12:13; Efesios 4:4).

16. (Há somente um trono no céu (Apocalipse 4:2). Quem senta sobre ele? Sabemos que Jesus senta (Apocalipse 1:8,18, 4:8). Onde o Pai e o Espírito Santo sentam?

17. Se  Jesus está no trono, como Ele pode sentar mão direita de Deus ? (Marcos 16:19). Ele senta ou está de pé à direita  de Deus? (Atos 7:55). Ou Ele está no seio do Pai? (João 1:18).

18. Está Jesus na Divindade ou  está a Divindade em Jesus? Colossenses 2:9 diz que é o último.

19. Determinado Mateus 28:19, por que os apóstolos consistentemente batizaram tanto Judeus como Gentios  usando o nome de Jesus, até  a extensão do rebatismo? (Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5; 22:16; I coríntios 1:13).

20. Quem ressuscitou Jesus dos mortos? O Pai o fez (Efesios 1:20), ou Jesus (João 2:19-21), ou o Espírito? (Romanos 8:11).

21. Se o Filho e Espírito Santo são pessoas co-iguais na Divindade, por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável mas a blasfêmia contra o Filho não é? (Lucas 12:10).

22. Se o Espírito Santo é um membro co-igual da trindade, por que a Bíblia sempre fala dEle como sendo enviado do Pai e de Jesus? (João 14:26; 15:26).

23. O Pai sabe algo que o Espírito Santo não sabe? Nesse caso, como eles podem ser co-iguais? Somente o Pai sabe o dia e hora da Segunda Vinda de Cristo (Marcos 13:32).

24. A trindade fez as Velhas e Novas alianças? Sabemos que o SENHOR  (Jeová) fez (Jeremias 31:31-34; Hebreus 8:7-13). Se  Jeová é então uma trindade o Pai, Filho, e Espírito  tiveram que morrer para fazer a aliança nova efetiva (Hebreus 9:16-17).

25. Se o Espírito procede do Pai, o Espírito também é  filho do Pai? Se não, por que não?

26. Se o Espírito procede do Filho, o Espírito é neto do Pai? Se não, por que não?

Avaliação do Trinitarianismo 

Cremos que o trinitarianismo não é uma doutrina bíblica e que ele contradiz a Bíblia em muitas maneiras. As Escrituras não ensinam uma trindade de pessoas. A doutrina da trindade usa terminologia não usada na Bíblia. Ela ensina e enfatiza pluralidade na Divindade enquanto a Bíblia enfatizar a Unicidade de Deus. Ela diminui a plena  deidade de Jesus Cristo. Ela contradiz muitos versos específicos da Bíblia. Ela não é lógica. Ninguém pode entender ou  explicar racionalmente, nem mesmo aqueles que a defendem. Em resumo, o trinitarianismo é uma doutrina que não pertence ao Cristianismo.  

A Doutrina da Trindade Contrastada com a Unicidade

Para entender claramente como o trinitarianismo difere os ensinamentos da Bíblia sobre a Divindade,  preparamos uma tabela contrastante. A lista lateral esquerdas registra os ensinos essenciais do trinitarianismo. As listas laterais direitas os ensinos da Unicidade ou  monoteísmo Cristão. Acreditamos que o lado direito reflete os ensinos da Bíblia, e este é o sistema de crença que  tentamos apresentar ao longo deste livro. 

Lista 11: Trinitarianismo e Unicidade Comparados

 

Trinitarianismo

Unicidade

1

Há três pessoas em um Deus. Quer dizer, há três distinções essenciais na

Natureza de Deus. Deus é uma Trindade Santa.

Há um Deus sem nenhuma divisão essenciais na sua natureza. Ele não é uma pluralidade de pessoas, mas Ele tem uma pluralidade de manifestações, papéis, títulos, atributos, ou relacionamentos com o homem. Além disso, estas não são limitados a três, 

2

Pai, Filho, e Espírito Santo são as três pessoas na Divindade. Elas são pessoas distintas, e eles são co-iguais, co-eternos e de co-essência. Porém, Deus o Pai é a cabeça da Trindade em algum sentido, e o Filho e Espírito procedem de Ele em algum sentido. 

Pai, Filho, e Espírito Santo são designações diferentes para o único Deus. Deus é o Pai. Deus é o Espírito Santo. O Filho é Deus manifestado em carne. O termo Filho sempre se refere à Encarnação, e nunca a uma deidade aparte da humanidade.

3

Jesus Cristo é a encarnação de Deus o Filho. Jesus não é o Pai ou o Espírito

Santo.

Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é a encarnação da plenitude de Deus. Na Sua deidade, Jesus é o Pai e o Espírito Santo.

4

O Filho é eterno. Deus o Filho existiu desde toda a eternidade. O Filho foi

gerado eternamente pelo Pai. 

O Filho é gerado, não eterno. O Filho de Deus existiu desde toda a eternidade somente como um plano na mente de Deus. O Filho de Deus veio à existência atual (significativo) na Encarnação em qual época o Filho foi concebido (gerado) pelo Espírito de Deus. 

5

A Palavra de João 1 (o Logos) é a segunda pessoa da Divindade, isto é Deus o Filho.

A Palavra de João 1 (o Logos) não é uma pessoa separada, mas é o pensamento, plano, atividade, ou expressão de Deus. A Palavra foi expressa em carne como o Filho de Deus.

6

Jesus é o nome humano dado a Deus o Filho como manifestado na carne. 

Jesus (significando Jeová-salvador) é o nome revelado de Deus no Novo Testamento. Jesus é o nome do Pai, Filho, e Espírito Santo. 

7

O batismo nas águas é administrado corretamente dizendo "no nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Batismo nas águas é administrado corretamente dizendo "no nome de Jesus." O nome de Jesus normalmente é acompanhado com os títulos de Deus, Cristo, ou ambos.

8

Veremos a Trindade ou o Triuno Deus no céu. (Muitos trinitarianos dizem que  veremos três corpos que é triteismo declarado. Outros deixam aberta a possibilidade que veremos somente um ser Espírito com um corpo. A maioria do trinitarianos não sabem o que crêem sobre isto, e alguns admitem francamente que não sabem.  [110])

Veremos Jesus Cristo no céu. Ele é o único no trono e o único Deus que jamais veremos.

9

A Divindade é um mistério. Temos que aceitar pela fé o mistério da Trindade apesar de suas contradições aparentes.

A Divindade não é nenhum mistério, especialmente para a igreja. Não podemos entender tudo que há de saber acerca de Deus, mas a Bíblia ensina claramente que Deus é um em número e que Jesus Cristo é o único Deus manifesto na carne.

O que o Membro Comum da Igreja Crê? 

Vendo os contrastes entre trinitarianismo e Unicidade,  poderíamos perguntar o que  a pessoa comum que se chama uma Cristã realmente crê? É claro que, a maioria das denominações Cristãs oficialmente aceita trinitarianismo. Porém, a maioria de estudiosos trinitários cuidadosamente se distânciam do triteismo e muitos usam terminologia  que soam quase como Unicidade.

Muitos membros de igreja realmente não entendem a doutrina do trinitarianismo e, como um assunto prático, estão mais perto da crença, Unicista. Algumas perguntas que se respondidas no afirmativo indicam uma tendência em direção a Unidade ou uma aceitação funcional são:

·         Você normalmente ora diretamente a Jesus? Quando você ora ao Pai, você muda para uma linguagem que indica que de fato você está pensando acerca de Jesus (por exemplo, usando "Senhor", "em seu nome", ou "Jesus")?

·         Você espera ver somente um Deus no céu, a saber, Jesus Cristo?

·         É correto dizer que você raramente ou nunca ora diretamente ao Espírito Santo como uma pessoa separada?

·         A doutrina da trindade é desconcertante para você ou é um mistério para você?

Baseado nas respostas a estas questões e outras semelhantes a elas,  sentimos que a maioria de crentes  Bíblicos instintivamente pensam em termos da Unicidade e não em termos trinitários. Além disso, parece que quando uma pessoa recebe o batismo do Espírito Santo  ela instintivamente pensa em termos da crença  Unicista. 

A maioria dos católicos e protestantes não tem um conceito bem desenvolvido da trindade, não sabem em detalhes o que o trinitarianismo ensina, e não podem explicar passagens  Bíblicas em termos trinitarianos. Hoje,  achamos uma ênfase forte no trinitarianismo e formas extremamente triteisticas  principalmente de trinitarianismo em alguns grupos  Pentecostais trinitarianos. A razão aparente para isto é que eles tem enfrentado o assunto da Unicidade, tem rejeitado  conscientemente  a Unicidade, e assim tem ido ao trinitarianismo radical.

Uma pergunta simples ajudará o membro da igreja trinitariana esclarecer suas próprias crenças. A pergunta é: "Quando  vemos Deus no céu, o que veremos? " Se ele responde que  veremos três pessoas com três corpos, então ele é um trinitariano forte e radical. Sua resposta indica um triteismo pagão, não o monoteísmo forte da Bíblia. (Veja  Chapítulo 1 -  MONOTEISMO CRISTÃO.) Se ele responde que  veremos um Deus com um corpo, então ele está perto da Unicidade. Dada esta resposta, é fácil demonstrar de Apocalipse que o único que veremos é de fato Jesus Cristo, pois  nEle habita toda a plenitude da Divindade completamente. 

Conclusão

A Bíblia não ensina a doutrina da trindade, o trinitarianismo na verdade contradiz a Bíblia. O trinitarianismo não acrescenta qualquer benefício positivo à mensagem Cristã. Sem a doutrina artificial da trindade feita pelos homens podemos ainda afirmar  a deidade de Jesus, a humanidade de Jesus, o nascimento  virginal, a morte, sepultamento, e ressurreição de Cristo, a expiação, justificação pela fé, a autoridade exclusiva das Escrituras, e qualquer outra doutrina que é essencial ao r Cristianismo verdadeiro. Na realidade, realçamos estas doutrinas quando  aderimos estritamente à mensagem  Bíblica que  Jesus é o único Deus manifesto em carne. Aderência à Unicidade não significa a rejeição que Deus veio em carne como o Filho ou uma rejeição que Deus cumpre os papéis de Pai e Espírito Santo. Por outro lado, a doutrina da trindade diminui dos temas bíblicos importantes da Unicidade de Deus e a deidade absoluta de Jesus Cristo. Portanto, o Cristianismo deveria deixar de usar a terminologia trinitáriana e deveria voltar para trás para enfatizar a mensagem básica da Bíblia. A maioria dos crentes  Bíblicos não pensam em termos  fortes trinitários, portanto é uma transição a parte dele não seria muito difícil, pelo menos não no nível individual. 

No outro lado, aderência estrita à crença  da Unicidade traz muitas bênçãos. Ela coloca uma ênfase onde deveria ser - na importância de terminologia bíblica, pensamento, e temas. Ela estabelece o Cristianismo como o verdadeiro herdeiro de Judaísmo e como uma crença verdadeiramente  monoteística. Ela nos lembra que Deus nosso Pai e  Criador nos amou tanto que Ele Se vestiu em carne para vir como nosso Redentor. Ela nos lembra que  podemos receber este  Criador e Redentor em nossos corações pelo Seu Próprio Espírito.

A Unicidade magnífica  Jesus Cristo, exalta Seu nome, reconhece quem Ele realmente é, e reconhece Sua plena deidade.   Exaltar Jesus e Seu nome na pregação e no louvor traz um movimento poderoso do Seu poder  em bênçãos, libertação, oração respondida, milagres, cura, e salvação. Coisas maravilhosas acontecem quando alguém prega a mensagem da deidade de Jesus, o nome de Jesus, e a Unicidade de Deus, mas raramente alguém se inspira sobre a mensagem da trindade.

Uma crença forte na Unicidade de Deus e a deidade absoluta de Jesus Cristo é um elemento crucial na restauração da igreja a retificar as crenças bíblicas e poder apostólico. 

The Oneness of God

Capítulo 13. CONCLUSÃO 

Em resumo, o que podemos dizer acerca de Deus? Sabemos que há um Deus indivisível (Deuteronomio 6:4). Deus é  Espírito (João 4:24) e portanto invisível ao homem (João 1:18; I Timoteo 6:16). Ele é onisciente, onipresente, e onipotente (Salmo 139; Apocalipse 19:6). No Antigo Testamento, Deus se manifestou muitas vezes de modos visíveis (Gêneses 18:1; Êxodo 33:22-23). Estas manifestações temporárias e visíveis são chamadas teofanias. No  Novo Testamento, Deus se manifestou em carne  humana como Jesus Cristo, o Filho de Deus (João 1:1, 14; I Timoteo 3:16).

No Velho Testamento Deus se revelou pelo nome de Jeová ou Yahweh que significa  o Auto-Suficiente ou único Eterno.

O Novo Testamento  descreve freqüentemente o único Deus como o Pai. Este título enfatiza Seu papel  como  Criador e Pai de todos (Malaquias 2:10), como Pai dos crentes renascidos (Romanos 8:14-16), e como Pai do único  Filho unigênito  (João 3:16).

Além disso, a Bíblia usa o termo Espírito Santo  para se referir ao único Deus. Isto descreve o que Deus é e enfatiza Deus em atividade (Gênesis 1:2), particularmente na atividade relacionado ao homem tais como a regeneração, batismo, enchimento, e unção (Atos 1:4-8; 2:1-4).

A Bíblia também usa a termo Palavra para se referir ao único Deus, particularmente ao pensamento, plano, ou expressão de Deus (João 1:1, 14). 

No Novo Testamento, Deus se manifestou na carne na pessoa de Jesus Cristo. Esta manifestação de Deus é chamada o Filho de Deus (não Deus o Filho) porque Ele foi concebido literalmente no útero de uma mulher pela operação milagrosa do Espírito de Deus (Mateus 1:18-20; Lucas 1:35). Assim a palavra Filho nunca denota deidade sozinho, mas sempre descreve Deus como manifestado na carne, em Cristo (Mateus 25:31), e às vezes descreve somente a humanidade de Cristo (Romanos 5:10). Não dizemos que o Pai é o Filho, mas que o Pai está no Filho. Não podemos separar o Filho da Encarnação (Gálatas 4:4). Então, o Filho não preexistiu a Encarnação a não ser como um plano na mente de Deus, isto é como a Palavra. 

Jesus Cristo é o Filho de Deus - Deus em carne (Mateus 1:21-23). Ele tem uma natureza dupla -  humana e divina, ou carne e Espírito. Em outras palavras, duas naturezas completas são unidas inseparavelmente na pessoa de Jesus Cristo. Em Sua natureza humana  Jesus é o filho de Maria. Na Sua natureza divina  Jesus é o único Deus em Si mesmo (II Coríntios 5:19; Colossenses 2:9; I Timoteo 3:16). Jesus é o Pai (Isaias 9:6; João 10:30; 14:6-11), Jeová (Jeremias 23:6), a Palavra (João 1:14), e o Espírito Santo (II Coríntios 3:17; Gálatas 4:6; Efesios 3:16-17).

A Bíblia claramente ensina a doutrina da Unicidade de Deus e a deidade absoluta de Jesus Cristo claramente. Os cristãos primitivos acreditaram nesta grande verdade, e muitas pessoas tem aderido a ela ao longo da  história. Embora que no curso da historia o trinitarianismo se tornou a doutrina predominante na Cristandade, as Escrituras não o ensinam. Na realidade, a Bíblia não menciona em nenhuma parte ou se alude a palavra trindade, a frase "três pessoas em uma substância", ou a frase "três pessoas em um Deus." Podemos explicar todos as Escrituras adequadamente em ambos os testamentos sem qualquer necessidade de recorrer à doutrina da trindade.

O trinitarianismo contradiz e diminui dos  importantes ensinos bíblicos. Diminui a ênfase  Bíblica na unidade absoluta de Deus, e diminui da deidade plena de Jesus Cristo. A doutrina trinitária como existe hoje não se desenvolveu completamente e a maioria da Cristandade não a aceitou completamente até o quarto século depois de Cristo.

Aqui estão cinco maneiras específicas nas quais a doutrina bíblica de monoteísmo Cristão difere da presente doutrina  existente de trinitarianismo. (1) A Bíblia não fala de um eterno existente"Deus o Filho; " pois o Filho refere somente à Encarnação. (2) a frase "três pessoas em um Deus" é incorreta porque não há nenhuma distinção de pessoas em Deus. Se  "pessoas" indicam uma pluralidade de personalidades, vontades, mentes, seres, ou corpos visíveis, então é incorreto porque Deus é um ser com uma personalidade, vontade e mente.

Ele tem um corpo visível - o corpo humano glorificado de Jesus Cristo. (3) o termo "três pessoas" é incorreto porque não há nenhuma triplicidade essencial sobre Deus. O único número relevante a Deus é um. Ele tem muitos papéis diferentes, títulos, manifestações, ou atributos, e  não  podemos as limitar a três. (4) o Jesus é o nome do Pai, Filho, e Espírito Santo, pois Jesus é o nome revelado de Deus  no Novo Testamento  (João 5:43; Mateus 1:21; João 14:26). Então, podemos administramos corretamente o batismo nas águas  usando o nome de Jesus  (Atos 2:38). (5)  Jesus é a encarnação da plenitude de Deus. Ele é a encarnação do Pai (a Palavra, o Espírito,  Jeová) não somente a encarnação de uma pessoa chamada "Deus o Filho." 

O que é a essência da doutrina de Deus como ensinado pela Bíblia - a doutrina que temos rotulado Unicidade? Primeiro, há um Deus indivisível sem nenhuma distinção de pessoas. Segundo,  Jesus Cristo é a plenitude da Divindade encarnada. Ele é Deus o Pai - o Jeová do Antigo Testamento  - vestido em carne. Tudo de Deus está em Jesus Cristo, e  achamos tudo que  precisamos nEle. O único Deus que nós  veremos no céu é  Jesus Cristo. 

Tendo dito tudo disto, por que uma compreensão correta de e crença nesta doutrina são importante? Aqui estão quatro razões. (1) é importante porque a Bíblia inteira a ensina  e enfatiza. (2)  Jesus deu ênfase  como é importante  para nós entendermos que  Ele realmente é o Jeová do Antigo Testamento: "Porque se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados" (João 8:24). A palavra ele está em itálico na King James Version,  que indica não está no grego mas foi adicionada pelos tradutores. Portanto  Jesus  chamou a Si mesmo o "EU SOU", o nome que  Jeová usou em Êxodo 3:14-15. Jesus estava dizendo, "Se não crerdes que eu SOU,  morrereis nos vossos pecados." Não é obrigatório que uma pessoa tenha uma compreensão completa de todas as perguntas relativas a Divindade para ser salva, mas ela deve crer que há um Deus e que Jesus é Deus. (3) a mensagem  Unicista determina a fórmula para o batismo nas águas - em o nome de Jesus (Atos 2:38). (4) A Unicidade nos ensina como é realmente importante o batismo do Espírito Santo. Desde que há somente um Espírito de Deus, e desde que o Espírito Santo é o Espírito de Cristo, Unicidade nos mostra  que  recebemos  Cristo em nossas vidas quando somos cheios ou batizados com o Espírito Santo (Romanos 8:9). 

Escrituras. Ela vem através de estudo com oração, procurando diligentemente, o intenso desejo pela verdade. Quando  Pedro fez sua grande confissão  da deidade de Jesus,  Jesus disse: "Porque não foi carne e  sangue quem to revelou, mas meu Pai que está no céu" (Mateus 16:16-17). Portanto, se quisermos entender o grande Deus  em Cristo  devemos colocar de lado  as doutrinas  humanas, tradições, filosofias, e teorias. No seu lugar devemos colocar a pura Palavra de Deus. Devemos  pedir para Deus nos revelar esta grande verdade através da sua Palavra. Devemos buscar Seu Espírito para iluminar Sua Palavra  e nos guiar em toda a verdade (João 14:26; 16:13). Não é suficiente confiar em dogmas da igreja, pois os dogmas da igreja só são válidos se eles forem ensinados conforme a Bíblia. Devemos  voltar  a própria Bíblia, temos que estudá-la, e temos que pedir a Deus que ilumine  pelo Seu Espírito. 

É apropriados que encerremos este livro com Colossenses 2:8-10, uma grande passagem de advertência, instrução, e inspiração com respeito às verdades preciosas da Unicidade de Deus e a deidade de Jesus Cristo. 

"Cuidado que ninguém vos venha enredar com sua filosofia e vã sutileza conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo: Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade."

Amém!


 Glossário

Adocianismo. Tecnicamente, uma doutrina do século oito que começou entre  teólogos espanhóis os quais ensinavam que o homem Jesus  foi adotado à posição de Filho, por um ato de Deus. Em geral, é qualquer crença que ensina que Jesus foi um homem  elevado a divindade em algum ponto de sua vida .  

Agnosticismo. A negação de qualquer conhecimento relativo à existência de Deus. Normalmente, o agnóstico também nega a possibilidade de saber se  Deus existe ou não.

Antropomorfismo. O uso de características humanas para descrever Deus; por exemplo, a atribuição de emoções humanas e partes do corpo humano à Deus. Normalmente isto é considerado como linguágem simbólica ou figurativa para ajudar o homem entendendo a natureza de Deus.

ApollinarianismoÉ a posição Cristológica  de Apollinario, bispo de Laodicéia (morreu 390?). Em geral, ele acreditava que  Cristo teve uma natureza humana incompleta - mais especificamente, que Cristo tinha um corpo humano e alma, mas não tinha um espírito humano. Em vez de um espírito humano ele tinha o Espírito divino ou o Logos. O Concílio de Constantinopla em 381, condenou o Apollinarianismo. 

Apologisata. Alguém que defende o Cristianismo contra objeções intelectuais. Na história da igreja primitiva, os apologistas gregos foram líderes Cristãos de aproximadamente 130 a 180 D.C. que escreveram tratados em grego,  defendendo o Cristianismo contra os ataques de filósofos pagãos.  

Arianismo. O ponto de vista Christologico de Ario (280?-336), um padre em Alexandria. Ario dizia que há um só Deus, e que o Filho ou Logos é um ser divino como Deus, mas criado por Deus. Assim, Jesus seria um semideus. Este ponto de vista  quase varreu a Cristandade  no quarto século, mas foi condenado no Concílio de Niceia em 325 e novamente no Concílio de Constantinopla em 381.

Ateismo. A afirmação ou crença que não existe Deus.  

Atanasianismo. A doutrina trinitária de Athanasius (293-373), bispo de Alexandria. O Concílio de Niceia em 325 deu a primeira aprovação oficial a esta doutrina e o Concílio de Constantinopla em 381 a estabeleceu de m,aneira mais completa. Éo ponto de vista ortodoxo dos católicos romanos e também dos protestantes semelhantemente. Basicamente, ele ensina que há três pessoas eternas na Divindade: Deus  Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo. Estas três pessoas são co-iguais, co-eternas, e da mesma essência. 

Credo Atanasiano. Um antigo credo trinitário, que não foi formulado por Atanasio. Desenvolveu no quinto século e provavelmente reflete a teologia de Agostinho. A parte ocidental da Cristandade (a Igreja católica romana) oficialmente o adotou e os protestantes geralmente o retiveram, mas a Ortodoxia Oriental nunca o aceitou,  porque declara que o Espírito Santo  procede do Pai e do Filho e não apenas do Pai. É a declaração mais completa na história da igreja primitiva da doutrina da trindade. Veja  Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E  DESENVOLVIMENTO HISTORICO para ver parte do texto deste credo.

Binitarianismo. A crnça em duas pessoas na Divindade: Deus  Pai e Deus  Filho. Uma forma desta doutrina era  prevalecente entre os apologistas gregos. Ela existe ainda hoje.  

Christologia. A doutrina de Jesus Cristo e da Encarnação. O Concílio de Chalcedon em 451 expressou  a forma Cristã tradicional neste assunto, quando afirma que  Jesus Cristo era uma pessoa com duas naturezas - humana e divina. Cristocêntrico. Um sistema de teologia na qual a pessoa e a obra de Cristo é o alicerce e o ponto central de tudo, é chamado de Cristocêntrico.

Cerintianismo. Uma  doutrina Gnostica do primeiro século assim chamada porque um dos primeiros proponentes foi Cerinthus, o qual sustentava que Jesus e  Cristo eram seres separados. De acordo com este ponto de vista, Jesus foi  um humano nascido de maneira natural (não de uma virgem), enquanto Cristo foi um espírito que veio sobre  Jesus no seu batismo,  e o deixou antes da crucificação.  

Diteismo. A crença em dois  deuses separa e distintos.

Docetismo. Uma cença  Gnostic do primeiro século  que dizia que Cristo foi um ser espíritual apenas. De acordo com este ponto de vista, Cristo parecia ter um  corpo humano real, mas de fato não tinha.

Monarquianismo Dinamico. Veja Monarquianismo.

Ebionitismo. Uma  heresia do  primeira século que começou entre os judeus  cristãos. Os Ebionitas rejeitavam os ensinamentos de Paulo, e enfatizavam a importância da lei de Moises. Geralmente, eles consideraram  Jesus como um  profeta divinamente inspirado   mas não como Deus.  

Gnosticismo. Um termo que cobre uma gama extensiva de pensamento religioso nos primeiros séculos depois de Cristo. Originou entre o paganismo, mas adotou muitos elementos Cristãos, e se tornou uma grande ameaça l ao Cristianismo. Em geral, o Gnosticismo ensinava que o espírito é bom, a matéria é má,e que a salvação consiste em libertar o espírito da matéria, e a salvação é alcançada por meio de um conhecimento secreto ou mais alto (em grego, gnosis). O Gnosticismo quando aplicado à Divindade e à Cristologia dizia o seguinte: O Deus Supremo é transcendente e inabordável, mas d' Ele vem uma série de emanações progressivamente  inferiores (chamados aeons). O mais inferior destas aeons era Jeová. Cristo é um dos aeons mais altos. Considerando que toda a matéria é má,  Cristo era apenas um ser espíritua,l e apenas tinha uma aparência de corpo  (a doutrina do Docetismo). Ou, alguns ensinavam que Cristo foi um ser espíritual   temporariamente associado ao homem Jesus que morreu (a doutrina do Cerintianismo). João atacou essas idéias Gnosticas acerca da Divindade, também Paulo nas cartas aos Colossenses. 

Divindade. Sinônimo da palavra deidade. Refere-se a condição de ser Deus, e a soma total da natureza de Deus.

Apologistas gregos. Veja o Apologista.  

Homoiousios. "Palavra grega que traduzida é da mesma natureza" ou "semelhante em natureza”.Os Arianos usavam este termo para descrever a relação de Jesus com Deus. Muitos daqueles que defenderam o seu uso no Concílio de Nicéia aparentemente não eram Arianos, mas eram contrário ao uso da palavra alternativa, homoiousios com suas conotações do Sabellianismo. O Concílio de Nicéia rejeitou o Arianismo e o uso da palavra homoiousios.  

Homoousios. Uma palavra grega que traduzida quer dizer "igual em natureza”.Atanásio defendeu o seu uso e o Concílio de Nicéia adotaram esta palavra para descrever o relacionamento de Jesus com Deus embora alguns opuseram isto por causa de seu uso antes pelos Sabellianos. Assim, começou como uma palavra  Unicista, mas foi adotado pelos trinitarianos. 

Hypostase. (Plural: hypostases.)  P alavra grega que significado  subsistência   ou manifestação individualizada, e geralmente se traduz como "pessoa." De acordo com a doutrina da trindade, Deus existe como três hypostases. De acordo com a Cristologia tradicional, Jesus Cristo tem duas naturezas, mas tem só um hypostasis. Hebreu 1:3 diz que o Filho é a imagem expressa do hypostasis de Deus, e não uma segunda hypostasis. 

Imutável. Eternamente igual. Uma qualidade que pertence só a Deus. 

Incarnação. Em geral, é a incorporação de um espírito em uma forma humana. Especificamente, é o ato de de Deus em se fazer carne; quer dizer, a união entre divindade e humanidade em Jesus Cristo. 

Islamismo. Uma Religião  Monoteística fundada por Maomé no sétimo século na Arábia. Seus seguidores São chamados de  muçulmanos ou islamitas. A confissão islâmica de fé é, não há  Deus senão Alá, e  Maomé é o profeta de Deus." O Islã identifica  Alá como o Deus de Abraão e aceita a Bíblia como a Palavra de Deus. Porém, considera  Jesus  somente como um  bom profeta,  afirmando que Maomé é o maior de todos os profetas. Também ensina que o livro de Maomé, o Alcorão ou Qur'an, é a revelação final da Palavra de Deus para a humanidade hoje. O

Islã é a religião dominante no Oriente Médio, Norte da África, e vários países asiáticos.

Judaismo. Religião  Monoteística baseado no Torah (a lei de Moises), ou o Velho  Testamento dos Cristão. O Judaísmo ensina que Deus é absolutamente um em valor numérico, e ele aceita a lei de Moises como a Palavra de Deus para o dia de hoje, e rejeita totalmente  a deidade ou o papel Messiânico de Jesus de Nazaré. 

Kenosis. Derivada da palavra grega kenoo, que aparece em Filipenses 2:7 e significa não fazer nada, esvaziar, ou tirar." Descreve a escolha de Deus ao despojar-se de Suas prerrogativas  e de Sua dignidade como Deus para se manifestar em carne como um homem. Alguns trinitarianos defendem  uma teoria  kenotica dizendo que "Deus  Filho" se esvaziou ou colocou de lado os seus atributos divinos, quando Ele se encarnou. 

Logos. Uma palavra grega que se traduz "palavra”. (Verbo). "É traduzido como “Verbo" em João 1:1. Nessa passagem significa pensamento, plano, atividade, expressão vocal, ou expressão de Deus. Quer dizer, pode referir-se ao pensamento na mente de Deus ou ao pensamento de Deus que é expresso, particularmente quando se expressou em carne através de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Na antiga filosofia grega significava razão como o princípio controlador do universo. A Filosofia Neo-platônica, particularmente a do filósofo Greco-judaico Philo de Alexandria, personificava o Verbo e o descrevia como uma deidade secundária criada por Deus ou emanando por Deus no tempo. Alguns dos apologistas gregos adotaram este conceito e compararam o Logos com o Filho. O trinitarianismo abraçou esta crença, e igualou o Logos ao " Filho de Deus" mas eventualmente disse que o Logos era co-igual e co-eterno com Deus o Pai. As escritas de João particularmente foram projetadas para refutar estes falsos conceitos sobre o Logos e do Filho. 

Manifestação. Manifestar significa mostrar, revelar, exibir, tornar evidente, ou tornar claro.”Uma manifestação é um ato ou exemplo de manifestar. Primeiro Timoteo 3:16 diz: "Deus foi manifestado na carne." Este livro usa a palavra manifestação para descrever qualquer método, modo, papel, ou relação pelos quais Deus se revela a Si mesmo ao homem. Assim, Pai, Filho, e Espírito Santo são manifestações de Deus em lugar de pessoas, porque esta palavra posterior contém conotações anti-bíblica de personalidades individualizadas que a palavra anterior não tem. 

Modalismo. Um termo que é usado para descrever a crença na história da igreja primitiva, de que Pai, Filho, e Espírito não são distinções eternas na natureza de Deus mas simplesmente modos (métodos ou manifestações) da atividade de Deus. Em outras palavras, Deus é um ser individual, e vários termos usados para descrevê-lo (assim como Pai, Filho, e Espírito Santo) são designações aplicadas a formas diferentes da ação dele ou relações diferentes que Ele tem com o homem. Veja  Capítulo 10 – OS QUE ACREDITAM NA UNICIDADE  E A  HISTORIA  DA IGREJA para maiores esclarecimentos. Também chamado de Monarquianismo modalistico, Patripassianismo, e Sabellianismo. Basicamente, o modalismo é igual à doutrina moderna da Unicidade.  

Monarquianismo Modalistico. Veja Monarquianismo.

Modo. Uma forma ou maneira de expressão; uma manifestação; não é uma distinção essencial ou eterna na natureza de Deus. 

Monarquianismo. Termo usado para descrever a crença na história da igreja primitiva que enfatizava a união indivisível e a soberania (monarquia) de Deus. Ela rejeitva qualquer distinção essencial na natureza de Deus, negando assim a doutrina da trindade. Os historiadores usam o termo para descrever duas crenças nitidamente discrepantes - monarquianismo dinâmico e monarquianismo modalistico - mas isto não insinua nenhuma associação histórica entre os dois grupos ou doutrinas. O Monarquianismo dinâmico ensinavam que Jesus era um ser humano que se tornou o Filho de Deus por causa da sabedoria divina ou o Logos que habitou nele. Aparentemente, o monarquianismo dinâmico se recusava a considerar Jesus como Deus no sentido restrito da palavra e não O adoravam como Deus. Porem o monarquianismo modalístico (modalismo) teve maior influência na história do que o monarquianismo dinâmico. O Monarquianismo de Modalistico ensinava que Deus é um ser individual e que Pai, Filho, e Espírito Santo são termos que se aplicam a modos diferentes e ação do único Deus. Diferente do Monarquianismo dinâmico, o monarquianismo modalistico identifica Jesus Cristo como o próprio Deus (o Pai) manifestado em carne.  

Monofisismo. Uma Doutrina Cristologica que apareceu depois do Concílio de Calcedônia em 451 e era  contra a declaração deste Concílio, de que Cristo tinha duas naturezas. O monofisismo ensinava que Cristo teve apenas uma natureza dominante, e era a natureza divina. 

Monoteismo. A crença em um só Deus, pois vem de duas palavras gregas que significa "um Deus”. A Bíblia ensina o monoteísmo estrito. Somente três religiões principais do mundo são monoteístas: Judaísmo, Cristianismo, e Islamismo. Os judeus e muçulmanos vêem a doutrina da trindade como uma rejeição do verdadeiro monoteísmo. Crentes da unicidade também rejeitam o trinitarianismo porque o encaram como uma doutrina fora do monoteísmo bíblico. 

Monotheletismo (ou monotelitismo). No sétimo século, uma doutrina Cristológica ensinava que Cristo tinha somente uma vontade. A visão da maioria da Cristandade cria que Cristo tinha duas vontades em cooperação - humana e divina - porém os monoteletistas acreditavam que Cristo tinha uma natureza divino-humana.

Natureza. "O caráter inerente ou constituição básica de uma pessoa ou um ser"  (Webster's Dictionary), Este livro usa esta palavra para descrever a humanidade e divindade de Cristo. Nós expressamos isto dizendo que Cristo tinha uma natureza dupla ou dizendo que Cristo tivera duas naturezas. Cristo teve uma natureza humana completa (veja  Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS) e também uma natureza divina completa (veja Capítulo  4 - JESUS É DEUS). Tanto a humanidade quanto a divindade são componentes essenciais da natureza de Jesus Cristo.  

Nestorianismo. É a Cristológia de Nestório (o Patriarca de Constantinopla, 428-431). Nestorius ensinava que Cristo tinha duas naturezas completas - humana e divina. Ele ensinava que não se deve chamar Maria "Mãe de Deus" porque ela foi mãe apenas da natureza humana. O Concílio de Éfeso em 431 condenou Nestorius por dividir Cristo em duas pessoas, mas Nestorius negou a acusação. Possivelmente, ele ensinou que as duas naturezas de Cristo eram unidas moralmente ou em propósito e não em essência ou fisicamente. Porém, muitos historiadores concluem de fato que Nestorius realmente ensinou que havia duas naturezas em uma pessoa, mas ele se tornou vítima de um mal entendido e a oposição a ele foi devido o fato de ele dar ênfase as distinções entre as duas naturezas e porque se recusou chamar Maria mãe de Deus. 

Credo de Niceia. Foi o resultado do Concílio de Niceia em 325. A versão atual inclui adições feitas  no Concílio de Constantinopla em 381 e no quinto século. O credo na sua forma original condenava o Arianismo ao dizer que o Filho era da mesma natureza (homoousios) que o Pai. Também declarva que o Filho é eterno e implicava que o Pai e o Filho existem eternamente como pessoas distintas na Divindade. O Concílio de Constantinopla somou frases que estabelecem que o Espírito Santo também era uma pessoa eternamente distinta na Divindade. Assim, o Credo de Nicene é importante por três razões: rejeitou o Arianismo, foi o primeiro pronunciamento oficial a expressar uma visão trinitária de Deus, e foi o primeiro pronunciamento oficial a rejeitar (embora implicitamente) o modalismo.

Onipotência. É um atributo que apenas Deus possui, e significa que Ele tem todo o poder.

Onipresença. É um atributo que apenas Deus possui, e significa que Ele está presente em todos lugares ao mesmo tempo. Devemos notar que isto é mais do que a habilidade de apareçer em qualquer lugar a qualquer hora a ou a habilidade de estar em muitos lugares ao mesmo tempo.

Onisciência. É um atributo que apenas Deus possui, e significa que Ele sabe todas as coisas, inclusive a presciência.

Unicidade. Quando é usado refererindo-se a Deus, Unicidade significa o estado de ser absolutamente e indivisivelmente um, ou um em valor numérico. Também, pode haver uma unicidade entre Deus e o homem e entre dois homens no sentido de união de mente, vontade e propósito. Este livro usa o termo Unicidade (com letra maiuscula) para indicar a doutrina que ensina que Deus é absolutamente um em valor numérico, que Jesus é o único Deus, e que Deus não é uma pluralidade de pessoas. Assim, Unicidade é um termo moderno, que é basicamente equivalente ao modalismo ou ao monarquianismo modalistico, 

Ousia. Uma palavra grega que significa substância, natureza, ou ser. É traduzido como "substância" na fórmula trinitária "três pessoas em uma substância." 

Patripassianismo. Nome dado ao modalismo, ao monarquianismo modalistico, ou Sabellianismo. Veio de palavras latinas que significam "o Pai sofreu." Alguns historiadores o usam para descrever o modalismo porque Tertulliano acusou os modalistas de crerem que o Pai sofreu e morreu. Porém, os modalistas aparentemente negaram as acusações de Tertulliano. A palavra portanto representa uma interpretação errônea do modalismo por trinitarios, porque o modalismo não ensina que o Pai é o Filho, mas que o Pai está no Filho. A carne não é o Pai, mas o Pai estava na carne. Assim, o modalismo não ensinava que o Pai sofreu fisicamente ou morreu.  

Panteismo. Uma crença que compara Deus com natureza ou à substância e as forças do universo. Assim, nega a existência de um Deus racional, inteligente. Em vez disso, afirma que Deus é tudo e tudo é Deus. 

Pessoa. O significado principal da palavra é um ser humano, um indivíduo, ou a personalidade individual de um ser humano. Segundo a cristologia, o termo descreve a união das duas naturezas de Cristo; isto é, que havia duas naturezas na pessoa de Cristo. Os trinitarianos usam o termo para representar as três distinções eternas essenciais em Deus (Pai, Filho, e Espírito Santo). Assim, nós temos a fórmula trinitária, "três pessoas em uma substância" ou "um Deus em três pessoas." Embora os trinitarianos geralmente dizerem que Deus não tem três personalidades separadas ou mentes, a palavra pessoa tem fortes conotações de individualidade de personalidade, mente e vontade. Para uma discussão das palavras gregas e latinas traduzida como "pessoa", veja Hipostases e Persona respectivamente. 

Persona. (Plural: personae.) Palavra latina traduzida como "pessoa." Tertulliano usou esta palavra na sua fórmula trinitária, "una substantia et tres personae" ("três pessoas em uma substância"). No antigo latim, o uso dessa palavra não estava restrito ao seu significado moderno de ser auto consciente. Naquele momento, poderia significar uma máscara usada por um ator, um papel em um drama, ou pessoa jurídica em um contrato. Porém, poderia aplicar aparentemente também a pessoas individuais. Tinha tambem conotações de personalidade individual, algo que a palavra grega hypostasis não tinham originalmente. (Veja  Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO .) Embora o Credo de Niceia tenha usado hypostasis, palavra que mais tarde foi traduzida como "persona" Tertulliano já havia usado a palavra persona muito antes, para descrever os membros da trindade. 

Politeismo. A crença em mais de um deus, vem  de palavras gregas que significa "muitos deuses." O diteismo e o triteismo são formas de politeísmo. A Bíblia rejeita fortemente o politeísmo. A maioria das religiões antigas eram politeistas, inclusive as da Mesopotâmia, Egito, Canaã, Grécia, e Roma. 

Pais pós-apostólicos. Os líderes da igreja Cristã nos dias após a morte dos doze apóstolos. Neste livro, o termo se refere especificamente aos líderes entre os anos 90 a 140 D.C., os mais proeminentes desses foram: Policarpo, Hermas, Clemente de Roma, e Ignácio. 

Sabellianismo. Outro termo dado ao modalismo ou monarquianismo modalistico. É derivado de Sabellius, o mais proeminente explicador da doutrina na história da igreja primitiva. Sabellius pregou em Roma por volta do ano 215 D.C. A doutrina dele é basicamente equivalente a Unicidade dos tempos atuais. 

Subordinacionismo. É a crença que ensina que uma pessoa na Divindade está subordinada a, ou que foi criada por outra pessoa na Divindade. É claro que, isto pressupõe uma crença em uma pluralidade de pessoas na Divindade. Entre os antigos trinitarianos, surgiu como a crença que o Logos é o divino Filho, que está subordinado ao Pai. Este era o ponto de vista de alguns apologistas gregos, entre eles Tertulliano, e Origenes. O arianismo é o ponto extremo do desenvolvimento desta doutrina. O termo se aplica também, à crença de que o Espírito Santo é subordinado ao Pai ou ao Filho. O trinitarianismo ortodoxo, conforme é apresentado no credos de Niceia e de Atanasio, teoricamente rejeitam qualquer forma de subordinatismo, mas a mesma tendência permanece. (Veja  Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO .)

Substantia. É uma palavra latina que significa substância, e foi usada por Tertulliano em sua fórmula

trinitária, "três pessoas em uma substância". 

Teofania. Uma manifestação visível de Deus, geralmente de natureza temporária. Quando Deus  aparecia no Antigo Testamento em forma humana ou forma angelical, chamamos isto de teofania. Jesus Cristo é mais do que uma teofania; porque Ele não é somente Deus aparecendo em forma humana, mas é Deus se revestindo de fato em uma pessoa humana real (corpo, alma, e espírito).   

Trinitarianismo. A crença que ensina que há três pessoas no único Deus. Segundo a história, Tertulliano (morto em 225?) Foi o pai do trinitarianismo cristão, porque ele foi a primeira pessoa a usar a palavra trinitas latino (trindade) em relação a Deus. Ele também foi o primeiro a usar a fórmula, "una substantia et tres personae" ("três pessoas em uma substância"). O trinitarianismo moderno afirma que há três pessoas no único Deus - Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo - e que estas três pessoas são co-iguais, co-eternas, e de co-essência. Assim, o trinitarianismo ensina três distinções eternas na natureza de Deus mas nega que sejam três deuses separados. O Concílio de Niceia em 325 D.C. marcou a primeira aceitação oficial do trinitarianismo pelo Cristianismo. O Concílio de Constantinopla em 381 reafirmados e deu mais clareza à doutrina. A declaração mais completa do trinitarianismo na história da igreja primitiva é o Credo de Atanásio que data do quinto século. 

Trindade.  A Divindade segundo o credo trinitário; isto é, Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito Santo. 

Triteismo. A crença em três deuses. Como tal, é uma forma de politeísmo. Os defensores do trinitarianismo negam que sejam triteistas; porém, o trinitarianismo certamente tem tendências triteistas e algumas formas extremas do trinitarianismo são triteistas. (Veja  Capítulo 11 - TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO.) Por exemplo, qualquer crença que ensina que há três mentes concientes na Divindade ou que há três corpos eternos na Divindade pode ser chamada de triteista. 

Unitarianismo. De um modo geral, é a crença que ensina que há apenas uma pessoa na Divindade. Particularmente, este termo normalmente descreve um movimento que enfatiza a união da Divindade, mas que o faz negando assim a divindade de Jesus Cristo. Ele surgiu como um movimento antitrinitario, entre o protestantismo, e foi organizado como uma denominação que agora é chamada a Associação Unitariana-Universalista. Além de negarem a divindade de Jesus Cristo o unitarianismo nega várias outras crenças evangélicas ou fundamentais inclusive o nascimento virginal de Jesus e a expiação substitutiva. Não se deve equiparar o Unitarianismo com a Unicidade por duas razões. Primeiro, a Unicidade não diz que Deus é uma "pessoa", mas antes, que há um Deus. Segundo, os crentes da Unicidade afirmam a plena divindade de Jesus, o seu nascimento virginal, e a expiação substituitiva, ao contrário da atual denominação Unitariana-Universalista. 

A Unicidade de Deus    É UMA REVELAÇÃO ESCRITA E MARAVILHOSA; IMPORTANTE E NECESSÁRIA PARA TODO CRISTÃO DE TODOS OS MINISTÉRIOS. EU CREIO E TAMBÉM O RECOMENDO.

Pr. José Carlos C.P.B. - BRASIL